João Luiz Mauad, Diário do Comércio - SP
É muito dura a vida de quem pretende iniciar ou ampliar um negócio no Brasil. Qualquer um que pretenda erguer um simples condomínio de apartamentos, explorar uma mina em propriedade privada, construir uma pequena usina hidrelétrica ou uma nova fábrica terá que encarar, além da intrincada legislação ambiental, as onipotentes e intransigentes agências reguladoras, com autoridade suficiente para embargar quaisquer novos projetos considerados “nocivos ao meio ambiente”.
Neste país, qualquer novo investimento, mesmo os públicos, deve percorrer um labirinto sem fim de controles e processos, além de contar com a má vontade dos barnabés e a oposição de grupos ativistas raivosos e barulhentos. Cada passo nesse labirinto envolve custos absurdos de tempo e dinheiro, sem qualquer garantia de que o projeto seguirá adiante.
São inúmeros os empreendimentos embargados ultimamente, pelas autoridades ambientais, em nome da preservação do habitat de espécies “ameaçadas” de peixes, pererecas, corujas, ratos, borboletas, preguiças e sabe-se lá mais o quê.
Em face desta barafunda regulatória e do ativismo verde, é um milagre que investimentos produtivos ainda aconteçam neste país. O mais notável e paradoxal, entretanto, é que a maioria dos brasileiros, que supostamente deseja o progresso do país, aceita e até mesmo aplaude este estado de coisas. A seita ambientalista nunca foi tão popular como agora.
O movimento verde nasceu da justíssima indignação de alguns com a poluição do ar, dos rios e dos mares, além da preocupação com os riscos para a saúde humana provenientes da atividade industrial. Com o tempo, entretanto, o movimento foi sendo dominado e transformado por ideólogos esquerdistas, preocupados não com a poluição ambiental ou com a nossa saúde, mas com o desmantelamento do capitalismo.
Hoje em dia, as bandeiras "verdes" vão desde a rejeição aos combustíveis fósseis até a construção de usinas hidrelétricas e termonucleares, que ao todo significam 98% da produção de energia do mundo. Até mesmo os aparelhos de ar condicionado, geladeiras e outros eletrodomésticos estão na lista negra desta gente. Alguns mais radicais, sem maiores considerações pelo conforto humano, consideram antiecológica a utilização de qualquer equipamento industrial minimamente poluente ou prejudicial ao famigerado aquecimento global.
Em resumo, a essência dessa ideologia está na crença de que a humanidade deve minimizar o seu impacto sobre a natureza, custe o que custar. Vide a gritaria contra a aprovação recente do novo Código Florestal, um código extremamente preservacionista e restritivo à atividade econômica, sem similar no mundo, mas que, mesmo assim, conseguiu desagradar os xiitas.
O problema que os adeptos desse radicalismo se recusam a enxergar é que nós, seres humanos, só sobrevivemos através da transformação da natureza, sem o quê não satisfazemos as nossas necessidades mínimas.
Nosso bem estar está diretamente ligado à nossa capacidade de geração de riquezas, a fim de tornar o ambiente a nossa volta menos agressivo e mais hospitaleiro. Ao criarmos e utilizarmos riquezas como casas, estradas, usinas de energia, indústrias, alimentos, automóveis, aviões, móveis, utensílios, eletrodomésticos, etc., de alguma maneira nós estaremos impactando a natureza.
A razão fundamental de nosso alto padrão de vida (notadamente quando comparado com os dos nossos ancestrais) está na industrialização. Graças a ela, nós hoje somos centenas de vezes mais produtivos do que há 200 anos. Já imaginaram como nós estaríamos vivendo, caso os nossos antepassados fossem reféns de seitas ambientalistas como as de hoje?
Definitivamente, o progresso, vale dizer, o abandono do nosso estado de pobreza natural, requer que modifiquemos a natureza tanto quanto seja necessário para torná-la menos agressiva e, acima de tudo, favorável à nossa sobrevivência. Graças a Deus, as gerações que nos precederam visaram o progresso, não o preservacionismo. Elas tiveram orgulho de construir fábricas, abrir estradas, perfurar poços, escavar a terra a procura de novos recursos.
