Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
terça-feira, abril 06, 2010
Plano Nacional de Doutrinação
Rodrigo Constantino
“Eu nunca deixei a escola interferir na minha educação.” (Mark Twain)
Cerca de três mil pessoas reunidas na I Conferência Nacional de Educação (Conae), em Brasília, aprovaram proposta defendendo que “o Estado deve normatizar, controlar e fiscalizar todas as instituições de ensino sob os mesmos parâmetros e exigências aplicados no setor público”. A reivindicação deve ser incluída no Plano Nacional de Educação (PNE), documento com as principais políticas públicas educacionais dos próximos dez anos.
A idéia dos sindicalistas, professores e representantes de organizações “sociais” é interpretar legalmente a educação como um bem público, cuja oferta pela iniciativa privada deve se dar por meio de concessão. Na prática, trata-se de um controle ainda maior do Estado sobre a vida privada, ferindo inclusive a Constituição, que prevê a livre iniciativa no setor. Os empresários do setor seriam reféns do governo. Os sindicalistas acreditam que o foco na lucratividade afeta a qualidade do ensino. Talvez por isso o ensino público tenha qualidade tão excelente!
Quando a educação é uma concessão pública, surge um evidente problema: qual será a educação oficial do governo? Parece óbvio que este modelo irá incentivar todo tipo de disputa e briga entre grupos de interesse, cada um tentando vencer o “jogo democrático” para impor a sua visão de mundo. Deve a educação pública ter inclinação tradicional ou construtivista? Deve ela ter cunho religioso ou secular? Deve ela adotar a ideologia socialista ou liberal? Quais matérias merecem maior destaque na grade curricular? A uniformização do ensino público irá limitar as alternativas através do domínio de certas características. O burocrata não conta com os incentivos adequados para satisfazer os consumidores, e toda burocracia acaba optando por regras uniformes para evitar transtornos.
Ao contrário disso, o livre mercado é notório por atender todo tipo de demanda. Quanto mais pública for a educação escolar, mais uniforme ela tende a ser, ofuscando as necessidades e desejos das minorias. Basta lembrar que jornais e revistas são um importante aspecto da educação, e existem todos os tipos de linha editorial nesse setor (não por acaso, essas mesmas pessoas que defendem maior controle estatal na educação querem o tal “controle social” da imprensa, censurando a liberdade de expressão). Abolindo a escola pública, o mesmo aconteceria na área de ensino escolar, com um mercado livre fornecendo enorme variedade para os clientes. Caveat Emptor!
A educação, como os demais bens, deve ser ofertada num ambiente de livre concorrência. Quanto menos intervenção estatal, melhor. Cabe aos consumidores decidir o que presta ou não, separar o joio do trigo. A mentalidade arrogante dos burocratas e sindicalistas é a verdadeira inimiga do progresso educacional. Imbuídos da crença de que somente eles sabem qual a melhor forma de educar o povo, eles desejam controlar nos mínimos detalhes a “qualidade” do ensino. Na prática, tudo aquilo que for contra a visão uniforme e medíocre dessa gente “politicamente correta” será visto como inadequado, ainda que exista demanda por parte dos pais. Quem sabe como educar melhor seus filhos: os próprios pais, ou os sindicalistas, políticos e membros de “movimentos sociais”?
Aceitar estas mudanças propostas no Conae significa aproximar o modelo educacional brasileiro do modelo cubano. Na ilha-presídio, feudo particular dos irmãos Castro, a “educação” é vista como bem público, e o Estado manda e desmanda no setor. Os inocentes úteis comemoram: acham que a educação cubana é excelente. Na verdade, existe apenas doutrinação ideológica, e as vítimas do comunismo precisam repetir como o regime é maravilhoso, ainda que os olhos mostrem uma realidade totalmente oposta. Os cubanos aprendem a ler, mas não são livres para escolher sua leitura. E, como disse Mário Quintana, o verdadeiro analfabeto é aquele que aprende a ler, mas não lê.
O ideal de um típico sindicalista é que todos sejam como ele, “educados” para repetir como o governo é fantástico e o livre mercado é um demônio. O maior risco, caso essa mentalidade autoritária e arrogante predomine, é seu filho ser “educado” para se tornar um desses sindicalistas, eleitor do PT. Já pensou numa coisa dessas?!
