Rodrigo Constantino
Dilma tem usado a "cartada do gênero", o que ficou claro no seu primeiro discurso após a vitória na eleição. Ela insistiu bastante na questão de ser a primeira mulher eleita para presidente do Brasil, e boa parte da grande imprensa comprou este discurso. De minha parte, penso que se trata de uma grande bobagem. É que rejeito toda forma de coletivismo, seja de sexo, classe ou raça. O que importa para os brasileiros qual é o sexo do presidente? O que importa qual a cor do presidente? Nada disso é realmente relevante.
Na América Latina tivemos recentemente duas mulheres presidentes, uma no Chile e outra na Argentina, ambas de esquerda. Mas a primeira soube ser responsável com a herança econômica e o país passou ao comando de um empresário liberal faz pouco tempo, fazendo do Chile um caso raro de estabilidade política e bom crescimento econômico na região. Já a segunda, que recentemente se tornou viúva, tem feito um péssimo governo populista, prejudicando as empresas, perseguindo a imprensa, alimentando a inflação.
Viva a mulher no poder! Mas... qual mulher? Margaret Thatcher, a "dama de ferro", foi a poderosa personalidade por trás das reformas liberalizantes na Inglaterra, que estava entregue às máfias sindicais e à inflação. Isso já ocorreu há muitos e muitos anos, no começo da década de 1980. Viva a mulher no poder! Mas... depende muito de qual mulher estamos falando, não? Eu adoraria ter uma Thatcher como presidente do Brasil, para privatizar estatais paquidérmicas que servem apenas para empreguismo de parasitas. Mas eu teria calafrios com uma Heloísa Helena como presidente, assim como fico tenso - um pouco menos, é verdade - com Dilma no poder. Aliás, tem muita mulher por aí mais "macho" que muito homem.
O sexo não é prerrogativa para competência ou apreço pela liberdade. De fato, o sexo diz muito pouco sobre alguém. Assim como a cor. Quando Obama foi eleito nos Estados Unidos, a comoção com o "primeiro presidente negro" foi geral. Eu, à contramão, escrevi alguns artigos mais céticos, contra aquela onda irracional e religiosa de "esperança". O que importa a cor da pele mais escura de Obama? Eram outras questões que deveriam estar em jogo. Obama é estatista, defende mais intervenção na economia, ataca o clima de estabilidade dos negócios, e com isso posterga a recuperação econômica. Seu programa de saúde universal é demagógico e as questões "chatas", como a conta para pagar por isso, são deixadas de lado num país cujo governo já está endividado até o talo. Mas milhões choraram de alegria por causa da cor de pele do presidente americano...
Agora ele vai ter o resultado que merece: uma contundente derrota nas urnas, possivelmente perdendo a maioria democrata no Congresso. Boa parte disso se deve ao movimento Tea Party, que procura resgatar os valores liberais dos "pais fundadores" da nação. Com desemprego perto de 10% e economia ainda patinando, a popularidade do presidente negro, o "messias salvador", está lá embaixo. A "cartada racial" não durou muito. E, justiça seja feita, Obama nunca se aproveitou tanto dela. Já Dilma tem repetido bastante a sua natureza feminina. A primeira mulher presidente do Brasil! E eu pergunto: e daí? Se ao menos fosse alguma outra mulher...
Nem o obama é tão negro assim, pq a mae dele é branca, nem a dilma é tão mulher assim.
ResponderExcluirTive uma professora que não deixava passar um erro de português. Mas a primeira mulher a chegar à presidência é Dilma, a desconexa, a mulher incapaz de concluir um raciocínio, a patrimonialista que criará empresas amigas e inimigas, o horror, o horror. Socoooooorro!
ResponderExcluirA dilma é mais homem que o lula kkkkk
ResponderExcluirBrincadeiras a parte, esse é o tipo de discurso de quem não tem idéia ou ideologia. É o mesmo que lula usou: "o primeiro presidente operário". Os populistas sempre tentam se apegar a discursos passionais de efeito -mas vazios de conteúdo.
Segundo depoimento que ouvi de Olavo de Carvalho (que mora nos EUA), o partido democrata americano fugiu como o diabo da cruz desse discurso vazio da cor. Quem levantou essa bandeira foram esquerdistas de outros países e outros grupos não ligados ao partido.
