Importante alerta feito pelo economista indiano do Morgan Stanley, Ruchir Sharma, autor do excelente "Breakout Nations", cuja leitura recomendo.
Seguem alguns trechos:
O Brasil tem confiado fortemente na exportação das commodities para países consumidores liderados pela China, e a desaceleração desse país é um grande motivo que nos faz ver o crescimento no Brasil escorregar para 2%, e o crescimento na Rússia escorregar para 3% a 4%. Ambos os países têm feito muito pouco para melhorar o ambiente de investimento doméstico, e o investimento deles em relação ao PIB continua muito devagar para estimular qualquer crescimento econômico mais rápido.
Eu não creio que o Brasil esteja no caminho certo, ao menos por enquanto. Um de seus grandes problemas é seu grande histórico de tributação e gastos em níveis muito altos, não acompanhados de suficiente investimento produtivo –fatores que deixaram o país com uma infraestrutura muito fraca, e, portanto, com uma tendência de crescimento em um ritmo muito devagar.
Outro problema é que o Brasil, instigado por seu histórico de instabilidade econômica, tem estado nos últimos anos mais preocupado com a estabilidade do que produzir crescimento –o que o deixa fundamentalmente menos ambicioso que muitos mercados emergentes.
E, por último, o Brasil ainda possui a mania de resolver seus problemas com a mão do Estado: a parte do Estado na economia do Brasil é muito alta para um país com seu nível de renda, comparado aos Estados de Bem-Estar Social avançados na Europa. Basicamente, o Brasil precisa de uma reforma estrutural profunda, que reduza seus impostos e gastos com encargos, e uma dose de ambição para se colocar em um movimento de arranque.
Em suma, é preciso reduzir o intervencionismo estatal e seu concomitante peso, e abraçar reformas LIBERAIS. Entre elas, claro, uma das mais importantes bandeiras é esta: Privatize Já!
Sempre q leio alguém de fora falando do Brasil, tenho a impressão de serem muito educados , eufemistas, otimistas até. O Brasil é uma merda muito maior. Como disse Nelson Rodrigues, subdesenvolvimento não se cria de uma hora para outra: leva séculos.
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