Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
A Vitória da Barbárie
Rodrigo Constantino
“Quem poupa o lobo, mata a ovelha.” (Victor Hugo)
A soltura do assassino de João Hélio, o garoto que foi arrastado por vários metros preso ao cinto do carro, desperta revolta em qualquer um que ainda nutre simpatia pelo bom senso. Infelizmente, o bom senso é matéria-prima cada vez mais escassa neste país. Após anos de lavagem cerebral dos sociólogos de esquerda, muitos passaram a acreditar que os criminosos são apenas “vítimas da sociedade”, e que todos podem ser “reabilitados” após um período sócio-educativo. É a visão do “coitadismo” que predomina no país. Balela!
O que está em jogo é um conflito de visões sobre a natureza humana. Para alguns mais românticos, todo ser humano é um anjo em potencial. Filhotes de Rousseau, essas pessoas acham que nascemos puros, e somos corrompidos pela sociedade – como se esta não fosse justamente resultado do que somos. Eles acham que todos merecem uma nova chance – à exceção das suas vítimas fatais, naturalmente. Acham que basta dar carinho e amor, passar a mão na cabeça dos assassinos, que logo eles serão bons samaritanos. Acreditam na elasticidade total da natureza humana. Somos páginas em branco aguardando lindas mensagens que serão escritas pelos “engenheiros sociais”.
A partir desta premissa, claramente utópica, essas pessoas costumam defender uma postura bem mais branda com assassinos, principalmente se forem novos. Marmanjos com quase 18 anos, que já podem votar desde os 16, passam a ser tratados como crianças indefesas e inimputáveis quando praticam os crimes mais horrendos. Na época das eleições, voltam a ser adultos responsáveis, capazes de escolher o próximo governante – é mais fácil conquistar pelas emoções os eleitores jovens. Trata-se de uma clara contradição.
Fruto desta mentalidade nasceu o Estatuto da Criança e do Adolescente, repleto de boas intenções. Mas, como os mais realistas sabem, o inferno está cheio de boas intenções. Como constatou Roberto Campos, "com a nossa capacidade de fazer maluquices em nome de boas intenções, criamos uma legislação de menores que é um tremendo estímulo à perversão e ao crime, ao fazê-los inimputáveis até os 18 anos". A crença ingênua de que esses assassinos frios serão reeducados pelo Estado, e passarão a brincar de Lego após um período na Febém, pariu uma legislação monstruosa, que estimula o crime e desrespeita as vítimas inocentes.
Uma visão alternativa de mundo encara o ser humano como um bárbaro em potencial, que precisa ser civilizado. Cada nova geração chega necessitando de freios aos “instintos” mais básicos. O “bom selvagem” de Rousseau nunca existiu de fato. A vida tribal era repleta de guerras, domínio pelo mais forte, disputas sangrentas. Para evitar isso, o papel das instituições, do mecanismo de incentivos, faz-se crucial. Tais pessoas acreditam mais no processo que na capacidade de se criar o “homem novo”. Logo, defendem “trade-offs”, não soluções mágicas. Reconhecem que o império das leis impessoais poderá gerar casos isolados que parecem injustos, mas entendem que esse é o custo a se pagar para preservar a liberdade e a ordem. A punição é vista como principal incentivo contra o crime.
É neste contexto que o ato de colocar em liberdade, e ainda mandar para o exterior o assassino de João Hélio, desperta tanta revolta. A punição legal deve ser condizente com o crime, caso contrário a sensação de impunidade será grande, estimulando o desejo por vingança pessoal. Quando o crime compensa, a civilização sai perdendo. No limite, o resultado pode ser a vitória total da barbárie. Mesmo que este não seja o resultado intencional dos adeptos da visão romântica da natureza humana, é o resultado que eles acabam ajudando a criar. Em defesa da civilização, os criminosos precisam ser duramente punidos, de acordo com a gravidade de seus crimes.
Pena de morte já existe há muito tempo, só que só pro cidadão de bem
ResponderExcluirE outra, sem querer tirar a culpa dos bandidos mas os pais também tem um pouco de culpa, eu nunca criaria meus filhos num lugar como o rio de janeiro
ResponderExcluirPara quem defende "justiça estatal":
ResponderExcluirEste cenário, empresa de justiça faz injustiça(fazer a familia da vitima e todo o resto da pop. pagar hospedagem, tratamentos, comida, e agora presenteá-lo com uma cidadania europeia e uma vida nova) ao invés de justiça(ressarcir a familia da vitima, pagar na mesma moeda) e todos os "clientes" desta empresa continuarem seus "clientes" , pagando pelos seus serrviços, é um cenário que SÓ pode acontecer com a presença estatal. É o pior cenário imaginavel, é o verdadeiro e completo caos.
