Recomendo a entrevista nas páginas amarelas da VEJA com Daniel Everett, "A Linguagem nos Faz Humanos". Ele afirma que Noam Chomsky tem tanto poder por causa de seu proselitismo político (é comuna antiamericano até à alma), e não por sua teoria sobre a linguagem (de que esta seria uma ferramenta inata).
Para Everett, a linguagem é uma ferramenta criada pelos homens, com diferenças culturais importantes. É ela que nos faz humanos, por nos dar o poder da comunicação e, acima de tudo, uma história de identidade. Sabemos quem é nosso avô, ao contrário dos cachorros.
Seguem alguns trechos:
"Acredito que Chomsky só tenha conseguido esse poder que tem hoje de falar o que quiser, mesmo mentiras, por sua atuação política, criticando os Estados Unidos. Graças a esse proselitismo, ganhou uma leva de seguidores, e ergueu-se um muro de defesa em torno dele. Recebo cartas desaforadas e emails violentos por discordar dele. Mas não posso deixar de defender o que acho correto".
"Eu disse a ela que, para mim, Jesus, se existiu mesmo, foi apenas uma pessoa boa, mas não o filho de Deus. Eu me senti livre, dono daquela liberdade de alguém que consegue superar suas crenças e se sente, então, honesto consigo mesmo".
Carlos Magno
ResponderExcluirQue eu saiba, Chomsky é anarquista. E ele não é antiamericano, é apenas um crítico da política externa americana. Da mesma forma que quando jovem foi um crítico da URSS. Com relação a Linguística, ele é respeitado por muita gente dessa área. Com certeza ele tem erros, como qualquer intelectual, porém, acho simplismo demais argumentar que alguém é tão respeitado somente por suas posições políticas.
Ainda bem que existe um Noam Chomsky nos EUA. Posso até discordar de algumas coisas que ele diz mas só a existência de uma pessoa que critica a política externa americana e é ouvida, mostra o grau de democracia nos EUA. Na antiga URSS não era assim. Então, deixem de patrulhar o cara ! Democracia é conviver com o contraditório
ResponderExcluirAs evidências apontam para que a linguagem seja inata. Há determinadas áreas no cérebro que uma vez destruídas tornam a pessoa incapaz de processar símbolos. Infelizmente, Chomsky não tem o mesmo brilhantismo em política do que como linguista. É dos poucos antiamericanos proficiente em sua área.
ResponderExcluirLi a entrevista de Everett na Veja e fiquei pensando no que ele disse.
ResponderExcluirSobre que Chomski ganhou o direito de falar de tudo, concordo. Parece o caso brasileiro em que uma vez músico de sucesso, compositor ou ator, então já pode falar de política, economia, justiça, filosofia, etc...
Quanto à questão da linguagem inata ou inventada, creio que precisamos de maior reflexão.
Sugiro autores como o grande neurologista português Antonio Damásio (O Erro de descartes, Consciência, etc) ou o antropólogo René Girard.
O campo da Etologia também nos forneceria bons referenciais para tratarmos de linguagem.
Se Everett falou em linguagem, mas pensou em simbolização, claro, a simbolização é humana.
Mas se pensou em comunicação apenas, os animais tem complexos sistemas de comunicação.
Especialmente os grandes macacos, por exemplo.
Há processos naturais, instintivos, inatos, e um cruzamento com aspectos culturais.
Não podemos nos esquecer da Natureza Humana, somos animais, com um pé na savana, após termos descido das árvores.