quarta-feira, fevereiro 08, 2012

TV Pública ou Privada?

Rubem de Freitas Novaes

São muitas as campanhas na internet contra programas televisivos julgados como sendo de mau gosto. A mais recente destas campanhas investe pesadamente, valendo-se de um texto de autoria falsa do Luís Fernando Veríssimo, contra o Big Brother e a TV Globo. Note-se que a TV aberta encontra-se num momento difícil em que tenta preservar qualidade e, ao mesmo tempo, atender a um público cada vez menos, digamos, exigente. Televisão já foi entretenimento apenas de elite. Quedas de preço dos aparelhos, abundância de crédito aos consumidores e elevação da renda média de brasileiros, antes marginalizados da economia de mercado, colocaram a “telinha” em todas as residências. Acresce que dezenas de canais da TV por assinatura atraem, cada vez mais, a clientela mais sofisticada com programações direcionadas a gostos específicos. Querer que a TV aberta não atenda a seu público, mantendo apenas programação de “alto nível”, parece atitude elitista e autoritária. Como bem ressaltou Veríssimo em sua coluna, o telespectador insatisfeito tem a sua disposição a maior das armas: o controle remoto. Que mude de canal ou desligue o aparelho!

Vivemos ainda numa economia de mercado onde se impõe a soberania do consumidor. Se não é a vontade do telespectador, que vontade deverá ser atendida? O desejo de melhorar o homem por imposição de vontades pode ter suas boas intenções, mas, na prática da História, levou-nos ao nazismo e ao comunismo, onde governantes controlavam a educação e a informação para atingir seus objetivos, nem sempre os mais nobres. Uma TV privada, para sobreviver economicamente independente, precisa atender a seu público, para que tenha audiência e anunciantes. A alternativa a ela é a TV pública ou a TV dependente de esmolas públicas. Entre o telespectador e o Estado decidindo o que é bom ouvir e ver, fiquemos com o consumidor telespectador!

5 comentários:

  1. Anônimo2:15 PM

    Nunca engoli essa história de que TV é uma consessão publica.Então foi o governo que inventou as ondas de rádio? Ele é o dono delas?
    Imbecis como Rafinha Bastos se beneficiam do fato de existirem poucas emissoras no país, e todas de amigos do rei

    E pra finalizar, o baixo nível está chegando na TV a cabo também.Não há muito o que fazer, é só comprar um saco de pipoca e assistir de camarote enquanto a idiocracia avança.

    ResponderExcluir
  2. Essa campanha reformadora da TV tem um enfoque lógico errado. A campanha deve insistir que as TVs estatais foquem na qualidade, na melhora cultural do cidadão e... continuem com os 0,5% de audiência. A TV particular, por outro lado, tem que oferecer o que o cidadão quer ver ... e manter os 60% de audiência que possuem hoje.
    Lógica simples que socialista nenhum quer compreender.

    ResponderExcluir
  3. O ignorante brasileiro padrão tem a liberdade de ver baboseiras na TV. Mas não teve a liberdade de escolher ter educação de qualidade, principalmente se é pobre e/ou descendente de outro ignorante!

    ResponderExcluir
  4. Anônimo9:12 AM

    Ultimamente a mídia brasileira está obrigada a recorrer a baixaria para atrair a atenção do público. Aqui o bizarro facilmente toma conta do povo e absurdos caem no gosto popular. Aquilo que era feito nos fundos de um bar de quinta categoria perde os seus “pudores” e se torna diversão pública e explícita na TV.

    http://eliseusmelo.blogspot.com/2012/01/enquanto-luiza-esta-no-canada-rede.html

    ResponderExcluir
  5. Anônimo5:08 PM

    Constantino, o que você pensa sobre a possibilidade da TV Cultura - SP ceder espaço para programas televisivos da Veja e da Folha de São Paulo? Acha certo uma TV Pública abrigar programas de empresas privadas ainda mais sendo estas empresas voltada para a informação?

    ResponderExcluir