Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
terça-feira, abril 19, 2011
Almas sensíveis
Rodrigo Constantino
“A força mais enérgica não chega perto da energia com que alguns defendem suas fraquezas.” (Karl Kraus)
A Arezzo anunciou que vai retirar do mercado sua nova coleção Pelemania após protestos em redes sociais da internet. O motivo dos protestos seria o uso de peles verdadeiras de coelho e raposa na coleção, ainda que a grande parte seja de pele sintética. O “ecologicamente correto”, derivado do “politicamente correto”, chegou a patamares impressionantes mesmo. Era a gota d’água que eu precisava para escrever este desabafo.
O mundo parece habitado cada vez mais por “almas sensíveis”. O que seria isso? São pessoas covardes, quase sempre membros da “elite culpada”, normalmente desfrutando do conforto que somente o capitalismo ocidental pode oferecer, e pregando diversas bandeiras “nobres” para se sentir moralmente superiores. Vamos salvar as baleias! Vamos salvar as tartarugas! Vamos salvar os ratos! Vamos salvar os mosquitos da dengue! Ops, talvez eu tenha exagerado um pouco. Mas o fato é que essa gente não encontra limites para suas causas “politicamente corretas”.
Só mesmo alguém que vive no conforto das cidades modernas poderia se dar ao luxo de lutar pelas raposas. Quem vive feito nômade no frio, sem calefação alimentada pelo “maldito” petróleo, daria um bom trocado para ter um casaco de pele que o aquecesse no inverno. Sim, a revolução industrial, também tão condenada pela esquerda, avançou a ponto de permitir o uso de pele sintética. Não é fantástico? Claro que sim. Mas nem por isso vamos repudiar aqueles que não colocam a vida das raposas no topo de sua hierarquia de valores. E também não vamos condenar o “ouro negro” enquanto usufruímos de sua imensa utilidade. No meu dicionário, isso se chama hipocrisia. Viu, Al Gore?
A maioria dos “eco-chatos” não anda de bicicleta para cima e para baixo, nem vive sem ar condicionado. Seria pedir demais. Eles idolatram a vida “natural”, reverenciam a “mãe natureza”, mas bem de longe. Afinal, como são bons esses avanços artificiais que as empresas em busca de lucro criaram! Elogiar o Jardim do Éden sob o refresco de um aparelho moderno de ar condicionado é fácil; difícil é enfrentar a mosquitada no baita calor da selva, sem um mísero ventilador e tendo que se defender de tudo que é bicho selvagem! Algumas pessoas, ao que parece, levaram muito a sério a antropomorfização dos bichos, que vemos nos filmes da Disney e Dreamworks. Correm o risco de se apaixonar por uma ovelha, como no filme de Woody Allen (ao menos o nível da conversa seria adequado).
Voltando às raposas e aos coelhos (estes ao menos mais fofinhos que aquelas), o fato é que alguns os encaram como úteis aos seres humanos, enquanto outros chegam a preferi-los em detrimento dos seres humanos. Eis a grande diferença que vejo. A turma do PETA chega a declarar ódio ao homo sapiens, o grande “vírus” do planeta (seria projeção daquilo que enxergam no espelho?). A misantropia chega a patamares absurdos quando é preciso salvar um mico-leão. Construir uma hidrelétrica que vai produzir eletricidade para milhões de pessoas? Só se isso não for causar impacto na vida dos sapos, que têm “direito” de ficar em paz no rio! Cada um com suas prioridades, não é mesmo?
Coelho é comida em diversos lugares do mundo. Pergunta aos mais sensíveis: qual o destino da pele dos coelhos que morrem para virar ensopado? Ou agora comer coelho também não pode mais? Está bem, eu mesmo confesso me sentir mal, pois o bicho é mesmo fofinho. Mas galinha pode? Vaca pode? Qual o critério? A “fofura” do bicho? Pode até ser um critério; afinal, seria impensável para mim a idéia de comer um cachorro. Mas e a raposa nessa história? Quem protege a raposa pretende adotar alguma, como animal de estimação? Melhor tomar cuidado com a conhecida astúcia do bicho...
Sei que radicalizei no desabafo. Claro que há gente com preocupação legítima quando se trata dos animais. Meu ponto não é atacar essas pessoas, mas sim os excessos, a ditadura do “politicamente correto”, esta tendência moderna de ignorar as dificuldades na vida e pregar um mundo idílico do conforto de suas casas aquecidas e com farta comida. Não suporto tanta hipocrisia. E também não tenho muita paciência com a covardia que caracteriza a modernidade, onde pululam as “almas sensíveis” e pusilânimes, vítimas do “consenso” que precisam agradar a todos. Como alertou T.S. Eliot, não importa o que você pense, mas esteja certo ao menos que é aquilo que você pensa. O mundo atual está repleto de “Maria-vai-com-as-outras”.
Vejamos um último exemplo sintomático: o tal do “bullying”. Agora virou moda mesmo. Qualquer coisa é culpa do “bullying”. Matou crianças friamente com tiros na cabeça? Sofreu “bullying” na infância, claro! E isso explica quase tudo. Responsabilidade individual? Livre arbítrio? Capacidade de escolha entre estímulo e resposta? Nada disso existe. Se alguém te chamou de “gorducho” no segundo ano do ensino fundamental, você pode ser um potencial assassino mais tarde.
