sábado, outubro 16, 2010

Profetas do Passado



Um dos "argumentos" que os petistas usam para atacar a privatização da Vale, já que não podem falar de sua atual eficiência e sucesso, é alegar que o governo FHC "entregou" a empresa. Esse artigo, de 2006, coloca abaixo essa falácia. Mais uma, que os petralhas usam na tática pérfida eleitoreira. Na verdade, os petralhas sonham com a possibilidade de ter a Vale como mais uma gigantesca fonte de recursos para pilhagem partidária. Apenas isso.

Rodrigo Constantino

Preciso contratar um petista como administrador de recursos! Qualquer um serve. Afinal, os petistas devem ser excelentes gestores. Não estou me calcando apenas na estupenda performance de Lulinha, o filho do presidente Lula que ficou milionário da noite para o dia, através da compra pela Telemar de sua empresa de jogos, a Gamecorp. Também não estou focando somente no brilhante desempenho do patrimônio do próprio Lula durante seu mandato, levando o “pai dos pobres” a ficar praticamente milionário. Tampouco penso no churrasqueiro que levanta milhões para a compra de dossiês. Não é nada disso! Tenho em mente o rebanho todo de petistas, que repete em uníssono que a Companhia Vale do Rio Doce foi vendida a preço de banana, praticamente entregue de graça pelo governo. Eles é que me despertam tanto interesse pela contratação de algum petista, qualquer um, para gestão de recursos. Explico.

O único “argumento” que a turma retrógrada, que ainda acha que o Estado deve ser empresário, utiliza, é que a CVRD vale uns R$ 100 bilhões hoje, enquanto foi vendida por US$ 3,34 bilhões em 1997. Como diria Jack, o estripador, vamos por partes: em primeiro lugar, o governo vendeu 42% do capital votante por este valor para a CSN, o que avaliava a empresa toda em mais de R$ 12 bilhões, com um ágio de quase US$ 600 milhões em relação ao preço mínimo; em segundo lugar, tratava-se de um leilão, que incluía a participação de várias empresas estrangeiras, como Anglo American, Nippon Steel, Kawasaki, Kobe, Mitsubishi, Alcoa etc. Ou seja, qualquer empresa poderia ter participado, e pago mais para levar um ativo que, segundo os petistas “especialistas”, estava de graça. Por que não fizeram? Alguma conspiração mundial?

Fora isso, a Vale tinha ações negociadas na bolsa de valores, com milhares de investidores do mundo todo comprando e vendendo diariamente, determinando o valor de mercado da empresa. Durante o primeiro semestre de 1997, esse valor oscilou em torno de R$ 10 bilhões. Em outras palavras, qualquer um, até mesmo um petista, poderia ter comprado ações da Vale por um preço abaixo daquele pago pela CSN. Fica a questão: se tal valor estava “de graça”, por que diabos os petistas não estão todos milionários hoje? Será que petistas, logo eles, não gostam de dinheiro? Um investimento nesta época nas ações da Vale teria multiplicado o capital por cerca de 20 vezes! Qualquer petista que levantasse algo como R$ 50 mil poderia estar hoje milionário! Com o benefício da retrospectiva, fica bem fácil acertar. Mas se de fato, na ocasião, os petistas sabiam do futuro da Vale, e que ela valeria mais de R$ 100 bilhões em 2006, precisam explicar porque não estão todos ricos, mesmo sem “mensalão”, cargos de confiança bem remunerados para camaradas ou “solidariedade” de empresas como a Telemar.

Os petistas ignoram que o lucro da Vale estatal oscilava em torno dos R$ 500 milhões por ano. Hoje, esse lucro passa dos R$ 10 bilhões! Só de imposto de renda, a Vale pagou mais de R$ 2 bilhões em 2005. Será que essa diferença de performance não explica também a diferença no valor de mercado da empresa hoje e nos tempos de estatal? Entre os motivos desse exponencial aumento do lucro está o cenário global, com a China comprando minério de ferro adoidado, puxando o preço em mais de 70% para cima em um único ano! Será que os “clarividentes” petistas já sabiam disso também, lá em 1997? Além disso, o desempenho deve-se muito à gestão privada, infinitamente mais eficiente que a estatal. Os ganhos de produtividade são evidentes, o foco no retorno sobre capital investido é total, a remuneração de acordo com a meritocracia é um forte incentivo, enfim, a transformação da empresa de estatal para privada é boa parte da explicação desse enorme aumento em seu valor de mercado. Os petistas fingem não ver nada disso, e repetem apenas que o “patrimônio nacional” foi entregue para capitalistas exploradores.

