Rodrigo Constantino
“O que uma economia em recessão precisa mais que dinheiro é tempo e liberdade.” (Llewellyn Rockwell Jr.)
Um dos maiores seguidores atuais da Escola Austríaca é Llewellyn Rockwell Jr., que foi inclusive o fundador do Mises Institute. Alguns de seus discursos e artigos foram compilados no livro Speaking of Liberty, onde um bom resumo das idéias dos economistas austríacos pode ser encontrado. Na primeira parte do livro, que foca na economia, o ataque do autor ao Federal Reserve – o banco central americano – é algo recorrente. Para Llewellyn, assim como para vários outros libertários que seguem as teorias austríacas, o banco central deveria simplesmente ser extinto. Trata-se de uma postura radical, sem dúvida. Mas como não é desprovida de sentido, creio que devamos analisar alguns aspectos da idéia.
Em primeiro lugar, Llewellyn, tal como Mises, deposita enorme importância no poder das idéias. São estas que podem levar a profundas mudanças no curso dos eventos, para o bem ou para o mal. A liberdade precisa de indivíduos corajosos que estão dispostos a manifestar “verdades inconvenientes”, apesar dos consensos. Llewellyn entende que a defesa do padrão ouro atualmente não encontra eco em lugar algum. Mas, como ele diz, não há caminho melhor para garantir que um tema estará sempre fora da pauta do que deixar de falar sobre ele. Por isso ele insiste que é fundamental continuar batendo nesta tecla, de forma que algum dia, se o sistema monetário atual colapsar e forem buscar alguma alternativa de forma desesperada, se encontre fundamentos na defesa do padrão ouro.
Os governos não gostam do padrão ouro porque ele retira o poder discricionário do Fed, criando vários limites na habilidade do banco central de inflacionar a oferta de moeda. A experiência mostra que somente a constituição não restringe o governo neste sentido. A tentação é grande demais. Seria possível um faminto ficar num banquete sem comer nada, mas não seria provável. Não deixa de ser curioso que Alan Greenspan, que presidiu o Fed por 18 anos, tenha escrito justamente nessa linha em 1966, em um livro de Ayn Rand. Ele chegou a afirmar que “o ouro e a liberdade econômica são inseparáveis”, e acrescentou que “sob o padrão ouro, um sistema de operação bancária livre trabalha como o protetor da estabilidade e do crescimento equilibrado da economia”.
Greenspan entendia que o welfare state representava um perigo à liberdade: “O padrão ouro é incompatível com o déficit crônico nos gastos governamentais”. Ele foi além: “Os defensores do welfare state foram rápidos em reconhecer que se desejassem reter o poder político, a magnitude da taxação teria que ser limitada e tiveram que recorrer aos programas de déficit maciço, isto é, tiveram que tomar dinheiro emprestado, emitindo títulos do governo, para financiar despesas em uma grande escala”. O déficit do governo sob um padrão ouro é severamente limitado. A lei de oferta e demanda não pode ser cunhada. Greenspan conclui: “Na ausência do padrão ouro, não há nenhuma maneira de proteger a poupança do confisco através da inflação”. Se houvesse, o governo teria que tornar sua posse ilegal. Não por outro motivo o governo americano proibiu a posse de ouro em 1933.
Analisando a origem do Fed, pode-se ter uma idéia melhor dos seus propósitos. Llewellyn afirma que o banco central foi criado para atender as demandas tanto do governo como da indústria de bancos, especialmente os impérios financeiros de Morgan e Rockefeller. O governo precisava de meios de financiamento independentes da taxação, e os bancos queriam um veículo de formação de cartéis, ou seja, buscavam meios de evitar que a pressão competitiva entre bancos limitasse suas capacidades de expandir crédito. Em outras palavras, os bancos queriam uma moeda mais elástica. Greenspan novamente corrobora com esta visão: “Se os bancos pudessem continuar a emprestar indefinidamente o dinheiro - reivindicou-se - nunca mais precisariam ocorrer quedas drásticas nos negócios; e o Federal Reserve System foi, portanto, criado em 1913”. E para o ex-presidente do Fed, escrevendo em 1966, ainda distante da poderosa posição, a causa da crise de 1929 pode ser encontrada no próprio Fed: “O crédito adicional que o Fed injetou na economia se espalhou para o mercado financeiro - provocando um crescimento especulativo fantástico. Em 1929 os desequilíbrios especulativos tinham-se tornado tão exagerados que a tentativa de enxugar as reservas adicionais precipitou uma aguda retração e a conseqüente desmoralização da confiança dos empresários. Em conseqüência, a economia americana desmoronou”.