Não importa que “bullying” seja tão antigo quanto a humanidade (e aqui recomendo o excelente livro “Senhor das Moscas”, de William Golding, que retrata de forma dura e realista a natureza humana, contra a visão romântica de “bom selvagem” de Rousseau). Karl Kraus alertou: “Primeiro se proteger das crianças, depois protegê-las!” Não importa também que os “especialistas” digam que cerca de 80% das crianças sofrem “bullying”, ou seja, quase todos são alvos de chacota ou ataques de outras crianças. Aquilo que todos vivenciam não pode ser justificativa para atos isolados de uma minoria, pode? Mas a lógica também não importa. O importante é culpar o “bullying” por qualquer atrocidade cometida pelos marmanjos.
Vamos criar um mundo cheio de “mané”, onde vai parar na cadeia aquele que chamar o coleguinha de “zarolho”. Ninguém terá que aprender a se defender sozinho, a enfrentar os outros, e suportar os ataques e ofensas. Teremos o estado para tanto! É a ditadura dos medíocres, medrosos e covardes. Eles chegaram ao poder. E implantaram a ditadura do “politicamente correto”. Dureza...
Acho escrota essa nova onda hipócrita de "politicamente correto" que tá dando por aí. O problema, porém, tá só na parte da hipocrisia mesmo. Qual o problema de se lutar a favor das raposas? Cadê o problema de ser contra a destruição da Amazônia pra construir uma hidrelétrica audaciosa que (do jeito que as coisas são) deve fracassar miseravelmente no meio do caminho…?
ResponderExcluirEntendo que muita gente idiota quer parecer descoladérrima e engajada, mas pelo menos tão sendo "Maria-vai-com-as-outras" em nome de uma causa decente, e não pra disparar argumentos decorados de pavor a qualquer coisa que escorregue alguns centímetros pra terrível esquerda.
Claro, toda hipocrisia é idiota. Mas, se ninguém vai morar na selva e adotar raposas, o mínimo que podem fazer é ficar se 'mobilizando' no conforto de suas casas. O que eu tô dizendo é isso: essa gente é imbecil por natureza, mas ao menos tão dedicando parte dessa imbecilidade a algo menos egoísta e com alguma intenção de mudança.
Tipo, em peno século 21, que tal se aquecer com coisas mais inteligentes? Isso não é pra arruinar a vida dos nômades da Antártica. É pra foder com a Lady Gaga ou qualquer idiota que financia uma indústria de matança por futilidades ridículas. (pra quem será que a Arezzo queria vender?)
E sobre Belo Monte, muito maneiro: arruinar um rio inteiro e destruir metade da Amazônia (ninguém é capaz de prever o estrago que isso pode causar) pra, se tudo der "certo", nos tornarmos um país muito rico e feliz. Novamente citando o século 21, eu pergunto: que tal parar de olhar pra trás e investir em recursos que não exijam tanta porrada no meio-ambiente e com resultados menos obscuros? Segura aí, oras. É só pensarem mais um pouco e terão uma ideia menos controversa.
Finalmente sobre 'bullying', cara, como assim!? Eu também concordo com a parte do exagero e da modinha "tudo é bullying" que surgiu sem mais nem menos. Mas e aí? Cadê o mal que isso vai causar? Se o seu medo for um regime comunista totalitário com militares e câmeras em todas as escolas, eu até compartilho do mesmo temor. Mas eu tenho fortes esperanças de que isso não vai acontecer. Também não acho que o mundo será dominado por gordos e nerds trêmulos e covardes porque não "aprenderam a se defender" na infância. A sociedade não vai ruir por causa de uma campanha anti-bullying. Não precisa ser a favor do bullying porque pessoas idiotas são anti-bullying. No final das contas, em circustância alguma, bater numa criança feia vai ser algo legal e saudável que não merece ser combatido.
Enfim. As pessoas são idiotas e modinhas acéfalas irritam, mas isso não significa que, automaticamente, qualquer proposta dessas pessoas é idiota. Afinal, elas sequer pensaram nas propostas. Não é ideia delas. Talvez seja algo vindo de alguém que, lá no fundo, tem perfeita razão.
Como protesto contra o "politicamente correto", sinto vontade de ler o Marquês de Sade todas as manhãs (ele tem um argumento visceral: se a natureza mata, por que o homem, um ser natural, não pode matar outro homem? rs) e passar a praticar o canibalismo algumas vezes no ano. rs
ResponderExcluirÀs tardes, lerei Thomas de Quincey, Do Assassinato como uma das Belas Artes", em que ele escreve sobre clubes de connaisseurs dos assassinatos passados e contemporâneos, sob o ponto de vista estético. Diziam: "passado o momento do impacto e do sentimento, resta o momento da apreciação estética do crime, como se fora uma pintura, uma obra de arte". rs
Tudo para enfraquecer o Ocidente e, principalmente, a virilidade do homem ocidental. Essas mesmas feministas que preconizam um homem mais parceiro e delicado, depois largam esse homem domesticado e se interessam por "primitivos" mais viris. Na Europa, elas preferem os imigrantes africanos, por sentirem-se mais atraídas por sua masculinidade. E os brancos europeus apatetados ficam preteridos.
ResponderExcluirRodrigo, tirando a hidrofobia e demonização praticada pelos exércitos dos bonzinhos, acho que há, sim, motivo para o ser humano parar de matar animais só para usar a pele deles por ser bonita ou coisa do tipo.
ResponderExcluirE a revolução industrial é parte disso. Os casacos de peles eram usados basicamente porque... eram A opção. talvez em alguns locais da Lapônia, Gorenlandia etc. ainda sejam. Mas, graças à revolução industrial, contamos hoje com materiais mais baratos - e mais eficientes para aquecimento e isolamento térmico, aliás.
