Trecho da entrevista publicada no jornal Valor Econômico do primeiro-ministro sueco Fredrik Reinfeldt.
Valor: A Suécia tem uma dívida baixa, um orçamento equilibrado e crescimento forte. Qual é o segredo?
Reinfeldt: Em primeiro lugar, tivemos uma recuperação do nosso comércio. E acho que fizemos muitas coisas certas durante a crise financeira. Nós não cobrimos perdas dos bancos, não adotamos pacotes de estímulo que em geral têm impacto muito ineficiente, como fizeram muitos países. Nós adotamos medidas pontuais para sustentar a demanda interna e setores intensivos em trabalho. Como não gastamos muitos recursos, mantivemos as nossas finanças públicas em ordem. As perdas de empregos que tivemos foram rapidamente compensadas.
Acho que aprendemos, com a nossa própria crise bancária no começo dos anos 90, como controlar o setor bancário, dando mais transparência. Talvez por isso estávamos mais bem preparados do que outros países. Se você lidar de modo errado com uma crise bancária, facilmente acabará dobrando a dívida pública. É muito importante como você lida com seus bancos durante uma crise.
Valor: Por que alguns países europeus estão crescendo enquanto outros estão ficando para trás?
Reinfeldt: Eu acompanho a União Europeia há mais de uma década. Nesse período, nós discutimos uma série de reformas que os países europeus precisavam fazer. E muitos países simplesmente não fizeram essas reformas.
Valor: Que tipo de reformas?
Reinfeldt: Reformas estruturais, como do mercado de trabalho: incentivar os jovens a entrar rapidamente no mercado de trabalho e pessoas idosas a permanecer trabalhando, cortar os custos de burocracia para as empresas, reformar o sistema de bem-estar social para pressionar as pessoas que estão recebendo seguro-desemprego a voltar logo ao trabalho. Nós fizemos tudo isso na Suécia. Outros países preferiram não fazer nada. Mantiveram sistemas de aposentadoria que permitem às pessoas se aposentar aos 50 anos. Isso custa. Ao final, há pouca gente trabalhando, contribuindo, e muita gente querendo receber benefícios pagos com o dinheiro dos contribuintes.
A Suécia tem ainda uma tradição de livre comércio, estamos acostumados a lidar com a competição internacional, estamos presentes em muitas partes do mundo. Outros países são mais fechados, mais focados internamente, não tão engajados no comércio como a Suécia. Isso agora agrava os problemas derivados da crise financeira. E ajuda a explicar porque temos muitos países com problemas na Europa.
quero lhe afelicitar pelo blog - sempre passamos aqui- eu e amigos
ResponderExcluirE pnsar que tu és tão jovem, hem Rodrigo?
Jovem e inteligente! Por isto, ainda tenho FÉ que as coias vão se resolver
NUNCA DEIXE DE ESCREVER- ANALISAR- COMBATER
ABRAÇOS
Mas copiamos o país pelo menos na carga tributária. Já é um começo (insira pontuação de sarcasmo aqui)
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