Rodrigo
Constantino
“A raiva e o delírio
destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não
poderiam construir em um século.” (Edmund Burke)
Não
vou sucumbir à pressão das massas. É claro que eu posso estar enganado em minha
análise cética sobre as manifestações, mas se eu mudar de idéia – o que não só
não ocorreu ainda, como parece mais improvável agora – será por reflexões
serenas na calma de minha mente, e não pelo “linchamento” das redes sociais.
Ao
contrário de muitos, eu não vejo nada de “lindo” em cem mil pessoas se
aglomerando nas ruas. Tal imagem me remete aos delicados anos 60, que foram
resumidos por Roberto Campos da seguinte forma: “É sumamente melancólico -
porém não irrealista - admitir-se que no albor dos anos 60 este grande país não
tinha senão duas miseráveis opções: ‘anos de chumbo’ ou ‘rios de sangue’...”
Eu
confesso aos leitores: tenho medo da turba! Eu tenho medo de qualquer movimento
de massas, pois massas perdem facilmente o controle. Em clima de revolta difusa,
sem demandas específicas (ao contrário de “Fora Collor” ou “Diretas Já”), o
ambiente é fértil para aventureiros de plantão. Um Mussolini – ou um juiz de
toga preta salvador da Pátria – pode surgir para ser coroado imperador pelas
massas.
Alguns
celebram a ausência de liderança, se é mesmo esse o caso. Cuidado com aquilo
que desejam: sem lideranças, há um vácuo que logo será preenchido. As massas
vão como bóias à deriva. E sem rumo definido, não chegaremos a lugar algum
desejado. Disse Gustave Le Bon sobre a psicologia das massas:
Uma massa é como um
selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo
e a realização deste desejo. Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de
unidade mental das massas. No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos,
o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais
ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de
inteligência. Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O
sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece
completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos. O homem desce diversos
degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na
massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.
Muito
me comove a esperança de alguns liberais que pensam que o povo despertou e que
será possível guiá-lo na direção do liberalismo. Não vejo isso nos protestos,
nas declarações, nos gritos de revolta. Vejo uma gente indignada – e cheia de razão
para tanto – mas sem compreender as causas disso, sem saber os remédios para nossos
males. Que tipo de proposta decente e viável pode resultar disso?
Estamos
lidando aqui com a especialidade número um das esquerdas radicais, que é
incitar as massas. Assim como a década de 60 no Brasil, tivemos o famoso e
lamentável Maio de 68 na França, quando apenas Raymond Aron e mais meia dúzia
de seres pensantes temiam os efeitos daquela febre juvenil. A Revolução
Francesa, a Revolução Bolchevique, é muito raro sair algo bom desse tipo de
movimento de massas. Os instintos mais primitivos tomam conta da festa. Por
isso acho importante resgatar alguns alertas de Edmund Burke em suas Reflexões sobre a Revolução em França, a
precursora desses movimentos descontrolados.
Não ignoro nem os
erros, nem os defeitos do governo que foi deposto na França e nem a minha
natureza nem a política me levam a fazer um inventário daquilo que é um objeto
natural e justo de censura. [...] Será verdadeiro, entretanto, que o governo da
França estava em uma situação que não era possível fazer-se nenhuma reforma, a
tal ponto que se tornou necessário destruir imediatamente todo o edifício e
fazer tábua rasa do passado, pondo no seu lugar uma construção teórica nunca
antes experimentada?
Não se curaria o mal
se fosse decidido que não haveria mais nem monarcas, nem ministros de Estado,
nem sacerdotes, nem intérpretes da lei, nem oficiais-generais, nem assembléias
gerais. Os nomes podem ser mudados, mas a essência ficará sob uma forma ou
outra. Não importa em que mãos ela esteja ou sob qual forma ela é denominada,
mas haverá sempre na sociedade uma certa proporção de autoridade. Os homens
sábios aplicarão seus remédios aos vícios e não aos nomes, às causas
permanentes do mal e não aos organismos efêmeros por meios dos quais elas agem
ou às formas passageiras que adotam.
Se chegam à conclusão
de que os velhos governos estão falidos, usados e sem recursos e que não têm
mais vigor para desempenhar seus desígnios, eles procuram aqueles que têm mais
energia, e essa energia não virá de recursos novos, mas do desprezo pela
justiça. As revoluções são favoráveis aos confiscos, e é impossível saber sob
que nomes odiosos os próximos confiscos serão autorizados.
A sabedoria não é o
censor mais severo da loucura. São as loucuras rivais que fazem as mais
terríveis guerras e retiram das suas vantagens as conseqüências mais cruéis
todas as vezes que elas conseguem levar o vulgar sem moderação a tomar partido
nas suas brigas.
