quinta-feira, janeiro 31, 2008

A Origem das Religiões


Rodrigo Constantino

“A religião primitiva da humanidade surgiu principalmente de um medo dos acontecimentos futuros.” (David Hume)

O filósofo David Hume, em História Natural da Religião, trata das origens e das causas que produzem o fenômeno da religião. Hume encara todas as crenças religiosas como mero produto da natureza humana, ou seja, um resultado das paixões humanas mais primitivas e básicas, dos instintos naturais como medo e esperança. O filósofo não era ateu, e sim um deísta. Mas seus constantes ataques às crenças religiosas despertaram a ira de muitos crentes, e em 1761 todas as suas obras acabaram no Index da Igreja Católica. Mergulhando nos seus escritos, não é difícil entender o motivo: seus argumentos são poderosas armas contra a ignorância e a superstição. Sua mentalidade estava bem à frente do seu tempo, que ainda exalava extrema intolerância religiosa.

Para Hume, uma contemplação racional da natureza, com sua uniformidade, levaria à concepção de um criador único. Entretanto, ele reconhecia que “as primeiras idéias da religião não nasceram de uma contemplação das obras da natureza, mas de uma preocupação em relação aos acontecimentos da vida, e da incessante esperança e medo que influenciam o espírito humano”. Os homens seriam guiados por algumas paixões até às crenças religiosas, mas não pela curiosidade especulativa ou o puro amor à verdade, motivos refinados demais, segundo Hume, para um entendimento tão grosseiro. Hume diz: “As únicas paixões que podemos imaginar capazes de agir sobre tais homens incultos são as paixões ordinárias da vida humana, a ansiosa busca da felicidade, o temor de calamidades futuras, o medo da morte, a sede de vingança, a fome e outras necessidades”. Agitados por esperanças e medos, num cenário desordenado, os homens vêem “os primeiros sinais obscuros da divindade”.

Não escapou aos olhares atentos de Hume a característica humana de conceber todos os seres segundo sua própria imagem. Além disso, há uma tendência em transferir a todos os objetos as qualidades com as quais os homens estão familiarizados. Como exemplo, basta pensar nas faces humanas vistas na lua, as formas nas nuvens, ou a maldade e bondade que atribuímos a tudo que nos faz mal ou nos agrada, ainda que simples fenômenos naturais. Logo, a ansiedade em relação ao futuro desconhecido e a ignorância levam o homem à crença de que ele depende de poderes invisíveis, dotados de sentimentos e de inteligência. Segundo Hume, “quanto mais um homem vive uma existência governada pelo acaso, mais ele é supersticioso, como se pode particularmente observar entre os jogadores e os marinheiros”. O medo e as angústias que a incerteza gera são insuportáveis para muitos. Hume conclui que “os homens ajoelham-se bem mais freqüentemente por causa da melancolia do que por causa de paixões agradáveis”.

Uma característica que anda de mãos dadas com o medo é a adulação. O deus criado pelos homens por conta desse medo passa a ser visto como um protetor particular, e seus devotos tentarão por todos os meios obter seus favores. Transferindo as paixões humanas a este deus, os crentes imaginam que ele ama o louvor e as lisonjas também, e não pouparão nenhum elogio ou exagero em suas súplicas. “À medida que o temor e a miséria dos homens se fazem sentir mais”, diz Hume, “estes inventam, todavia, novas formas de adulação”. Os deuses criados são representados como seres semelhantes aos homens, sensíveis e inteligentes, movidos por amor e ódio, suscetíveis às oferendas e às súplicas, às pregações e aos sacrifícios. Para Hume, aqui está a origem da religião e, conseqüentemente, da idolatria. Os semideuses ou seres intermediários, por serem ainda mais familiares à natureza humana, convertem-se no principal objeto de devoção. Se os gregos tinham seus heróis semideuses, os católicos criaram seus santos.

