Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
segunda-feira, maio 17, 2010
Dançando no Vulcão
Rodrigo Constantino, Revista Voto
O clima de crise se instalou nos mercados mundiais novamente. Desta vez não se trata do mega endividamento do setor privado nos Estados Unidos, mas dos governos europeus com dívidas e déficits insustentáveis. Décadas de irresponsabilidade fiscal criaram uma verdadeira bolha de crédito no setor público da Comunidade Européia. Alguns governos apresentam endividamento superior ao PIB e crescente, enquanto a carga tributária já se encontra em patamares escandalosos. Com uma moeda comum, controlada pelo Banco Central Europeu, restam poupas alternativas para tais governos. O dia do julgamento chegou.
Os alemães, que foram mais responsáveis e fizeram parte do dever de casa, são chamados para pagar a conta dos excessos dos gregos, portugueses, espanhóis e italianos. A ilusão foi boa enquanto durou. Aposentadorias precoces e bem remuneradas, proteção contra a competição nos empregos, garantias estatais extremamente benevolentes para os desempregados, sistema de saúde ilimitado, enfim, o sonho do estado de bem-estar social, com uma vida “digna” para todos, tudo isso bancado pelo governo. Mas a fatura chegou, com juros e correção monetária. Descobre-se novamente na Europa que não se brinca com as leis econômicas impunemente.
As lições da crise européia são extremamente úteis para os brasileiros, que defendem um modelo similar de “estado-babá”, com um governo atuando feito uma espécie de deus, um “messias salvador” para curar todos os nossos males. Muitos brasileiros ainda enxergam o governo como o “pai do povo”, que vai distribuir privilégios e “direitos”, ofertar crédito abundante por meio dos bancos públicos, estimular a economia e criar empregos. Como financiar isso tudo raramente é levado em conta. Os estímulos perversos oriundos da concentração de poder e recursos no governo tampouco são considerados. A crença no governo como solução para os problemas do país se aproxima do fanatismo religioso muitas vezes, deixando espaço praticamente nulo para reflexões racionais.
Partindo desta mentalidade, o governo brasileiro, especialmente o federal, vem avançando cada vez mais sobre as liberdades individuais e nossos bolsos. Em nome da “justiça social” o governo concentra cada vez mais poder, oferecendo em troca privilégios para grupos organizados e péssimos serviços para o restante da população. O Brasil tem um agravante em comparação ao caso europeu: o governo resolveu ser uma máquina de “direitos” antes de a sociedade enriquecer. O bolo ficou sem fermento, reduzido, e ainda assim o governo se apropria cada vez mais de novas fatias, sobrando migalhas para o povo. As barreiras criadas pelo governo – impostos elevados, encargos trabalhistas proibitivos, burocracia asfixiante, judiciário moroso, péssima educação e falta de segurança – impedem o crescimento sustentável da economia.
Quando o cenário externo favorece e o crédito é estimulado, a economia decola, mas costuma ser apenas um vôo de galinha. Os gargalos de sempre logo aparecem para acabar com a festa. Economistas já falam em crescimento de 7% para o PIB este ano, mas os problemas começam a surgir no horizonte. Com baixa poupança, há investimento insuficiente para maiores ganhos de produtividade. Falta mão-de-obra qualificada. A inflação demonstra sinais preocupantes, forçando a elevação da taxa de juros. A demografia começa a expor a bomba-relógio do sistema previdenciário. O ciclo acaba sendo uma vez mais insustentável.
O governo fez o papel de locomotiva da economia, por meio de gastos públicos explosivos e fartura de crédito estatal, mas o trem já dá sinais de descarrilamento. O governo Lula preparou uma verdadeira “herança maldita” para o próximo presidente. A dívida bruta do governo já chega perto de 70% do PIB, a inflação projetada no ano já vai para quase 6%, e a taxa de juros deve subir para perto de 12%. A era da prosperidade ilusória vai chegando ao fim. O governo plantou as sementes da próxima crise, caso a tendência fique inalterada.