São
importantes alertas feitos pelo “pai” do conservadorismo. Ele estava certo
quanto aos rumos daquela revolução, que foi alimentada pela revolta difusa, pela
inveja, pelo ódio. Oportunistas ou fanáticos messiânicos se apropriaram do
movimento e começaram a degolar todo mundo em volta. Se a revolução é contra
“tudo que está aí”, então quem é contra ela é a favor de “tudo que está aí”.
Cria-se um clima de vingança, revanchismo, que é sempre muito perigoso. As
partes íntimas da rainha morta foram espalhadas pelos locais públicos, eis a
imagem que fica de uma turba ensandecida.
O
PT tem alimentado há décadas um racha na sociedade brasileira. Desde os tempos
de oposição, e depois enquanto governo (mas sempre no palanque dos demagogos e
agitadores das massas), a esquerda soube apenas espalhar ódio entre diferentes
grupos, segregar indivíduos com base em abstrações coletivistas, jogar uns
contra os outros. Temos agora uma sociedade indignada, mas sem saber direito
para onde apontar suas armas. Cansada da política, dos partidos, do Congresso,
dos abusos do poder, as pessoas saem às ruas com a sensação de que é preciso
“fazer algo”, mas não sabe ao certo o que ou como fazer.
E isso porque o cenário econômico começou a piorar. Imagina quando a bolha de crédito fomentada pelo governo estourar, ou se a China embicar de vez. Imagina se nossa taxa de desemprego começar a subir aceleradamente. É um cenário assustador. Alguns pensam que nada pode ser pior do que o PT, e eu quase concordo. Mas pode sim! Pode ter um PSOL messiânico, um personalismo de algum salvador da Pátria, uma junta militar tendo que reagir e assumir o poder para controlar a situação. Não desejamos nada disso! Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito.
O
desafio homérico de todos que não deixaram as emoções tomarem conta da razão é
justamente canalizar essa revolta para algo construtivo. Mas como? Como
dialogar com argumentos quando cem mil tomam as ruas e sofrem o contágio da
psicologia das massas? Alguém já tentou conversar com uma torcida revoltada em
um estádio de futebol? Boa sorte!
Por
ser cético quanto a essa possibilidade, eu tenho mantido minha cautela e
afastamento dessas manifestações. Muita gente acha que o Brasil, terra do pacato
cidadão que só quer saber de carnaval, novela e futebol, precisa até mesmo de
uma guerra civil para acordar. Temo que não gostem nada do gigante que vai
despertar. Ele pode fazer com que essa gente morra de saudades do "homem
cordial". Não se brinca impunemente de revolução. Pensem nisso, enquanto
há tempo.
ótima análise. o momento de insatisfação das massas é sempre perigoso. e sempre bancado e/ou apropriado por quem não consegue entender as causas reais dos problemas que enfrenta uma sociedade como a nossa, com um estado do tamanho que se tem.
ResponderExcluir"Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito". Isso quew vc disse é pura utopia, ou esqueceste que este pais tem 35 milhões de pobres e ignorantes votando no PT e na bolsa familia, nunca sairão, se perpetuarão no poder, então as vezes uma revolta esporadica faz sentido.
ResponderExcluirÓtima análise, Constantino. Mas eu tenho alguns "poréns" que queria ressaltar e queria saber a sua opinião.
ResponderExcluirO primeiro é que as manifestações agregaram até agora "apenas" 200 mil pessoas. Qualquer movimentação de escala verdadeiramente revolucionária aqui no Brasil teria que agregar milhões e milhões de pessoas, o que eu não acredito que vá acontecer mesmo com o passar das próximas semanas.
O segundo é que o que eu sinto é que a nossa "revolussaum" consiste de "manifestações festivas", ao invés de manifestações verdadeiramente indignadas e revoltadas como as da Primavera Árabe. Todas as pessoas estão "achando lindo" e "sentindo orgulho" pelas manifestações ocorrerem. ninguém vai tentar nada além de mudar a realidade na base da gritaria.
O terceiro é que parece haver um consenso de motivos para protestar: "queremos investimentos em saúde e educação e transporte e segurança e infra-estrutura e menos corrupção". o protesto é difuso porque todos os motivos que temos para protestar se acumularam. é como um estudante que deixa para estudar na recuperação final do ano e tem que ver tudo.
"Temos que retirar o PT do poder pelas vias legais, pelas urnas, respeitando-se a ordem social e o estado de direito"
ResponderExcluirMais uma vez, creio que todos os seus leitores concordam com você, porém COMO fazer isso, se o lado opositor joga "sujo", censurando qualquer "fair play" que os mais aptos tentam iniciar?!!