As disputas quase sempre violentas entre as diferentes religiões foram analisadas por Hume também. Como “cada seita está convencida de que sua própria fé e seu próprio culto são totalmente agradáveis à divindade, e como ninguém pode conceber que o mesmo ser deva comprazer-se com ritos e preceitos diferentes e opostos, as diversas seitas acabam naturalmente em animosidade e descarregam umas contra as outras aquele zelo e rancor sagrados, que constituem as mais furiosas e implacáveis de todas as paixões humanas”. Como exemplos, Hume cita “o espírito estreito e implacável dos judeus”, os princípios ainda mais sangrentos dos seguidores de Maomé, e não poupa os cristãos, que teriam abraçado os princípios da tolerância por causa da “firme determinação dos magistrados civis, que se opuseram aos esforços contínuos dos padres e dos fanáticos”. Além disso, Hume considera que “os sacrifícios humanos dos cartagineses, dos mexicanos e de muitas nações bárbaras raramente superaram a Inquisição e as perseguições de Roma e de Madri”.

Apesar de deísta, Hume tinha muito receio do monoteísmo quando somado às superstições. Ele escreve: “A crença em um deus representado como infinitamente superior aos homens, ainda que seja completamente justa, é suscetível, quando acompanhada de terrores supersticiosos, de afundar o espírito humano na submissão e na humilhação mais vil, e de representar as virtudes monásticas da mortificação, da penitência, da humildade e do sofrimento passivo como as únicas qualidades que são agradáveis a deus”. Os flagelos, jejuns e covardia se tornam os meios para obter honras celestiais. Como um dos exemplos dessa inversão de valores, Hume cita o caso do Cardeal Belarmino, canonizado em 1930, que deixava as pulgas e outros insetos repugnantes grudarem nele, dizendo: “Ganharemos o céu como recompensa por nossos sofrimentos, mas estas pobres criaturas não têm mais que os prazeres da vida presente”. O sacrifício passa a ser visto como uma virtude em si. Sofrer é o caminho do paraíso.

Ainda atacando as crenças católicas, Hume afirma que “em todo o paganismo não há nenhum dogma que se preste mais ao ridículo que o da presença real, pois é tão absurdo que escapa a toda refutação”. Hume conta a piada de um comungante que recebeu, por engano, uma moeda no lugar da hóstia sagrada, e após esperar um tempo para ela se dissolver, tirou-a da boca e gritou ao sacerdote: “Espero que não tenhas cometido um erro; espero que não me tenhas dado Deus Pai; é tão duro e tão resistente que não há modo de o engolir”. Hume desabafa: “Essas são as doutrinas de nossos irmãos católicos”. Para o filósofo, no futuro provavelmente será “difícil convencer certas nações de que um homem, criatura de duas pernas, possa ter abraçado alguma vez tais princípios”. Pelo visto, esse dia ainda não chegou...

Diante de crenças tão tolas, a natureza humana e o bom senso acabam prevalecendo, na maioria dos casos. Hume diz: “Podemos observar que, apesar do caráter dogmático e imperioso de toda superstição, a convicção dos homens religiosos é, em todas as épocas, mais fingida que real, e apenas raramente e em certa medida se aproxima a firme crença e a firme convicção que nos governa nos assuntos comuns da vida. Os homens não ousam confessar, nem mesmo no seu íntimo, as dúvidas que os assaltam sobre estas questões: ostentam uma fé sem reservas e dissimulam ante si mesmos sua real incredulidade, por meio das mais categóricas afirmações e do mais absoluto fanatismo. Mas a natureza é mais forte que seus esforços e não permite que a luz obscura e pálida, surgida nessas sombrias regiões, iguale-se às impressões vívidas produzidas pelo senso comum e pela experiência”. Por esse motivo vemos carolas pregando a castidade e condenando o uso de preservativos, enquanto na prática ignoram esses absurdos. Acertam as contas depois. Afinal, somos todos pecadores mesmo!