Os bancos centrais não existiam antes, quando os ciclos econômicos não eram tão notados. A Teoria Austríaca para os ciclos da economia atesta que é crucial entender os períodos de expansão econômica para entender as causas das depressões. Para gerar um boom nos negócios, o banco central artificialmente reduz as taxas de juros, criando a ilusão de aumento de poupança. As empresas investem em projetos que não têm demanda real. Sem os bancos centrais, sem dúvida muitos empresários iriam errar suas estimativas, mas alguns erros seriam eliminados por outros acertos. Um erro generalizado é possível somente quando o governo cria incentivos para tanto. A fim de evitar uma ressaca necessária em alguns setores com investimentos ruins, o banco central injeta liquidez na economia, postergando, mas também agravando o problema. Seria como um bêbado injetar mais álcool para evitar sua ressaca. No final do dia, ele provavelmente terá uma cirrose.
Com isto em mente, Llewellyn compara o Fed com o governo de Admirável Mundo Novo, o excelente livro de ficção de Aldous Huxley. No livro, o governo oferece uma droga chamada soma para todos os cidadãos, tirando-os da realidade dura e fazendo com que se sintam em êxtase apesar dos problemas à volta. A atuação do Fed no sentido de estimular a economia artificialmente e evitar ajustes necessários teria o mesmo princípio, segundo Llewellyn. É preciso lembrar algo óbvio, porém muitas vezes ignorado: o governo não é um deus, assim como os homens que ocupam os poderosos cargos estatais não são impecáveis ou infalíveis. Ainda que falhas no funcionamento do mercado livre possam ser apontadas, resta ao governo o ônus da prova de que pode assumir as rédeas de forma mais eficiente. Historicamente, as evidências mostram o contrário. Os poderosos do Fed não são “sábios clarividentes”. *
Inflação significa perda de poder de compra da moeda. Mudanças relativas nos preços ocorrerão sempre num livre mercado, através de mudanças na oferta e demanda do produto. A tendência natural no capitalismo será inclusive a queda nos preços, pelos ganhos de produtividade. Os preços de produtos de tecnologia demonstram bem essa tendência. Mas quando todos os preços sistematicamente sobem a causa só pode estar na expansão monetária. O estoque de moeda aumentando leva a um valor seu menor, ou seja, inflação. E existe apenas uma força capaz de criar este cenário: o banco central. A perda de valor da moeda, é importante lembrar, beneficia os devedores à custa dos credores. E não existe devedor maior do que o governo federal.
Por fim, não se pode ignorar o moral hazard como resultado da atuação do banco central. Quando o governo salva instituições financeiras com problemas, ele age como pais permissivos, que encorajam o comportamento errado eliminando a ameaça de punição. Para os austríacos, portanto, não deveria existir emprestador de última instância, ou seja, o pagador de imposto, forçando assim a disciplina dos bancos, sem garantia de ajuda para as instituições sem liquidez. Os seguidores mais próximos da linha de Rothbard defenderiam um retorno total ao padrão ouro, assim como a abolição do banco central. Já os seguidores de Hayek pregariam um sistema competitivo de moedas privadas, onde o próprio consumidor pode selecionar qual deseja utilizar. Seja qual for a escolha, o importante é ter em mente os perigos existentes na concentração de poder arbitrário nas mãos de poucos homens, que podem, com uma canetada, causar extremo sofrimento através da inflação.