Aliás, lembro de algumas iniciativas apoiadas por você mesmo aqui no blog... não lembro de todas, mas encontrei uma delas no link:
Às Ruas
http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2011/09/as-ruas.html
Trechos:
"Milhares de pessoas foram às ruas no feriado de 7 de setembro protestar contra a corrupção. Ao contrário do que estamos acostumados a ver, não foi um evento com patrocínio de movimentos “sociais” mobilizados pela esquerda; estes aderiram ao constrangedor silêncio de quem parece satisfeito com as gordas verbas estatais. Desta vez, os grupos se organizaram de forma espontânea e apartidária pelas redes sociais. Nas palavras de uma revista, tratou-se do “despertar das consciências”."
"Já era hora de as pessoas honestas, saturadas de tanto abuso dos governantes, partirem para alguma ação efetiva. A pressão popular é uma arma legítima em qualquer democracia. O ideal é que este movimento se mantenha blindado contra o oportunismo político. Desta forma ele ganha mais legitimidade, até porque o combate à corrupção é uma bandeira da sociedade contra o corporativismo político, não contra um partido específico.
Repare que as RESSALVAS são as mesmas... porém o apoio ao movimento está lá!
Não seria o caso de aproveitar o mesmo "despertar" e canalizar efetivamente para o uso "correto"?!
Rodrigo, vc se engana ao falar de "massas".
ResponderExcluirTem nada ou muito pouco de massa nas manifestações, claramente de classe média pra cima.
Massas podem ser formadas por classe média. Vide futebol.
ResponderExcluirRodrigo,
ResponderExcluirSou liberal de carteirinha. Alguma coisa precisamos fazer, não podemos deixar o monopólio do protesto aos PSOL e PSTU e etc. Arrisco dizer que a maioria protestando não é desse grupo. Certamente começou com eles, e com as reivindicações absurdas como passe livre. Mas agora vejo gente inclusive mandando tirar as bandeiras de PSTU da passeata. O povo está insatisfeito, os protestos vão acontecer. Não podemos nos omitir e não tentar canalizar para reivindicações legítimas como votar contra a PEC 37. Mesmo que o tiro saia pela culatra, mesmo que dê errado para os liberais, tentar é melhor do que a omissão. Para que o mal vença basta que pessoas do bem deixem de agir. VOCÊ tem chances de ser um líder bem intencionado e liberal, pois já alcançou alguma projeção e sabe falar muito bem. Abs
Rodrigo, proteste sim. Do contrário deixará o protesto na mão desses caras. Assim dá para tirar a Dilma por qualquer via com menos risco de vir algo pior.
ResponderExcluirSerá que os revolucionários do Sucrilho acreditam que Dilma será impichada? Que Renan, Sarney, Collor e Cia. renunciarão ao crime e se entregarão à justiça? Que os ônibus rodarão gratuitamente em todo o país? Que as obras serão embargadas e a Copa cancelada? A única e exclusiva coisa a se fazer, para começo de conversa, é destruir o PT nas próximas eleições. O resto é vestir máscara do 'Anonymous' para brincar na micareta dos idiotas.
ResponderExcluirAnálise sagaz.
ResponderExcluirAcredito que cabe ao povo aceitar ou não as mudanças impostas pelo governo, afinal nós que vamos sofrer o impacto eventualmente. No Brasil, aguentamos por muito tempo este tipo de "bullying" com nossa situação social e politica, vejo na revolta das manifestações um desabafo popular, necessário, para mostrar quem é o país e sua vontade.. O povo quer correr atrás do prejuízo.
Concordo que falta um proposito maior, a revolta se amplia por ódio do governo.. é a velha história da vingança que você nem se lembra mais por qual motivo que esta se vingando.
A canalização de ideias depende de nós mesmos, de quem participa e é por este que eu incito a todos PARTICIPEM!
"As multidões, que se entregam tantas vezes aos instintos mais baixos, dão também o exemplo de atos da mais elevada moralidade. Se a abdicação, a resignação e a dedicação absoluta a um ideal quimérico ou real são virtudes morais, podemos dizer que as multidões possuem por vezes essas virtudes num grau que os filósofos mais sábios raramente conseguem atingir." - Gustave Le Bon
ResponderExcluirRodrigo, vc ja foi ao Maracana em um jogo do Flamengo?
ResponderExcluirClaramente a massa do futebol não é a massa das manifestações.
OLHEM ISSO!