A moral, mesmo a mais elevada, era vista por Hume como independente das religiões: “Ainda no caso das virtudes que são mais austeras e mais dependentes da reflexão, como o espírito público, o dever filial, a temperança ou a integridade, a obrigação moral, tal como a compreendemos, descarta toda a pretensão a um mérito religioso; e a conduta virtuosa não é mais que aquilo que devemos à sociedade ou a nós mesmos”. Para simplesmente pregar uma conduta moral, a religião não é absolutamente necessária. Por isso todas elas acabam criando vários dogmas absurdos. Para o crente, afinal, o que é puramente religioso é mais virtuoso. Se agir com integridade for uma demanda moral comum a todos, o religioso não pode se limitar a isso. Ele jejua ou se dá uns bons açoites, ajoelha no milho, sobe escadas de joelho, usa o cilício, qualquer coisa que, em sua opinião, tem uma relação direta com a assistência divina. Hume explica: “Por meio desses extraordinários sinais de devoção obtém, pois, o favor divino, e pode esperar, como recompensa, proteção e segurança neste mundo – e felicidade eterna no outro”.

“Tudo o que enfraquece ou perturba as disposições interiores do homem favorece os interesses da superstição; e nada os destrói mais do que uma virtude viril e constante, que nos preserva dos acidentes desastrosos e melancólicos ou que nos ensina a suportá-los”. Para Hume, “quando resplandece essa serenidade de espírito, a divindade jamais aparece sob falsas aparências”. Eis o antídoto contra as superstições. A barbárie e a arbitrariedade são “as qualidades, ainda que dissimuladas com outros nomes, que formam, como podemos observar universalmente, o caráter dominante da divindade nas religiões populares”. As religiões criam monstros, deuses cruéis que castigam, que punem, atormentando o sono dos crentes. Hume diz: “Quanto mais monstruosa é a imagem da divindade, mais os homens se tornam seus servidores dóceis e submissos, e quanto mais extravagantes são as provas que ela exige para nos conceder sua graça, mais necessário se faz que abandonemos nossa razão natural e nos entreguemos à condução e direção espiritual dos sacerdotes”.

O medo é uma arma muito eficaz no controle das pessoas. Se a religião oferece conforto por um lado, cria grilhões por outro. “A crença na vida futura abre perspectivas confortáveis que são arrebatadoras e agradáveis. Mas como esta desaparece rapidamente quando surge o medo que a acompanha e que possui uma influência mais firme e duradoura sobre o espírito humano!”

A razão humana, ainda que um privilégio de nossa espécie, não é usada muitas vezes contra as paixões mais básicas. Desta forma, as religiões prosperam. Deixo os comentários finais com este grande filósofo: “Observemos a maioria das nações e épocas. Examinemos os princípios religiosos que têm, de fato, vigorado no mundo. Dificilmente nos persuadiremos de que eles são mais do que devaneios dos homens. Ou talvez os consideremos mais uma brincadeira de macacos com a forma humana do que afirmações sérias, positivas e dogmáticas de um ser que se vangloria com o nome de racional”.

37 comentários:

  1. Rodrigo, comungo do mesmo pensamento que ti em relação as religiões. No entanto, é difícil de assimilar sua predileção por um sistema econômico caduco e falho. Nem preciso dizer porque. Entretanto, anexo abaixo post de Mino Carta (que, com toda certeza, também partilha de nossas idéias a respeito das religiões) sobre esses sistema.

