sexta-feira, março 08, 2013

EBXBras



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Deu no jornal Valor hoje que Eike Batista teria buscado o apoio da Petrobras dessa vez, para possíveis negócios com seu grupo para aliviar o enxugamento do caixa. Eike está vivendo seu “inferno astral”, e as diferentes empresas de seu conglomerado despencaram em bolsa. O bilionário perdeu várias posições no ranking da Forbes. O acordo fechado com o BTG Pactual deu algum alento em bolsa, mas os problemas persistem.

O fato é que Eike Batista já é um felizardo no que diz respeito às benesses estatais. O BNDES já repassou vários bilhões ao grupo, com taxas subsidiadas. Ou seja, os brasileiros pagadores de impostos foram obrigados a transferir recursos para o ricaço da Forbes, e isso em um governo popular de esquerda. É justo isso? É justo agora a estatal, que por sua vez vive também seu “inferno astral” produzido pela péssima gestão, colocar mais recursos do povo nas empreitadas do excêntrico bilionário?

No fundo, esse modelo de forte simbiose entre estado e grandes empresários tem nome: chama-se capitalismo de estado, ou de compadres, e se assemelha muito ao fascismo. O governo não tem que escolher os “campeões nacionais”. O próprio BNDES já tem seu balanço ameaçado, e o senador Aloysio Nunes Ferreira tem razão quando demanda a abertura de debates na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). É uma situação preocupante criada pelo governo, que pode estourar logo ali na frente.

Capitalismo sem bancarrota é como Cristianismo sem inferno. O governo não deve selecionar vencedores para começo de conversa, tampouco salvar perdedores em seguida. Que o mercado avalie se os projetos de Eike fazem sentido e, se for o caso, coloque recursos neles. Caso contrário, só lamento. Faz parte do jogo do capitalismo de livre mercado. É assim que tem de ser. Infelizmente, no Brasil não é. Corremos o risco da criação de uma EBXBras!

6 comentários:

  1. Alberto Macêdo4:54 PM

    Excelente ! Não existe o que comentar.

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  2. Perfeito! O que funciona no Brasil chama-se capitalismo de estado, mas gostei mais de chamá-lo de capitalismo de compadres como você sugeriu. Parece-me um termo mais adequado para a cleptocracia instalada no poder. Infelizmente, os órgãos de imprensa não noticiam que a "livre iniciativa" está subordinada aos interesses dos parasitas estatais.

    Por exemplo, as montadoras companheiras do ABC não vendem carros, pois a concorrência de importados está ferrando com elas? Não tem problema! O governo diminui os tributos do setor, aumenta os de outros setores (como carros importados) e faz a população endividar-se com carroças nacionais. O governo diz que é pra proteger a indústria nacional e incentivar a economia, mas as caras campanhas eleitorais do PT no ABC insistem em afirmar que o motivo é outro...

    Negócio da China este da indústria automotiva nacional: os compadres petistas garantem lucro sempre. Assim, a indústria vende carroças a preços absurdos para os consumidores, os quais mais parecem vítimas de estelionato do que consumidores.

    http://oantipetralha.blogspot.com.br/

    O ANTIPETRALHA

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  3. Alberto Macêdo6:48 PM

    Ah esqueci de comentar gostei tanto que copiei e postei no Facebook, mas lógico com os devido merito do autor.

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  4. amauri7:52 AM

    Bom dia Rodrigo!
    Ele deve ser competente, até o BTG o elogiou.

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  5. Anônimo8:07 AM

    "O próprio BNDES já tem seu balanço ameaçado"

    Seria interesante um post sobre isso

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  6. Douglas Correa12:41 PM

    Simples e perfeito !!

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