Rodrigo Constantino
“A maior parte das vantagens da vida social, especialmente em suas formas mais avançadas que chamamos ‘civilização’, depende do fato de que o indivíduo se beneficia de maior conhecimento do que ele está ciente.” (Hayek)
O economista da Escola Austríaca, F. A. Hayek, escreveu um livro onde expõe aquele que seria o erro fatal do socialismo, seu grande equívoco intelectual. Em The Fatal Conceit, ele mostra que a arrogante idéia de que os homens podem moldar o mundo de acordo com suas vontades levou a experimentos sociais catastróficos. Hayek sustenta que nossa civilização depende de uma extensa ordem de cooperação humana voluntária para seu avanço ou mesmo preservação. Abandonar esta ordem de mercado para adotar a moral socialista seria destruir a civilização e empobrecer a humanidade.
Hayek é um defensor da razão, e justamente por isso entende que mesmo a razão humana tem seus limites. Através da nossa própria razão, podemos entender que a ordem gerada sem um design arquitetado pode superar e muito os planos elaborados conscientemente pelos homens. O socialismo, com a idéia de planejamento central, parte da ingênua visão de que a “racionalidade” humana pode desenhar a sociedade “perfeita”, aquilo que Hayek chamou de “racionalismo construtivista”. O ponto de partida de Hayek é o insight do filósofo David Hume, de que as regras da moralidade não são conclusões da nossa razão. Para Hayek, há um processo evolutivo da moralidade, e ela não seria nem instintiva, nem criação da razão, mas algo entre ambos. Em nome da razão, os socialistas acabam a destruindo!
Adam Smith já teria percebido que a ordem de cooperação humana havia excedido os limites de nosso conhecimento, usando a metáfora da “mão invisível” para descrever esse padrão indeterminado. O conhecimento humano é disperso, e todos nós utilizamos os serviços de pessoas que não conhecemos, ou que nem mesmo sabemos da existência. A ordem extensa de cooperação é impessoal nesse sentido, e graças a ela podemos desfrutar de muito mais conforto do que na organização tribal. Se fosse preciso depender do altruísmo, as trocas seriam bem mais limitadas, e a pobreza geral seria o resultado. Muito daquilo que o homem faz de positivo nessa ordem extensa não depende dele ser naturalmente bom e objetivar tais resultados. São conseqüências involuntárias de seus atos individualistas, que geram externalidades positivas.
A gradual substituição das respostas inatas pelas regras aprendidas foi distinguindo o homem de outros animais, mas a propensão à ação instintiva de massa foi mantida como uma das características humanas. Os limites a essas respostas inatas, que são culturalmente determinados, foram a mudança decisiva do animal para o homem, segundo Hayek. A capacidade de ir aprendendo uns com os outros por imitação foi fundamental. A competição foi crucial para o processo de novas descobertas. A evolução se deu através de um processo de tentativa e erro, por experimentações constantes nas diferentes áreas. Logo, por esta visão de evolução cultural defendida por Hayek, foram as regras bem sucedidas que nos selecionaram, e não o contrário.
Quem deseja derrubar as regras é que tem o ônus da prova de mostrar os benefícios das reformas. Hume já dizia que “todos os planos de governo que implicam uma grande reforma dos costumes da sociedade são totalmente imaginários”. Os “engenheiros sociais” aprenderam the hard way que não é possível brincar impunemente com a ordem espontânea vigente. Podemos pensar não apenas nas desgraças comunistas, mas na fracassada tentativa de se adotar uma linguagem “racionalmente” superior. O Esperanto foi uma construção desta natureza, como se uma nova língua pudesse ser criada de repente, por algumas mentes brilhantes, e substituir eficientemente as línguas criadas e adotadas espontaneamente.
A evolução cultural é um processo de contínua adaptação a eventos não previstos. Essa é uma das razões pelas quais não podemos racionalmente prever e controlar o futuro da evolução. Pensadores como Marx e Comte, que assumiram ser possível descobrir as leis da evolução e prever os desenvolvimentos futuros inevitáveis, estavam simplesmente errados. Como lembra Hayek, não só toda a evolução depende da competição; a competição contínua é necessária até mesmo para preservar as conquistas existentes. Para essa competição exercer seu papel, o direito de propriedade privada e a liberdade de trocas são fundamentais. O governo, historicamente, quando tentou controlar esse processo espontâneo, criou inúmeras barreiras para ele, prejudicando seu povo.