Também acho o "bullying" (que no meu tempo se chamava humilhação) uma coisa chata a que se deve prestar atenção (e, só para efeito de correção, as vítimas, segundo a pesquisa, são 40%. O resto é gente que conhece alguém que sofreu).
As medidas de "bonzinhice" que vi na TV nesses dias, porém, não me dão nenhuma fé em melhora, só em piora, de tão ridículas, porém.
No fundo, formas de "bullying" (sempre praticada em grupos contra indivíduos, pode ver) oficial é o que ONGs fizeram com a Arezzo, que foi tentado contra o bolsonaro por gente ainda mais autoritária do que ele, e até contra o blogueiro de futebol Rica Perrone, por dizer que é comum jogadores - gays ou não - serem chamados de "viados" - só para citar uns exemplos.
Sinopse
ResponderExcluirPortanto, que nos seja permitido tirar o melhor de um mau assunto; que o tratemos esteticamente, e verifiquemos se o podemos aproveitar dessa maneira. Secamos nossas lágrimas e gozamos a sensação de descobrir que uma transação que, considerada moralmente chocante, se for julgada pelos critérios do Gosto, revela-se uma obra muito meritória.
(...)Segundo esse princípio cavalheiros, proponho-me a guiar-vos os estudos desde Cain até o Senhor Thurtel. Através desta grande galeria de assassinato, que nos seja permitido vagar de mãos dadas juntos, em admiração deliciada.
(Trecho do livro Do Assassinato como uma das Belas Artes, de Thomas de Quincey)
Minha homenagem ao "politicamente correto". rs
Essa gente precisa ler Nietzsche. Ele profetizou que a civilização chegaria a isso: o orgulho do escravo ressentido e a culpa do forte dominador. É a extrema decadência e inversão da ordem natural das coisas. É a vitória da mediocridade e da inveja.
ResponderExcluirO maior absurdo é a inculpação da sociedade diante do delinquente. Ora, a sociedade jamais é culpada. Esta asserção devia ser um dogma indeclinável. Mas não: o bandido pobre arrogantemente exibe um ar de superioridade moral, que lhe fora ensinado pelos "intelectuais" subversivos, ora no poder do Estado. É o cúmulo da inversão: os fracos e pobres estão ditando as regras aos fortes e ricos, quando a ordem natural recomenda o contrário.
Claro, nada no mundo é mais odiado que o homem branco ocidental, se cair um meteoro e extinguir os dinossauros, é culpa dele.
ResponderExcluirSe vc não for mulher, negro, gay, só vão querer alguma coisa contigo na hora de pagar a conta.
Discordo sobre o Bullying. Bullying é crime. Leiam meu artigo sobre isso: http://www.opoderprimario.com.br/o-crime-contra-o-psicopata/
ResponderExcluireu também, Rodrigo, eu também...
ResponderExcluir"Devemos criar os filhos para o mundo.
ResponderExcluirTorná-los autônomos, libertos, até de nossas ordens.
A partir de certa idade, só valem conselhos.
Especialistas ensinaram-nos a acreditar que só esta postura torna adulto
aquele bebê que um dia levamos na barriga.
E a maioria de nós pais acredita e tenta fazer isso.
O que não nos impede de sofrer quando fazem
escolhas diferentes daquelas que gostaríamos"
Qual a Diferença Entre Fazer Humor e Praticar o Bullying?
ResponderExcluirMew,
ResponderExcluirpra mim fazer humor eh quando a propria pessoa q esta sendo zoada ri da piada. Tipo troca de zueras, quando td mundo ri. Isso eh fazer comedia.
Bullying eh quando vc machuca alguem para fazer outros rirem. Eh quando vc passa do engracado e vai pro cruel.
O cúmulo da inversão se chama democracia. De fato, infelizmente, são os fracos e os pobres que estão em maioria com relação aos que têm uma vida decente.
ResponderExcluirAinda assim, até parece que eles tão tirando algo de bom com isso. Pobre é desrespeitado todo dia por causa de uma elite que nasceu com sorte e acha que "subiu no poder" com as próprias garras, porque se acham fortes, ricos e fodões, destinados a explorar os outros como bem entenderem por que é "a ordem natural das coisas".
Não acho que seja assim. Digo, na verdade É ASSIM. Só que, porra, não devia ser. Não dá pra você aceitar como "OK" uma sociedade cheia de pobres e marginais que viram mendigos e criminosos, carregando nas costas essa ilusão de que eles são assim por causa de uma maldade intrínseca. Isso é uma desculpa pra você se manter no poder, sem precisar fazer nada pelos outros e deixar que todos se virem como você (acha que) se virou.
E se você é um grande leitor de Nietzsche, acho que ler isso aqui não vai custar nada:
http://xdddre.blogspot.com/2010/11/tudo-certo-tudo-certo.html
@Anonymous das 11:42, vc pode indicar em qual livro Nietzche disse isso?
ResponderExcluir'acho que ler isso aqui não vai custar nada:'
ResponderExcluirClaro que vai, nem todo mundo tem o tempo livre que tu tem
Ah tá, droga, desculpa por ter tempo livre. (?)