Rodrigo,
ResponderExcluirconcordo contigo, realmente a questão do gênero ou da raça não tem importância nenhuma, nem mesmo simbólica, em países em que não há machismo, nem racismo, nem nenhum tipo de opressão às mulheres e aos negros.
Há duas ressalvas, no entanto: o governo da Dilma ainda não começou e o de Obama ainda não terminou. A reforma na saúde ainda terá seus efeitos na popularidade de Obama. A ver.
Quanto ao Tea Party, esse movimento de malucos que protesta contra o aumento de impostos e acusa Obama de socialista, queniano e outras barbaridades, já está murchando.
Na verdade, Obama cortou impostos dos mais pobres, coisa que nunca aconteceu durante o governo de Bush Júnior.
Aqui está um insuspeitíssimo link da Fox com um comentário do Obama sobre o Tea Party ("I think they should be saying thank you."):
http://www.thefoxnation.com/tea-party-movement/2010/04/15/pres-obama-tea-partiers-should-be-saying-thank-you
Rodrigo,Dilma ja esta preparando o terreno para ser poupada dos escandalos ,por ser mulher,assim como Lula por ter sido operario,foi totalmente blindado contra tudo e todos.
ResponderExcluirO que o amigo acima (Edu) disse é verdade. Qualquer problema (tipo corrupção) que chegar perto de Dilma: coloca na conta do machismo.
ResponderExcluirAi, ai meu Deus. Por quantas coisas mais iremos passar!?
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Bem lembrado! Assim como o lula usou de sua imagem de homem "do povo" para blindar de toda pilantrisse do PT, dilma vai constantemente usar do gênero para colocar todas as acusações como frutos de uma cultura machista.
ResponderExcluir'Qualquer problema (tipo corrupção) que chegar perto de Dilma: coloca na conta do machismo.'
ResponderExcluirIsso eles aprenderam com a imunda esquerda americana: qualquer coisa que se diga contra o obama... é racismo.
'Quanto ao Tea Party, esse movimento de malucos que protesta contra o aumento de impostos e acusa Obama de socialista, queniano e outras barbaridades, já está murchando. '
Meu caro, obama É socialista, talvez só não tenha as bolas pra admitir, mas um cara que luta com todas as forças por uma 'reforma' da saúde dessas, que enfraquece o mercado e obriga os pagadores de impostos a comprar a eficientíssima saúde do governo, que beneficia os imigrantes ilegais, é socialista sim
A crise lá continua solta por causa da c***** do pacote de estímulo dele.O mundo todo já saiu e eles continuam lá.
Eu não esperaria outra coisa de um cara que nunca fez nada na vida que não fosse como burocrata de governos.
E como o próprio Rodrigo mostra no prox artigo,o tea party não ta murchando coisa nenhuma, bom vc se informar melhor antes de falar besteira.
E só mais uma coisa,também não tem nada de lunático desconfiar que o obama não é cidadão americano mesmo.
ResponderExcluirPra que diabos ele torrou uma montanha de dinheiro com advogados pra não ter que mostrar certidão de nascimento?
Não vamos ser ingênuos
É possível que as reservas brasileiras amumentem ainda mais, e que o pré-sal forneça um colchão de estabilidade ao país, e que o crescimento se mantenha próximo a 10% por muitos anos, e que a ascenção social se acelere e que novos mercados de consumo interno façam a festa da indústria. Há possibilidades de realização de grandes obras de infra-estrutura e de elevação crescente dos níveis de emprego e renda. O que teria isso de ruim para o país, ou mesmo para uma determinada classe? Creio que devemos lutar por isso, e não ficarmos torcendo pelo pior apenas para nos vingar do PT.
ResponderExcluirSem querer ser machista ou chauvinista, mas convenhamos, as mulheres governadoras que já tivemos no Brasil foram um verdadeiro desastre. Muitas também que foram designadas para dirigir empresas privadas idem. Mulheres são ótimas coloboradoras, mas em termos de liderança ainda não provaram nada a não ser algumas raríssimas excecões.
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