    Somente a lei pode salvar o capitalismo

    No início do século deste terceiro milênio, entre as cem maiores economias mundiais compareciam 51 multinacionais e 49 Estados nacionais. Assim começa o primeiro capítulo de um livro que acaba de ser lançado na Itália pela editora Adelphi, de autoria do jurista Guido Rossi, professor da Universidade de Milão, e intitulado Mercado d’Azzardo, mercado de azar.
    A tese central do livro, a desenvolver uma análise bem documentada e profundamente aguda, é de que somente a lei pode salvar o capitalismo. “Não surpreende, nesta altura – escreve Rossi – que a capitalização da Bolsa chinesa tenha ultrapassado o Produto Interno Bruto do país, e que entre as dez sociedades mais capitalizadas do mundo três sejam chinesas.” E logo adiante: “As corporações são os verdadeiros protagonistas da cena econômica contemporânea (...) e sancionam a divisão do mundo entre ricos e pobres: 93% das 200 principais sociedades pertencem a sete países”.
    Os grandes grupos internacionais integram um sistema de troca paralela, acima do mercado e da lei. As bolsas são cassinos e o capitalismo financeiro funciona a seu talante com o beneplácito, mais, a submissão da política. Neste quadro, traçado com raro brilho e fluência, teriam de ser encarados desenvolvimentos da situação global que julgamos meramente políticos, na acepção tradicional.
    Situações, por exemplo, como a da Itália, a correr do risco do retorno de Silvio Berlusconi e dos seus aliados da direita. Ou da França, entregue a Sarkozy. Quem sabe houvesse condições para repensar no declarado passamento das ideologias, desejado, anunciado e assentado pelos conservadores. Mas deus mercado também significa deus dinheiro, e diante dele a política cai em genuflexão. Quem reage, até a favor da sobrevivência do capitalismo pelos caminhos de uma lei internacional a ser cumprida à risca, milita do lado oposto. Seria esta a idéia de uma nova esquerda?
    Não é por acaso que Sarkozy, ao encontrar ontem o líder da AN italiana, Gianfranco Fini, durante a conferência dos partidos populares (?) europeus, disse: “Torço por vocês”. Referia-se à crise italiana e à possibilidade de eleições antecipadas após a queda do governo de Romano Prodi. A AN é herdeira do neofascismo e Fini, aliado de Berlusconi.

    ResponderExcluir
  2. Anônimo12:01 PM

    Mino Carta é uma piada de mau gosto sustentada com o dinheiro dos nossos impostos. A imprensa oficial - esse nojo que se chama Carta da Capital - é o antro das mentes mais doentias e venais da imprensa marrom.

    Um vagabundo que vende suas idéias por dez réis de mel coado não merece ser nem lido, quanto mais levado em consideração.

    ResponderExcluir
  3. Anônimo12:03 PM

    Algum crente poderia me dizer em que lugar da Bíblia fala alguma coisa contra os ateus? Existe alguma referência em que isto fique claro?

    ResponderExcluir
  4. Anônimo12:24 PM

    Eu posso dizer que um crente é igualzinho a mim, um ateu.

    Ele não acredita nos deuses dos outros e nem eu.

    ResponderExcluir
  5. Anônimo12:35 PM

    E as crentes do cu quente? São as piores... pregam na igreja e são pregadas na calada da noite...

    ResponderExcluir
  6. PELO AMOR DE DEUS;;;;BARBARIDADES VCS ESTÃO ESTRAGANDO O POST....NÃO ESTÃO FALANDO NADA COM NADA.

    RODRIGO CONTO CONTIGO NA ARGUMENTAÇÃO PARA ESTES ANONIMOS, AO INVÉS DE USAR PARA APRENDIZADO E DESENVOLVIMENTO DA RAZÃO, CONTINUÃO USANDO PARA IGNORANCIA E PRAGA RELIGIOSA...........

    ABRAÇOS.

    ResponderExcluir
  7. Anônimo1:58 PM

    Xiii... Nervosas na área.

    ResponderExcluir
  8. Anônimo1:59 PM

    Aliás, seja mais educada e não use maiúsculas.

    ResponderExcluir
  9. Anônimo2:43 PM

    Pelo amor de Deus;;;;Barbaridades vcs estão estragando o post....Não estão Falando nada com nada.

    Rodrigo conto contigo na argumentação para estes anônimos, ao invés de usar para aprendizado e desenvolvimento da razão, Eles continua usando para ignorância e praga religiosa.


    ABRAÇOS.