Seja doença cerebral, escolha pessoal ou DNA, um assassino tem que ser retirado da sociedade PONTO. Quem tem pena de bandido desrespeita suas vítimas. Leiam o meu blog: http://www.opoderprimario.com.br/
ResponderExcluirquero ver em que ponto os esquerdinhas vao começar a defender esse elemento.
ResponderExcluirjá defendi esse ponto anteriormente. O ECA precisa ser revisto e na minha opiniao, a melhor escolha seria deixar o Estatuto da forma que está agora e adicionar apenas uma clausula no final:
"Todo este Estatuto será válido apenas para a primeira transgressão de lei do menor. Após esta, o mesmo deverá ser tratato como adulto."
Outra adição simples que evitaria muitos abusos seria que caso o menor infrator cometesse algum crime considerado hediondo. Seja primário ou não. Que deveria ser julgado como adulto.
ResponderExcluirÉ a perversidade do Bem Comum...
ResponderExcluirPelo visto, a única saída plausível para que a humanidade seja salva está no anarco-capitalismo de Rothbard. O Deus Estado só serve para nos roubar. A sua mais adequada função (que é nos proteger dos criminosos, por ter o monopólio da violência) é justamente a mais negligenciada nos dias de hoje.
Em ruas privadas, com polícias privadas, que realmente desejam proteger os clientes, a barbárie que ocorreu com a criança provavelmente jamais teria acontecido.
É fácil se revoltar, culpar o governo, só que tem outras variáveis nessa história.A esquerda pelo menos só defende a maconha, vcs querem a liberação de TUDO,como se crack, cocaína, etc, tudo liberado não aumentasse as chances de outro lixo humano qualquer fazer a mesma coisa com teu filho(a)
ResponderExcluirNTSR,
ResponderExcluirFinalmente concordo plenamente com seus comentários.
Abs
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ResponderExcluirNTSR:
ResponderExcluirDo jeito que vc fala, até parece que esses bandidos só cometem crimes quando estão chapados...
Não importa se o assassino de João Helio estava ou não drogado ou se estava ou não assaltando para comprar drogas; o fato é que ele cometeu um crime brutal e deveria
ficar preso para sempre, independentemente de sua idade...
Claro que deveria ficar preso, mas depois do crime já feito, pra um pai de que adianta? Eu to falando é do ANTES mesmo, pq pra mim drogas são um risco sim, o dependente químico vai roubar/matar pra sustentar o vício sim, e morar perto desse povo é um risco que pro bem dos meus filhos não vale a pena correr
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ResponderExcluirMas não adianta proibir o uso das drogas...
ResponderExcluirO uso de qualquer droga deveria ser tratado como o uso do álcool: se o cara quer usar, que use, mas o que ele fizer sob efeito das drogas continua sendo de responsabilidade dele...
Aposto que, se proibissem o consumo de álcool, no dia seguinte criminosos estariam fornecendo-o a quem o quisesse, assim como acontece com as drogas... Se há tráfico intenso, é porque há um público consumidor, a despeito de qualquer proibição governamental...
Aliás, isso já aconteceu nos EUA, nos anos 30, e graças a essa proibição Al Capone fez fama e fortuna...
A melhor propaganda que um produto pode ter é sua proibição pelo governo...
'mas o que ele fizer sob efeito das drogas continua sendo de responsabilidade dele...'
ResponderExcluirE daí?Eu que vou pagar o pato do mesmo jeito.Ou pior, eu ou minha família
Se proibir não faz diferença basta ver o lixo que virou a holanda
Talvez com as drogas liberadas e bem baratinho a gente se livre desse tipo de gente rapidinho por overdose.
ResponderExcluirSe eu pudesse distribuia de graça e bem pura para esses porcarias se matarem.
Deixa morrer.
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ResponderExcluirPena esse bandido não ter ido para Suíça como fora noticiado, porque ele acabaria aprontando outras: só que lá, país civilizado, pegaria cana no duro. Pena. Nossa lei estimula o crime.
ResponderExcluirConvertem réu em vítima, resultado dessa visão ideológica e pseudo-romântica da natureza humana, que não cede mesmo quando um sujeito impetra conscientemente ato de tamanha barbárie. Romantismo é prezar pela vida de quem merece reconhecendo que nem todo ser humano é bom – seja ao estado natural seja em sociedade. De modo que há certos limites para tal parecer, como admitir quando se está diante dum jovem, mas psicopata.
Ou será, ainda, tudo isso mais uma confissão de que o sistema correcional brasileiro está falido e nada pode ser feito, senão por nas ruas delinqüentes incorrigíveis? Com a palavra os "sociopatas".
Nas Bíblias (Católica ou Protestante) diz em Provérbios 20:11: "Até a criança se dará a conhecer pelas suas ações, se a sua obra é pura e reta".
ResponderExcluirEntão, tem mais alguma coisa a comentar sobre isto?