* O ex-governador do Federal Reserve, Laurence Meyer, escreveu o livro A Term at the Fed, onde fala de sua experiência nos anos que passou no banco central americano. Algumas passagens são elucidativas. Meyer diz que logo descobriu que o Fed não sabe precisamente onde a economia está ou onde ele quer que a economia vá. Em certa ocasião, após o primeiro aumento na taxa de juros depois de dois anos, Meyer foi honesto ao afirmar que “a verdade é que nenhum de nós do FOMC sabia o que aconteceria em seguida”. O FOMC é o todo-poderoso comitê que decide a taxa de juros básica da economia, assim como nosso COPOM. Tal decisão exerce profundo impacto na economia, e acaba ficando sob a tutela de alguns poucos homens. O próprio Meyer chamava a equipe de “o templo”, em parte pela obscuridade do processo decisório. É evidente que o mercado acaba tendo muita influência nas decisões do Fed. William Poole, do Fed, reconhece isso e mantém a humildade, afirmando que na maioria dos casos nada deve ser feito pelo banco central em momentos de instabilidade financeira, respeitando-se os próprios mecanismos de auto-ajuste do mercado. Mas nem sempre – ou quase nunca – isso ocorre. Seria, então, o caso de questionarmos até onde pouco mais de uma dezena de indivíduos falíveis deveriam concentrar o poder sobre o destino econômico de toda uma nação.
“O que uma economia em recessão precisa mais que dinheiro é tempo e liberdade.” (Llewellyn Rockwell Jr.)
Um dos maiores seguidores atuais da Escola Austríaca é Llewellyn Rockwell Jr., que foi inclusive o fundador do Mises Institute. Alguns de seus discursos e artigos foram compilados no livro Speaking of Liberty, onde um bom resumo das idéias dos economistas austríacos pode ser encontrado. Na primeira parte do livro, que foca na economia, o ataque do autor ao Federal Reserve – o banco central americano – é algo recorrente. Para Llewellyn, assim como para vários outros libertários que seguem as teorias austríacas, o banco central deveria simplesmente ser extinto. Trata-se de uma postura radical, sem dúvida. Mas como não é desprovida de sentido, creio que devamos analisar alguns aspectos da idéia.
Em primeiro lugar, Llewellyn, tal como Mises, deposita enorme importância no poder das idéias. São estas que podem levar a profundas mudanças no curso dos eventos, para o bem ou para o mal. A liberdade precisa de indivíduos corajosos que estão dispostos a manifestar “verdades inconvenientes”, apesar dos consensos. Llewellyn entende que a defesa do padrão ouro atualmente não encontra eco em lugar algum. Mas, como ele diz, não há caminho melhor para garantir que um tema estará sempre fora da pauta do que deixar de falar sobre ele. Por isso ele insiste que é fundamental continuar batendo nesta tecla, de forma que algum dia, se o sistema monetário atual colapsar e forem buscar alguma alternativa de forma desesperada, se encontre fundamentos na defesa do padrão ouro.
Os governos não gostam do padrão ouro porque ele retira o poder discricionário do Fed, criando vários limites na habilidade do banco central de inflacionar a oferta de moeda. A experiência mostra que somente a constituição não restringe o governo neste sentido. A tentação é grande demais. Seria possível um faminto ficar num banquete sem comer nada, mas não seria provável. Não deixa de ser curioso que Alan Greenspan, que presidiu o Fed por 18 anos, tenha escrito justamente nessa linha em 1966, em um livro de Ayn Rand. Ele chegou a afirmar que “o ouro e a liberdade econômica são inseparáveis”, e acrescentou que “sob o padrão ouro, um sistema de operação bancária livre trabalha como o protetor da estabilidade e do crescimento equilibrado da economia”.
Greenspan entendia que o welfare state representava um perigo à liberdade: “O padrão ouro é incompatível com o déficit crônico nos gastos governamentais”. Ele foi além: “Os defensores do welfare state foram rápidos em reconhecer que se desejassem reter o poder político, a magnitude da taxação teria que ser limitada e tiveram que recorrer aos programas de déficit maciço, isto é, tiveram que tomar dinheiro emprestado, emitindo títulos do governo, para financiar despesas em uma grande escala”. O déficit do governo sob um padrão ouro é severamente limitado. A lei de oferta e demanda não pode ser cunhada. Greenspan conclui: “Na ausência do padrão ouro, não há nenhuma maneira de proteger a poupança do confisco através da inflação”. Se houvesse, o governo teria que tornar sua posse ilegal. Não por outro motivo o governo americano proibiu a posse de ouro em 1933.
