terça-feira, setembro 30, 2008

A Língua de Lula



Rodrigo Constantino

O presidente Lula assina lei que faz várias alterações na língua portuguesa. Trata-se do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, um decreto que prevê a padronização ortográfica entre os países de língua portuguesa. Nada contra mudanças na língua. Mas surge uma pergunta: Por que a última palavra sobre nossa língua deve ser dada por um semi-analfabeto?

Não me venham com a desculpa esfarrapada de que o "pobre" operário não teve oportunidade de estudar. Ele teve tempo de sobra para tanto, ficando anos sem trabalhar. Muita gente mais pobre subiu na vida por mérito próprio, trabalhando duro na iniciativa privada, em vez de parasitar nas tetas estatais.

Além disso, é bom chamar a atenção para a arrogância dos reformadores, que não entendem que línguas são formadas de baixo pra cima, tentativa e erro, por uma ordem espontânea. Quando tentam criar a língua "perfeita", idealizada por “iluminados” e imposta de cima para baixo, não costuma funcionar. Vide o fiasco do Esperanto.

Em relação à língua portuguesa, o melhor que o presidente Lula poderia fazer, em vez de assinar decreto para alterá-la, é aprender aquela já existente. Ao menos seria bom para nossos ouvidos...

9 comentários:

  1. Resposta: simplesmente porque ele é o presidente.independente de ser semi-analfabeto, e aceite a verdade;não vivemos em uma democracia.

    E só para lembrar: qual foi o melhor presidente dos Estados Unidos, senão também um analfabeto?

    Sorrento Barão Neves

    ResponderExcluir
  2. Isso prova a tendência lusófona à burocracia. Portugal deixou uma triste herança a suas colônias: a crença de que se pode mudar tudo -- desde o preço do pãozinho ao trema de "lingüiça" -- através de uma canetada. Vejam se os britânicos e americanos tentaram algo semelhante. Nem pela ausência do controle central, a atualidade do inglês está contestada.
    A língua, como o mercado, é dinâmica. Não deve estar sujeita aos decretos de burocratas analfabetos, mas sim de seus legítimos donos: escritores e leitores.

    ResponderExcluir
  3. Mas surge uma pergunta: Por que a última palavra sobre nossa língua deve ser dada por um semi-analfabeto?

    Por que ele é o representante eleito do país, e que aliás não é semi-analfabeto.

    Sobre o resto do que escreveu:

    Primeiro de tudo a atualização nas normas gramaticais é algo normal, se não concorda volte a escrever farmácia com PH.

    Segundo, não tem arrogância nenhuma no trabalho dos reformadores, a enorme maior parte das mudanças é simplesmente uma atualização da lingua falada para a norma culta, o que fura seu argumento de "imposição de cima para baixo".

    Terceiro, se não existir normatização quanto a língua, vestibulares e concursos públicos se tornariam um inferno, com batalhas judiciais palavra a palavra contestando a grafia usada nas redações.

    ResponderExcluir
  4. "Por que ele é o representante eleito do país, e que aliás não é semi-analfabeto."

    Até que enfim concordo com o Mauricio. Dizer que o Presidente é um semi-analfabeto é uma grande sacanagem com os verdadeiros semi-analfabetos.

    Um pais onde a maioria esmagadora é de anafabetos funcionais, só poderia eleger um analfabeto, só que neste caso nada funcional.

    ResponderExcluir
  5. Complementando o Maurício:

    Quarto: o Esperanto não é uma língua imposta de cima para baixo, nenhum governo a tem apoiado ao longo de sua história. Sua divulgação tem sido feita sem interferência estatal, movida pela livre iniciativa de quantos acreditam na possibilidade de,um dia, as pessoas aprenderem uma língua extremamente fácil que contribua para a comunicação entre as diferentes nações. Uma língua para ser aprendida paralelamente com a língua materna, para facilitar o entendimento internacional. Seria algo como a linguagem das notas musicais. Um sistema de escrita de sons que foi inventado pelo homem e que possibilita aos músicos de todos os recantos do planeta se comunicarem uns com os outros. É verdade que nem todo músico lê partituras, pois também existem analfabetos e semi-analfabetos musicais. Ninguém diz que a partitura é um fiasco porque muitos músicos não sabem como lê-las. Lamenta-se a ignorância musical... Do mesmo modo, em relação ao Esperanto. Hoje, uma imensa quantidade de pessoas do mundo inteiro já se comunica regularmente utilizando esta língua.

    ResponderExcluir
  6. o Esperanto não é uma língua imposta de cima para baixo

    Ahan, intelectuais são do povão...

    ResponderExcluir
  7. "Hoje, uma imensa quantidade de pessoas do mundo inteiro já se comunica regularmente utilizando esta língua."

    Uau! Cerca de 3 milhões de pessoas, num planeta com 6,7 bilhões! E isso depois de anos e anos, muitos anos, com intelectuais apostando no sucesso do Esperanto. Um retumbante fracasso, isso sim! E por que? Porque a língua também obedece a tal ordem espontânea. Por isso o inglês foi adotado, não o Esperanto.

    Rodrigo

    ResponderExcluir
  8. E mesmo assim fura tudo que você escreveu nesse seu "artigo" ...

    ResponderExcluir
  9. [i]Porque a língua também obedece a tal ordem espontânea. Por isso o inglês foi adotado, não o Esperanto.[/i]

    Comece a aprender Mandarim ...

    ResponderExcluir