Medidas de maior austeridade fiscal são necessárias, assim como reformas estruturais, como a tributária, previdenciária e trabalhista. O país precisa de bem menos governo, e de muito mais mercado livre. O problema é que os dois principais candidatos à presidência pregam caminhos contrários a isto. É verdade que José Serra, do PSDB, apresenta mais chances de enfrentar os necessários cortes nos gastos públicos, enquanto Dilma Rousseff, do PT, fala abertamente num estado forte e indutor. O segundo mandato de Lula foi terrível do ponto de vista fiscal: novas estatais foram criadas, a Telebrás foi ressuscitada, houve um total inchaço da máquina estatal, foram distribuídas bolsas para todo mundo, o BNDES recebeu aporte de bilhões do Tesouro para repassar a grandes empresas com taxas subsidiadas, etc. A mentalidade por trás do PT e dos sindicatos que o apóiam assusta qualquer um que prega a responsabilidade fiscal e um governo com poderes limitados. Mas mesmo Serra parece longe do perfil necessário para colocar o país no rumo certo, evitando as armadilhas da Europa.
O Brasil comemora sua situação relativamente confortável frente ao mundo hoje, com os países ricos em frangalhos. Mas é mais prudente não celebrar tanto antes da hora. Existem muitos pilares de areia sustentando nosso crescimento atual. Não devemos virar reféns da visão míope que ignora o longo prazo. O governo dança no vulcão, ignorando os sinais de erupção já visíveis. Está mais que na hora de ajustes importantes, reformas necessárias para reduzir o tamanho e o escopo do governo na economia. Ainda é possível evitar a tragédia grega. Qual partido vai abraçar esta bandeira?
Nenhum.Tu pergunta e tu mesmo sabe a resposta.
ResponderExcluirO partido que abraçar essa bandeira não elege nem um vereador.
To falando, o problema é o povo,o povo é um bando de everardos, dilmas e lulas com a tatuagem do cheguevara na bunda.
A única saida do brasil é o aeroporto.O ruim é que depois que idiotas terminarem de enterrar o brasil na lama vão querer invadir os outros paises e votar nas dilmas e obamas de lá
"O Brasil tem um agravante em comparação ao caso europeu: o governo resolveu ser uma máquina de “direitos” antes de a sociedade enriquecer. O bolo ficou sem fermento, reduzido, e ainda assim o governo se apropria cada vez mais de novas fatias, sobrando migalhas para o povo. As barreiras criadas pelo governo – impostos elevados, encargos trabalhistas proibitivos, burocracia asfixiante, judiciário moroso, péssima educação e falta de segurança – impedem o crescimento sustentável da economia."
ResponderExcluirJUSTAMENTE!!! Enfim o resumo que eu esperava do wellfare state europeu em terras tupiniquins... seja a idéia VIÁVEL ou não, aqui parece que é o que todo mundo quer, não pela qualidade de vida, mas pela lei do menor esforço!!! Poderia haver paz, mas nunca desenvolvimento... ao contrário, todos seriam ainda mais servos que já são!!!
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"O Brasil comemora sua situação relativamente confortável frente ao mundo hoje, com os países ricos em frangalhos."
Aliás, como estão se virando Austrália e Canadá? Eles ficam tão por fora das discussões que parecem inatingíveis...
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"Mas é mais prudente não celebrar tanto antes da hora. Existem muitos pilares de areia sustentando nosso crescimento atual. Não devemos virar reféns da visão míope que ignora o longo prazo."
Exatamente, mas no país do "quem tem fome, tem pressa" aliado à falta de um passado com artistas, filósofos, empreendedores e afins (tirando poucos), pode esquecer... o povo quer o PEIXE, pra depois, talvez, quem sabe, se não tiver outra coisa melhor pra fazer, aprender à PESCAR!!!
Engraçado que as pessoas na Europa pensam que o tal do "padrão de vida europeu" é uma espécie de dádiva divina, apenas porque eles são o "primeiro mundo". Aí fica difícil...
ResponderExcluirRodrigo,
ResponderExcluirVc. vem repetindo esse discurso há muito tempo.