ResponderExcluirrODRIGO, UM PÁIS É DOMINADO DESTRUINDO TODAS AS RESERVAS DE FORÇA DE UMA SOCIEDADE, COMO TB A INTELIGENCIA - BASE PARA A CRIAÇÃO
ResponderExcluirÉ ISTO QUE OCORRE NESTE PÁIS, COM ESTE BANDO PETISTA - BURRO, IMBECIL, HIPÓCRITA
1
ResponderExcluirAo anônimo das 2:06:
Esse prognóstico de Nietzsche está em vários dos seus aforismos espalhados em diversas obras, mas, em especial, no § 201, de Além de Bem e Mal. Segue uma referência ao aforismo citado, extraída do texto A questão da vontade nas análises políticas de Nietzsche, de
Adriana Delbó Lopes*, que encontrei no google. Depois, transcrevo uma passagem do aforismo em questão.
"Em Além de bem e mal, § 201, Nietzsche avalia que já houve período, o melhor de
Roma, em que era o temor ao próximo, e não o amor ao próximo, que criava novas
perspectivas de valoração moral, de forma que “impulsos fortes e perigosos, como o
espírito empreendedor, a temeridade, a sede de vingança, a astúcia, a rapacidade, a ânsia
de domínio”, eram respeitáveis, socialmente úteis, cultivados e acentuados (BM, §201, p.
99). As relações da política com a vontade de domínio, de poder, comando, ordenação,
ainda não haviam sido moralizadas e, portanto, tornadas erro. Somente quando faltam
canais de escoamento para tais impulsos e quando eles passam a ser caluniados e julgados
imorais, quando “impulsos e pendores opostos alcançam honras morais” e “tudo o que
ergue o indivíduo acima do rebanho e infunde temor ao próximo é doravante apelidado de
mau; a mentalidade modesta, equânime, submissa, igualitária, a mediocridade dos desejos
obtém fama e honra morais” (BM, §201, p. 100). Somente então teve início um longo e
vitorioso processo de unificação da “boa” imagem do humano no que se aproxima
somente de suas fragilidades. Jamais teria havido, doravante, condições para que o
sentimento fosse educado para o rigor e a dureza. Cresce em consideração o que se opõe
ao rigor que perturba a consciência: viceja o homem “cordeiro”, “ovelha”. Nietzsche
avalia que a sociedade se colocou então a favor do que a prejudica, do que representa uma
infração às suas condições necessárias, porque a partir de então ela buscou recusar e
recriminar exatamente o que são suas condições de possibilidade: ordenamento da
diferença, da hierarquia, do domínio de uns sobre outros. A busca por uma sociedade
igualitária traduz a recusa do que é próprio à sociedade, para Nietzsche."
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ResponderExcluirFragmento do aforismo: (...) Os instintos mais elevados e fortes levam o indivíduo além e mais alto que a mediocridade e da baixeza do instinto gregário, indicam a morte do amor próprio da coletividade, extirpam sua fé em si mesma, quebrantam-na de certo modo e a reação é caluniar esses instintos. A decisão de estar só parece perigosa e tudo que separa o indivíduo do rebanho, tudo aquilo que assusta ao próximo, será designado como o mal. Por outro lado, o espírito tolerante, humilde, submisso, respeitoso com a igualdade, com a mediocridade dos desejos colhe epítetos e honras morais. NA HISTÓRIA DA SOCIEDADE HÁ UM PONTO DE DELINQUÊNCIA E DE DEBILIDADE ENFERMIÇA, EM QUE A PRÓPRIA SOCIEDADE TOMA PARTIDO DO QUE A PREJUDICA. CASTIGAR LHE PARECE, EM CERTA MEDIDA, INJUSTO OU PELA OBRIGAÇÃO DE CASTIGAR A FAZ SOFRER. COLOCAR ASSIM A SOLUÇÃO É COMO IMPEDIR AO CRIMINOSO QUE CONTINUE PRODUZINDO DANOS, SEM NECESSIDADE DE CASTIGÁ-LO; É ASSIM COMO A MORAL GREGÁRIA, A MORAL DO MEDO TIRA SUAS ÚLTIMAS CONSEQUÊNCIAS. Se esquadrinharmos a consciência do europeu de nossos dias tiraremos de suas mil dobras e de seus mil esconderijos o mesmo imperativo, a timidez do rebanho. Chama-se progresso ao fato de querer que chegue um dia em que não haja nada o que temer".
Como se sabe, Nietzsche enaltecia os valores da aristocracia clássica e odiava a cristianismo, a democracia e o socialismo, que via como decadentes manifestações do instintos de rebanho. Isto decorria de sua metafísica imanentista de que a vida seria vontade de potência em conflito e hipocrisia toda ordem social que procurasse defender os fracos dos fortes.
Sou democrata e não comungo dessa visão de Nietzsche, mas lhe dou razão em sua "sacação" da vontade de poder nas relações, o que está aí diante de todos nós. O "fraco",o "oprimido", antes de querer justiça quer é revanche, é vingança, e vir a ser o "forte". Tem pelo "forte" uma grande inveja, mais do que sentimento de injustiça. Quando pode, faz até pior que aquele que o subjugava.
Os marxistas são iguais. Falam de valorização do "ser" em vez do "ter", mas nada o aflige tanto como a questão econômica. Se realmente de importassem com o "ser", seriam estóicos e indiferentes ante a riqueza material alheia.
É a percepção dessa hipocrisia de quem diz querer "um outro mundo possível" que me aproxima de Nietzsche.
E, aqui prá nós, na natureza animal o que prevalece é a lei da força, pois não?? rs
Então o assassino de Realengo prevaleceu com a 'lei da força' de suas pistolas sobre a cabeca das crianças?
