Paulo Rabello de Castro - BRASIL ECONÔMICO
Ben Bernanke provavelmente passará à história como o homem que teve a coragem de testar uma teoria além dos limites do razoável.
Estudou nos livros de Milton Friedman, quem mais investigou os efeitos positivos ou perniciosos das emissões de dinheiro na economia. E, como aluno destacado, está agora testando na prática o que antes era apenas uma hipótese de trabalho acadêmico. Friedman descreveu o processo inflacionário pela imagem radical de um helicóptero pairando sobre uma comunidade isolada em que a aeronave despeja uma grande quantidade de dinheiro para quem quiser pegar e usar. Evidentemente, o resultado final dessa história de ficção econômica é a inflação de todos os preços naquela comunidade.
Bernanke está disposto a testar a teoria do helicóptero de Friedman na vida real e muito além do limite razoável. A comunidade fictícia de Friedman passou a ser o território americano e o mundo. Meu professor em Chicago, Friedman descreveu a teoria do helicóptero num contexto em que buscava uma regra de ouro para a quantidade ótima de emissão de dinheiro numa economia de características simplificadas e sem sistema bancário alavancando a moeda básica emitida. Bernanke, ou "Ben Helicóptero", agora quer testar os limites da emissão descontrolada de dinheiro pelo Fed. Alguma chance disso dar certo? Por algum tempo, a impressão será que isso pode até funcionar bem.
A folia de Bernanke é querer reduzir a qualquer custo o nível de desemprego fazendo as pessoas gastarem mais. Para isso, ele recorre ao truque de gerar riqueza artificial, emitindo mais dinheiro, cuja circulação provocará de imediato uma alta de todos os preços de ativos expressos em dólares, pois os bancos venderão a Bernanke seus créditos problemáticos de hipotecas e irão à luta comprando tudo que seja especulativo, de fundos de commodities a papéis em bolsas, a moedas de países considerados seguros, imóveis e objetos raros ou exóticos, inclusive petróleo, trazendo elevação do custo de vida para o americano médio. Isso quebrará parte do efeito de sensação de aumento de riqueza que o pirotécnico Ben gostaria de provocar.
Aliás, você deverá estar se perguntando qual aumento de riqueza, afinal, Bernanke pretende se, tudo somado, ninguém terá ficado mais rico ou menos endividado. Só haverá mais papel pintado de dinheiro circulando na praça. De fato, o efeito de aumentar riqueza e bem-estar mediante emissões é temporário e quase sempre ilusório. Quando o entorpecimento provocado pela euforia da liquidez começa a cessar e a música para de tocar, nunca há cadeiras para todos se sentarem. Alguns perceberão que ficaram até mais pobres e que o dinheiro sem lastro é o culpado.
Nessa hora, sobrevirá a inflação e seus efeitos deletérios. Não sabemos se Bernanke ainda estará no cargo quando os desdobramentos finais de suas experiências inéditas acontecerem. Um economista raramente responde por seus atos. Muito menos em tribunais, por crimes cometidos contra o patrimônio ou a segurança pública. Os economistas têm a imunidade concedida aos comprovadamente loucos. Assim foi nos 20 anos de megainflação no Brasil. Nos EUA, não será diferente. Se fosse, o antecessor de Bernanke também estaria, hoje, respondendo a processo.
Estudou nos livros de Milton Friedman, quem mais investigou os efeitos positivos ou perniciosos das emissões de dinheiro na economia. E, como aluno destacado, está agora testando na prática o que antes era apenas uma hipótese de trabalho acadêmico. Friedman descreveu o processo inflacionário pela imagem radical de um helicóptero pairando sobre uma comunidade isolada em que a aeronave despeja uma grande quantidade de dinheiro para quem quiser pegar e usar. Evidentemente, o resultado final dessa história de ficção econômica é a inflação de todos os preços naquela comunidade.
