Rodrigo Constantino
Muitos gostam de falar em nome das "minorias", incluindo aí mulheres, negros, índios e gays. A colunista de O Globo, Miriam Leitão, costuma escrever em favor das cotas para "negros" e com frequência apela para a cartada sexual, tratando as mulheres como vítimas de preconceito no mercado de trabalho (eu nunca a vi questionando se os salários médios das mulheres não são menores pelo simples fato de que elas engravidam e, portanto, buscam trabalhos mais flexíveis e com remuneração média inferior).
Mas o problema com tanta minoria é que a conta não fecha! Para começo de conversa, homens e mulheres já compõem aproximadamente meio a meio da população. Logo na largada, portanto, estaríamos falando de uma "minoria" de 50%, conceito um tanto estranho. Só que ainda resta adicionar as demais minorias, evitando a dupla contagem.
Como temos cerca de 40% da população que se diz negra ou parda, vamos assumir que a proporção de homens e mulheres segue o padrão geral. Assim, temos mais 20% do total da população representada por homens "negros", leia-se pardos (o suficiente para se obter privilégios neste novo Brasil com leis de segregação racial).
Só que não acabou! Ainda temos os índios, os gays, os deficientes e todos os demais grupos que a esquerda seleciona como mascotes para seu "altruísmo" espalhafatoso. Vamos admitir que 10% dos homens (para evitar a dupla contagem novamente) são compostos por estes grupos (aqui no Rio eu diria que só de homossexual deve ser mais que isso, mas sejamos conservadores). Temos então outros 5% do total da população feitos de "minorias" que são os alvos da bondade (com recursos alheios) dos esquerdistas em geral.
Se o leitor ou leitora acompanhou minhas contas, percebeu que já temos 75% de minorias no Brasil (50% de mulheres, 20% de homens "negros" e 5% de homens índios, gays ou deficientes). Haja poder concentrado nesta "maioria" de 25% para explorar o restante como é alegado pelos defensores das "minorias"! Como se vê, a vida do homem branco heterossexual saudável será cada vez mais dura para sustentar as vantagens criadas para as "minorias".
Como escreveu o filósofo Luiz Felipe Pondé em seu novo livro, Guia Politicamente Incorreto da Filosofia, "A diferença entre a velha esquerda e a nova esquerda é que, para a velha, a classe que salvaria o mundo seria o proletariado (os pobres), enquanto, para a nova, é todo tipo de grupo de 'excluídos': mulheres, negros, gays, aborígines, índios, marcianos..."
Ayn Rand estava absolutamente certa quando disse que a menor minoria de todas é o indivíduo, e que aqueles que negam direitos individuais não podem alegar ser defensores das minorias. Que minoria é essa que perfaz 75% da população, esquerdistas? Podem agredir nossos direitos e nossos bolsos, mas preservem ao menos a aritmética!
He, he...
ResponderExcluirRealmente esse artigo foi muito sagaz e inteligente.
Faz-me lembrar de um texto que li no primeiro grau em um livro de Língua Portuguesa, onde a personagem do texto provava que o trabalhador só trabalhava 1 dia por ano, fazendo uma conta que me pareceu até lógica no momento, deduzindo feriados, férias, etc...
Esse texto, me pareceu até lógico enquanto eu o lia mas fazendo as contas, as mesmas não batiam.
Esse artigo teve o mérito de demistificar matematicamente os argumentos esquerdistas em prol das minorias.
Será muito difícil, ao menos para mim, levar a sério qualquer discurso que cite a palavra minoria.
Parabéns por seu artigo.
Tem mais um coisa que eu ainda nao desenvolvi mas é no mesmo estilo do seu texto.
ResponderExcluirA quadrilha iMunda usa dois dados para atingir seus objetivos no caso dos negros:
1º- quando se quer falar em minoria, e assim conseguir benefícios racistas - já que se trata de raça, iMundos falam nos 6% de negros na sociedade brasileira, ou seja, usam o genótipo;
2º- quando se quer falar em maioria para dizer em nome do "povo", usam o fenótipo.
A pergunta que sempre faço aos racialistas e nunca obtenho resposta é: um mulato é branco ou negro.
Aí eles ficam furiosos coisa e tal. rsss
Isso que quero desenvolver, acho que se chama "tese", terá o título "Quando a minoria e torna maioria e vice-versa"... algo assim.
São minorias no aspecto jurídico e econômico e não no demográfico. No caso dos gays, seriam somente jurídico. Nos outros, seria no econômico.
ResponderExcluirCreio que a fúria com que os esquerdistas atacam a citação das constradições em seus discursos se deve ao fato de essas pessoas aderirem às ideologias esquerdistas como adeririam à uma religião.