ResponderExcluirO assassino de Realengo era um covarde ressentido, que se sentia "oprimido", "injustiçado" e estava repleto de coitadismo e vontade de poder frustrada típica dos escravos (invejosa dos fortes que lhe fizeram o bullying).
ResponderExcluirFoi exatamente seu sentimento de escravo que o deixou escravo do seu sentimento. Mutatis mutandi, é o mesmo sentimento dos "oprimidos" em geral. É a autopiedade dos fracos.
Se ele tivesse um espírito nobre, de guerreiro, teria vergonha de se sentir "injustiçado". O aristocrata de espírito duela ou perdoa; o escravo se consome na autopiedade, sentindo-se a vítima do mundo, do sistema, etc.
Eu não sei nada do assassino de Realengo mas, pelo que ele próprio escreveu, ficou parecendo nada mais do que um psicopata esquizofrênico qualquer. O 'coitadismo' foi colocado depois, pra sustentar essa nova moda de campanha anti-bullying que tá tendo por aí. (sobre a qual já me manifestei a respeito)
ResponderExcluirDe qualquer forma, em inúmeros outros casos, acho que a responsabilidade por atos criminosos não pode ser colocada INTEIRAMENTE nos marginais. Afirmar uma coisa dessas é aceitar as coisas como são, como se tudo estivesse correndo muito bem. Não tá. Escolas públicas são horríveis mesmo. Hospitais são um lixo. Sem o menor apoio do Estado (e nem de mais ninguém, pelo visto, já que é "errado" ajudar os oprimidos), a mera sobrevivência já é um sacrifício.
Então, como você espera que o filho de uma mendiga "suba na vida"?
Ele sempre pode se esforçar muito pra se manter e ainda seguir adiante, claro, mas deve ser um tanto frustrante fazer isso com todo muito achando-o um "fracassado-por-merecimento" e se recusando a ajudar. E enquanto isso, logo ali na esquina, um cara armado cheio da grana te promete dinheiro fácil pra comprar a sua dignidade. Muita gente tem espírito "nobre e guerreiro" e vira pedreiro, entregador de farmácia e caixa de supermercado. Alguns até se safam de todas as dificuldades e abrem empresas e ficam milionários, como se adora falar por aí pra não precisar mudar nada.
No entanto, obviamente, tem gente que se revolta e não resiste. Desiste. Se suicida mesmo. Pega uma metralhadora, ganha um monte de dinheiro, come altas Marias-Traficante e morre aos 18 anos. O cara faz o que pareceu valer mais a pena pra ele de acordo com a (des)organização da sociedade em que ele vive.
Eu não tô "defendendo bandido" nem nada. Aliás, o foco sequer é bandido. O que eu tô querendo dizer é que as coisas são MUITO MAIS DIFÍCEIS do que deveriam pra certas pessoas. Não é questão de merecimento; é puro azar de quem nasceu no lugar errado.
Não acredito em Deus ou Karma e nem em nenhuma outra coisas mística que justifique o sofrimento de gente que nasceu com menos sorte do que eu. Então, sendo assim, eu acho mesmo que todos esses fracos, oprimidos e injustiçados merecem atenção. Não porque eu sofro de pena por cada indivíduo (caso achem que eu queria pagar de defensor bonzinho), mas porque eu os vejo como um sinal de que AS COISAS ESTÃO BEM no sistema atual.
P.S.: eu não tô propondo uma revolução de esquerda nem nada (até porque, né, o nosso país acha até que tá indo muito bem nesse caminho). Só acho que, seja lá o nome oficial dessa estrutura atual, não tá dando muito certo.
P.P.S.: a gente tá realmente discutindo se é importante defender alguém que só se fode!?
Ajudar o "oprimido" por generosidade, é louvável; por compaixão, é fraqueza; por culpa, é injusto consigo mesmo; por obrigação legal, é tirânico.
ResponderExcluirO sofrimento faz parte da vida e nem sempre tem relação com a condição econômica ou social. Tem pobre muito mais forte e de bem com a vida que rico.
Quando me referi a "pobre" na primeira intervenção estava me reportando ao "pobrismo" e, não nego, também o fiz para provocar o "politicamente correto".
Mas, enfim, a vida é arriscada e a morte é o fim de qualquer ser vivo. Assim sendo, é até ridículo estar se preocupando com o sofrimento existencial próprio ou alheio. Salvar a vida, tratar de doenças e aliviar a dor, tudo bem. Querer poupar de qualquer sofrimento é negar a própria aventura da vida.
Quanto aos animais, por razões científicas ou para atender a necessidades humanas, tudo bem que, na medida necessária, se os preserve. Mas fazer disso uma causa de vida é doentio ou pura hipocrisia. O sentimentalismo humano é, em grande parte, artificial e fabricado por ideologias e influências de outrem. Muitos sentimentos de defensores da "natureza" são antinaturais. O sentimento de um tubarão por sua prêsa é mais autêntico.
vídeos do assassino de realengo:
ResponderExcluirhttp://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/04/15/em-sete-videos-atirador-de-realengo-fala-sobre-bullying-e-preparativos-para-massacre.jhtm
mais autopiedade do que isso, impossível.
'Ajudar o "oprimido" por generosidade, é louvável; por compaixão, é fraqueza; por culpa, é injusto consigo mesmo; por obrigação legal, é tirânico.'
ResponderExcluirCompaixão no budismo significa somente querer que quem está sofrendo deixe de sofrer, não tem nada de errado nisso
Se for espontâneo, claro.
E se a maioria das pessoas resolver consumir produtos verdes, qual o problema? Capitalismo não é isso mesmo, as empresas que se virem pra agradar o consumidor? Então pronto.