Tudo bem que vc. condene o modelo preconizado pelo PT e que seria reforçado na administração de Dilma se ela ganhar a eleição.
Mas esse discurso de cassandra (lembra-se de Geisel?), foi insistentemente repetido nas diversas campanhas eleitorais em que a esquerda teve alguma chance de ganhar a cadeira presidencial, tanto com Brizola, tanto com Lula desde quando ousou apresentar-se como candidato, com plataforma eleitoral frontalmente contrária ao entreguismo a que o Brasil tinha se sujeitado durante anos de Governo Militar e governos Sarney, Collor, Itamar e FHC.
O resumo da mensagem sempre foi: Eleito Lula, o país vai abaixo. Quem liderava essa campanha era o presidente da FIERN (era o Amato, não?), que chegou até a ameaçar que se Lula fosse eleito, a maioria dos integrantes da classe empresarial usaria a alternativa sugerida como última por ntsr, o aeroporto e sem eles aqui tudo iria para o Beleléu.
Pura Hipocrisia, pois onde empresário brasileiro vai ganhar mais dinheiro do que no Brasil? Além da maioria desses pseudopatriotas embarcou, sim, milhões e milhões de dólares para suas contas no exterior, com uma fuga de capital nunca vista, que deu causa ao pânico instalado àquela no país, para influenciar o eleitorado a votar contra Lula para evitar o pior, e ainda veio um bocado de idiotas fazendo coro com esses maus brasileiros, mentindo que estavam saindo do país capitais estrangeiros, informação essa vez por outra repetida desonestamente pelos entendidos do mercado.
Collor com aquela mentira deslavada no último debate de que Lula confiscaria a poupança pavimentou seu caminho para obter a maioria e vencer aquela eleição.
Outro argumento era o despreparo e a falta de instrução do presidente, cuja linguagem sempre foi ridicularizada, quando de fato ele fala igualzinho ao português falado pela imensa maioria do povo brasileiro, inclusive os tais que se jactam de falor nosso idioma como sido nascidos na terrinha fossem. Todos cometem mais ou menos desvios da norma linguística reputada como padrão pela "entourage" que vive de vender gramáticas e dicionários no país e ditar regras de boa linguagem, desconhecendo a realidade linguística do país, onde nem a elite tem o português "escorreito" aquele dos concursos e vestibulares, que ninguém de fato usa neste país.
Com Dilma não dá para usar esse argumento, vêm com a história da guerrilheira, da mentirosa, da machona e outras coisas pouco dignas para serem trazidas a um debate sério, que se pretenda isento do deboche.
Lula ganhou, reelegeu-se, o país não afundou, está indo pelo contrário de vento em popa, com uma minoria dando popa, enquanto a maioria, perdoe-me o xulo da expressão, "soltam peidos para a lua".
Antes de 2002 só votei em Lula, por falta de opção no segundo turno de 1990, pois para mim Collor não era opção, e tinha votado em Covas no primeiro turno.
Em 1994 votei em FHC, aprovei seu primeiro governo e votei por sua reeleição, na expectativa de que com a casa arrumada (O Plano real tinha dado certo) as grandes mudanças no modelo econômico do país até então subserviente ao FMI e às orientações enlouquecidas do Reagan e da Dama de Ferro que infernizava o mundo.
Entretanto, FHC continuou a navegar em cima do sucesso do Plano Real e "necas de pitiritiba", apresentando como seu sucessor o Serra, que tinha de fato feito uma boa administração na Saúde, mas ao meu ver não era a pessoa indicada para Governar o Brasil, pois absolutamente comprometido com as elites empresariais do Centro-Sul e que tinha uma visão do Brasil à altura (?) estreito descortíneo de Roberto Campos, que sempre viram o Nordeste como um "zero à esquerda" no cenário econômico nacional, um "caso perdido", um "defunto ruim", contra o qual não valeria pena "gastar vela".
ResponderExcluirAlém disso, Serra vinha com o discurso do continuísmo do nada que foi feito por FHC no segundo mandato, como agora, vejam só, vem com a bandeira do continuísmo do Lula, dizendo que se encontra melhor habilitado do que a Dilma, para fazê-lo. É piada de mal-gosto.