ResponderExcluirhttp://www.cartacapital.com.br/sociedade/contra-o-passe-livre-grupo-faz-protesto-no-masp-pela-livre-concorrencia-do-mercado-4368.html
Dizer que a razão é um uma ferramenta útil em todos os casos é absolutamente errado. As teorias sociais são interessantes para estudo e em pequenas aplicações em pequenos grupos. Já em um número elevado de pessoas, o grau de complexidade é alto demais e não há ,até hoje, uma solução definitiva, exata, certa e bem previsível.
ResponderExcluirPortanto não se pode dizer que as manifestações em massa levam a resultados ruins, como também é um absurdo dizer que com diálogo as coisas se resolvem, isso é surreal.
Vc critica a Revolução Francesa. Então vc achava melhor a monarquia absolutista ?
ResponderExcluirComo bem diz a sabedoria popular, em casa que falta dinheiro, todo mundo briga e ninguém tem razão. Essa de petistas ficar culpando tucanos e vice-versa já cansou. Cuidado para não ir muito na onda do serrapapista hidrófobo.
ResponderExcluirAnonymous 6:52,
ResponderExcluirque comentário mais genial, extremamente complexo e repleto de sutilezas. Fantástico, uma lógica irreparável! Toda a complexidade da vida social foi resumida em "se você critica isto, é porque você prefere aquilo". Sim, sim, perfeito! Vamos levar isto ao mundo!
Caso você não tenha percebido, estou sendo irônico, tá bom?
Se você tiver menos de, digamos, 12 anos, eu dou um desconto, mas se tiver mais de 12 anos, então eu tenho certeza que o sistema educacional deste país está falido (se é que ele um dia existiu).
Rafael
ResponderExcluirÉ lógico. A Revolução Francesa derrubou o absolutismo. Só leio o RC falar mal da Revolução Francesa. Então ele queria o que ? A continuação da monarquia absolutista ?
Não! O próprio Burke responde isso no livro... e postei um trecho que ele explica parte da resposta.
ResponderExcluirTrocar seis por meia dúzia?
Eu abomino a Revolução Bolchevique. Preciso gostar do Czar?
Eu abomino Fidel Castro. Preciso gostar de Batista?
Olá Constantino. Sou um social-democrata que acredita nas novas formas de democracia participativa, ou seja um dos tantos tipos de Petisas, mas que tem muito apreço pela liberdade das pessoas e gosto de dialogar com os liberais e libertários em geral.
ResponderExcluirTambém confesso que não gosto nada destes movimentos. Acredito que a democracia e o livre debate de idéias com respeito às pessoas e a lei é o melhor caminho a seguir.
Que esta turbulência não nos leve ao atraso!
Amigo, se o perigo dessas manifestações é cortarem o pescoço de Lula, Dilma, Aécio e cia. ltda., Rarrarrá, vão em frente que atrás vem gente.
ResponderExcluirRarrarrá!
Dizer que a Revolução Francesa foi igual ao absolutismo é falta de conhecimento. Primeiro que a Revolução Francesa teve diferentes fases : da monarquia constitucional, do terror jacobino e dos girondinos. Simplificar um movimento que durou entre 1789 a 1799 somente ao período de Robespierre é primário. Qual foi o legado da Revolução Francesa ? fim do absolutismo, do feudalismo, ascensão da burguesia (será que vc abomina isso ? ), maior participação popular na política. Será que tudo isso foi ruim ? Ou para vc a Revolução Francesa só se resume a 1793-94 que foi o período de Robespierre ? Não acha que é simplismo resumir a Revolução Francesa a Robespierre ?
ResponderExcluirInsetos de mente binária.
ResponderExcluirEsse tem grande chance de virar ancap.
A minha revolução se chama trabalho!
ResponderExcluirSão muitas as interpretações acerca das marchas populares em todo o Brasil. A mais óbvia, simples e direta delas é que, após dez anos de esperanças frustradas com o governo petista, o povo resolveu se manifestar. Parece ter descoberto que este governo é tão ruim ou pior dos que os anteriores. Mas ninguém mostra ainda a alternativa. Isso é o lado mais triste da situação política atual do país. Porém, Rodrigo, a rebeldia é ótima e já se conseguiu muito. Por exemplo, os mensaleiros, sob esse clima, não podem nem pensar em ser absolvidos. Tenho mais uns 10 exemplos, se quiser.
ResponderExcluirPapo conservador.
ResponderExcluirAnalise de dois momentos históricos diferentes. Revoluções!
Não da para entender se estou cego ou se querem me cegar.
Vejo jovens, adultos, velhos na rua por uma reivindicação comum, a melhora do Brasil.