ResponderExcluirA compaixão na filosofia (extraído do Dicionário de Filosofia, de Nicola Abbagnano):
ResponderExcluir"COMPAIXÃO (gr. eÀ£OÇ; lat. Commiseratio;
in. Pity, fr. Compassion, ai. Mitleid; it. Compassione).
Participação no sofrimento alheio como
algo diferente desse mesmo sofrimento. Essa
última limitação é importante porque a C. não
consiste em sentir o mesmo sofrimento que a
provoca. A emoção provocada pela dor de outra pessoa pode chamar-se C. só se for um
sentimento de solidariedade mais ou menos
ativa, mas que nada tem a ver com a identidade
de estados emocionais entre quem sente C. e
quem é comiserado. Aristóteles definiu a C.
como "a dor causada pela visão de algum mal
destrutivo ou penoso que atinge alguém que
não mereça e que pode vir a atingir-nos ou a
alguém que nos seja caro" (Ret, II, 8, 1385 b).
Essa definição é repetida quase literalmente
por Hobbes (Leviath., I, 6), Descartes (Pass.
de l'âme, III, § 185) e por Spinoza (Et., III, 22
scol.). Segundo Adam Smith, a C. é um caso
típico da simpatia que constitui a estrutura de
todos os sentimentos morais ( Theory of Moral
Sentíments, III, 1). Para Schopenhauer, a C. é a
própria essência do amor e da solidariedade
entre os homens, porque amor e solidariedade
explicam-se somente a partir do caráter
essencialmente doloroso da vida (Die Welt, I,
55 66-67).
Em oposição a essa tradição, há uma outra
que vê na C. um elemento negativo da vida
moral. Essa segunda tradição inicia-se com os
estóicos (STOBEO, Ecl, II, 6, 180) e passa por
Spinoza. Este considera que "no homem que
vive segundo a razão a C. é, por si mesma,
ruim e inútil", porque nada mais é que dor; por
isso "o homem que vive segundo a razão esforça-
se o máximo possível para não ser tocado
pela C", bem como tampouco pelo ódio, pelo
riso ou pelo desprezo, porque sabe que tudo
deriva da necessidade da natureza divina (Et.,
IV, 50, corol. scol.). Essa apreciação encontra
expressão extrema nas invectivas de Nietzsche
contra a C: "Esse instinto depressivo e contagioso
debilita os outros instintos que querem
conservar e aumentar o valor da vida; é uma
espécie de multiplicador e de conservador de
todas as misérias, por isso um dos instrumentos
principais da decadência do homem" (Anticristo,
Ap. 7). O traço comum dessas condenações
da C. é considerá-la como miséria ou dor
em si mesma; aliás, segundo a expressão de
Nietzsche, como algo que conserva ou multiplica
a miséria e a dor. Scheler apontou o equívoco
desse pressuposto que, na verdade, confunde
a C. (que é simpatia e participação emotiva)
como contágio emotivo. Pelo contrário, observa
Scheler, "a C. está ausente sempre que houver
contágio do sofrimento, pois então o sofrimento
não será mais de outro, mas meu, e eu
acredito poder subtrair-me a ele evitando o
quadro ou o aspecto do sofrimento em geral"(Sympathie, cap. II, § 3). Foi justamente essa
advertência fundamental que tivemos em
mente ao caracterizarmos a C. no princípio desse
verbete."
Quando eu disse que vejo a compaixão como fraqueza, quis dizer que o compadecido, por estar dominado pelo sentimento, pode ser facilmente ludibriado por exploradores da piedade alheia, além do que pode estar quixotescamente buscando eliminar o sofrimento da vida.
PS: há outro tipo de ajuda ao "fraco", motivada pela religião. Esta é egoística, pois o crente espera a recompensa divina.
(correção)
ResponderExcluirEste é egoístico (o tipo de ajuda).
Ah, sim. Rocordo agora que Nietzsche também faz referência à compaixão como um mascaramento da vontade de potência. Eu a chamaria de falsa compaixão. Quem não conhece aquele "amigo" ao qual, num momento de fragilidade e sofrimento, lhe confidenciamos uma dor, e que, sempre que nos reencontra depois disso, nos pergunta se estamos bem? Segundo Nietzsche, esse tipo usa seus "bons sentimentos" como uma arma para dissimular sua vontade de poder, pois o que o moveria, na realidade, é a necessidade de se colocar acima de nós. Isto lhe dá a ilusão de que os problemáticos e infelizes são os outros e que ele está sempre mais equilibrado, mais maduro e mais feliz.
Eu não gosto desse negócio de 'forte', 'fraco', 'a natureza favorece o forte', etc.Isso vem de uma compreensão errada da teoria de Darwin, sobrevivência do forte significa que os com características mais adaptadas ao meio tem mais chances de passar seu dna pra frente do que os menos.
ResponderExcluirNão tem necessariamente a ver com força física ou inteligência.
Os esquerdinhas também adoram falar essa besteira de 'darwinismo social' sem nem saber o que estão falando.
ntsr.
Não querendo repetir as ideias a que leva o post, estamos na era da compaixão, da indulgência e do pieguismo.
ResponderExcluirDawran Numida
Pois é, essa coisa de evolução fica bizarramente distorcida mesmo. Se fosse assim, o assassino de Realengo teria sido mesmo sido "forte" porque matou várias crianças. Verdade que elas perderam na competição entre crânio e pistola, mas isso nunca vai querer dizer que o maníaco é superior do que ninguém.