Em resumo, o presidente Lula trouxe ao “debate” o tema da privatização, como se vender estatais paquidérmicas, verdadeiros cabides de emprego para colegas, fosse atestado de pacto com o diabo. Claro, Lula pretende fazer terrorismo de Alckmin frente aos nacionalistas xenófobos, que realmente acreditam que o petróleo é deles (se ele é nosso, eu quero minha parte!). Quer conquistar a esquerda jurássica, que apoiava Heloísa Helena. E seus seguidores fiéis, autômatos, partem logo para a repetição de chavões sem reflexão alguma. Nesse contexto é que escutamos estultices como as que condenam privatizações que tanto fizeram para melhorar o país. São quase 100 milhões de celulares hoje! Antes, uma linha fixa analógica custava uma fortuna e demorava meses para ser instalada. Imagina ter ainda Usiminas, CSN, Embraer, Telebrás, Embratel, Vale, Banespa, Banerj, as ferrovias, tudo estatal, usadas como veículos políticos pelo PT, que aparelhou o Estado de forma assustadora! Muitos cargos para distribuir entre camaradas, muito dinheiro para usar com “mensalão” e compra de dossiês. O sonho dos petistas, dos parasitas. O pesadelo dos consumidores e pagadores de impostos.

Mas de volta ao começo, quero contratar um petista como gestor de portfolio! Todos os dias, milhares de investidores, totalmente focados nisso, digladiam-se para obter boas oportunidades de investimentos. Não existe almoço grátis. Os riscos são reais, qualquer aposta pode fracassar, o futuro é incerto. Mas isso é a realidade dos mortais comuns. Não dos petistas! Esses sim, sabem o futuro! Lá em 1997, quando a Vale foi privatizada através de um leilão aberto com a presença de várias multinacionais, os petistas já tinham convicção de que o preço era irrisório, uma verdadeira pechincha. Resta entender porque os profetas do passado não estão ricos. Ao menos não pelas vias legais...

19 comentários:

  1. Anônimo4:06 PM

    (Jorge Nogueira)

    Rodrigo, os petistas se inseriram SIM nos processos privatistas através dos fundos de pensão e alguns ficaram ricos sim, como é o caso do Gushiken. Se beneficiam tanto da privatização da Vale como das telecomunicações.

    ResponderExcluir
  2. Pelos fatos acima valeria vender a Vale e todas as demais até de graça. Só de impostos que o governo já recebeu já pagam.
    Alem disso, acabou com uma cabide de empregos e uma fonte de corrupções como as demais estatais. Foram elas que alimentaram o Valerioduto e pagaram o mensalão, lembra? Mas não adianta falar isso para os PTralhas. O Lulla que prefere ser uma merdamorfose ambulante já aderiu a privatização das estradas, Amazônia e IRB. Qualquer dia vai acordar e privatizar o resto.

    ResponderExcluir
  3. Anônimo11:27 PM

    O governo é o principal acionista da Vale do Rio Doce. É cinismo demais propor sua reestatização.

    Pois vejam os dados do Ministério da Fazenda:

    Composição acionária da CVRD
    Valepar ................42%
    Tesouro Nacional / BNDS.....32%
    Litel Participações SA..........10%
    BNDSPar / INSS / FPS ..........5%
    outros ................11%

    Composição acionária da Valepar
    Litel/Litela (Previ) ....... 58,1%
    Bradespar........7,4%
    Mitsui............5,0%
    BNDESpar......... 9,5%
    Elétron (Opportunity.... 0,02%

    (Previ = fundo de pensões do Banco do Brasil)

    Somando as ações do governo federal e dos fundos de pensão, suas participações somam 43,76 % , o que lhes dá a condição de maiores acionistas da Vale
    Portando, a mentira petista está desmascarada!

    ResponderExcluir
  4. Cláudio Ramos (BsB)3:15 PM

    Rodrigo,
    Me tira uma dúvida: Não seria privatizar o que o Lula fez com a Petrobrás boliviana em 2006? vender por preço justo não pode mas dar de presente para os amigos pode?

    ResponderExcluir
  5. FERNANDO JORGE DOS SANTOS4:38 PM

    Como disse o Serra, o PT predica mas não pratica. Aqui na Bahia criticaram a privatização da estrada do côco e agora estão privatizando a BR 324.
    São desonestos e contraditórios. Vão enganar os bestas com essa de estatizantes!