Votei, sim, em Lula, quando foi eleito e repeti meu voto na sua reeleição, pois bem ou mal, o mal do radicalismo do PT foi domado, permitindo alianças com as outras forças políticas que possibilitaram ser o país administrado e tornar coisa do passado aquela situação em que um espirro em qualquer paisinho de merda, resultava uma pneumonia cavalar ou tuberculose galopante na economia do país, para orgasmos em série das cassandras que sempre apostam no pior para o País.
É verdade que houve os escândalos envolvendo políticos do PT e aliados em todos os escalões e que nunca ficaram bem esclarecidos. Mas que partido, no Brasil, pode se mostrar isento dessas safadezas? Sem elas, que grupo político pode pretender chegar ao poder neste país, envolvido com a corrupção herdada com as mazelas de ter sido colônia, que não era para ter nada, mas simplesmente ser explorada até a última gota de sangue de seu povo, com os negros à frente, para garantir a boa vida da corte e de seus financiadores judeus holandeses e ingleses?
Não sei se vou voltar na Dilma. No Serra com certeza, não. Estou mesmo torcendo pelo crescimento da Marina, com Dilma em primeiro lugar, para quem sabe viabilizar um segundo turno entre as duas, ou, no mínimo, equilibrtar a votação entre Serra e Marina, de modo a possibilitar quem sabe, o ingresso desta na Chapa de Dilma, como Vice-Presidente, com plataforma eleitoral que preserve os interesses ambientais defendidos por Marina, cuja desatendimento levou-a para fora do PT, e, assim, desbancar de vez essa espúria aliança do PSDB e DEM, o último que contém boa parte da escória política que procura manter este país dividido entre uma minúscula minoria que tudo ganha e a imensa maioria que tudo perde.
Mesmo com os desmandos, a administração de Lula criou novo alento para essas classes mais pobres ou miseráveis, que muitas vezes, sequer tem o direito de esmolar para garantir sua sobrevivência, única causa da violência desbragada que se assiste em nossas cidades, onde ninguém mais consegue se sentir seguro.
O Brasil precisa mudar, precisa continuar mudando, a fim de que o seu povo assuma definitivamente as rédeas do poder e desprivatizem o Estado, para que este cuide realmente do bem-estar do povo brasileiro, como qualquer país decente e civilizado procura fazer.
ResponderExcluirQualquer discurso de mercado livre e outras baboseiras não consegue alcançar as mentes dessas pessoas humildes, que anseiam por oportunidade de garantir para si e seus filhos uma vida decente, não rica ou luxuosa, mas em que lhes sejam assegurados um mínimo de dignidade e decência humana, com trabalho digno, mesmo com o salário pouco, mas que garanta a mesa de cada dia, ou aquele velho chavão do Lula: o direito de fazer três refeições por dia, que bem ou mal, vem sendo assegurado à imensa maioria, ainda que muitos queiram ver nisso somente estratégia política para ganhar a eleição.
Milhões sairam da miséria e milhões migraram da classe mais pobre para a classe média. Quem está descontente com isso, vote no Serra ou procure o caminho do aeroporto.
Por falar nisso, NTSR, o que vc. ainda está fazendo aqui? Ah, com certeza em nenhum outro lugar do mundo vc. faturaria mais de 60.000 dólares por mês, como vc. já divulgou em outro comentário envolvendo um brasileiro angolano que se gabava de ganhar mais lá do que poderia ganhar no Brasil.
"Não sei se vou voltar na Dilma. No Serra com certeza, não."
ResponderExcluirAté retiro o que disse quanto a votar ou não no Serra, pois os debates sequer começaram e quem sabe o Serra me convence de que ele será a melhor opção para o país, ou como diz o Rodrigo, a opção menos ruim.