ResponderExcluirAlém do mais, como apontou a pessoa de "12:09", a questão é adaptar-se ao meio. Então, levando que a elite é uma minoria e que os pobres se reproduzem muito mais, quem será que tá mais "evoluído" por aqui?
Pela lógica de xDDDre, a espécie mais evoluída é a barata. Hehehe
ResponderExcluirResumindo, para que os que não entenderam, entendam:
ResponderExcluirCada um é responsável por si, na riqueza ou na miséria; forte é aquele que não se queixa da vida e a toca prá frente e aquele que não se compadece ou se revolta com o sofrimento alheio (só prá esclarecer: quando eu disse que os que fizeram o bullying no Wellington eram "fortes", quis dizer que eram "fortes" diante dele, pois podiam ser até fracos se encontrassem resistência); fracos são os que não aceitam a tragicidade da existência e ficam procurando culpados para o sofrimento próprio ou alheio.
Não tem nada a ver com teoria da evolução. A metáfora da natureza é só para demonstrar que na vida natural não há "coitadismo"; para o homem aceitar sua condição de animal e ir à luta da vida sem sentimentalismos.
Haha, eu só tava reclamando dessa bagunça que fazem com "evolução social" que me parece nada ter a ver com Darwinismo.
ResponderExcluirTem diferença entre ser "mais evoluído" e "mais adaptado". O "mais evoluído" é simplesmente o mais "recente" na história da natureza, em geral o mais complexo, mas ao mesmo tempo, geralmente, o menos adaptado (por que acabado de dar as caras no mundo) e sujeito ao desaparecimento caso se mostre incapaz de se ajustar à biosfera. Pensando assim, pra mim, ser "mais evoluído" não carrega nenhum significado positivo. Parece contraditório, mas ser "mais evoluído" me soa até como algo imaturo.
E ser mais adaptado é… bem, ser mais adaptado mesmo. Acho que as baratas, nesse caso, tão mesmo na nossa frente. Mais antigas, menos evoluídas, menos complexas… e tão aí, rindo da nossa cara discutindo compaixão social na internet.
Ao xDDDDre
ResponderExcluirvc disse:
"o mais "recente" na história da natureza, em geral o mais complexo, mas ao mesmo tempo, geralmente, o menos adaptado (por que acabado de dar as caras no mundo) e sujeito ao desaparecimento caso se mostre incapaz de se ajustar à biosfera."
mas,
ser mais evoluído significa necessariamente que houve uma adaptação as condições vigentes que gerou a "evolução", caso contrário esta evolução nem teria ocorrido, seria abortada pelas condições sistemicas então vigentes.
Ser mais "evoluído" (lê-se "recente") NÃO SIGNIFICA NECESSARIAMENTE uma adaptação melhor ao meio em que se vive!
ResponderExcluirAo menos pelo que se considera no Darwinismo, a nível genético, não existe essa coisa direta de "condição vigente GERAR evolução". Existem combinações entre os membros de uma espécie que se baseiam, no geral, àqueles que de fato estão melhor ataptados ao meio e tudo o mais. Porém, essa combinação na reprodução dá abertura pra que se surja uma série de novas caracteríscas nesse novo membro da espécie. Essas características não são definidas diretamente pelo meio em que se vive, e sim por alguma coisa biológica aleatória.
No final das contas, então, nascem seres completamente novos o tempo todo (a não ser em espécies que "se clonam"). E esses seres novos podem ser mais ou menos adaptados ao meio em que vivem. Cabe ao tempo dizer se vão se estabelecer no planeta e se reproduzir devidamente, perpetuando seu código genético de sucesso OU NÃO.
O que eu quis dizer ali foi que nem tudo que é novo é bom simplesmente pelo fato de ter surgido. As "condições sistêmicas vigentes" realmente abortam características improdutivas em espécies, mas esse "aborto" ocorre muito depois do ser em questão ter nascido. Pra falar a verdade, a seleção natural realmente acontece apenas quando já se está vivo por aí, na prática. Nenhum "aborto" da natureza é tão instantâneo assim.
Então, a moral da história era essa: nem tudo o que tá rolando por aí é sinal de sucesso natural e merecido. Com o tempo, talvez, acabemos todos mortos, entrando pra história como uma espécie fracassa e incapaz de se situar no planeta. Diferentemente das baratas (haha), como foi dado de exemplo, que tão há séculos por aí e ainda tão com cara de que vão continuar por um bom tempo…
(p.s.: desculpa não ter conseguido me expressar em menos palavras pra dizer algo tão simples)
Isso é culpa do péssimo sistema educacional
ResponderExcluir'Ser mais "evoluído" (lê-se "recente")'
ResponderExcluirERRADO.Não se lê recente coisa nenhuma.Um organismo pode ser recente e ser o primeiro a ter uma mutação que prejudica ele em relação ao meio.Você precisa voltar pro colégio e aprender de novo (ou será pela primeira vez?) o que é que Darwin chama de evolução.
'Essas características não são definidas diretamente pelo meio em que se vive, e sim por alguma coisa biológica aleatória.'
Darwin nunca disse isso.Ele nunca disse que o meio GERA as mutações, ele disse que o meio SELECIONA os indivíduos com as mutações.
'Então, a moral da história era essa: nem tudo o que tá rolando por aí é sinal de sucesso natural e merecido'
Essa é uma conclusão sem pé nem cabeça.Se o organismo ta andando por aí ele teve sim sucesso evolutivo.Do contrário o próprio meio teria acabado com ele.