    ResponderExcluir
  6. CAROS ' ESTATIZADORES', RESPONDAM : A PETROBRAS É TÃO FORTE QUE TEM A GASOLINA MAIS CARA DO MUNDO,PEDIU DINHEIRO EMPRESTADO NO INICIO DA CRISE PARA QUITAR IMPOSTOS E NÃO TEM GRANA PRA MEXER NO PRÉ-SAL , JÁ ENTREGOU PARTE PRA CHINA...ESSA EMPRESA ESTÁ MESMO OK??.RESPEITO QUEM É PETISTA , MAS PETISTA NÃO RESPEITA NADA ,SÓ DESTRÓI

    ResponderExcluir
  7. Sem resposta, né4:49 PM

    Cadê os militantes remunerados, pra responderem aqui.....

    ResponderExcluir
  8. Angélica4:56 PM

    Tem mesmo que privatizar o que pode ser melhor gerenciado pela iniciativa privada. Tudo que é do governo não anda pra frente. Ou é sucateado ou pagamos triplicado pela modernização.
    O povo precisa entender que quando determinada entidade é comandada pelo governo somos nós que pagamos por ela, e dá-lhe recorde de arrecadação! Não é propriedade do povo, simplesmente pagamos por todos os gastos e despesas todos os meses, somos mal atendidos (quando somos), para manter empregos e mordomias.
    Não fosse assim, porque todo mundo quer concorrer a uma vaga em qualquer concurso público. Deve ser ruim trabalhar pro governo, não

    ResponderExcluir
  9. ASSASSINATO DE AMBIENTALISTA - A FACE LATROCIDA DO GOVERNO

    No dia 22 de maio de 2009, o pescador Paulo César Santos de Sousa, tesoureiro da Associação dos Homens do Mar (AHOMAR), do Rio de Janeiro, foi assassinado com três tiros no rosto e dois na nuca. Sua casa foi invadida e revirada à procura de documentos. Que documentos seriam esses que resultariam nesse brutal assassinato?

    Paulo se afastou das funções por problemas de saúde e por medo das ameaças de morte que membros da entidade vinham sofrendo. Paulo dizia que corria risco de vida porque estava atrapalhando a obra da Petrobrás. Ele era um dos líderes da entidade Ahomar que luta contra o projeto da Petrobrás, consórcios Oceânica e GDK, de instalação de dutos para transporte de gás da Petrobrás. O projeto implicaria na mortandade de peixes, prejudicando pescadores que há anos sobrevivem da pesca.

    Por conta das denúncias sistematicamente feitas pelos pescadores, as secretarias municipais de Meio Ambiente e da Fazenda, a Prefeitura de Magé e o Conselho Municipal de Meio Ambiente vistoriaram o canteiro de obras do GLP e interditaram o mesmo: havia mais de 42 irregularidades. Nesse mesmo dia Paulo foi assassinado. (Grupo Tortura Nunca Mais - RJ/Brasil)

    ...............................

    MÁFIA PETISTA - TESTEMUNHAS EXECUTADAS

    O empresário Sérgio Gomes da Silva, que era o motorista da Pajero onde viajava o prefeito Celso Daniel, disse que na hora quando foi fechado pelos bandidos, a trava e o câmbio do veículo não funcionaram, o que impossibilitou a fuga e permitiu aos bandidos abrirem a porta do carro e levarem o prefeito. Uma análise pericial foi feita na Pajero e a conclusão dos peritos é que o carro não tinha nenhum defeito elétrico ou mecânico que justificasse uma falha. Segundo os peritos, se houve falha na hora, ela foi humana.

    Após a morte de Celso Daniel foram ainda assassinadas seis outras pessoas, todas em situações misteriosas, entre as quais estão: o agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito jogado na estrada e que chamou a polícia, o garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime e uma outra.

    Um dos promotores do caso mostrou ao menor que alegou ter atirado no prefeito, uma foto de Celso Daniel. Este não conseguiu reconhecer a pessoa na foto, sendo posta em dúvida a hipótese de ele ter sido o autor dos disparos que vitimaram Celso Daniel.

    A família pressionou as autoridades para que o caso da morte do prefeito fosse reaberto. Em 5 de Agosto de 2002 o Ministério Público de São Paulo solicitou a reabertura das investigações sobre o sequestro e assassinato do prefeito. (Google, Wikipedia, Estadão, Folha, etc.)

