Luta
livre e eleições
Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
Faleceu
nesta quinta Ted Boy Marino, o “avô” da luta livre. Ele foi um dos ícones
daquelas “lutas” da década de 70, que mais pareciam um show cômico. Eu era
muito novo no começo dos anos 80, mas ainda me lembro de algumas tardes vendo o
espetáculo. E uma coisa nele sempre me incomodou profundamente: era “fake”.
Os
gostos mudaram, os “reality shows” estouraram (até em demasia), e hoje parece
impensável tanto sucesso para uma luta armada daquelas. Estamos na era do MMA,
da pancadaria real que pode mandar alguém direto ao hospital, quiçá cemitério.
É
verdade que a quase completa ausência de regras no começo do “vale-tudo”, nos
tempos de Tank Abbott e dos Gracie, também era um impeditivo ao grande público.
Era “tosco” demais, e para o MMA atingir milhões de espectadores, foi preciso
suavizar um pouco a coisa e criar regras mais rígidas e civilizadas.
Mas
por que falo disso tudo aqui? Porque, ao escutar sobre a morte de Ted Boy,
pensei nas eleições. Se as lutas evoluíram para algo mais realista, as eleições
brasileiras continuam um jogo de cena, pura armação. Não temos uma oposição
legítima, séria, disposta a encarar de verdade os vilões da democracia e da
liberdade. Temos “opositores” que simulam ataques, e provavelmente saem para
bebericar juntos depois. São atores canastrões fazendo um teatro de quinta
categoria para o “respeitável” público.
Está
na hora de trocar a “luta livre” ensaiada pelo “vale-tudo” no ringue das
eleições nacionais. Não é preciso liberar geral, com direito a dedo no olho e
baixo nível. Mas é necessário tornar o evento mais realista sim, com disputas
legítimas. E quem pretende ter vida pública e viver do dinheiro dos nossos
impostos, deve saber que temos o direito de esmiuçar os detalhes de sua vida privada,
pois o decoro é um dos quesitos importantes para a liderança política. Ou
deveria ser.
Nas
eleições de 2006, por exemplo, no auge do mensalão, a grande sorte de Lula e do
PT foi ter no outro lado do ringue uma espécie de Ted Boy, pois fosse um
Anderson Silva da vida, era nocaute na certa!
Essa oposição nem Ted Boy é.Está mais para ring girl.
ResponderExcluirConcordo plenamente com o André.
ResponderExcluirAcertou na MOSCA!