Editorial do Estadão
A escalada de ataques furiosos do presidente Lula contra a imprensa - três em cinco dias - é mais do que uma tentativa de desqualificar a sequência de revelações das maracutaias da família e respectivas corriolas da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. É claro que o que move o inventor da sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff, é o medo de que a sequência de denúncias - todas elas com foros de verdade, tanto que já provocaram quatro demissões na Pasta, entre elas a da própria Erenice - impeça, na 25.ª hora, a eleição de Dilma no primeiro turno. Isso contará como uma derrota para o seu mentor e poderá redefinir os termos da disputa entre a petista e o tucano José Serra.
Mas as investidas de Lula não são um raio em céu azul. Desde o escândalo do mensalão, em 2005, ele invariavelmente acusa a imprensa de difundir calúnias e infâmias contra ele e a patota toda vez que estampa evidências contundentes de corrupção e baixarias eleitorais no seu governo. A diferença é que, agora, o destampatório representa mais uma etapa da marcha para a desfiguração da instituição sob a sua guarda, com a consequente erosão das bases da ordem democrática. A apropriação deslavada dos recursos de poder do Executivo federal para fins eleitorais, a imersão total de Lula na campanha de sua afilhada e a demonização feroz dos críticos e adversários chegaram a níveis alarmantes.
A candidatura oposicionista relutou em arrostar o presidente em pessoa por seus desmandos, na crença de que isso representaria um suicídio eleitoral - como se, ao poupá-lo, o confronto com Dilma se tornaria menos íngreme. Isso, adensando a atmosfera de impunidade política ao seu redor, apenas animou Lula a fazer mais do mesmo, dando o exemplo para os seguidores. As invectivas contra a imprensa, por exemplo, foram a senha para o PT e os seus confederados, como a CUT, a UNE e o MST, promoverem hoje em São Paulo um "ato contra o golpismo midiático". É como classificam, cinicamente, a divulgação dos casos de negociatas, cobrança e recebimento de propinas no núcleo central do governo.
Sobre isso, nenhuma palavra - a não ser o termo "inventar", usado por Lula no seu mais recente bote contra a liberdade de imprensa que, com o habitual cinismo, ele diz considerar "sagrada". O lulismo promove a execração da mídia porque ela se recusa a tornar-se afônica e, nessa medida, talvez faça diferença nas urnas de 3 de outubro, dada a gravidade dos escândalos expostos. Sintoma da hegemonia do peleguismo nas relações entre o poder e as entidades de representação classista, o lugar escolhido para o esperado pogrom verbal da imprensa foi o Sindicato dos Jornalistas. O seu presidente, José Camargo, se faz de inocente ao dizer que apenas cedeu espaço "para um debate sobre a cobertura dos grandes veículos".
Mas a tal ponto avançou o rolo compressor do liberticídio que diversos setores da sociedade resolveram se unir para dizer "alto lá". Intelectuais, juristas, profissionais liberais, artistas, empresários e líderes comunitários - todos eles figuras de projeção - lançaram ontem em São Paulo um "manifesto em defesa da democracia", que poderá ser o embrião de um movimento da cidadania contra o desmanche da democracia brasileira comandado por um presidente da República que acha que é tudo - até a opinião pública - e que tudo pode.
Um movimento dessa natureza não será correia de transmissão de um partido nem estará atado ao ciclo eleitoral. Trata-se de reconstruir os limites do poder presidencial, escandalosamente transgredidos nos últimos anos, e os controles sobre as ações dos agentes públicos. "É intolerável", afirma o manifesto, "assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais." "É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade." O texto evoca valores políticos que, do alto de sua popularidade, Lula lança ao lixo, como se, dispensado de responder por seus atos, governasse num vácuo ético.
Sr Rodrigo, como o seu texto é carregado de política partidária barata disfarçada de defesa da democracia e da liberdade de imprensa. Não tenho maravilhas para falar do Partido dos Trabalhadores, mas se a Famiglia PT deita e rola é porque a oposição encabeçada pelo PSDB é a pior da história democrática recente do Brasil, não sendo capaz sequer de arranhar a popularidade de Lula e sua trupe diante de escandalos que brotam bimestralmente na mídia. A oposição prima pela falta de foco, pela desagregação e pelo distanciamento do eleitor mais simples, cujo voto também vale e, aliás, será decisivo.
ResponderExcluirA escalada de ataques furiosos do presidente Lula contra a imprensa - três em cinco dias - se explica:
ResponderExcluir- Presidente! - diz o Goebels do Planalto (Franklin) - acabo de vir da reunião com os donos dos intitutos de pesquisa. Eles dizem qua não dá mais para segurar e vão ter que iniciar as correções das pesquisas, porque faltam poucos dias e os números reais vão acabar com a crdibilidade deles.
- Credibilidade????!!!! Diga à estes canalhas que a credibilidade sou eu!!!!
Mas Presidente! ...a opinião pública...
- A opinião pública sou eu!!!!!! Grita, babando de ódio, sua majestade... - A montanha de dinheiro que já demos à estes covardes!!!! - e tudo que lhes pedí foi que fizessem o povão acreditar que a Dilma ganharia no primeiro turno, que aí os imbecis votariam para "não perder o voto"... - e agora eles querem tirar o corpo fora????
- Eles dizem que fizeram o que era possível...até dizer que Dilma ganhava pontos após o escândalo da quebra de sigilo eles disseram...agora, com a Erenice e sua bolsa família ficou complicado...
- E agora?? A candidatura da Dilma está baseada unicamente nas pesquisas!!! se eles disserem a verdade os inimigos e a imprensa golpista vão se animar, porque eles adoram falar a verdade...sem perguntar a mim qual é a verdade que deveria ser a verdade... e isso eu não suporto!!!
- Deve haver uma forma!!! Eu vou para os comícios dizer que é tudo golpe da imprensa!!!
- Meu Deus, deixou escapar Goebels baixinho...
- Me chamou?? Disse o Presidente...
pT vive da ignorancia e da miséria
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