O desenvolvimento industrial e científico são verdadeiras dádivas da modernidade, que nos derem as ferramentas e a tecnologia necessárias para tornar o nosso habitat mais saudável e acolhedor. Pensem por um minuto no que seria de nós sem os modernos sistemas de esgotamento sanitário, a água encanada, as construções mais seguras, resistentes e protegidas das intempéries naturais, a comida fresca e farta e os meios de transporte rápidos e eficientes.
É verdade que tudo isso resultou em alguma poluição do ar, do mar e dos rios. No entanto, mesmo esses indesejáveis efeitos negativos têm sido superadas com bastante êxito pelas nações capitalistas mais avançadas.
Por incrível que pareça, os mais prejudicados pelo fanatismo das seitas ambientalistas são os mais pobres, privados da única chance de poderem um dia usufruir do padrão de vida dos países industrializados.
Ao contrário do que dizem os pregadores do apocalipse, precisamos abraçar, de forma inequívoca, o desenvolvimento econômico, vale dizer: a transformação da natureza em grande escala, a utilização sem remorsos de energias eficientes e baratas, a produção de bens e serviços com maior produtividade e menor esforço. Só assim viveremos mais e melhor.
O problema para empreendedores no Brasil não é a preservação ambiental, que é péssima diga-se de passagem, mas sim a burrocracia e a corrupção generalizada. Se de um lado de fato existe xiitismo na pregação de muitos ambientalistas, do outro, existe uma visão antropocêntrica do uso da natureza que tem recursos limitados e não é só habitada por humanos. Encontrar um meio termo entre essas duas visões é fundamental para a preservação da espécie e de seu habitat. A degradação ambiental não é mera gritaria de ativistas esquerdiotas. É só abrir os olhos que se vê.
ResponderExcluirNada de novo. Cria-se dificuldades para vender facilidades. Desta vez, politicamente corretas.
ResponderExcluirMais um dinossauro do século XX agonizando antes de morrer.
ResponderExcluirO Brasil será a maior potência da economia verde ainda neste século, mesmo com figuras como esse Mauad esperneando.
O agronegócio das multinacionais foi quem segurou o lulo petismo e mantém todos aqueles vagabundos no poder às custas da destruição da nossa maior riqueza.
Acordem liberais, o preconceito contra os melancias "que realmente existem" está turvando a vista de vocês. Os inimigos da liberdade que solapam a democracia estão fazendo lobby dentro do congresso em nome desse desenvolvimento atrasado que vocês defendem.
Mirian
ResponderExcluirDo forma como você fala, dá a impressão de que os xiitas verdes são uma meia dúzia de gatos pingados, sem poder e apoio econômico nenhum. Mas certamente não é assim. Se não fossem extremamente poderosos, articulados e bem relacionados com o capital, os verdes jamais teriam tido poder de fazer três proezas incríveis:
1. Impuseram à sociedade, no mundo inteiro a absurda fraude chamada Aquecimento Global Antropogênico.
2. Destruiram boa parte da economia de expulsaram centenas de milhares de pessoas em um estado brasileiro, destruiram cidades inteiras, transformaram grande parte da população em favelados, a pretexto de fazer uma "reserva indígena com área contínua".
3. Tentaram impor um código florestal que tiratia os direitos de propriedade de grande parte dos pequenos produtores rurais, visto que desde sempre, no Brasil, as propriedades rurais eram estabelecidas principalmente às margens dos rios. Desta forma grande parte das propriedades rurais, com séculos às vezes, de idades, seriam consideradas ilegais.
O problema ambiental no Brasil pode ser resumido em dois pontos: 1) cada vez mais gente para usar recursos 2) gente cada vez mais burra e ignorante, governada por quem ela merece.
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