O importante é cada um votar de acordo com sua consciência, procurando escolher aquele que segundo sua ótica será a melhor opção, não para a porçao menor belga de nosso país (lembram-se da Belindia?), mas para a imensa maioria que vive fora dos condomínios de luxo, suando a camisa diariamente para garantir o sustento da família, sem direito a segurança, a habitação decente, a educação decente, alimentação decente, roupa decente e lazer decente, que a grande maioria ainda não pode compartilhar, pois os que detêm o poder econômico não admite nenhum política que reduza um milímetro que seja de seus ganhos cada vez mais crescentes e por isso fazem de tudo para impedir a chegada ou permanência no poder de um Governo descomprometido com sua ganância impatriótica.
@Lingvo:
ResponderExcluir1)saber que seu filho vai viver num lugar com menos chances de ser assaltado,sequestrado, levar uma bala perdida ou coisa pior vale mais do que qualquer dinheiro do mundo
1.5) Eu tb acho essa euforia toda em parte exagerada, em parte coisa de petista que quer acreditar que agora tudo é maravilha.
2)a questao nao é lula vs fhc vs dilma vs serra, mas sim o glorioso welfare state...que o fhc e serra tb gostam inclusive.
3)e o medo antigo do lula só foi infundado pq ele desistiu de fazer tudo que o pt passou a vida pregando
'pois os que detêm o poder econômico não admite nenhum política que reduza um milímetro que seja de seus ganhos cada vez mais crescentes e por isso fazem de tudo para impedir a chegada ou permanência no poder de um Governo descomprometido com sua ganância impatriótica.'
ResponderExcluirimpatriótica é?
'A idéia de nação foi a pior mentira inventada pela humanidade.'Einstein.
@Felipe:
ResponderExcluirA Austrália saiu muito bem da crise, inclusive no auge o desemprego foi menor do que eles havim previsto
Rodrigo e ainda digo mais, não só o brasil n tem jeito como é só uma questão de tempo eles inventarem alguma coisa pra te ameaçar, do mesmo jeito que tão fazendo com o tio rei
ResponderExcluirE só mais uma coisa, esse negócio de empresários gananciosos, empresários tendo lucro fácil, isso parece mais coisa de quem nunca montou empresa nenhuma na vida
ResponderExcluirOlá Rodrigo,
ResponderExcluirGostaria de ver um comentário seu sobre atividades meios e atividades fins.
Será que se nos preocupássemos mais com as atividades fins do que com as atividades meios não estaríamos caminhando para a solução? Vejamos os empregos públicos, a maioria são atividades meios (fiscais, juízes, desembargadores, assessor disso e daquilo, etc) , bem remuneradas, em que os concurseiros e adeptos da estabilidade sem meritocracia tanto procuram para viverem na eterna mamata. Esta maldita estabilidade oferecida pelos governos através das atividades meios está virando um câncer social. Quantos gênios estão sendo jogados no lixo por preferirem a estabilidade oferecida pelos cargos públicos, quando poderiam ser muito melhor aproveitados na livre iniciativa, onde para se manter tem que se pagar pelo direito de existir e para tal se precisa ser competente. Temos notado que nossas universidades estão se transformando em máquinas de formação de mestres e doutores em nada, cujas teses ficam empoeirando nas estantes das universidades, porque não servem para nada, pois a maioria são cópias de livros já editados e não embasadas em pesquisa aplicada. Hoje estamos assistindo um grande crescimento das atividades meios enquanto nas atividades fins estamos entrando num apagão de mão de obra. Os recém formados que as universidades estão nos colocando à disposição já não atendem as expectativas do mercado de trabalho, pois estão sendo ensinados por mestres e doutores que não estão aptos para tal, pois apesar de titulados não estão aptos a ensinar. Como quem não sabe pode querer ensinar? Isto estamos falando das universidades chamadas de primeira linha, sem considerarmos os shoppings centers de cursos que proliferam pelo país afora que não apresentam a mínima infraestrura, mas são credenciadas pelo MEC.
Quem produzirá para pagar essa conta? Serão as atividades fins ou as atividades meios? Então porque não privilegiarmos as atividades fins para diminuirmos o déficit público e tornar o governo menos pesado?