Para os ingênuos que podem conceber uma ordem apenas como o produto de um arranjo deliberado, pode parecer absurdo que a descentralização das decisões possa gerar uma ordem mais eficiente. Mas é justamente o que acontece. Essa descentralização leva ao melhor uso da informação, que é dispersa. Eis a principal razão, segundo Hayek, para rejeitarmos as premissas do racionalismo construtivista, que pretende desenhar uma nova ordem de cima para baixo.
O livre mercado é o único meio conhecido para permitir que os indivíduos julguem vantagens comparativas de usos diferentes dos recursos escassos, e o mecanismo de preços livres é crucial para isso. A preocupação com o lucro é apenas o que torna possível o mais eficiente uso dos recursos. O desprezo pelo lucro é fruto da ignorância. Nenhuma autoridade pode agregar esse conhecimento disperso. As tentativas de intervenção nessa ordem espontânea raramente resultam em algo próximo daquilo que os interventores desejavam. Isso ocorre justamente porque há muito mais informação no “mercado” do que aquela disponível para esses interventores.
Em suma, a extensa ordem espontânea que chamamos capitalismo de livre mercado não pode ser substituída sem nefastas conseqüências por um planejamento centralizado, por uma construção “racional” de cima para baixo. Aqueles que assim desejam estão sendo vítimas do que Hayek chamou de “a arrogância fatal”. Infelizmente, esta arrogância é mesmo fatal, para milhões de cobaias de tais experimentos “científicos”. Como antídoto, devemos usar a própria razão humana para compreender seus limites e, portanto, adotar uma postura bem mais humilde diante dessa grande ordem de cooperação espontânea que é o livre mercado.
“A maior parte das vantagens da vida social, especialmente em suas formas mais avançadas que chamamos ‘civilização’, depende do fato de que o indivíduo se beneficia de maior conhecimento do que ele está ciente.” (Hayek)
O economista da Escola Austríaca, F. A. Hayek, escreveu um livro onde expõe aquele que seria o erro fatal do socialismo, seu grande equívoco intelectual. Em The Fatal Conceit, ele mostra que a arrogante idéia de que os homens podem moldar o mundo de acordo com suas vontades levou a experimentos sociais catastróficos. Hayek sustenta que nossa civilização depende de uma extensa ordem de cooperação humana voluntária para seu avanço ou mesmo preservação. Abandonar esta ordem de mercado para adotar a moral socialista seria destruir a civilização e empobrecer a humanidade.
Hayek é um defensor da razão, e justamente por isso entende que mesmo a razão humana tem seus limites. Através da nossa própria razão, podemos entender que a ordem gerada sem um design arquitetado pode superar e muito os planos elaborados conscientemente pelos homens. O socialismo, com a idéia de planejamento central, parte da ingênua visão de que a “racionalidade” humana pode desenhar a sociedade “perfeita”, aquilo que Hayek chamou de “racionalismo construtivista”. O ponto de partida de Hayek é o insight do filósofo David Hume, de que as regras da moralidade não são conclusões da nossa razão. Para Hayek, há um processo evolutivo da moralidade, e ela não seria nem instintiva, nem criação da razão, mas algo entre ambos. Em nome da razão, os socialistas acabam a destruindo!
Adam Smith já teria percebido que a ordem de cooperação humana havia excedido os limites de nosso conhecimento, usando a metáfora da “mão invisível” para descrever esse padrão indeterminado. O conhecimento humano é disperso, e todos nós utilizamos os serviços de pessoas que não conhecemos, ou que nem mesmo sabemos da existência. A ordem extensa de cooperação é impessoal nesse sentido, e graças a ela podemos desfrutar de muito mais conforto do que na organização tribal. Se fosse preciso depender do altruísmo, as trocas seriam bem mais limitadas, e a pobreza geral seria o resultado. Muito daquilo que o homem faz de positivo nessa ordem extensa não depende dele ser naturalmente bom e objetivar tais resultados. São conseqüências involuntárias de seus atos individualistas, que geram externalidades positivas.
