Editorial do Estadão
Tão profícua tem sido a atuação do presidente Lula na desmoralização das mais importantes instituições do Estado brasileiro, que se torna missão complexa avaliar o que efetivamente tem sido realizado nesse campo, aí sim como nunca antes neste país. Como a lista é longa, melhor ficar nos exemplos mais notórios.
O presidente Lula desmoralizou o Congresso Nacional ao permitir que o então chefe de seu Gabinete Civil, o trêfego José Dirceu, urdisse e implantasse um amplo esquema de compra de apoio parlamentar - o malfadado mensalão. Essa bandidagem custou ao chefe da gangue o cargo de ministro. Mas seu trânsito e influência dentro do governo permanecem enormes, com a indispensável anuência tácita do chefão.
Denunciado o plano de compra direta de apoio de deputados e senadores, o governo petista passou a se compor com toda e qualquer liderança disposta a trocar apoio por benesses governamentais, não importando o quanto de incoerência essas novas alianças pudessem significar diante do que propunha, no passado, a aguerrida ação oposicionista de Lula e de seu partido na defesa intransigente dos mais elevados valores éticos na política. Daí estarem hoje solidamente alinhadas com o governo as mais tradicionais oligarquias dos rincões mais atrasados do País - os Sarneys, os Calheiros, os Barbalhos, os Collors de Mello, todos antes vigorosamente apontados pelo lulo-petismo como responsáveis, no mínimo, pela miséria social em seus domínios. Essa mudança foi recentemente explicada por Dilma Rousseff como resultado do "amadurecimento" político do PT.
O presidente Lula desmoralizou a instituição sindical ao estimular o peleguismo nas entidades representativas dos trabalhadores e, de modo especial, nas centrais sindicais, transformadas em correia de transmissão dos interesses políticos de Brasília.
O presidente Lula tentou desmoralizar os tribunais de contas ao acusá-los, reiteradas vezes, de serem entrave à ação executiva do governo por conta do "excesso de zelo" com que fiscalizam as obras públicas.
O presidente Lula desmoralizou os Correios, antes uma instituição reconhecida pela excelência dos serviços essenciais que presta, ao aparelhar partidariamente sua administração em troca, claro, de apoio político.
O presidente Lula desmoralizou o Tribunal Superior Eleitoral, e, por extensão, toda a instituição judiciária, ao ridicularizar em público, para uma plateia de trabalhadores, multas que lhe foram aplicadas por causa de sua debochada desobediência à legislação eleitoral.
Mas é preciso reconhecer que pelo menos uma lei Lula reabilitou, pois andava relegada ao olvido: a lei de Gerson. Aquela que, no auge do regime militar e do "milagre brasileiro", recomendava: o importante é levar vantagem em tudo. Esse sentimento que o presidente nem tenta mais disfarçar - tudo está bem se me convém - só faz aumentar com o incremento de seus índices de popularidade e sinaliza, por um lado, a tentação do autoritarismo populista, enquanto, por outro lado, estimula a erosão dos valores morais, éticos, indispensáveis à promoção humana e a qualquer projeto de desenvolvimento social.
O presidente vangloria-se do enorme apoio popular de que desfruta porque a economia vai bem. Indicadores econômicos positivos, desemprego menor, os brasileiros ganhando mais, Copa do Mundo, Olimpíada. É verdade, mesmo sem considerar que Lula e o PT não fizeram isso sozinhos, pois, embora não tenham a honestidade de reconhecê-lo, beneficiaram-se de condições construídas desde muito antes de 2002 e também de uma conjuntura internacional política e, principalmente, econômica, que de uma maneira ou de outra acabou sendo sempre favorável ao Brasil nos últimos anos.
Mas um país não se constrói apenas com indicadores econômicos positivos. São necessárias também instituições sólidas, consciência cívica, capacidade cidadã de avaliar criticamente o jogo político e as ações do poder público. Nada disso Sua Excelência demonstra desejar. Oferece, é verdade, pão e circo. Não é pouco. Mas é muito menos do que exige a dignidade humana, senhor presidente da República!
Comento: Não costumo reproduzir artigos em meu blog, mas este editorial está tão perfeito, straight to the point, que resolvi abrir uma exceção. Parabéns!
Se o Netinho e a Dilma fossem casados quem iria apanhar mais ? Em quem você apostaria numa briga domestica??