Analisando a origem do Fed, pode-se ter uma idéia melhor dos seus propósitos. Llewellyn afirma que o banco central foi criado para atender as demandas tanto do governo como da indústria de bancos, especialmente os impérios financeiros de Morgan e Rockefeller. O governo precisava de meios de financiamento independentes da taxação, e os bancos queriam um veículo de formação de cartéis, ou seja, buscavam meios de evitar que a pressão competitiva entre bancos limitasse suas capacidades de expandir crédito. Em outras palavras, os bancos queriam uma moeda mais elástica. Greenspan novamente corrobora com esta visão: “Se os bancos pudessem continuar a emprestar indefinidamente o dinheiro - reivindicou-se - nunca mais precisariam ocorrer quedas drásticas nos negócios; e o Federal Reserve System foi, portanto, criado em 1913”. E para o ex-presidente do Fed, escrevendo em 1966, ainda distante da poderosa posição, a causa da crise de 1929 pode ser encontrada no próprio Fed: “O crédito adicional que o Fed injetou na economia se espalhou para o mercado financeiro - provocando um crescimento especulativo fantástico. Em 1929 os desequilíbrios especulativos tinham-se tornado tão exagerados que a tentativa de enxugar as reservas adicionais precipitou uma aguda retração e a conseqüente desmoralização da confiança dos empresários. Em conseqüência, a economia americana desmoronou”.
Os bancos centrais não existiam antes, quando os ciclos econômicos não eram tão notados. A Teoria Austríaca para os ciclos da economia atesta que é crucial entender os períodos de expansão econômica para entender as causas das depressões. Para gerar um boom nos negócios, o banco central artificialmente reduz as taxas de juros, criando a ilusão de aumento de poupança. As empresas investem em projetos que não têm demanda real. Sem os bancos centrais, sem dúvida muitos empresários iriam errar suas estimativas, mas alguns erros seriam eliminados por outros acertos. Um erro generalizado é possível somente quando o governo cria incentivos para tanto. A fim de evitar uma ressaca necessária em alguns setores com investimentos ruins, o banco central injeta liquidez na economia, postergando, mas também agravando o problema. Seria como um bêbado injetar mais álcool para evitar sua ressaca. No final do dia, ele provavelmente terá uma cirrose.
Com isto em mente, Llewellyn compara o Fed com o governo de Admirável Mundo Novo, o excelente livro de ficção de Aldous Huxley. No livro, o governo oferece uma droga chamada soma para todos os cidadãos, tirando-os da realidade dura e fazendo com que se sintam em êxtase apesar dos problemas à volta. A atuação do Fed no sentido de estimular a economia artificialmente e evitar ajustes necessários teria o mesmo princípio, segundo Llewellyn. É preciso lembrar algo óbvio, porém muitas vezes ignorado: o governo não é um deus, assim como os homens que ocupam os poderosos cargos estatais não são impecáveis ou infalíveis. Ainda que falhas no funcionamento do mercado livre possam ser apontadas, resta ao governo o ônus da prova de que pode assumir as rédeas de forma mais eficiente. Historicamente, as evidências mostram o contrário. Os poderosos do Fed não são “sábios clarividentes”. *
Inflação significa perda de poder de compra da moeda. Mudanças relativas nos preços ocorrerão sempre num livre mercado, através de mudanças na oferta e demanda do produto. A tendência natural no capitalismo será inclusive a queda nos preços, pelos ganhos de produtividade. Os preços de produtos de tecnologia demonstram bem essa tendência. Mas quando todos os preços sistematicamente sobem a causa só pode estar na expansão monetária. O estoque de moeda aumentando leva a um valor seu menor, ou seja, inflação. E existe apenas uma força capaz de criar este cenário: o banco central. A perda de valor da moeda, é importante lembrar, beneficia os devedores à custa dos credores. E não existe devedor maior do que o governo federal.
Por fim, não se pode ignorar o moral hazard como resultado da atuação do banco central. Quando o governo salva instituições financeiras com problemas, ele age como pais permissivos, que encorajam o comportamento errado eliminando a ameaça de punição. Para os austríacos, portanto, não deveria existir emprestador de última instância, ou seja, o pagador de imposto, forçando assim a disciplina dos bancos, sem garantia de ajuda para as instituições sem liquidez. Os seguidores mais próximos da linha de Rothbard defenderiam um retorno total ao padrão ouro, assim como a abolição do banco central. Já os seguidores de Hayek pregariam um sistema competitivo de moedas privadas, onde o próprio consumidor pode selecionar qual deseja utilizar. Seja qual for a escolha, o importante é ter em mente os perigos existentes na concentração de poder arbitrário nas mãos de poucos homens, que podem, com uma canetada, causar extremo sofrimento através da inflação.