ResponderExcluirO fervor religioso que noto nos crentes e evangélicos é o mesmo que noto nos militantes de qualquer ideologia esquerdista.
Acredito que cada vez mais a ideologia irá substituir a religiosidade nas pessoas pois as supre das mesmas emoções que a religião as supriria.
Posso, por exemplo, citar um exemplo prático: suponhamos que eu seja um crente e que defenda ardorosamente minha fé de quaisquer ataques.
É claro que para eu ter essa moral de ser um pretenso defensor de minha fé eu precisarei no mínimo, obedecer à uma série de mandamentos e doutrinas referentes à minha conduta social na vida, ou seja, precisarei ter moral para me auto-denominar um crente.
Já no caso da ideologia não é necessário nenhuma moral por parte do indivíduo para que este se torne um militante da causa e as compensações psicológicas e emocionais do exercício da militãncia não exigem praticamente nenhuma contrapartida do indivíduo.
É por esse motivo que o exercício da militância política é mais vantajoso que o exercício de nossa religiosidade e ainda, com a vantagem de nos oferecer as mesmas sensações e emoções que a religiosidade oferece aos seus seguidores.
Eu não sei como fazer para tornar o exercício religioso algo mais agradável pois para mim foi extremamente desagradável no meu passado infantil e adolescente.
Por outro lado, o exercício de qualquer militância ideológica, seja ela de direita ou de esquerda também me enoja.
Conclusão: tornei-me o famoso bloco carnavalesco do EU SOZINHO, ou seja, não preciso da aprovação alheia ou da maioria ou da minoria para endossar minhas teses e conclusões sobre a vida e a sociedade.
Eu sei que estou certo pelo simples fato de me questionar: se fosse eu, será que eu faria as coisas pelos motivos que alego que os outros fazem?
Acreditem: quem toma a si mesmo como referência para a compreensão do mundo jamais se engana ou é enganado.
O importante na vida é conseguirmos funcionar como trabalhades, consumidores responsáveis, pais e chefes de família, etc.
Todo o resto não passa de perfumaria para satisfazer alguma neurose ou trauma que tivemos em nossa formação psicológica na vida.
Caro Rodrigo Constantino, de onde tirou isto:
ResponderExcluir"(..) se os salários médios das mulheres não são menores pelo simples fato de que elas engravidam e, portanto, buscam trabalhos mais flexíveis e com remuneração média inferior" ?
Ao meu ver parece uma visão bastante simplista e, por consequencia, errada. Mulheres então procurariam ganhar menos pois produzem menos por ficarem grávidas. Quantas vezes uma mulher hoje fica grávida durante sua vida toda? No Brasil uma ou duas. Poucas. Durante quanto tempo a esta gravidez impossibilita ou dificulta a atividade produtiva (não estou falando de reprodutiva) de uma mulher? Alguns poucos meses. Perto de vários anos de trabalho, a “teoria” da gravidez não se justifica por vias racionais.
Além do mais não é mais tão generalizada o “sonho de ser mãe” como objetivo de vida da maior parte das mulheres atualmente, como achávamos que havia há algumas poucas décadas. Embora haja uma pressão enorme do governo, majoritariamente formado por homens brancos heterossexuais, de aparência agradável e cristãos (bem ao gosto do eleitorado) para manter ou diminuir os direitos individuais das mulheres, elas vêm alcançando sucesso, mas ainda sim recebem menos pelo seu trabalho, mesmo em cargos que não dependem de atributos físicos, tais como criação e gerência, portanto não existindo a desculpa “é por causa do barrigão”. Admitamos que existe o preconceito em toda parte com relação aos seres humanos dotados de útero e sem um pênis (estou falando aqui da condição biológica de gênero, não de sexualidade). E este preconceito, infundado, pois não há evidências de que mulheres são intelectualmente inferiores aos homens (nem que uma etnia é em relação à outras), influencia em questões econômicas, trabalhistas e políticas.
Sou um fã de sua visão sobre liberalismo econômico e liberdade individual, acompanho seus textos, tanto na web quanto em livros e estas leituras já me levaram à outras leituras igualmente interessantes. Mas confesso que me sinto um pouco incomodado com alguns de seus comentários, por isso gostaria que, se possível, explicasse mais sobre a questão acima.
Com relação às cotas raciais, especificamente com relação aos negros, da mesma forma como é injusto que filhos respondam pelos crimes de seus pais (e avós, etc.), porque beneficiar pessoas de hoje por causa de injustiças cometidas com só escravos negros e índios do passado? Isso me parece igualmente injusto. Porque não seguir nesta linha e punir os descendentes dos donos de escravos? Assim esta justificativa para as cotas me parece infundada.