    Caro anônimo não estou com um pingo de raiva.
    E muito obrigado pela critica da minha escrita em maiúsculo. Não queria faltar com a educação.

    ResponderExcluir
  10. Eu acho que o povo ta escrevendo essas coisas pq esse debate sobre religião tá meio esgotado... Até o Mino Carta tão citando...

    ResponderExcluir
  11. Anônimo3:14 PM

    Esse tema religião é espinhoso. Entretanto quando o assunto é criacionismo dá até uma certa revolta. Não deixem de dar uma olhada no meu blog sobre isso:

    A Insensatez do Criacionismo

    ResponderExcluir
  12. Anônimo3:23 PM

    Eu diria que desde os primórdios, logo depois que os homens inventam seus deuses, por medos, angústias ou incertezas inexplicáveis, sempre surgem os picaretas que montam as estruturas que possibilitam a exploração dessas fraquezas. A essa exploração, dá-se o nome de religião.

    As análises de Hume seriam perfeitas se, de certa forma, ele não desvinculasse deuses de religiões. Não há nenhuma religião sem pelo menos um deus, mas há muitos que têm um deus sem religião. Uma coisa é fé e outra é crença: a fé é quando você acredita em algo e a crença é quando os outros te fazem acreditar.

    A troco de, pelo menos, um critério, dizem que Sidartha era ateu, daí o budismo não pregar deísmos e não ser considerado, por muitos, uma religião e sim uma “filosofia de vida”.

    ResponderExcluir
  13. Anônimo3:29 PM

    A que ponto quremos chegar nessa discussão? Que quem é religioso é idiota? Quem acredita em Deus é de mentalidade fraca? Isso aqui ja ta parecendo blog de comunista. Isso tudo por causa do Olavo de Carvalho!

    ResponderExcluir
  14. Anônimo3:43 PM

    E desde quando os comunistas não acreditam em deuses? Aldo Rebelo é o maior puxador de novenas da paróquia, além de ter Marx, Trotsky, Lenin, Stalin e outros no mesmo patamar do seu deus católico.

    Outra coisa, quem acredita em deuses não tem necessariamente uma mentalidade fraca, mas está a um passo.

    ResponderExcluir
  15. Anônimo3:48 PM

    Ô Anonimo, quem não controla suas emoções e não age com a razão é mais idiota ainda, acho que vc não está com a mente muito boa.

    Parece que estár com algum problema e quer descontar nas pessoas seja mais coerente.

    Fica em Paz.

    ResponderExcluir
  16. Anônimo3:48 PM

    Eu até ia esquecendo. Olavo não acredita em deus: ele acha que é.

    ResponderExcluir
  17. Anônimo3:52 PM

    Primeiro, eu sou Antônimo, e não anônimo. Depois quem é que está descontrolado aqui? E quem falou em idiotice? E quem quer descontar alguma coisa a não ser um cheque pré-datado?

    ResponderExcluir
  18. Anônimo4:06 PM

    Eu esqueci do quesito coerência: quando é que eu fui incoerente?

    E eu também estou em paz, mas muito obrigado, de qualquer maneira. Aliás você sabe que ateus podem ser tão ou mais caridosos, pacientes ou tolerantes do que os deístas?

    Se eu lhe desejar paz, pode acreditar que o desejo é sincero, porque sou eu quem o desejo, ao passo que a paz que você me deseja é hipócrita e não passa de um temor por ser castigado por deus. Leia o post do Rodrigo e, se conseguir entender, você vai me dar razão.

    ResponderExcluir
  19. Anônimo7:48 PM

    Já que está sendo dito de tudo aqui, deixem-me dizer o seguinte:
    Costumamos pensar que somos a mesma pessoa que éramos 5 anos atrás. Apesar de termos mudado em muitos aspectos, a mesma pessoa está presente tal como estava presente no passado. Podemos começar a pensar sobre os aspectos que se podem alterar sem que o próprio (indivíduo) subjacente mude. Hume, no entanto, nega que exista uma distinção entre os vários aspectos de uma pessoa e o indivíduo misterioso que supostamente transporta todas estas características.