Mais uma vez, um ótimo texto! Continue, Rodrigo. O país agradece
ResponderExcluirIsso já vem acontecendo há muito tempo, esse negócio de (bleargh) filosofia e sociologia no ensino médio é só um pretexto pra enfiar a lorota esquerdista na cabeça das crianças desde cedo
ResponderExcluir'Para se ter uma ideia, no Acre uma das metas do currículo de sociologia é ensinar os estudantes a produzir regimentos internos para sindicatos de trabalhadores'
http://www.escolasempartido.org/index.php?id=38,1,article,2,307,sid,1,ch
Basta dar uma olhada na Venezuela para pensar...
ResponderExcluirAntigamente o governo ensinava: "Povo desenvolvido é povo limpo". Hoje, o governo ensina a quebrar escola, fu
ResponderExcluirmar crack, derrubar laranjal, receber suborno, falar errado, ser grosso, roubar bastante, se encostar no governo, mentir, roubar, roubar e sujar o máximo possível para o governo poder roubar ainda mais fazendo de conta que está limpando.
Mais um atentado contra a liberdade.
ResponderExcluirTudo o que esses crápulas fazem é visando dominar todos os setores e implantar o comunismo com que sempre sonharam, não para melhorar a nação, mas para dominar as riquezas e com elas se banquetearem deixando o povo na miséria.
Socialism is a philosophy of failure, the creed of ignorance, and the gospel of envy, its inherent virtue is the equal sharing of misery.
Winston Churchill
Os comentários acabam estragando o que a crónica tem de bom.
ResponderExcluir“ESTATISMO: QUEM CRIA DIFICULDADES VENDE FACILIDADES”
ResponderExcluirReinaldo Azevedo
Acho que esta frase sintetiza o seu texto.
A última do burocrato parasitismo tornando marxismo de botequim obrigatória nas escolas é a gota d'água. Precisamos proteger nossas crianças dos invertebrados petistas. Reparem amigos... esses vermelhos são uns pervertidos.
ResponderExcluirSerá que são pedófilos (o que não me surpreenderia no meio de tanta corrupção moral e valores que desafiam a família) ou será que nossos avôs estavam certos quando diziam que os comunistas eram comedores de criancinhas? hahahahah
Eu dou a chance de se explicarem e se desculparem às pessoas decentes e mantenedoras da moral e dos bons costumes.
De fato, fejuncor, dado com superficialidade e viés ideológico, tal matéria só tende a estreitar, invés de ampliar, a visão delas do mundo.
ResponderExcluir"Os comentários acabam estragando o que a crónica tem de bom." [2]
ResponderExcluir@Zé Paulo: algum comentário aqui disse alguma mentira por acaso?
ResponderExcluirOu será que a verdade é um problema quando é contra a religião dos adoradores do lula?
Outra coisa, nessa história existe também o interesse da reserva de mercado que os hippies da sociologia e filosofia sempre quiseram.
ResponderExcluirQuerem ver no que isto vai dar, basta olhar para o MST, cujos jovens são ensinados como em madraçais.
ResponderExcluirAs escolas dos sem-terra ensinam o ódio e instigam a revolução.
Os infiéis, no caso, somos todos nós.
Sem contar que estará aprisionando os jovens num modelo único de pensamento. Não parece em consonância com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, de 1996, que prega o "pluralismo de idéias" e o "apreço à tolerância" - elementos básicos para que a juventude desenvolva o raciocínio e o espírito crítico.
ResponderExcluirNunca pensei que o Brasil corresse o risco de comunizaçào nos dias de hoje. Está clara a intenção da marginália vermelha. É preciso dar um basta nesses iMundos.
ResponderExcluirE depois falam mal da ação dos militares em 64.
Tá vendo? Se eles fossem como Pinochet, por exemplo, não tinha iMundo atentando contra a democracia como essa corja ordinária no poder.
Srs. Antonio e Zé Paulo, se não forem a mesma pessoa.
ResponderExcluirNão critiquem, façam vossa contribuição.
Aguardamos usufruir de V. sabedoria que não estrague o artigo.
Meu caro Rodrigo,
ResponderExcluir.
Não suporto petistas, mas vc não viveu na época da ditadura e da censura. Rodrigo só maluco pode acreditar no que vc prega. Devagar incoerência é nojento! Tem horas que leio seus texto e percebo uma parcialidade nociva. Vc demonstra ser bom de escrita, mas gostaria de ler seus artigos sem o seu lado parcial. Escreva sem rancor, assim você será grande, agora dessa forma ler seus textos é como um caminho estilo funil, não abre as arestas da discussão.
Pense nisso!
