sexta-feira, abril 20, 2012

O fascismo argentino

Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

A Argentina caminha cada vez com maior velocidade rumo ao caos. A última das medidas obtusas da presidente Kirchner foi a expropriação da Repsol, empresa espanhola que controlava a YPF. Como o WSJ e a The Economist chamaram o ato, sem eufemismo, representa o velho e simples roubo. O governo argentino é uma quadrilha de gatunos, e preocupa o silêncio diplomático do Brasil sobre o caso. Já o companheiro Chávez, outro larápio, aplaudiu a medida, como era de se esperar.

Miriam Leitão, em sua coluna de hoje no Globo, revela um fato estarrecedor. A presidente Kirchner teria visitado uma empresa brasileira na Argentina e questionado porque certo produto não estava sendo vendido no mercado doméstico. O empresário, então, explicou que o produto não era do gosto argentino, e por isso era apenas exportado.

Ela relata o resto: “No dia seguinte, o empresário recebe um telefonema de Moreno, que o manda pôr no mercado o tal produto e informa a que preço deve ser vendido. O empresário avisa que aquele preço dá apenas para cobrir o custo da embalagem. Moreno liga então para a empresa fornecedora e dita o preço que ele vai fornecer a embalagem. A empresa pede desconto no custo da energia. E recebe.” 

Moreno é o manda-chuva do governo, que costumava despachar com u revólver em cima da mesa. A desgraça argentina serve para duas coisas ao menos: 1) mostrar como a esquerda radical, no fundo, aproxima-se do fascismo, que ainda é tido como “direita” por muita gente (a propriedade privada existe de jure mas não existe de facto, pois o governo controla tudo na economia, assim como faz no socialismo); 2) alertar aos brasileiros que o perigo mora ao lado, pois muitos petistas sonham em seguir nesta mesma trajetória (vale lembrar que o CEO da maior empresa privada do país foi demitido porque o governo assim quis).

6 comentários:

  1. Rafael Gargalhão11:10 AM

    Triste esse governo argentino... Mas não deixa de ser irônico ver a Repsol se f***. Empresas de setores ditos "estratégicos" são, por regra, umbilicalmente ligadas ao Estado. Exemplo rápido: algum dono de telefônica, no Brasil, se opõe ao PT?

    Isso é um bom exemplo de como a discricionariedade pode hoje beneficiar o empresariado e, amanhã, mandá-lo para o paredón... Bem-feito para a Repsol! Meus pêsames para o povo argentino!

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  2. Anônimo1:29 PM

    Rodrigo eu recomendo dois textos sobre a situação argentina. Ambos do blog do Fernando Aguirre (FerFal).

    http://ferfal.blogspot.com.br/2012/04/argentina-expropriates-repsol-ypf.html

    http://ferfal.blogspot.com.br/2012/03/mystery-of-argentine-big-mac.html

    Saudações.

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  3. Excelente artigo! A imbecilidade socialista está destruindo a Argentina. A cada dia que passa nossos vizinhos estão mais próximos de se transformar em mais uma ditadura.

    A alegação para estatização da YPF é que a empresa não estava investindo no país. Será que um governo quebrado tem condições de fazer algo melhor? Será que com essa medida irá atrair mais investidores?

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  4. Anônimo2:39 PM

    "preocupa o silêncio diplomático do Brasil sobre o caso"

    não sei o Itamarati, mas o Lobão não ficou calado: anunciou US$ 500 milhões em investimentos na Argentina via Petrobras.

    não parece uma piada?

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  5. Suplemento para o Anonymous said 2:39 PM
    Lobão, el cagón, vai investir 500 mi? bueno Y despues sera estatizado

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  6. Anônimo10:42 PM

    Mais do que a "imbecilidade socialista", eu diria que é a corrupção esquerdista que está destruindo los hermanos.
    Aparentemente, a implosão da Argentina, Venezuela e afins é apenas uma questão de tempo.
    Que isso, pelo menos, sirva de alerta para a população brasileira de onde o projeto petista pretende nos levar.

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