A gradual substituição das respostas inatas pelas regras aprendidas foi distinguindo o homem de outros animais, mas a propensão à ação instintiva de massa foi mantida como uma das características humanas. Os limites a essas respostas inatas, que são culturalmente determinados, foram a mudança decisiva do animal para o homem, segundo Hayek. A capacidade de ir aprendendo uns com os outros por imitação foi fundamental. A competição foi crucial para o processo de novas descobertas. A evolução se deu através de um processo de tentativa e erro, por experimentações constantes nas diferentes áreas. Logo, por esta visão de evolução cultural defendida por Hayek, foram as regras bem sucedidas que nos selecionaram, e não o contrário.
Quem deseja derrubar as regras é que tem o ônus da prova de mostrar os benefícios das reformas. Hume já dizia que “todos os planos de governo que implicam uma grande reforma dos costumes da sociedade são totalmente imaginários”. Os “engenheiros sociais” aprenderam the hard way que não é possível brincar impunemente com a ordem espontânea vigente. Podemos pensar não apenas nas desgraças comunistas, mas na fracassada tentativa de se adotar uma linguagem “racionalmente” superior. O Esperanto foi uma construção desta natureza, como se uma nova língua pudesse ser criada de repente, por algumas mentes brilhantes, e substituir eficientemente as línguas criadas e adotadas espontaneamente.
A evolução cultural é um processo de contínua adaptação a eventos não previstos. Essa é uma das razões pelas quais não podemos racionalmente prever e controlar o futuro da evolução. Pensadores como Marx e Comte, que assumiram ser possível descobrir as leis da evolução e prever os desenvolvimentos futuros inevitáveis, estavam simplesmente errados. Como lembra Hayek, não só toda a evolução depende da competição; a competição contínua é necessária até mesmo para preservar as conquistas existentes. Para essa competição exercer seu papel, o direito de propriedade privada e a liberdade de trocas são fundamentais. O governo, historicamente, quando tentou controlar esse processo espontâneo, criou inúmeras barreiras para ele, prejudicando seu povo.
Para os ingênuos que podem conceber uma ordem apenas como o produto de um arranjo deliberado, pode parecer absurdo que a descentralização das decisões possa gerar uma ordem mais eficiente. Mas é justamente o que acontece. Essa descentralização leva ao melhor uso da informação, que é dispersa. Eis a principal razão, segundo Hayek, para rejeitarmos as premissas do racionalismo construtivista, que pretende desenhar uma nova ordem de cima para baixo.
O livre mercado é o único meio conhecido para permitir que os indivíduos julguem vantagens comparativas de usos diferentes dos recursos escassos, e o mecanismo de preços livres é crucial para isso. A preocupação com o lucro é apenas o que torna possível o mais eficiente uso dos recursos. O desprezo pelo lucro é fruto da ignorância. Nenhuma autoridade pode agregar esse conhecimento disperso. As tentativas de intervenção nessa ordem espontânea raramente resultam em algo próximo daquilo que os interventores desejavam. Isso ocorre justamente porque há muito mais informação no “mercado” do que aquela disponível para esses interventores.
Em suma, a extensa ordem espontânea que chamamos capitalismo de livre mercado não pode ser substituída sem nefastas conseqüências por um planejamento centralizado, por uma construção “racional” de cima para baixo. Aqueles que assim desejam estão sendo vítimas do que Hayek chamou de “a arrogância fatal”. Infelizmente, esta arrogância é mesmo fatal, para milhões de cobaias de tais experimentos “científicos”. Como antídoto, devemos usar a própria razão humana para compreender seus limites e, portanto, adotar uma postura bem mais humilde diante dessa grande ordem de cooperação espontânea que é o livre mercado.
Lucro é a remuneração do trabalho.
ResponderExcluirUm biscateiro vive de lucro.
Um artesão vive do lucro, compra material e produz um bem para vender com lucro.
Um assalariado para fazer jus a remuneração do seu trabalho tem custos. O salário menos os custos para execer sua função/trabalho é o lucro líquido.
Ou seja, se não houver lucro o trabalho vale zero.
O empreendedor tem lucro por seu trabalho intelectual e físico.
Todo valor decorre do trabalho, mas nem todo trabalho tem o mesmo valor. Abaixar e pegar um diamante no chão é trabalho. Um infimo trabalho. Pois alguém pode contratar outro para catar cascalhos no chão, e isso será um trabalho.