Sandro
Sandro, muitos adjetivos, poucos argumentos.
ResponderExcluirDiga exatamente o que vc discorda do texto, os motivos disso, e assim poderemos debater.
Este país é brincadeira, como aceita-se um bando de analfabetos decidir sobre o futuro da educação. Ainda bem que este tipo de caga… pode ser corrigido no futuro quando os apedeutas apearem do poder.
ResponderExcluirEu era jovem no período da dita-branda.
ResponderExcluirNunca me incomodou e tenho saudades.
Não se via tanto canalha no "puder".
Só falharam quando não eliminaram de vez aqueles que lutavam para implantar o comunismo nos moldes cubanos aqui. Nisso eles erraram.
João Figueiredo tinha razão quando afirmou:- Vocês ainda vão sentir saudades de mim.
Como estava certo!
São conferências similares às soviets, é conferência de partido, querem nos empurrar esse lixo.
ResponderExcluirComo esperar de ignóbeis e ladrões reforma isenta em qq matéria?
Não ao dirigismo tolo esquerdopata!
"Quando a educação é uma concessão pública, surge um evidente problema: qual será a educação oficial do governo?"
ResponderExcluirRodrigo, isso vale para as comunicações?
Olá, gostei bastante do seu texto, e queria poder ler mais. Mas eu sou sem memória, nunca vou lembrar de passar aqui para ver se tem algum novo. Então, eu queria saber como posso assinar o feed RSS do seu blog. :D
ResponderExcluirAh, e se não for incomodo, tem como você ler o último texto postado no meu blog e comentar? Pode ser como resposta a esse comentário mesmo. Obrigado.
Não querendo parecer meio "confiado" mas já sendo, Constantino, não seria melhor dar uma intensificada no ritmo das postagens?
ResponderExcluirVejo você mais ausente, por que???
Ano eleitoral, o momento é próprio e invoca uma inserção mais forte dos formadores de opinião. No entanto, pareces ter até reduzido a freqüência com que escreve.
Importante que desse um pouco mais de ti, ajudando a difundir ideais, senão psdbistas, pelo menos anti-estatistas, anti-petista, pró-mercado, o que já ajudará muito a iluminar a mente daqueles que irão votar.
Cada post seu é ouro puro para os indecisos. Informações elementares como a posição do atual governo em relação à Educação, explanada no artigo Plano Nacional de Doutrinação são desconhecidas a um número grande de pessoas.
Uma única lida que deixe um cidadão a par desse tipo de disparate pode fazer a diferença.
Forte Abraço!!
Talvez ele esteja ausente pq a ficha está caindo e ele ta começando a ver o que eu já falo há muito tempo: o brasil n tem jeito.
ResponderExcluir@OJ: n se esqueça tb da inflação que eles deixaram de herança!
ResponderExcluirntsr
ResponderExcluirNão era pior do que ficou com a chegada da democracia e que só foi debelada por FHC depois das lambanças do sarney e collor com aquela idiota debilóide da zélia. (os nomes são em minúsculas mesmo devido ao apreço que tenho por essa laia)
É mas eu acho q um erro nao justifica outro
ResponderExcluirAgora com certeza, eram tempos bons, só que daqui há uns 10 anos quando a esquerdização do brazlixo estiver bem mais forte a gente vai olhar pros dias de hoje e pensar: eram tempos bons...
Sandro,
ResponderExcluirVocê pode não gostar das posições do Rodrigo, mas acusá-lo de incoerente só se for na argumentação. Algumas vezes, muito raramente, ele usa um argumento que contradiz outro argumento que ele já havia usado, mas a posição é sempre a mesma.
O Rodrigo defende o livre mercado e o individualismo e é contra a interferência do Estado na sociedade. Para ele, o Estado deve cumprir apenas 3 funções: defender o país contra agressões externas, garantir a integridade física dos indivíduos contra agressões de outrem e garantir o direito à propriedade privada e a integridade desta propriedade contra depredações e invasões de outrem. Podemos incluir também a garantia dos contratos celebrados entre duas partes por livre e espontânea vontade de ambas as partes. O resto, o mercado livre deve suprir e é decisão individual de cada um o que consumir, desde bens de consumo até saúde e educação.
Você pode não concordar com essa visão do Rodrigo, mas nunca acusá-lo de incoerente. Isso ele nunca foi. Sempre defendeu o liberalismo.
