"As resistências à privatização provêm de várias fontes, valendo mencionar o corporativismo burocrático (que receia a perda de poder político e de mordomias funcionais), o socialismo residual, que se apega nostalgicamente ao mito do Estado provedor; e o nacionalismo, que exagera o valor das riquezas naturais e confunde
controle estratégico com gerência governamental." (Roberto Campos)
Regimes autocráticos e políticos socialistas temem instintivamente o mercado tanto quanto temem a democracia, e com razão. Olhe para o sistema chinês. Pelo fato do governo empregar estatais como ferramenta política, o Partido Comunista naturalmente desconfia que as firmas ocidentais sejam potenciais instrumentos de subversão política à disposição dos “rivais democráticos”. Desde que a ideologia comunista foi desacreditada pelo fracasso abjeto na China e no resto do mundo, o partido deixou de ter apelos ideológicos com o quais motivar seguidores. A única forma pela qual pode continuar a atrair apoio e se manter no poder é conservar uma parte importante da economia sob seu controle e recompensar os seguidores com bons empregos e benefícios generosos. Evidentemente, as estatais são os principais veículos corporativos por onde os burocratas podem controlar a economia. De fato não é só uma questão de orgulho nacional, é uma necessidade para sobrevivência política das castas que infestam o poder e da manutenção deste poder.
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