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sexta-feira, fevereiro 04, 2011
A ameaça chinesa
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
A CNI realizou um levantamento junto a mais de 1.500 empresários que indicou perda de clientes no exterior para os fabricantes chineses. Segundo essa sondagem, 67% dos entrevistados relataram que perderam clientes internacionais para a China. Em sondagem semelhante realizada em 2006, esse percentual era de 54%. As pequenas empresas são as que mais perderam clientes externos para os chineses.
Por outro lado, a China já é o maior destino das nossas exportações, representando mais de 15% do total. E somente a venda de minério de ferro responde por 17% da pauta. Muitos analistas falam em superaquecimento chinês, e medidas para conter a expansão de crédito já estão sendo tomadas. Se a economia chinesa se desacelerar de forma abrupta, isso terá um impacto bastante negativo para a nossa economia, cada vez mais dependente do crescimento chinês. No resultado do saldo comercial de janeiro, os produtos básicos, em relação ao mesmo mês de 2010, acusam crescimento de 56,3%; e os manufaturados, de apenas 8,6%.
A outra fonte da ameaça chinesa diz respeito à concorrência interna com seus produtos importados. O Brasil comprou 61% mais produtos da China em 2010. O governo Dilma, sob o comando do “mercantilista” Pimentel, pretende adotar novas medidas para conter este aumento das importações chinesas. Mas estas medidas, que visam à proteção de nossa indústria, representam um tiro no pé dos consumidores, forçados a pagar mais caro pelos produtos.
Em suma, a China representa tanto uma oportunidade como uma ameaça para as empresas brasileiras. O mais importante, neste contexto de “guerra mundial por empregos”, seria melhorar a produtividade de nossas empresas, por meio de menos impostos e burocracia, melhor infraestrutura e qualidade de mão-de-obra. Esta é a solução certa, que demanda esforços grandes do governo. A saída fácil, porém errada, seria apelar para medidas protecionistas. Infelizmente, está bem claro o caminho que o governo Dilma pretende seguir.
Nem com menos impostos e menos burocracia as empresas brasileiras iam poder competir, o trabalhador chinês é educado, inteligente e esforçado, é o símbolo perfeito de tudo que o povo brasileiro abomina.
ResponderExcluirntsr.
Parabéns, bela análise.
ResponderExcluirRodrigo, peço que não esqueça de mencionar em seu blog o "fim de semana da liberdade" que haverá no RS de 08 a 12/04, com o II Seminário de Economia Austríaca e o XXIV Fórum da Liberdade.
Se os produtos ficaram mais caros é só aumentar as prestações, em vez de 15 vezes poderão comprar em 30. Não é assim que funciona o consumo no país?
ResponderExcluirSe os que governam não entendem o processo, acabam vendo causa como efeito e agem sobre os efeitos e não sobre as causas. Nos últimos 60 anos temos visto essa inversão do pensamento brasileiro. Perdemos nossa grande oportunidade com os militares. Poderíamos ter sido a China desde os anos 70. O pensamento esquerdista que domina a sociedade brasileira não permitiu. Hoje temos a China: apenas 500 milhões de chineses é que estão incluídos na economia global. Faltam incluir ainda hum bilhão e cem milhões. Combater esse potencial é uma tarefa muito mais dura hoje; é preciso uma economia flexível e liberada para consegui-lo. Flexibilidade é tudo que esse governo NÃO tem. Ideologia é inflexível.
ResponderExcluirJustamente: 17% de ferro e o restante praticamente só de soja, muito pouco diversificado. O governo chinês bloqueia a entrada de nossos produtos industrializados e nós abrimos as pernas e abanamos o rabo para tudo o que Pequim disser.
ResponderExcluir*Anonymous: "o trabalhador chinês é educado, inteligente e esforçado, é o símbolo perfeito de tudo que o povo brasileiro abomina."
Não te esqueças de mencionar que eles não têm aposentadoria, plano de saúde e tampouco cuidados com o meio ambiente (apesar de muito investirem em energia renovável).
Sou de Blumenau, SC, e posso garantir que nossas indústrias têxteis contam com trabalhadores tão laboriosos e diligentes quanto os chineses. O problema é simples: no jogo dos negócios internacionais, quem não joga de acordo com as regras leva vantagem. A China não passa de um grande trapaceiro.
@Mateus:Um trabalhador chinês aguenta um ritmo de 14, 16h de trabalho por dia, qual trabalhador brasileiro ia aceitar a mesma coisa?
ResponderExcluir'Não te esqueças de mencionar que eles não têm aposentadoria, plano de saúde e tampouco cuidados com o meio ambiente'
Nada disso é importante pro consumidor final.Mas acho que entendi sua intenção e até concordo, eles não tem mesmo muita ética, na hora de alimentar a pirataria ou de roubar a propriedade intelectual dos outros eles não tem problema nenhum com isso