sábado, março 26, 2011

Clube Militar

Ontem ocorreu um evento no Clube Militar sobre o golpe (ou seria contra-golpe?) de 1964, do qual fui mediador. Segue reportagem da Folha sobre o debate.

Sobre 64, tendo a concordar com Roberto Campos:

"É sumamente melancólico - porém não irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’..."

O contexto era o da Guerra Fria, e várias nações foram vítimas de ditaduras comunistas ou então regimes militares autoritários. Não é possível elogiar as duas décadas de ditadura militar, até porque ela foi péssima sob diversos prismas (nossos militares eram vítimas da ideologia positivista de Comte). Mas Castello Branco era um legalista e contava com amplo apoio popular. Os comunistas queriam implantar no país uma ditadura como aquela existente em Cuba. Esse é um fato! E hoje é triste ver aqueles guerrilheiros comunistas posando de defensores da democracia e tentando reescrever a história. Esta "Comissão da Verdade" não passa de um engodo, um embuste ideológico com intenções obscuras, tais como revanchismo, polarização da sociedade ou polpudas indenizações. Queremos a verdade sim. De todos os lados! E buscada por historiadores profissionais e imparciais, e não políticos engajados que, naquela época, tomaram o partido dos comunistas.

Os militares podem e devem ser criticados pelos seus erros. Mas uma coisa me parece evidente: o Brasil poderia ser uma enorme Cuba hoje não fosse a medida que colocou um freio no avanço comunista da década de 1960.

12 comentários:

  1. Anônimo5:37 PM

    Qual a grande necessidade de fazer a censura, proibir bunda na televisão, no que é que isso contribuiu pra evitar o comunismo brazuca?
    ntsr

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  2. Anônimo6:16 PM

    Fernando Gabeira, ex-deputado federal e candidato derrotado ao governo do Rio de Janeiro, declarou recentemente:
    "O programa polí­tico que nos movia naquele momento, era voltado para uma ditadura do proletariado. Então voceª não pode voltar atrás, corrigir o seu passado e dizer que estava lutando pela democracia. A luta armada não estava visando à democracia."

    Rodrigo, hoje, eles tentam MODIFICAR a história

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  3. Não acho que Roberto Campos estivesse certo. Não precisávamos de anos de chumbo, muito menos de rios de sangue! A passagem para a democracia como aconteceu em 1984 mostraria outra possibilidade. O impechemant de Collor também. Impossível era que guerrilheiros tomassem um País continental como o Brasil. Podiam deixar eles por ai que iriam se auto-definhar. Era um erro dos "comunistas" acharem que as condições de cuba pudessem ser aplicadas aqui. Ou seja, os rios de sangue nunca se concretizariam aqui pela via guerrilheira. Os militares simplesmente aproveitaram a onda anti-comunista para tomar o poder, e os comunistas aproveitaram a onda cubana para formar guerrilhas... ambos estavam errados. O que podemos lamentar é que a população da época se deixasse levar por estas duas ondas lamentáveis e não tomassem partido pela linha democrática que hoje vivemos.

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  4. Morena Flor12:28 AM

    Allan Kelvin, concordo em gênero, número e grau.

    Ou seja, resumo da ópera:

    Nem milicos, nem comunas.

    No final das contas, quem queria democracia mesmo era o povo, q se manifestou pelas "diretas já".

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  5. Morena Flor12:39 AM

    Só faço uma ressalva qto a "deixar os guerrilheiros por aí, q eles iriam se "autodefinhar":Não, não é bem assim. Estes deveriam ser presos pelos seus crimes. Só q para isto, não é preciso ditadura(ou é preciso uma nova ditadura na Espanha para conter os terroristas do ETA? Será q Honduras precisou de um governo autoritário para despachar o "Zé Mala"? então! q seguisse o exemplo hondurenho, ao invés dos militares implantarem o próprio autoritarismo com a desculpa de despachar o autoritarismo dos outros - no caso, dos comunas).

    Ora, é uma lógica deveras maquiavélica: Em um país como o Brasil, os militares tomam o poder para conter os comunas mais assanhadinhos(i.e, os guerrilheiros) e conclamanto uma ditadura... Será q a democracia não funciona contra este tipo de gente? Será q não dava para dar conta destes guerrilheiros de forma a não afrontar a democracia?

    Dito isto, vejo q aí usou-se o expediente de barrar a implantação da ditadura dos outros se aproveitando do poder para proclamar a própria. Pelo visto, foi o q os milicos fizeram(e tá cheinho de exemplo assim na história).

    Não tem santo nesta história. Só o povo é a vítima - e os inocentes q morreram nestes combates.

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  6. Anônimo1:03 AM

    Li à respeito e soube que foi um ótimo debate, e que inclusive gerou um DVD.

    Porque não disponibilizá-lo publicando-o no you tube, em partes ?

    Gostaria muito de saber os detalhes, e provavelmente muitos que não compareceram também ficarão satisfeitos .

    Obrigada.

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  7. Anônimo9:20 AM

    "contra-golpe" é muita cara de pau.

    Se existiam "comunistas" querendo implementar uma ditadura, não tinham nem de perto apoio popular. Tiveram mais com a ditadura militar.

    Ditadura de "esquerda" não é o extremo oposto a ditadura de "direita". Ambas estão juntinhas.

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  8. Roberto10:38 AM

    É, Rodrigo, os militares poderiam admitir o erro, pedir desculpas e assumir as responsabilidades. Ele possuem crédito suficiente para isso. Mas, perdem o crédito e não se redimem quando tentam, com desculpas esfarrapadas, dizer que se não fosse a ditadura deles o Brasil seria Cuba. Isso é uma bobagem inconcebível.

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  9. Ditaduras são de esquerda, basta notar o tamanho do Estado e sua interferência nos direitos individuais.

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  10. Morena Flor3:04 PM

    SW,

    Ditaduras podem ser tanto de esquerda qto de direita(ainda mais qdo tem religião no meio).

    Tanto a direita qto a esquerda querem q o estado sirva aos seus(delas) próprios interesses.

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  11. Assino embaixo o que escreveu o Roberto. Faltou quem defendesse a democracia. Sob o pretexto do perigo de uma ditadura, ganhamos... uma ditadura. Que serviu inclusive para glorificar a esquerda armada, além de matar oposicionistas que tentaram usar legais, como Rubens Paiva.

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  12. Sugiro a leitura desse texto: http://www.endireitar.org/site/artigos/endireitar/51-a-verdadeira-direita ;)

    Mas como diria Mises: "A terminologia usual da linguagem política é estúpida. O que é esquerda e o que é direita? Por que Hitler é de 'direita' e Stalin, seu amigo e contemporâneo, de 'esquerda'? Quem é 'reacionário' e quem é 'progressista'? Reação contra políticas pouco inteligentes não deve ser condenada. E progresso em direção ao caos não deve ser elogiado. Nada deve ser aceito apenas por ser novo, radical, e estar na moda. 'Ortodoxia' não é um mal se a doutrina em que o ortodoxo se baseia é válida. Quem é antitrabalhista, aqueles que querem rebaixar o trabalho ao nível da Rússia, ou aqueles que querem para o trabalho o padrão de vida capitalista dos Estados Unidos? Quem é 'nacionalista,' aqueles que querem colocar seu país sob os calcanhares dos Nazistas ou os que querem preservar sua independência?"

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