Outra coisa, soa estranho você criticar que o Rodrigo é parcial. Mas é claro que é! Ele defende o liberalismo! Ele dá a sua opinião e defende suas ideias de como a sociedade deveria se organizar. Eu acompanho os posts do Rodrigo justamente porque quero ver a defesa dele do liberalismo, do direito dos indivíduos de decidirem seus próprios destinos. O dia que ele for imparcial não estará mais defendendo o liberalismo, nem a democracia, nem o livre mercado ou que quer que seja. Quem é imparcial não pode defender um ponto de vista. E o que queremos aqui é justamente vê-lo defendendo esses valores e ideais. Espero que o Rodrio continue sendo totalmente parcial. E o dia que ele defender o estatismo e a intervenção do Estado na sociedade aí sim ele estará sendo incoerente.
PS: Onde você viu alguma referência ao governo militar no texto do Rodrigo? Acho que deixei passar...
Fora que imparcialidade é um mito, impossível, o ser humano pensou, tendeu.
ResponderExcluirAo anonimo que disse que Rodrigo está maluco.
ResponderExcluir1. Eu vivi na época dos militares. Era criança na época do Médici. E a lembrança que tenho daquela época é muito boa. Até onde me lembor, para nós, gente do povo, era tudo normal. Os mais velhos todos diziam o seguinte: Castelo não queria uma ditadura, se as esquerdas não tivessem planos de instalar uma ditadura comunista, ele não teria derrubado ninguém. E Quando os militares tomaram o poder, foi pensando em normalizar a situação em um ou dois anos. Se os maluquetes treinado em Cuba e na Coréia do Norte, não tivessem saído por aí matando um monte de gente inocente, sequestrando, assaltando, os militares não teriam endurecido o regime. Prá mim, Serra e FHC, Covas, que fugiram por causa de suas idéias, esses se podem dizer realmente perseguidos, mas Dilma, Minc e Vanuchi, esses são criminosos, foram perseguidos não por seus pensamentos, mas por sua violência. Entraram em guerra contra os militares, perderam, estão reclamando de quê?
2. O PT não tem nada a ver com o reestabelicimento da democracia no Brasil. Quem lembra da época sabe que foi uma negociação entre os militares e os antigos líderes do MDB, dos quais grande parte está agora no PSDB. O PT tentou sabotar Tancredo, a constituinte e o a estabilização da moeda. Esses terroristas não negociaram com ninguém, perderam na sua guerrinha rídicula, fugiram com o rabo entre as pernas, e só puderam voltar por causa da atuação dos líderes do MDB, a maioria dos quais já morreram, que negociaram a volta da democracia com os militares.
continua...
... continua
ResponderExcluir3. Quando você pensa nas pessoas que queriam o fim da ditadura dos militares, você deve dividi-las em dois grupos extremamente diferentes: Aqueles que queriam democracia, e aqueles que queriam uma ditadura muito pior. Todos os atuais petistas estão no segundo grupo.
4. Deve-se olhar não apenas para a situação atual, mas para os horizontes. O que querem os atores políticos. O ideal na mente dos petistas não é a Finlândia, Nova Zelândia ou Austria. O ideal, na mente deles, é Venezuela, Coréia do Norte ou Cuba. Se não estamos numa ditadura total, imensamente pior do que a dos militares, é apenas porque os petistas ainda não conseguiram destruir as instituições que garantem a democracia. Lula não é Chavez porque ainda não pode, e não porque não queira. JUlgar o governo do PT como democrático por causa do resto de democracia que ainda temos (não por vontade dos petistas) não tem o menor sentido. Se Dilma for eleita, a democracia acaba. Os petistas interpretarão isso como licensa para instaurar a ditadura, e a imprensa, que hoje já é domesticada pelo partido, perderá de vez o que resta de independência, aderirá a ditadura petista.
5. Mesmo com a vitória de Serra, será muito trabalhoso e muito demorado, restaurar as instituições democráticas, delapidadas pelo PT.
Gente, gente... Colocar filosofia e sociologia nas escolas não quer dizer necessriamente, implantar socialismo na educação! Ou melhor, não deveria ser, pq tais matérias da escola não necessitam andar de mãos dadas com o socialismo... Quem o faz são as escolas, os professores e tb os criadores dos currículos. Filosofia é filosofia, sociologia é sociologia e socialismo é socialismo. Cada coisa no seu devido lugar, é o q espero disso tudo (o q pode ser uma utopia minha, em um país q anda - seja a passos largos ou lentos - p/ um governo comunista de fato, se nada for efetivamente feito contra isso.)
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