Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
quinta-feira, outubro 14, 2010
A Privatização da Vale
Seguindo o resgate de artigos antigos sobre as privatizações, para desarmar o discurso eleitoreiro petista, falo agora da venda da Vale, em artigo de 2005. Hoje, naturalmente, os dados seriam ainda mais impressionantes. O valor de mercado da Vale está em R$ 275 bilhões! O PT defende o atraso. Quer apenas manter empresas ineficientes para garantir tetas aos políticos e seus apaniguados. O PT defende o empreguismo, o fisiologismo e o corporativismo. Quem é contra as privatizações, é contra o progresso!
Rodrigo Constantino
A Companhia Vale do Rio Doce foi criada pelo Governo Federal em 1942, e privatizada em 1997, por um grupo liderado pela CSN, que comprou cerca de 42% do capital votante por US$ 3,34 bilhões. Desde então, a trajetória de crescimento de uma das maiores produtoras de minério de ferro do mundo foi fantástica. Mais um exemplo da discrepância entre as gestões estatal e privada.
Já no primeiro ano com gestão privada, a Vale apresentou um crescimento de lucro próximo de 50%. Em 1999, a empresa teve seu lucro recorde até então, ultrapassando a casa de um bilhão de reais. A empresa aumentou bastante os investimentos, focou mais na lucratividade e fechou parcerias com multinacionais de peso, como a japonesa Mitsui. Vejamos alguns números de destaque que não deixam margem de dúvida sobre o sucesso da privatização.
O retorno sobre o patrimônio líquido da CVRD ficou perto de 7% no ano da sua privatização, e no ano seguinte já tinha saltado para 11%. Em 2000, esse retorno havia atingido novo patamar, em 20%. Vale lembrar que os preços médios do minério de ferro e pelotas, principais produtos vendidos pela empresa e responsáveis pelo grosso do resultado consolidado total, não mudaram muito entre 1997 e 2003, subindo bastante somente em 2004, quando o retorno alcançou praticamente 40%. Em 2005, o preço acertado com as siderúrgicas internacionais subiu mais de 70%, e o retorno da Vale deverá atingir patamares ainda maiores.
O valor patrimonial por ação, que era de R$ 9 em 2000, já tinha saltado para R$ 16 em 2004. A margem bruta da companhia ficou em 23% em 1996, ainda na era estatal, e no ano da privatização já tinha pulado para 30%. Em 2004, essa margem chegou perto de 50%. O lucro líquido da empresa em 2004 chegou a estrondosos R$ 6,5 bilhões, quase 8,5 vezes maior que o lucro de 1997, ano da privatização. No primeiro semestre de 2005, o lucro já passou de R$ 5 bilhões. O mais espantoso é que toda essa melhora absurda nos indicadores e números da empresa foi obtida com bem menos colaboradores. Em 1996, ainda estatal, a CVRD empregava 15.483 pessoas. Já em 2000, esse quadro de pessoal tinha sido reduzido para 11.442 colaboradores. O ganho de produtividade da empresa foi fantástico.
Todo esse incrível avanço foi reconhecido pelos investidores. O valor de mercado da Vale, que oscilava próximo dos R$ 8 bilhões em 1997, rompeu a barreira dos R$ 100 bilhões este ano. A inflação acumulada nesse período, medida pelo IPCA, foi perto de 70%, mostrando que os ganhos reais da empresa foram enormes. De 1997 até os dias atuais, as ações da Vale multiplicaram-se por mais de 11, enquanto o Ibovespa, índice composto por diversas empresas brasileiras, multiplicou-se por menos de 5. Em outras palavras, o investidor da CVRD ganhou mais que o dobro de quem apostou no Ibovespa, com cerca de 50 empresas em diversos setores.
E não foi apenas contra as empresas brasileiras que a Vale deu um show de performance. Comparando ela com sua competidora internacional, a Rio Tinto, vemos resultado similar. No final de 1997, o valor de mercado da Rio Tinto era próximo de US$ 13 bilhões, enquanto o da Vale era US$ 7,5 bilhões. Atualmente, o valor de mercado da Vale é maior. Neste período, em dólares, o valor de mercado da Vale aumentou 6 vezes, o dobro do múltiplo da Rio Tinto, que “apenas” dobrou.
O desempenho estupendo das ações da Vale comprova esta melhora sensível dos indicadores da empresa após sua privatização. Por qualquer ângulo analisado, a conclusão é a mesma: a privatização da CVRD foi um grande sucesso! Isso para não falar do impacto nos cofres públicos, com crescimento exponencial dos impostos recolhidos pelos melhores resultados. Transferir o controle do governo para o setor privado pode fazer milagres. E normalmente faz.
Sem dúvida uma gestão que tem compromisso e responsabilidade com a empresa de fato garante melhores resultados. Mas porque ela ser privada, se as riquezas que estão promovendo esse lucro, é naciona? Porque promover essa cultura de concentração de renda na mão de alguns - veja bem que negócio: uma pequena fatia de empresários com a vida (mais) que ganha e uma outra parcela de "políticos-empreendedores" com o bolso cheio de dinheiro. E você, meu amigo, se não garantir sua cadeira na assessoria de imprensa do governo ou da empresa, o que faz? Ou mesmo com essa cadeira garantida, não deveria pensar nos outros, na maioria desfavorecida?!!
ResponderExcluirVocê quer dizer também que a petrobras deveria ser privatizada?
Eu ainda acredito e respeito naqueles/ aqueles que sabem e honram ocupar uma gestão pública na sua devida essência.