    Porque no fundo, como Hume afirma, quando se começa a introspecção, notamos um grupo de pensamentos e sentimentos e percepções e tudo isso, mas nunca nos apercebemos de uma substância à qual possamos chamar "o Eu". Por isso, tanto quanto podemos dizer, conclui Hume, não há nada relativamente ao Eu que esteja acima de um grande pacote de percepções transitórias. De notar que, na perspectiva de Hume, não há nada ao qual estas percepções pertencem. Pelo contrário, Hume compara a alma ao povo de uma nação (commonwealth), que retém a sua identidade não em virtude de uma substância básica permanente, mas que é composto de muitos elementos relacionados mas em permanente mutação. A questão da identidade pessoal torna-se assim uma questão de caracterizar a coesão frouxa da experiência pessoal vivida. (Notar que no Appendix do tratado, Hume diz misteriosamente que ele estava insatisfeito com o seu julgamento do Eu, sem no entanto ter regressado a esta questão.

    ResponderExcluir
  20. Anônimo8:07 PM

    ANÔNIMO E ANTÔNIMO

    Não é possível, minha gente! Vocês ainda continuam brigando? E agora, vocês estão quase iguais, a única diferença entre vocês é um simples T.

    Parem com isso, meninos! Vamos fazer as pazes, vamos? Anônimo, dá um aperto de mão no Antônimo. Antônimo, dá um sorriso para o Anônimo. ... Isso! Muito bem! ... Agora um sorriso! ... Muito bom! Assim é que é bonito! Todo mundo em paz!

    Agora, meninos, vamos falar de coisas interessantes. Vamos mostrar a inteligência, minha gente! Vamos discutir o post do Rodrigo. Sem essa de Carnaval, não é?

    ResponderExcluir
  21. Anônimo1:15 PM

    Constantino,

    Leia: "(...) No fim do século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche afirmou que Deus estava morto. Nietzsche quis dizer que a fé religiosa em um Ser Supremo, junto com a encarnação institucional dessa fé, não era mais uma força motivacional na vida das pessoas.

    Ao mesmo tempo, o pensamento socialista, inspirado por Karl Marx, apareceu nas discussões públicas. O socialismo demanda controle político e coletivo sobre a produção e as trocas como medida para solucionar todos os problemas sociais e necessidades espirituais. À medida que o poder da Igreja minguava, a liberdade individual foi deliberadamente renegada pela transferência da autoridade de Deus para o Estado. O sentimento expresso no antigo hino religioso “God Will Take Care of You” [Deus cuidará de você] foi transformado em “O Estado cuidará de você”. O Estado simplesmente substituiu Deus, como um pai adotivo (...)."

    Restaurando o espírito do liberalismo, por James Buchanan.

    http://www.ordemlivre.org/?q=node/87

    ResponderExcluir
  22. Anônimo3:15 AM

    Rodrigo, gosto de seus artigos sobre política e economia. Dê preferência a estes assuntos, mesmo parecendo monolítico.

    Não sou cristão, nem místico nem nada, sou agnóstico e cético.
    Mas você diz muita merda quando resolve dar "pitacos" sobre assuntos que não são sua especialidade.

    ResponderExcluir
  23. Anônimo12:06 PM

    Saturno,

    "as você diz muita merda quando resolve dar "pitacos" sobre assuntos que não são sua especialidade."

    Os "pitacos" não são dele mas de Hume, estúpido. Leia o post antes de excretar pseudo opiniões.

    ResponderExcluir
  24. Anônimo12:26 AM

    Luciovaz,

    Os textos são os seguintes:

    "O ímpio é soberbo,jamais investiga.'Deus não existe!'-é tudo o que pensa." SALMOS 10.4


    "Diz o insensato no seu coração:'Deus não existe!'.Suas ações são corronpidas e abomináveis.Ninguém age bem." SALMOS 14.1

    Entre outros.