Bernanke está disposto a testar a teoria do helicóptero de Friedman na vida real e muito além do limite razoável. A comunidade fictícia de Friedman passou a ser o território americano e o mundo. Meu professor em Chicago, Friedman descreveu a teoria do helicóptero num contexto em que buscava uma regra de ouro para a quantidade ótima de emissão de dinheiro numa economia de características simplificadas e sem sistema bancário alavancando a moeda básica emitida. Bernanke, ou "Ben Helicóptero", agora quer testar os limites da emissão descontrolada de dinheiro pelo Fed. Alguma chance disso dar certo? Por algum tempo, a impressão será que isso pode até funcionar bem.
A folia de Bernanke é querer reduzir a qualquer custo o nível de desemprego fazendo as pessoas gastarem mais. Para isso, ele recorre ao truque de gerar riqueza artificial, emitindo mais dinheiro, cuja circulação provocará de imediato uma alta de todos os preços de ativos expressos em dólares, pois os bancos venderão a Bernanke seus créditos problemáticos de hipotecas e irão à luta comprando tudo que seja especulativo, de fundos de commodities a papéis em bolsas, a moedas de países considerados seguros, imóveis e objetos raros ou exóticos, inclusive petróleo, trazendo elevação do custo de vida para o americano médio. Isso quebrará parte do efeito de sensação de aumento de riqueza que o pirotécnico Ben gostaria de provocar.
Aliás, você deverá estar se perguntando qual aumento de riqueza, afinal, Bernanke pretende se, tudo somado, ninguém terá ficado mais rico ou menos endividado. Só haverá mais papel pintado de dinheiro circulando na praça. De fato, o efeito de aumentar riqueza e bem-estar mediante emissões é temporário e quase sempre ilusório. Quando o entorpecimento provocado pela euforia da liquidez começa a cessar e a música para de tocar, nunca há cadeiras para todos se sentarem. Alguns perceberão que ficaram até mais pobres e que o dinheiro sem lastro é o culpado.
Nessa hora, sobrevirá a inflação e seus efeitos deletérios. Não sabemos se Bernanke ainda estará no cargo quando os desdobramentos finais de suas experiências inéditas acontecerem. Um economista raramente responde por seus atos. Muito menos em tribunais, por crimes cometidos contra o patrimônio ou a segurança pública. Os economistas têm a imunidade concedida aos comprovadamente loucos. Assim foi nos 20 anos de megainflação no Brasil. Nos EUA, não será diferente. Se fosse, o antecessor de Bernanke também estaria, hoje, respondendo a processo.
como que o governo nacional injeta dinheiro no mercado ?
ResponderExcluirAo aluno do Friedman: sugestões acerca do que deve ser feito no momento são muito bem-vindas!
ResponderExcluirAo Anonymous 5:03 LEIA VON MISES E friedrich a. von hayek NELES V ACHARÁ O CAMINHO. EM ECONOMIA OS CAMINHOS FÁCEIS SÃO OS ERRADOS.
ResponderExcluirAHHH E CONTINUE LENDO ESTE BLOG...
IPC US últimos anos
ResponderExcluirperíodo inflação
agosto 2012 1,692 %
agosto 2011 3,771 %
agosto 2010 1,148 %
agosto 2009 -1,484 %
agosto 2008 5,372 %
agosto 2007 1,970 %
agosto 2006 3,818 %
agosto 2005 3,642 %
agosto 2004 2,654 %
agosto 2003 2,158 %
"Nessa hora, sobrevirá a inflação e seus efeitos deletérios."
desculpe, talvez seja ingenuidade minha, não quero defender o Ben(até para um igonarante no assunto, como eu sou, não parece ser sensato imprimir dinheiro do nada), mas parece que ele vai precisar de mais helicópteros para que a previsão se confirme, pois já foi despejado um montante igual ao PIB brasileiro desde a crise e olha lá em cima, a inflação nos EUA. Mas minha grande dúvida é o que estaria ocorrendo se ele não tivesse despejado nada. Alguém teria um palpite?
@Anônimo das 10:21
ResponderExcluirNa verdade esse dinheiro não causou inflação porque não entrou realmente na economia, ainda.
Esse artigo, e os comentários, explicam melhor:
http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1182