sexta-feira, julho 31, 2009

Parabéns, Friedman!



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Há 97 anos, no dia 31 de julho de 1912, nascia em Brooklyn Milton Friedman, filho de uma família judia pobre que emigrara da atual Ucrânia. Friedman foi um dos maiores economistas do século XX, e travou uma incansável batalha pela maior liberdade individual. Seus dois livros mais conhecidos são Capitalism and Freedom e Free to Chose, o qual escreveu com sua esposa Rose Friedman, e que foi transformado numa série famosa para a televisão.

Neles, Friedman expõe com objetividade seus pensamentos, sempre defendendo os mercados privados em vez do planejamento central. Ele estava convencido de que a liberdade econômica era uma condição necessária para as liberdades civis. Lutou, portanto, contra a visão paternalista do Estado, lembrando que o governo não é o patrão, mas sim o empregado dos cidadãos. Para os indivíduos livres, o país é um somatório de indivíduos, não algo acima deles. A maior ameaça à liberdade seria a concentração de poder.

Partindo dessas premissas, Milton Friedman propôs várias medidas concretas, como o fim de subsídios agrícolas, das tarifas de importação, do controle de preços, do salário mínimo, das regulamentações detalhadas das indústrias, do serviço militar compulsório, da proibição das drogas, etc. Ele explicou que no livre mercado as trocas são voluntárias e, portanto, ambas as partes se beneficiam delas, sendo a cooperação a regra básica. Em contrapartida, a intervenção estatal levaria a uma disputa entre as partes, transformando toda negociação de troca numa briga política, fomentando o conflito. O Brasil é um exemplo perfeito para ilustrar esse risco.

Hoje, em nome do Instituto Liberal, eu gostaria de homenagear este grande economista, que estaria completando quase um século de vida se estivesse vivo. Milton Friedman deixou um importante legado intelectual e, além disso, um filho que herdou sua paixão pela liberdade. Parabéns, Friedman!

6 comentários:

  1. Como leitor deste blog e também de Milton Friedman junto minhas loas a esse grande economista.

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  2. Rodrigo

    Você, como economista, poderia falar das discordâncias entre a Escola austriaca (muito mais próxima do liberalismo original) e a Escola de Chicago de Friedman. Pelo que tenho acompanhado, parece que você tende mais para a primeira. Sou leigo mas, intuitivamente, me inclino mais para os austríacos. Gostaria de ter vivido num mundo sem bancos centrais, como era a não tanto tempo.

    Algumas idéias liberais assustam, tendendo quase à anarquia. Sendo um tradicionalista, não gosto de coisas que não tenham sido testadas, e acho que é sempre melhor aprender como os erros dos outros do que com os próprios.

    Acredito que o governo deveria ser proibido totalmente de usar o "imposto inflacionário". Como leigo, estou inclinado a acreditar que as moedas de curso forçado tem sido um dos piores males econômicos (e políticos).

    Mas há um ponto em comum entre todas as escolas políticas, econômicas e filosóficas do qual discordo totalmente. Não creio no poder humano de unificar o conhecimento totalmente. Eu creio na verdade, mas creio que a estrutura da verdade será, sempre, só parcialmente acessivel à mente humana. Portanto, todos os "princípios gerais" sobre os quais se apoia qualquer filosofia, serão sempre questionáveis, ao menos em parte. Uma filosofia será tanto mais verdadeira, quanto mais restrita (e portanto, menos útil). Por isso, embora eu tenda a me inclinar para a filosofia austríaca (vejo-a como uma filosofia, antes de ser uma escola econômica), não compro o pacote todo de olhos fechados.

    Grato pela atenção

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  3. Aprendiz,

    Procure meu artigo "Viena e Chicago", resenha de um livro de Skousen. Falo disso.

    abraços,

    Rodrigo

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Parabéns Milton Friedman, quando tiver minha casa vou ter um monumento desse cara. Um verdadeiro homen!

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  6. Constantino

    Eu já tinha lido o seu artigo. Na época eu era ainda mais ignorante do que sou agora sobre os austríacos, de forma que pude aproveitar menos do que hoje, na minha releitura. Parece que os austríacos tem mais profundidade filosófica, além de serem mais fiéis ao liberalismo antigo do que o pessoal de Chicago. De qualquer forma, a existência de bancos centrais, incorporada ao pensamento da escola de Chicago, seria considerada um anátema pelos antigos liberais do passado. Possivelmente, eles é que estavam certos.

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