    .................................

    TERRORISMO INTERNACIONAL - PROTEGENDO CRIMINOSOS

    Olivério Medina, ex-guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a quem o Brasil deu amparo, foi beneficiado pelo instituto do asilo político. É asilado e não refugiado no Brasil. Em seu país de origem, ele fora condenado por homicídios, seqüestros, roubos etc, tudo corporificando ações terroristas. Em 1991, comandou um ataque a uma base militar, disto resultando vários mortos e feridos e seqüestros de 17 militares. O curioso é que, antes de entrar para a guerrilha, fora padre. Trocou a batina pela farda e a bíblia pelo fuzil. (Blog do Juiz Federal Odilon de Oliveira)

    ResponderExcluir
  10. aliancaliberal7:11 PM

    Eu creio que a resposta e sim mais tenho que pergintar
    Posso usar seus textos em outros blogs mantido logicamente a fonte?
    coloquei aqui ja pra deixar como sugestão.
    ..
    E como sempre otimo texto.quero ver alguem contestar estes argumentos.

    ResponderExcluir
  11. Compagna8:07 PM

    Discordo do autor. Precisamos defender nossos interesses, inlcusive com uma política cambial protecionista. Com um câmbio desvalorizado, há mais exportadores querendo vender dólares do que importadores querendo comprá-los. Isso tende a gerar um superávit em conta corrente. Para evitar que o câmbio volte a valorizar, o governo é obrigado a comprar os dólares excedentes, tendo como contrapartida um aumento na poupança. É o que o governo chinês faz. É o que devemos fazer.

    ResponderExcluir
  12. Não faz sentido para economia brasileira, COMPAGNA. A China poupa à beça, 45% do PIB. Não sei se o melhor caminho lá não seria reduzir um pouco a taxa de poupança e consumir eles mesmo os bens que mandam para fora. Mas isso é problema deles. Nós temos uma poupança baixa, 16%. Significa dizer que aqui o consumo é alto. A tese de que exportar seria a solução faria sentido se houvessem recursos produtivos ociosos que só estão inutilizados por falta de pujança interna. Não é o caso. Mais exportações só farão deslocar a produção para atividade exportadora.

    ResponderExcluir
  13. Quinta da Canoa9:19 PM

    É uma ilusão de "progressistas" keynesianos achar que a via chinesa de crescimento, calcada em moeda fraca e exportações fortes, serve para qualquer país como se fosse uma fórmula pronta de sucesso. As exportações fortes chinesas devem-se ao baixo custo de mão de obra do operário (salários contidos pelo governo) tornando seus produtos os mais baratos do mundo. Os altos índices de exportação é a natural conseqüência do consumo interno contido. Podemos sim, copiar muitas coisas da economia chinesa, como altos investimentos na educação, principalmente no nível técnico, investimentos em ferrovias enfim.

    ResponderExcluir
  14. Burocratoparasita da União9:23 PM

    Outro adepto da tese simplista de que “exportar é o que importa”. Não necessariamente.

    ResponderExcluir
  15. A política cambial da China exporta desemprego.

    ResponderExcluir
  16. Na verdade a manipulação das taxas de câmbio pelo partido vermelho viola todas as normas globais existentes e tem é de ser revertido para corrigir a falta de equilibrio mundial.

    ResponderExcluir
  17. Compagna11:04 PM

    As estatais chinesas vêm ganhando terreno porque possuem a clara retaguarda do governo, inclusive na mobilização de recursos financeiros.

    ResponderExcluir
  18. Se o governo brasileiro quer dar suporte como faz Pequim, que estanque a escalada nas despesas correntes, para poder baixar os juros e melhorar o financiamento das empresas, convertendo em investimentos. Lá, o nível de investimento em relação aos gastos é maior, muito maior. O crescimento chinês é forte porque se baseia em reinvestimentos do PIB naquele país enquanto aqui crescemos apenas pelo consumo, diga-se de passagem, de quinta categoria, insuflado por uma burocracia perdulária e corrupta.

    ResponderExcluir
  19. Hugo Leandro Venturini9:41 PM

    O medo de novas privatizações por parte de funcionários públicos se dá, no meu ponto de vista, ao receio (óbvio) de perder os privilégios absurdos que a maioria possui e enfrentar cobranças com relação à competência, responsabilidade e resultados, comuns na iniciativa privada.

    ResponderExcluir