Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
terça-feira, julho 25, 2006
Justificando o Injustificável
Rodrigo Constantino
O Jornal dos Economistas é um jornalzinho mais engraçado que qualquer gibi infantil. Ele pertence ao CORECON-RJ (Conselho Regional de Economia) e ao SINDICON-RJ (Sindicado dos Economistas do Estado do RJ). Todo economista carioca é obrigado a contribuir com o Conselho, caso contrário terá um dia de salário descontado. Trata-se de um monopólio garantido pelo governo. Os sindicalistas usam essa verba compulsória para a divulgação de verdadeiras estultices – tudo em nome dos economistas cariocas. Eu sou um economista carioca. Em meu nome é que não falam!
Na última edição, o título na capa diz: “A integração é antídoto à Alca”. O JE tenta, a seguir, justificar o injustificável: a tungada que o camarada de Lula, Evo Morales, deu na Petrobrás. Um verdadeiro show de horrores! Logo no começo, o jornal deixa claro que Evo Morales, na verdade, estava apenas retomando o que lhe foi “retirado ao longo de sucessivos governos que entregaram, quando não doaram, o patrimônio público nacional”. A sutileza pérfida fica evidente quando o jornal, a seguir, coloca que a Petrobrás, “para muitas compreensões, ‘saiu perdendo’ com a decisão” do governo boliviano. Reparem que o jornal deixa em aberto a questão. Ou seja, na opinião do jornal, está longe de ser um fato consumado a tungada, feita à luz do dia e calculável matematicamente. Essa turma, formada pelos adeptos do manual do perfeito idiota latino-americano, ainda enxerga o mundo pela ótica galeana das “veias abertas”, como se empresas privadas em busca do lucro fossem a encarnação de Lúcifer. São essas figuras pitorescas que lotam o Fórum Social Mundial.
Para sustentar o “argumento” insustentável, o jornal entrevistou uma “especialista”. Os socialistas sempre adoraram tais “especialistas” para apelo à autoridade, na falta de bons argumentos. Trata-se de Gisele Rodrigues, uma economista do próprio CORECON-RJ, quem a rotulou como especialista, sabe-se lá com qual critério. Gisele assinou o manifesto contra a política econômica ao lado de Stédile, o líder do criminoso MST. Entre as demandas do manifesto, está o pedido para que os juros sejam reduzidos na marra até o mesmo patamar americano. Heloísa Helena que se cuide! Além disso, esses economistas – dá vergonha de ser um nessas horas – pedem o fim da maior autonomia do Banco Central, nadando contra a maré do mundo civilizado. Outra demanda é para que não aceitemos as regras da OMC quando estas afetarem o “interesse nacional”. Enfim, é a adoração do fracasso comprovado, por economistas que não cansam de repetir que nossos males são culpa do “neoliberalismo”, aquele fantasma que jamais nos deu o ar de sua graça.
Voltando à entrevista que a “especialista” do próprio CORECON-RJ concedeu ao jornal do órgão, vemos que Gisele explica que uma empresa “fica sujeita às leis dos países nos quais ela atua – o chamado risco regulatório”. Ela frisa que isto ocorre “em qualquer lugar do mundo, até nos EUA, onde as leis são rigorosíssimas para o capital estrangeiro”. Será que a Gisele quer dar a entender que esta tungada seria possível nos Estados Unidos, onde há respeito ao império da lei? Será que ela quis dizer que um Evo Morales ignorando as regras do jogo poderia ocorrer, com a mesma probabilidade, nos Estados Unidos? Se minha interpretação não está tão ruim assim, foi isso mesmo que ela tentou dizer. Será que ela, pelo menos, acredita em tamanha falácia? Na verdade, essa gente funciona como um rebanho bovino monolítico, repetindo em uníssono mentiras escancaradas para enganar inocentes úteis. Certas mentiras são tão repetidas que até eles começam a acreditar. O auto-engano é uma poderosa arma na arte do engano de terceiros.
Mais adiante na entrevista, Gisele diz que o projeto de integração da América do Sul “será o único antídoto contra o movimento norte-americano de comer pelas beiradas”. Ela afirma que “basta olhar o que está acontecendo com o México no Nafta, completamente subjugado à economia norte-americana”. Para os ideologicamente dogmáticos, assim como patologicamente anti-americanos, participar do comércio com os consumidores mais ricos do mundo é uma “exploração”, enquanto bom mesmo é fechar um acordo comercial com Cuba. Estranho que a própria ilha-presídio do ditador Fidel Castro anda doida para ser “explorada” pelos americanos, pedindo o fim do embargo. A lógica nunca fez parte das idéias dessa turma.
Por fim, a “especialista” diz que a auto-suficiência energética da América do Sul é “fundamental para o nosso desenvolvimento, em um contexto de preços de petróleo elevados e de uma geopolítica da energia imposta pelos EUA e afeita a guerras”. Deixando de lado o antiamericanismo doentio, seria interessante perguntar para essa “especialista” como anda a economia de países auto-suficientes em petróleo como Venzuela, Irã e Nigéria, vis-à-vis a economia de países dependentes da importação do “ouro negro”, como Japão, Coréia do Sul e os próprios Estados Unidos. Mas não adiantaria. Sabemos que a resposta não seria com argumentos, mas sim xingamentos. Afinal, eu sou apenas um “lacaio do capital estrangeiro”, um “fascista de mercado”, um “neoliberal insensível”. E não adianta reclamar! Chegando o dia certo, serei forçado a contribuir com meu dinheiro para este “fantástico” jornal, repleto de economistas “ilustres”.
Pensando bem, acho que contribuiria mesmo de forma voluntária. Nenhum gibi infantil é tão engraçado!
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ResponderExcluirvem cá Rodrigo, o que diabos ensinam na faculdade de economia? me desculpe mas faço computação então não tenho idéia, mas como um cara estuda economia e ainda acredita em contos de fadas? matematica é proibido? logica é proibido?
ResponderExcluirtipo, se o cara ver que os numeros mostram o contrario a esse papozinho de botequim socialista, como ele ainda acredita? ou não veem calculos?
Tem certeza que vc não estava lendo o panfleto do PSTU por engano?
ResponderExcluirAté eu que não sou liberal achei patético esse jornal aí...
O pior não é isso ser publicado... é a quantidade de pessoas q concordam com essas idéias!
ResponderExcluirÉ absolutamente deprimente que a Economia, que quando bem estudada é uma arma poderosa contra o pensamento emocional esquerdista, seja usada como escudo para oportunistas de plantão mais interessados em proselitismo ideológico do que um real caráter científico. É como um aluno de medicina, afeito às medicinas alternativas, passasse o seu tempo na faculdade de medicina em branco, para depois arriscar a vida de pacientes com terapias holísticas no lugar de tratamentos comprovadamente efetivos.
ResponderExcluirRodrigo, eu não sei se estou repetindo algo que já foi dito, mas alguém já tentou organizar um boicote a essa desgraça não? Se quiserem falar essas besteiras num jornal que se danem, mas usar o dinheiro dos outros sob coerção é um absurdo.
Que tristeza...:(. O pior é que a revista do Crea é a mesma porcaria. Um dia desses estava lendo a revista e vendo artigos inteiros celebrando o Forum Social Mundial.
ResponderExcluirNo jornal do conselho de medicina é a mesma coisa, principalmente o de São Paulo, se um dia você ver uma revista SER MÉDICO, gaste uns cinco minutos com ela e veja o aparelhamento canhesto, pago com dinheiro de uma autarquia federal que arrecada dinheiro dos médicos por força de LEI.
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