Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O editorial do GLOBO pergunta: Qual a Dilma que assumiu o governo, a de 2005 ou a de 2010? A questão surge porque tudo leva a crer que a presidente vai vetar os dispositivos de limitação de gastos incluídos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2012. Para o jornal, o veto “resgata do passado a Dilma Rousseff recém-empossada na Casa Civil, no final do primeiro governo Lula, dura opositora da acertada proposta do então ministro da Fazenda Antonio Palocci, com apoio de Paulo Bernardo, do Planejamento, de uma política fiscal que buscasse o déficit zero, rota segura para juros mais baixos”.
À época, Dilma chamou de “rudimentar” a proposta. Mas, a despeito de todo o seu passado, alguns ainda alimentaram a esperança de que a presidente seria uma eficiente gestora que respeita a austeridade fiscal. Em 2010, de fato, ela sinalizou em discursos algo nessa linha. Mas atos valem mais que mil palavras. E vamos aos principais atos: a presidente decidiu manter no Ministério da Fazenda Guido Mantega; escolheu para o Banco Central um tecnocrata sem força política; e deu mais poder para o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Ora, estes são os principais pilares da política fiscal do governo. Com atos, a presidente Dilma mostrou que está disposta a chancelar a ideologia nacional-desenvolvimentista que tem sido a marca do PT no poder. Um ministro da Fazenda medíocre e sem firmeza, um presidente do BC fraco e sem independência, e um BNDES transformado numa máquina de transferência de recursos para grandes empresários próximos ao governo. O escandaloso caso da fusão Pão de Açúcar com Carrefour só não foi adiante pela forte reação da opinião pública. Mas este é o tipo de medida que conta claramente com o aval ideológico da presidente Dilma.
Portanto, o veto às mudanças orçamentárias não representaria nenhuma surpresa. O pequeno ajuste fiscal até agora veio apenas por corte de investimentos públicos. Não há sinal de nenhuma reforma estrutural no radar, e nada indica que a presidente Dilma representa alguma mudança significativa em relação ao governo anterior. Podem ter mais saias no Palácio do Planalto, e menos verborragia na imprensa (o que é ótimo). Mas nada mudou na essência. Este é um governo gastador e populista, que acredita no fracassado modelo “desenvolvimentista”. E a inflação segue seu curso...
Ela nunca me enganou! Nunca esqueço das palavras de José Dirceu em um encontro de sindicalista na Bahia. Segue: A vitória da Dilma será o início do projeto que não foi possível fazer com Lula.è alguma coisa semelhante. Nunca me esqueço que ela foi apoiada por chaves Então, a presidente nunca me enganou!
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