'Com o tempo, talvez, acabemos todos mortos, entrando pra história como uma espécie fracassa'
Talvez, talvez não.
Baixei e assisti ao filme O Senhor das Moscas, primeira versão (da década de 60), considerado mais fiel ao livro indicado por Rodrigo Constantino. Muito bom!! Assistam!
ResponderExcluirTambém já queimei um DVD-R(para uso próprio. Hehehe) .
Ass. O Pirata da net
Alguém sabe se Atlas Shrugged vai passar no brasil?
ResponderExcluirVamos fazer apologia da pirataria agora?
ResponderExcluirSão os indivíduos que tem que se adaptar quando aparece uma tecnologia que é capaz de arrancar de graça o que eles fazem pra vender e sobreviver?
Se a resposta for sim, então vai ser melhor pra quem produz que ele bote seu tempo e dinheiro fazendo outra coisa, essa sim que possa ser cobrada.Em vez de fazer o filme/jogo/música que o pirata quer arrancar de graça.
Ou seja, o pirata muito inteligente faz com que os incentivos que geram o que ele quer ter, deixem de existir.
Sou contra a pirataria para fins comerciais. Não compro mídia de camelô e só baixo vez por outra filme e música na net para consumo próprio. Sou um pirata consciente. Hehehe
ResponderExcluirAss. O Pirata da net
O Pirata da net é "piratamente correto". rsrs
ResponderExcluir1) Eu não disse que ser evoluído é sinônimo de ser recente, tipo, em absolutamente qualquer contexto. No caso do que eu tava dizendo, dava pra trocar. Só queria dizer que "ser mais evoluído" sugere algo mais recente e, por isso, ainda sujeito aos filtros da natureza.
ResponderExcluir2) Pois é. Eu, você e Darwin estamos de acordo.
3) Essa conclusão não é pra fechar uma dissertação sobre A Origem das Espécies. Era só pra concluir aquela minha ideia de que novidades biológicas não são boas por definição. Concordo que "o meio" acaba com coisas não-adaptadas, só tô falando que dá bastante dempo de um ser andar por aí antes de fracassar evolutivamente. Não é porque ele não tá bem adaptado que vai nascer um cadáver.
4) SABEREMOS EM BREVE
Bom q nao cofunda as coisas. Levantar questoes de como determinada empreitada humana vai impactar o planeta e sua biota (da qual fazemos parte, pois nao estamos flutuando acima da matéria numa redoma etérea) se mostrou fundamental.
ResponderExcluirCagadas homéricas foram feitas ao se ignorar isso e considerar isso ainda como frescura só mesmo nas mentes mais velhuscas, orgulhosas de sua ignorância.
Ou nas mentes que acham que existe uma conspiração mundial dos pesquisadores de diversas áreas do mainstream acadêmico, que nos enganam dizendo que afetamos o ambiente que vivemos.
Animais podem ser mortos, desde que sem dor.
ResponderExcluirÉ uma cretinice considerá-los isentos de direitos, só porque são de outras espécies. Variantes desse pensamento levam ao machismo, à xenofobia, etc.
No mínimo, os animais têm o direito de não sofrer, uma vez que possuem terminações nervosas como nós, humanos.
"No mínimo, os animais têm o direito de não sofrer, uma vez que possuem terminações nervosas como nós, humanos."
ResponderExcluirPortanto, não causem dores às baratas, ratos, cobras, escorpiões e formigas. Afinal, também são animais e têm o "direito" de não sofrer !!!! "Direitos" iguais para os animais!!! "Direitos" iguais para os animais!!!!
Ah, sim. Do mesmo modo, não asfixiem os peixes retirando-os da água!!! É uma morte muito dolorosa!!! "Direitos" iguais para os animais!!!!
Sobre os direitos dos animais, não lembro onde foi que eu ví, mas uma vez achei um filósofo com um raciocínio muito interessante.
ResponderExcluirConsiderando que a diferença entre os humanos e os animais é que somos seres racionais, muito mais inteligentes do que eles, e isso é o que nos dá o direito de dominá-los
Por esse mesmo raciocínio, se um dia chegasse na terra uma raça de ets muito mais inteligentes que os humanos, tanto que proporcionalmente nossa inteligencia fosse comparável a de uma barata perto da deles, então isso daria a eles o direito de dominar a gente?
(obs: não percam o foco, esse negócio de et é absurdo mas é só pra ilustrar o ponto, podia ser outra coisa como humanos geneticamente modificados, etc.
Não percam o foco.)
Fica na conta do ecologicamente correto o nível de destruição que o furacão katrina atingiu em Nova Orleans. Havia um estudo - ao final da década de 60 - para ampliação e reforço dos diques, mas que foi embargado pelos "verdes" pelo fato de destruir uma área alagada, pantanosa, habitat de alguns animais. Deu no que deu.
ResponderExcluirO ser humano é uma espécie animal entre as muitas outras. Entretanto, alguma razão derivada do orgulho e da arrogância leva à falaciosa justificativa da superioridade e outorga de direitos. A linha de separação é tênue e posições extremadas, tanto de um lado quanto de outro, ocasionalmente levam a incosistências.
ResponderExcluirNada contra a predação para sobrevivência: é uma lei natural. Ninguém luta contra o massacre de zebras provocado por leões famintos nas savanas.
O que não se pode perder de vista é a busca pelo equilíbrio. A questão é: até que ponto a vida de outras espécies (e até de outros seres humanos) pode ser afetada pelos desejos supérfluos de um indivíduo?