terça-feira, maio 14, 2013

Visão da Semana


Teórica Investimentos

Visão da Semana (de 6 de maio a 13 de maio).

Dos três principais vetores de crescimento da economia mundial, acreditamos que em dois deles o maior risco é de surpresas positivas. Para deixar clara nossa visão, repetindo o que já colocamos nesse semanal há algum tempo, temos a visão que a Europa pode surpreender positivamente, mostrando algum crescimento nos próximos trimestres e deixando de ser uma draga para o crescimento global. Acreditamos que o pior da economia europeia já tenha passado e, por isso, o risco é de nos surpreendermos com dados mais fortes que o esperado. Nada de muito maravilhoso, mas grandes chances de entramos num período menos pessimista.

Outro vetor que podemos observar surpresas positivas é a economia americana. Também nada de excessivamente otimista, mas o setor privado vem mostrando elevado grau de resistência, capacidade de se auto sustentar e de investir e gordura para, com segurança, entrar num período de maior tomada de risco. A probabilidade de novo enfraquecimento é menor do que a probabilidade de entramos num momento de maior força da economia. Nesse sentido, o espírito animal do empresário faz com que ele se antecipe e, dado sua maior margem de segurança para tomar risco, mude sua estratégia para uma busca por crescimento ao invés de busca por proteção ou sobrevivência. Apesar da possibilidade desse cenário mais otimista ocorrer, acreditamos que o terceiro principal vetor da economia global, a China, não deve surpreender positivamente. Mas também não acreditamos em surpresas negativas vindas da economia chinesa. Temos a visão que o processo de reequilíbrio e mudança de perfil do crescimento chinês será bem administrado pelo governo, o que será positivo para o crescimento da China e do mundo no médio e longo prazo, apesar de um menos vigoroso crescimento no curto prazo.

Nesse ambiente de recuperação e possíveis surpresas positivas na economia global, os investimentos nas economias emergentes, em especial nos BRICs, que passam por um momento de questionamento sobre a relação entre risco e retorno, podem voltar ao foco de interesse dos tomadores de risco. Todavia, apesar do nosso maior otimismo sobre a economia global, o lado doméstico continua sendo o ponto mais desanimador do nosso ambiente de investimento. A baixa qualidade da atual gestão econômica enfraquece o bom funcionamento da economia brasileira e retira o mínimo de condições, que antes existiam, para o desenvolvimento do sistema. Apesar disso, a história nos mostra que, mesmo com péssimas gestões, a economia brasileira aos trancos e barrancos consegue se desenvolver.       

Repetimos que o ambiente de liquidez global abundante tem conseguido evitar eventos de cauda, porém, uma expansão mais fundamentada somente ocorrerá através de reformas e ajustes estruturais, que precisam de tempo e consenso político. A liquidez é a ponte para se chegar no acordo político e nas reformas. Porém, sem os ajustes necessários, será uma ponte para lugar nenhum e voltaremos ao ambiente de crises e incertezas.   

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