* O ex-governador do Federal Reserve, Laurence Meyer, escreveu o livro A Term at the Fed, onde fala de sua experiência nos anos que passou no banco central americano. Algumas passagens são elucidativas. Meyer diz que logo descobriu que o Fed não sabe precisamente onde a economia está ou onde ele quer que a economia vá. Em certa ocasião, após o primeiro aumento na taxa de juros depois de dois anos, Meyer foi honesto ao afirmar que “a verdade é que nenhum de nós do FOMC sabia o que aconteceria em seguida”. O FOMC é o todo-poderoso comitê que decide a taxa de juros básica da economia, assim como nosso COPOM. Tal decisão exerce profundo impacto na economia, e acaba ficando sob a tutela de alguns poucos homens. O próprio Meyer chamava a equipe de “o templo”, em parte pela obscuridade do processo decisório. É evidente que o mercado acaba tendo muita influência nas decisões do Fed. William Poole, do Fed, reconhece isso e mantém a humildade, afirmando que na maioria dos casos nada deve ser feito pelo banco central em momentos de instabilidade financeira, respeitando-se os próprios mecanismos de auto-ajuste do mercado. Mas nem sempre – ou quase nunca – isso ocorre. Seria, então, o caso de questionarmos até onde pouco mais de uma dezena de indivíduos falíveis deveriam concentrar o poder sobre o destino econômico de toda uma nação.
É claro que as idéias possuem grande poder e importância.Mas uma questão crucial é:qual é a origem das idéias?Elas são apriorísticas,resultado de inspirações ou revelações metafísicas,como crêem os idealistas e racionalistas,ou originam-se da experiência?
ResponderExcluir0% de inflação: essa deveria ser a meta inflacionária de todo banco central, como bem demonstrou o Nobel de 2006.
ResponderExcluirAcho, na minha ignorância, o padrão ouro um tanto inviável, assim como a concorrência de moedas. Acho que deve existir banco central, mas sua única função deve ser manter a inflação em 0%.
"Para gerar um boom nos negócios, o banco central artificialmente reduz as taxas de juros, criando a ilusão de aumento de poupança. As empresas investem em projetos que não têm demanda real. Sem os bancos centrais, sem dúvida muitos empresários iriam errar suas estimativas, mas alguns erros seriam eliminados por outros acertos. Um erro generalizado é possível somente quando o governo cria incentivos para tanto. A fim de evitar uma ressaca necessária em alguns setores com investimentos ruins, o banco central injeta liquidez na economia, postergando, mas também agravando o problema. Seria como um bêbado injetar mais álcool para evitar sua ressaca. No final do dia, ele provavelmente terá uma cirrose."
Rodrigo, esse trecho é sobre a atual crise econômica, "felizmente" evitada pelo Deus Estado ?
Interessante que os Rockfellers e os Morgan deram grande incentivo à URSS. Incentivo mto bem documentado em Wall Street and the Bolshevik Revolution. O mesmo autor desse livro também tem um chamado Wall Street and FDR (Roosevelt). Olavo disse, em seu último trueoutspeak, que a crise de 29 foi encomendada por 7 banqueiros, no que provavelmente foi uma referência aos Morgan e aos Rockfellers. Você sabe de algo em relação a isso ?
O autor desses dois livros também tem um intitulado Wall Street and the rise of Hitler. Eu tenho ele e o bolchevique em meu PC. Estou lendo este.
Muito bom você ter abordado esse assunto...
ResponderExcluirJá parei para refletir diversas vezes sobre isso.
Mas tranquei no seguinte pensamento:
Digamos que a gente volte ao padrão ouro...
As empresas precisam de liquidez... precisam de capital de giro...
Esse capital de giro em última instância seria ouro...
Conforme a economia vai expandindo, mais capital de giro se necessita...
Porém o ouro é escasso.
Isso é um problema.
Do jeito que funciona hoje, realmente a gente não tem segurança nenhuma...
O dinheiro não tem valor algum, apenas valor convencional...
Mas por outro lado, existe o que eu disse...
E ai Rodrigo? O que você tem a dizer?
Neste instante, os Bancos Centrais de diversos países do mundo estão garantindo a liquidez dos créditos hipotecários lastreados no mercado imobiliário americano, e o FED baixou a taxa de juros em meio ponto, senão ....
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