Sou sim a favor de um maior incentivo para estudo de pessoas mais pobres. O problema é que, como no Brasil a maioria dos pobres são negros, confundiu-se achando que os que precisam de melhores condições e incentivo são os negros, quando são os pobres. Acho que esta é uma das funções do governo, com institutos mesmo públicos ou mistos que ofereçam de forma gratuita ou acessível meios para pessoas mais “humildes” - como se humildade tivesse relação à dinheiro – obterem maior profissionalização e educação.
É justo beneficiar com uma vaga uma pessoa negra rico ao invés de uma branca – ou qualquer etinia não negra - pobre?
É um tema bastante complexo e longe de uma solução “ideal”, até porque isto seria idealismo :-)
Paro por aqui pois o comentário já ficou longo demais.
Veja aqui:
ResponderExcluirhttp://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2012/04/why-women-make-less-than-men.html
Não importa a média da produtividade na mulher no mercado de trabalho, o fato é que é injusto uma mulher ganhar menos que o homem pelo mesmo trabalho mesmo quando ela não tehha nem nunca vá ter filhos na vida. E mesmo que venha a ter, é preciso considerar que alguém tem que produzir filhos, para o bem da sociedade, incluindo os homens, e tão somente as mulheres podem fazer isso. Digo, se a produtividade dos homens é maior porque não sofre as consequencias da maternidade, não é por opção, senão estaríamos julgando os homens mais virtuosos por não terem filhos, o que é um absurdo. E achar que por esse determinismo biológico, cabe OBRIGATORIAMENTE à mulher arrumar um "homem-provedor" para garantir a manutenção do ganho, isso não passa de sexismo. Portanto, é justo que a sociedade como um todo adote medidas para salvaguardar o ganho financeiro das mulheres, até quando elas venham a ter filhos.
ResponderExcluirNão tem problema kitagawa, vamos fazer a 'bolsa filho' e jogar a conta pro contribuínte otário pagar.
ResponderExcluirPutz, o mundo seria um paraíso sem adEvogados...
"Vamos admitir que 10% dos homens (para evitar a dupla contagem novamente) são compostos por estes grupos (aqui no Rio eu diria que só de homossexual deve ser mais que isso, mas sejamos conservadores). Temos então outros 5% do total da população feitos de "minorias" que são os alvos da bondade (com recursos alheios) dos esquerdistas em geral."
ResponderExcluira rigor para novamente se evitar dupla contagem vc deve aplicar esses 10% sobre (100-50-20)% o q dará 73% de "minorias". muito ainda
"Não tem problema kitagawa, vamos fazer a 'bolsa filho' e jogar a conta pro contribuínte otário pagar.
ResponderExcluirPutz, o mundo seria um paraíso sem adEvogados..."
Claro que não!!!!
Isso seria absurdo, não? Tremendamente injusto.
Dividir o ônus de um filho com o pai também seria absurdo. Muito injusto.
É muito mais adequado penalizar metade da população por apenas ter um útero e gerar novos seres humanos.
Por que crianças não tem pais, né? Apenas mães. E somente as mães devem abrir mão de salários, empregos,promoções... pelos filhos. Afinal, as crianças são responsabilidade delas apenas.
Isso é sexismo puro, afinal, mesmo sem nunca ter filho, uma mulher sempre terá um útero e isso será usado contra ela, será vsito como uma desvantagem.
O que vocês estão dizendo é que mulheres devem receber menos pelo mesmo trabalho simplesmente por serem mulheres.
Não é necessário bolsa-filho nenhuma. O que é necessário é que os pais assumam seus papéis de pais e dividam com as mães os bônus e os ônus de terem um ou mais filhos.
Jogar tudo nas costas da mulher é muito fácil. Porque assim ainda é possível criticá-las quando cobram responsabilidade de seus companheiros, como se estes tivessem que fazer o favor de ajudá-las, pobrezinhas, a criarem os filhos.
Sexismo. É isso que o liberalismo defende. Um lugar secundário pra mulher no mundo. É isso que vocês defendem.
E não importa a língua em que esteja o texto, Rodrigo. A idéia é essa do sexismo. Esse texto que você indicou ao colega defende justamente isso. Apenas evita o termo. Como vocês.
Sexismo puro.
Nossa Rodrigo! Coitadinho do "homem branco heterossexual saudável"!! Essa minoria que sustenta a maioria sofre muito!!
ResponderExcluirIsso porque mulheres e negros não trabalham, não pagam impostos, não contribuem.
E a minoria dos "homens brancos heterossexuais saudáveis" é tão injustiçada que eles ocupam os cargos mais altos nas corporações, são os que detêm maior poder político e econômico, são a maioria entre os cientistas e políticos... que horror, coitados! Como eles suportam ser tão poderosos!!