ResponderExcluirQuem vai apanhar é a gente que paga a conta
ResponderExcluirAcho que o Netinho apanharia!!!
ResponderExcluirHeuhuehueh.
ESTÁ HAVENDO RETROCESSO
ResponderExcluirÍndice de Desenvolvimento Humano
Entre 2002 e 2007, o Brasil, embora tenha melhorado um pouco seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,790 para 0,813, caiu da 63º posição para a 75ª posição no ranking dos países do mundo. O estudo é divulgado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
O programa Fome Zero não deu certo e costuma ser citado como um dos principais fracassos da administração Lula.
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Uma característica do governo Lula é a livre entrada de drogas e armas no país através das fronteiras, portos e aeroportos, que alimenta a criminalidade. O Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reclamou da sobrecarga de tarefas da polícia fluminense, que estaria executando afazeres de responsabilidade do Governo Federal. Gilmar Mendes, presidente do STF, citou: "No Rio, há o uso de armamentos pesados, que são importados ilegalmente. Isso passou pela fronteira. Não é um problema básico do Rio, mas da falta de controle. Há uma responsabilidade nacional, não podemos imputar apenas às autoridades locais". Sobre a divisão de responsabilidades, Beltrame também criticou a dificuldade de ação imposta pela burocracia estatal.
Cada brasileiro, do recém nascido em diante, paga 5,6 mil reais por ano em impostos. E recebe de volta uns 500 reais em serviços públicos. O resto é literalmente cheirado, bebido e kagado por um governo que é simplesmente o mais corrupto do mundo.
ResponderExcluirComo consequência deste saque, o tráfico de drogas, o crime organizado, o descuidismo, a corrupção estruturada, institucional, se adianta a cada dia, dando mais lucro, mais conforto e mais poder aquisitivo do que o trabalho.
O que está acontecendo no Brasil será estudado no futuro sob a ótica da Sociologia, como o maior crime de lesa pátria já praticado na história da humanidade. Há uma deterioração total da Nação, mitigada pela implantação de um modelo financeiro imediatista e consumista, que dá ao povo uma ilusão de poder de consumo, uma televisão de plasma, um carrinho na garagem, em troca de tirar dele, do povo, o seu próprio futuro, a sua própria capacidade de escolha e de reflexão.
Enriquecer é um ideal calvinista. Não é humanamente necessário, enriquecer. Quem enriquece, no Brasil de hoje, é o corruptocrata burocratoparasita, ironicamente travestido de comunista, ou de social democrata.
Já passou o tempo em que quem trabalhava não tinha tempo de ficar rico. A coisa mudou, se agravou. Hoje, quem trabalha sustenta vagabundo, sob o governo mais corrupto da história e para a glória da classe política mais imoral e rasteira do planeta.
Imaginem quantos milhões já não foram distribuídos em propinas nesse governo...
ResponderExcluirFala-se em algo como 110 a 150 milhões só no mensalão.
Mas claro que dinheiro repassado para congressistas dispostos a apoiar o governo não parou por ai.
Foram uns 3 bilhões para Angola, DANILO. Dinheiro perdido. O BNDES está "rapado". Uma usina hidrelétrica no Equador. Instalações da Petrobrás na Bolívia. A negociata Oi/BrT. A lista é gigantesca. Sem falar no dia-a-dia: cartões corporativos, reformas aqui e alí. O saque é muito grande.
ResponderExcluirEssa distribuição de dinheiro no Congresso é coisa normal. Normal e antiga. Conforme a importância da votação um deputado recebe entre 20 e 200 mil reais. E todo dia tem votação. Um deputado amigo me disse que o dinheiro é retirado no caixa da agência do BB do próprio Congresso. Ordem de pagamento. Mas não é só o executivo que suborna. Outros também subornam. Só que é o erário que arca, no fim das contas, porque ninguém joga dinheiro de trabalho em propina para deputado. O dinheiro vem do povo. Então existe uma "consciência" entre os deputados e senadores de que aceitando a propina eles evitam que o dinheiro caia em mãos "ruins". Rsrs. Eles se julgam "bons".
É assim que está a coisa. E a gente vê o povo coitadinho, discutindo política com base no que viu no Jornal Nacional, no que ouviu na radiozinha AM do cupincha de um deputado, no Fantástico...
Dá uma olhada no Livro Verde, do Kadafi. Não é grandes coisas, mas chama a atenção para a deturpação da democracia.