O valor do trabalho é subjetivo tal qual o valor do bem produzido pelo trabalho (o bem decorre do trabalho, logo o valor do bem é o valor do trabalho para disponibiliza-lo).
Há os investimentos que compõem o custo do produto. Por exemplo um engenheiro ou médico tem um grande trabalho intelectual e físico a fim de obter o "insumo" para produzir algo. Esse tempo, custo e esforço são investimentos que se pretende recuperar. É impossível analisar precisamente o rateio de tal investimento para se chegar a um imbecil "valor verdadeiro" da produção de um médico ou etc.. Portanto, Marx era um imbeciul politiqueiro que falava asneiras que não saberia explicar - e não explicou.
Quanto seria a vida produtiva de um profissional para se calcular o rateio de seu investimento? ...se ele morresse ates do prazo ou muito depois como se resolveria a questão? ...Marx e os marxistas são imbecis!
Toda a farofa marxista é um amontoado de asneiras mal pensadas, feitas sob medida para enganar imbecis ou para servirem de pretexto para fins inconfessáveis.
Um marxista ou é burro até a demência ou é um safado patológico. É impossivel a um ser saudável cair no besteirol marxista.
...É muita asneira junta, muita contradição.
Ah! a razão tem limites sim, mas não é o caso da moral. Onde, neste caso, se diz razão se está confundindo com consciência dos atos.
Muitas coisas que fazemos não raciocinamos conscientemente para faze-las. São um tanto automáticas, mas isso não quer dizer que sejam irracionais.
Subconscientemente podemos entender certas coisas sem conseguir expressar tal entendimento. Há julgamentos que escapam a consciência, mas não avessos a razão.
No caso da moral é possível que se entenda que algo é errado ou certo sem contudo saber expor a teoria que o fundamenta. São julgamentos subconscientes.
Quando respondemos a estímulos nem sempre há reflexões conscientes, muitas vezes não há tempo para reflexões conscientes e atua-se por reflexo, condicionado ou não, pelo fato de não haver tempo para o uso de palavras para compor reflexões conscientes. O subconsciente não usa palavras daí que não se percebe seu trabalho.
Abraços
C. Mouro
Não ficou bem claro o que eu disse mas... fui mal...
ResponderExcluir...!
Muito bom Constantino, agora você se superou.
ResponderExcluirRodrigo, indicamos o seu blog para receber o prêmio 11 de abril criado para distinguir blogs que lutam pela liberdade.
ResponderExcluirAssim, quando der passe lá n'O Copista e pegue seu prêmio.
Aproveite e entregue também o prêmio 1(um) de abril para ele.
ResponderExcluirMouro,
ResponderExcluirAyn Rand deixou bem claro em um dos seus artigos que "Aquele que não tem direito aos frutos do seu trabalho é um escravo."
A palhaçada Marxista se baseia no fato de que todos devem se unir em torno de um unico proposito: o bem da sociedade e eu desenvolvimento.
Outro erro é que as besteiras se baseiam numa mentira de que o Capitalista tirou o trabalhador do campo onde ele era feliz e o colocou numa fabrica, onde passou a ser explorado.
Pregaçoes de salvaçao e desenvolvimento somente servem para colocar ditadores no poder. o resultado é sempre terrivel.
...eu ainda vou ler A. Rand, quanto mais me dizem sobre o que escreveu, mais tenho vontade de ler. Estou protelando, mas não vou resistir muito mais.
ResponderExcluirÉ pura perfeição:
"Aquele que não tem direito aos frutos do seu trabalho é um escravo"
...e os governos se dão o direito legal, NUNCA O DIREITO LEGITIMO, de usurpar aquilo que os súditos conseguem com próprio trabalho, além de por vezes imporem o que se pode cobrar pelo próprio trabalho.
E tem mais uma coisa para reforçar, quando alguém usufrui do trabalho alheio do alheio extraido por ameaça de força, é a prova cabal de que aquele que produz e é usurpado, forçado a ceder seu trabalho ou frutos deste, é um escravo.
Aliás, os mesários obrigados a trabalhar nas eleições demonstram o mais claro uso da servião em benefico do Estado/governo, bem como o serviço militar obrigatório é escravidão, independente da pifia remuneração.
Abraço
C. Mouro