Tem gente que nunca aprende mesmo. Delfim Netto, o Sarney da economia brasileira, é um desses casos. Sempre circulando em volta do "puder" (até o ministro do STF, Luiz Fux, confessou que colou no homem quando soube que sua indicação valia ouro em Brasília), seus conselhos econômicos têm tudo a ver com o atual fracasso da economia, que deve crescer apenas algo como 1% esse ano. Mas pergunta se Delfim Netto faz algum tipo de mea culpa. Claro que não!
O problema é que os "espíritos animais" ainda não acordaram, apesar de todos os estímulos corretos do governo. Eis o que ele escreve em sua coluna do Valor hoje:
O fato realmente trágico das contas nacionais de julho-setembro de 2012 é que elas revelam o quinto trimestre consecutivo de redução do nível de investimentos. O problema é que nem a bem-sucedida política de queda da taxa de juros real, nem o controle do movimento de capitais, que levou a uma recuperação da taxa de câmbio, nem os incentivos fiscais, alguns da maior importância no longo prazo, como é o caso da desoneração da folha de salários, nem o excepcional esforço através do BNDES, nem os estímulos à inclusão social, que asseguram um aumento da demanda, foram capazes de mobilizar os investidores privados.
A verdade é que a resposta ao ativismo do governo, em geral na direção correta, foi, infelizmente, acompanhada de ruídos de comunicação por parte dos agentes públicos que interagem com o setor privado no campo fundamental da infraestrutura.
Em outras palavras, o governo fez tudo certo, mas o "mercado" não captou a mensagem. O erro foi de comunicação. Os agentes do setor privado são surdos ou burros. Não é o próprio ativismo do governo que gerou tantos problemas, criando um clima de insegurança. Imagina! Isso é teoria conspiratória de especuladores do mercado financeiro.
O Sarney da nossa economia ainda arranjou espaço no final do artigo para elogiar a nossa brilhante gestora:
Quem conhece a inteligência da presidente, sua disposição de estudar cuidadosamente cada problema e seu pragmatismo, tem muita dificuldade de entender como se chegou a tal distância de confiança entre o governo e o setor privado de infraestrutura.
Eu, que não conheço a inteligência da presidente, só posso lamentar que o espírito animal de Delfim Netto tenha tanta influência assim nas medidas econômicas do governo.
Eu, que não conheço a inteligência da presidente, só posso lamentar que o espírito animal de Delfim Netto tenha tanta influência assim nas medidas econômicas do governo.
Vejam também meu vídeo sobre essa figura onipresente na economia brasileira desde que eu nasci (por que será que somos sempre o país do futuro?):
"A verdade é que a resposta ao ativismo do governo, em geral na direção correta, foi, infelizmente, acompanhada de ruídos de comunicação por parte dos agentes públicos que interagem com o setor privado no campo fundamental da infraestrutura."
ResponderExcluiraaa eu não li isso!
o Rodrigo ainda de da ao trabalho de traduzir!
Quando esse cidadão morrer ainda vai receber homenagens dignas de um dos maiores economistas do seu tempo.
ResponderExcluirNada menos merecido.
Rumo ao século perdido!!!
ResponderExcluirRodrigo, eu sei que você não costuma responder a anônimos mas, se for de sua vontade, poderia me responder o que está sendo feito de certo e errado na possível privatização do Maracanâ?
ResponderExcluirMe desculpe por abordar esse tema em uma matéria que não tem nada a ver (pelo menos não diretamente), mas só fiz isso por ser o primeiro assunto do seu blog.
Abraços!!