E são tão injustiçados que reclamam horrores quando 50% da população (as mulheres, esses seres inúteis que servem apenas para parir e enfeitar) reivindicam maior expressão política e econômica! 50% da população que não tem voz política no mundo. E quando procura conquistar um pouquinho mais de espaço, um pouquinho mais de voz, tem que ouvir como a minoria dos "homens brancos heterossexuais saudáveis" sofre nesse mundo injusto e patriarcal em sua essência. São milênios de opressão e, na primeira vez na história documentada da humanidade em que conseguimos um pouquinho de voz, temos q entender como o "homem branco heterossexual saudável" sofre sustentando todos os demais inúteis desse mundo.
Como vocês suportaram esse peso durante esses milênios todos?
Rodrigo,
ResponderExcluirNão fale como se apenas o "homem branco heterossexual saudável" pagasse impostos e produzisse.
Não seja parcial. Não seja simplista, pra não dizer simplório.
Você sabe que essas minorias são minorias em termos de poder político e econômico. Em termos de poder decisório. Em termos de influência no mundo.
E o fato de não serem minoria numérica, com exceção dos indígenas e dos homossexuais, mostra o quanto de problema existe em termos de representação pra esses grupos. Na verdade o seu texto demonstra a pertinência da luta desses grupos por maior participação nas diferentes esferas de poder da sociedade. Se não são (somos) minoria de fato, como explicar a falta de representatividade desses grupos? A falta de voz desses grupos?
Essa defesa cega do indivíduo não faz sentido quando vivemos em sociedade. Vocês se beneficiam da vida em grupo, mas querem negar isso o tempo todo menosprezando tudo aquilo que é coletivo, como se não existisse cooperação.
Todas as espécies de mamíferos que formam grupos exibem diferentes estratégias de cooperação, empatia, solidariedade, altruísmo. E uma das funções desses "sentimentos" é justamente a manutenção da coesão do grupo. Coisas que vocês negam nessa defesa cega e completamente egoísta do indivíduo.
A defesa de vocês é tão cega e parcial, que vocês acreditam que são os únicos seres produtivos da sociedade. Vocês acreditam mesmo que só vocês pagam impostos. Uma fala comum entre vocês é: "Que absurdo [qualquer situação que envolva gastos públicos, justos ou não] com o meu dinheiro!!
Como assim seu dinheiro? É seu, meu e de todo mundo.
O dinheiro público deve ser melhor administrado, sem dúvida nenhuma. Mas vocês não são os únicos que contribuem, não!
Não podemos agredir os direitos do "homem branco heterossexual saudável", apenas os direitos de mulheres brancas ou não (Olha só que maravilha? Nem mesmo as mulheres brancas heterossexuais saudáveis merecem a consideração de vocês), negros, indígenas, homossexuais, doentes... somente os direitos do "homem branco heterossexual saudável" são sagrados e intocáveis. Somente vocês não podem ser menosprezados e pisados. Pro resto? Que se conformem com as migalhas...
Cora, invertemos apenas o objeto sexista então. O não sexismo que você defende resulta de outro sexismo, o do homem, que para aplacar a MENTIRA que a esquerda produziu, tem sido subordinado ao autoritarismo estatal e à condições menos favoráveis de oportunidades.
ResponderExcluiranônimo,
ResponderExcluirdiga onde e como o "homem branco heterossexual saudável" é subordinado ao autoritarismo estatal e à condições menos favoráveis de oportunidades. Diga onde e como.
Você quer negar que exista preconceito racial no brasil? Você quer negar que exista machismo no brasil? Você quer negar que as desigualdades sociais são construções históricas?
Você acha, sinceramente, que tudo isso é invenção da esquerda?
Esquerda que é tão machista quanto a direita?
E pior, acha que defender mais voz para as mulheres é oprimir os homens? Acha que defender que mulheres tenham as mesmas oportunidades no mercado de trabalho é oprimir os homens? Acha que defender que mães E pais assumam os ônus e os bônus na criação dos filhos é oprimir os homens? Acha que defender a independência da mulher em relação ao próprio corpo e comportamento é oprimir os homens?
O que você está dizendo, basicamente, é que o "homem branco heterossexual saudável" só sabe existir subjugando metade da humanidade. Só sabe existir mantendo metade da humanidade sob seus pés. É isso?
Como é que vocês conseguem ser tão egoístas assim? Normalmente a gente aprende a ter um pouco de vergonha de se assumir assim, tão absolutamente egocêntrico. Vocês não só não se envergonham como se orgulham de defender a opressão de metade da humanidade.
Cara, como pode?