sexta-feira, julho 03, 2009

Tudo pelo Poder



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Entre uma viagem e outra, o presidente Lula aproveitou para focar em duas coisas: demandar um novo reajuste ao Bolsa Família; e pressionar o PT para que defenda Sarney. Em ambos os casos, a retórica usada serve para mascarar a única meta do presidente e seus asseclas: manter o poder a qualquer custo.

No primeiro caso, o presidente usa um discurso “altruísta”, como se estivesse realmente preocupado com os pobres. Qualquer um minimamente atento sabe que o Bolsa Família não passa de um esquema gigantesco de compra de votos. Trata-se de uma esmola bilionária, usando o dinheiro dos impostos para manter os mais pobres dependentes do governo. Não se deseja ensinar a pescar, mas dar o peixe a cada ano, sob a ameaça de que o fornecimento será interrompido caso o PT saia do poder. Como o cão não morde a mão que o alimenta, os famintos balançam o rabo, prontos para acatar qualquer comando do “dono” da ração.

Qualquer programa sério de redução de miséria teria enorme preocupação com a estratégia de saída, em vez de celebrar seu constante aumento. O Bolsa Família deve chegar a R$ 12 bilhões de gasto anual em breve, atingindo dezenas de milhões de eleitores. A democracia fica ameaçada quando a máquina estatal é utilizada de forma tão escancarada para beneficiar um partido.

No segundo caso, o presidente dá mais uma “aula” de como fazer política. Depois de beijar a mão de Jader Barbalho, agora é a vez de defender de forma incondicional o maior representante do patrimonialismo nacional. O PT alega defender Sarney em nome da “governabilidade”, mas é mentira, até porque não existem reformas estruturais em pauta. O verdadeiro objetivo são as eleições em 2010, e o PT teme perder o apoio do PMDB a Dilma.

Em resumo, Lula e seu PT fazem o que sempre fizeram: tudo pelo poder. E como disse Churchill: "A diferença entre um estadista e um demagogo é que este decide pensando nas próximas eleições, enquanto aquele decide pensando nas próximas gerações”.

10 comentários:

  1. Rodrigo, a injeção do bolsa família, se não quisermos ver a questão pelo lado social, são um vigoroso tônico para a economia. Você não fala sobre um mercado consumidor que se cria a partir de pouco mais de 10% do PIB? Pois esse novo mercado precisa ser olhado de uma forma menos preconceituosa.

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  2. Everardo, recomendação para vc: Bastiat, aquilo que se vê, aquilo que não se vê.

    Vc AINDA acredita que simplesmente tirar de quem produz e dar para os pobres é uma forma sustentável de "estimular" a economia através do consumo???

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  3. Isso mesmo! Vamos tirar 60%, 70% do dinheiro dos "ricos" e DAR para os pobres. A economia vai girar e automaticamente o "país" fica mais rico - pois é lógico, que se o meu dinheiro ficasse comigo eu não o gastaria, mas na mão do zé 15 filhos ele vira pó rapidinho.

    No mês seguinte é só roubar os "ricos" novamente e assim o zé pode continuar sua vida produtiva, fazendo a economia girar.

    Neste meio tempo os "ricos" deixam o Brasil e o zé aprende a trabalhar. Realmente DAR o meu dinheiro para uma outra pessoa, sem o meu consentimento, é a melhor solução para a economia brasileira.

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  4. O mais triste da história, para nós, é que a luta dos aloprados, e assemelhados, não é para manter o PMDB apoiando um plano de governo, qualquer que seja, mas para impedir que ele os atrapalhe, permitindo, por exemplo, CPIs efetivas.
    Como sempre faz, o PMDB não apoiará Dilma ou Serra em 2010. Apoiar-se-á em quem quer que vença.

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  5. O presidente Lula goza de uma manta mágica com o seu carisma, trajetória de vida, discursos demagogos que fazem a alegria do povo, apoio da "elite intelectual", além de políticas sociais como o bolsa-família.

    Precisamos deixá-lo nu. Expô-lo de maneira crua para poder ver quem é REALMENTE Luís Inácio Lula da Silva.

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  6. Acho que o bolsa família é como fazer a multiplicação dos peixes sem que Jesus tivesse existido. Quanto mais aumenta a miséria mais aumenta a burrice da distribuição de "bolsas alguma coisa". O grande problema é q algum dia alguns muitos terão que arcar com os prejuízos das "bolsas" e pagar por este confisco. Já não bastam os "esqueletos" que estamos bancando há anos? Pelo amor de Deus, ACORDEM! Este asno que nada sabe, nada vê, nada percebe só defende seus próprios interesses.

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  7. A idiosincrásia deste procedimento é que UMA VEZ INICIADA ESTE ASSISTENCIALISMO não dá para sustá-lo. Não em uma democracia de voto. Será preciso mante-lo e até amplia-lo para o proximo governante se manter no poder....se ele for experto.

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  8. Rodrigo, eu penso assim, já que a antiga fórmula de tirar de quem nâo produz para dar aos ricos parce que está esgotada. Alem do mais, eu não acho que o "zé 15 filhos" não produza. Ao contrário, o patrão dele é que se apropria do que ele produz, nesse sistema econômico que quer nos convencer a acreditar que rico paga imposto. Rico devolve parte do que arrecada em nome do Estado. O imposto vem do trabalho, que gera riqueza, e não do capital, que gera concentração de renda.

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  9. O Everardo é um marxista! Em pleno século XXI, ainda tem marxista!!! Gente que acredita em mais-valia, que capital explora trabalho, etc.

    Peça de museu! Vamos manter com todo cuidado ele por aqui...

    Rodrigo

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  10. Obrigado, Rodrigo, pela minha manutenção por aquí. Mas não sou um marxista. Acho que os conceitos filosóficos de Marx não se destinam a transforma-se em conjunturas políticas, mas a referencial (importante) do pensamento político, como considero o pensamento liberal. A nossa realidade conjuntural é muito maior do que todas essas teorias. Em nome do socialismo muitas barbaridades foram cometidas, e considero um erro atribuí-las ao pensamento de Marx. Na mesma proporção de quem atribui a inquisição ao cristianismo. É um erro.

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