    Que você nunca enverede por esse caminho,cujo fim é trevas eternas.

    Que O Senhor Jesus te abençoe!

    Leo

    ResponderExcluir
  25. Anônimo12:37 PM

    Aos que sugerem ao Rodrigo mudar de assunto, dedicar-se exclusivamente à economia, eu digo que é inútil. É como ficar entre a cruz e a espada: a religião atrai tantos fanáticos quanto a economia. Os dogmáticos de esquerdas, direitas, céus e infernos nunca vão parar de dizer besteiras.

    ResponderExcluir
  26. Anônimo8:53 PM

    Os macacos que tentam pegar as bananas sao mais inteligentes do que voce...

    Voce me forneceu otimas risadas esta noite. Continue com seu otimo trabalho humoristico.

    aeuhauehau

    ResponderExcluir
  27. Anônimo10:16 PM

    Apesar de mais velho que o dono do blog e depois de muita leitura afirmo que muito aprendo neste lugar e tenho grande inveja ( no bom sentido) de sua capacidade. Muito obrigado!

    ResponderExcluir
  28. Anônimo2:55 PM

    Rodrigo, como admirador de seus textos sobre economia, gostaria de deixar-lhe uma sugestão: pare de falar besteiras sobre o que não sabe (religião) e escreva sobre o que sabe : liberalismo, economia e anti-comunismo.

    ResponderExcluir
  29. Anônimo9:57 PM

    Saturno e Anônimo (8:55 AM)

    Uma forma de aprender um assunto com profundidade é discutí-lo com quem sabe e com quem não sabe, também. Se você entende de religião, está convidado a nos dar as suas contribuições.

    ResponderExcluir
  30. Anônimo9:11 AM

    Veja postura Papal dos espécimes Triássicos acima: "Não ouse falar de Religião! Você não conhece o assunto."

    Conhecimento religoso é uma contradição de termos: a religião materializa conhecimento do nada e, desta forma, uma mínima capacidade cognitiva é o suficiente para falar sobre o assunto. Uma criança de 5 anos que entende "João e o Pé de Feijão" está perfeitamente apta a falar sobre religião e outros tipos de fábulas.

    ResponderExcluir
  31. Anônimo2:15 PM

    Este comentário foi removido por um administrador do blog.

    ResponderExcluir
  32. Anônimo2:44 PM

    Rodrigo, apaga o comentário das 9:15! O blog está ficando uma baixaria, daqui a pouco não volto mais aqui!

    ResponderExcluir
  33. Ops! Eu nem tinha visto.

    Já foi apagado.

    ResponderExcluir
  34. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  35. NÃO CONSIGO, MESMO TENTANDO, LIGAR RELIGIÕES COM DEUS, JESUS CRISTO, APÓSTOLOS, ETC.

    ResponderExcluir
  36. Rodrigo, atualmente não consigo estabelecer nenhuma relação entre as religiões, igrejas, com Deus, Jesus Cristo, Apóstolos, etc.

    Acredito que as religiões representam instrumentos para controlar massas usando como pano de fundo os textos bíblicos e suas diferentes traduções.

    Leio umas dessas traduçoes e até o momento não encontrei nenhuma passagem onde Jesus recomenda esta ou aquela religião. A única recomendação Dele é a PRÁTICA do AMOR UNIVERSAL e não o amor antropormófico.

    A união entre a criatura e o Criador na minha opinião é um forum íntimo.
    valeu?

    ResponderExcluir
  37. Olá, joão boscosc, Tudo bem?
    Sua frase: A união entre a criatura e o Criador na minha opinião é um forum íntimo.
    valeu?
    - Sim; é o que está valendo. As pessoas ainda não sabem que "Igreja de Yeshua (Messias) é a própria pessoa; Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
    (I Corintios 3:16).Eu já fui visitada por Ele, e posso afirmar isso.

    ResponderExcluir