Um abraço
Edson Vergilio- eavergilio@ig.com.br
"Blogger ntsr said...
ResponderExcluirE só mais uma coisa, esse negócio de empresários gananciosos, empresários tendo lucro fácil, isso parece mais coisa de quem nunca montou empresa nenhuma na vida."
Realmente, meu caro, nunca montei nem ousaria. Não é minha praia.
Mas vc. lê meu comentário às avessas eu não generalizo o que disse para a maioria dos empresários, aqueles que dão emprego, aqueles que suam a camisa até mais do que seus empregados para garantia do sucesso do seu empreendimento, sob o mote de que "o gado engorda sob o olhar do dono".
E estes são uma parcela pequena desses megaempresários, pois a maioria deles não compactuam com essa safadeza e contribuem com seriedade para o bem-estar econômico deste país e de seu povo.
Vc. me interpreta mal. Esses mal empresários se encontram entre aqueles que detém grandes massas de capital, com renda de milhões de dólares por mês e não quaisquer meros US$ 60.000 por mês, sem qualquer demérito para vc. que eu acredito que deve se encontrar mesmo no micromundo entre os bons empresários. Senão, o que é que vc. ainda está fazendo em nosso país?
Se é o caso, certamente porque continua ganhando um bom dinheiro e se esse começar a sumir vc. vai lá para um daqueles paraísos do Caribe (óbvio que Cuba não) para curtir os dólares que seu negócio lhe rendeu. Ou ousaria ir investí-los nos States?
Lá, dizem, quem chega com pelo menos 1.000.000 de dólares recebe de presente o "green card", tornando-se imediatamente cidadão americano, isento do serviço militar e com direito a todas as benesses que a sociedade capitalista ali oferece, como acesso a clubes de freqüência restrita a esses magnatas, para troca de amabilidades entre iguais.
O lucro é o preço justo do capital investido. Mas há limites para isso. Quem é ético não busca o lucro a qualquer custo, e à custa da infelicidade alheia ou de toda uma nação, como já se viu várias vezes.
Se vc. quiser em vez de antipatriótico, leia anti-ético, dá na mesma.
Nunca confunda pátria com nação, são duas coisas tão distintas quanto água e azeite.
A mais bonita descrição do que é pátria eu li num velho manual de espanhol e veio da pena do filósofo, educador e ensaístas uruguaio José Enrique Rodó, sob o título de "América", sob o qual vc. poderia tranqüilamente substuir por "Terra" e "mutatis mutandis" adaptar o texto mais amplo sob a ótica do humanismo que vê todos os homens como iguais e dignos de todo o respeito, como prevê todas as declarações de direitos, desde a da Constituição do Estado da Virgínia que preludiou a Declaração da Independência dos Estados Unidos, onde foram inseridos, e depois na Constituição americana, se bem que não na amplitude original, na Declaração dos Direitos do Homem da Revolução Francesa e na Declaração dos Direitos Humanos das Nações Unidas, muitos dos quais continuam a ser vilipendiados mesmo em nações que se declaram civilizadas. Eis o texto de Rodó:
"América
Yo creí siempre que en la América nuestr no era posible hablar de muchas patrias, sino de una patria grande y única; yo creí siempre que si es alta la idea de de la patria, expresión de todo lo que hay más hondo en la sensibilidad del hombre: amor de la tierra, poesía del recuerdo, arrobamientos de gloria, esperanzas de inmortalidad, en América, más que en ninguna otra parte, cabe, sin desnaturalizar esa idea, magnificarla, dilatarla; depurarla de lo que tiene de estrecho y negativo, y sublimarla por la propia virtud de lo que encierra de afirmativo y fecundo: cabe levantar sobre la patria nacional, la Patria americana, y acelerar el día en que los niños de hoy, los hombres del futuro, preguntados cuál es el nombre de su patria, no contesten con el nombre de Brasil, ni con el nombre de Chbile, ni con el nombre de Mejico, porque contesten con el nombre de América.
Toda política internacional americana que no se oriente en dirección a ese porvenir y no se ajuste a la preparación de esa armonía, será una política vana e descarriada."