A "massa", burra, repudiou o vandalismo sem nenhuma orientação.
Será que o povo brasileiro não tem condições de, como os nossos vizinhos Portenhos, reclamar do governo.
Se reclamam sempre estão tangidos como gado por ideologias retrógradas.
Busquemos a sensatez do olhar e refletir. Usemos a inteligência para ver a verdade. Não apliquemos modelos "ideais" ao que é humano e falho.
O Brasil ainda não acordou, mas esta acordando e eu sigo por ele com ele.
Excelente texto.
ResponderExcluirExcelente texto, excelente mesmo, não gosto muito de vc porque gosto do Olavo mas creio que nesse tema pelo menos vcs não difeririam muito. Sabemos como começou isso mas não sabemos como vai terminar, governantes pusilânimes e acuados, e a imprensa atuando da forma mais canalha possível, legitimando gente que revoga o direito de ir e vir dos outros a pretexto do direito de manifestação.Os bebês do PT cresceram, tão aí nas ruas.
ResponderExcluir"Qual foi o legado da Revolução Francesa ? fim do absolutismo, do feudalismo, ascensão da burguesia (será que vc abomina isso ? ), maior participação popular na política. Será que tudo isso foi ruim ? Ou para vc a Revolução Francesa só se resume a 1793-94 que foi o período de Robespierre ? Não acha que é simplismo resumir a Revolução Francesa a Robespierre ?"
ResponderExcluirPois é...isto que da aprender história com estes professores petralhas. Eles pulam o capitulo mais importante da historia nao tao moderna assim. Amigo, volte 13 anos antes e aprenda o que foi uma verdadeira revoluçāo que resultou na naçao mais próspera construida pelo homem e que melhorou a vida de too mundo...inclusive a sua !!!
Vou ser breve: O senhor Rodrigo Constantino comete um grande erro ao comparar essa revolta aos movimentos de massas do passado, pelo simples fato que hoje existe uma grande e muito importante diferença. A velocidade e a facilidade do acesso à informação. Uma massa disinformada realmente é mais fácil de ser manipulada, mas não é o caso dessa vez.
ResponderExcluirAposto que esse grupo do PT que vai aos protestos hoje, será hostilizado e não duvido que eles apanhem.
Por último: não ignore que vivemos em um outro tempo, embora eu entenda que certas pessoas simplesmente não avançam no tempo.
Ótimo texto e importante alerta para os liberais e conservadores que querem tentar surfar nessa onda.
ResponderExcluirParabéns, Constantino. Agora não tenho mais como não ser leitor freqüente.
O texto mais brilhante que li a respeito destas manifestações.
ResponderExcluirEu não conseguiria escrever um artigo tão bom como este, e talvez nem sequer comparável. Só por ele, dir-se-ia escrito por um autêntico conservador. Quem sabe o autor não esteja a passar por uma conversão? Como de resto ocorreu com grandes nomes do pensamento conservador. Faço votos.
ResponderExcluirRodrigo, excelente seu texto parabéns mas você não acha 'especulativo' um texto sobre o momento atual partindo de uma pessoa que NÃO foi a nenhuma manifestação, que não esteve presente nas ruas pessoalmente e nem vivenciou nada do que esta acontecendo?
ResponderExcluirÉ como quando um especialista do Banco Mundial escreve um relatório sem nunca ter pisado em uma reserva extrativista.
No mínimo é cômodo.
Esse é um dos textos mais lúcidos que vi e li ultimamente. Muitos analistas estão torcendo pelo movimento na esperança saírmos com um país melhor. As midias romantizando e incentivando o movimento pelo que ele não tem - pacifismo e foco. O pior é que nem podemos comentar abertamente sem risco dos radicais nos fuzilarem com argumentações superficiais e/ou violência verbal e moral.
ResponderExcluirO Brasil de 2013 está parecido com a Inglaterra de 1978. Governos de esquerda no poder prometeram o nirvana grátis pro povo e não conseguiram entregar o prometido. A frustração gerou uma onda de protestos e anarquia. No Reino Unido pós-73 a crise do petróleo e o baixo crescimento econômico não permitiam mais grandes aumentos reais para os trabalhadores ligados aos poderosos sindicatos, como acontecia no período anterior. Veio a onda de protestos e greves no inverno de 78, parando o país. No Brasil, há 5 anos atrás, o governo prometia o futuro com pré-sal derramando dinheiro pro povo na saúde e educação, Copa e Olimpíada revolucionando a infraestrutura urbana, salário mínimo sempre crescendo 6% ao ano, crescimento de 5% ao ano na economia, Transposição resolvendo o problema da seca, metrôs resolvendo o transporte público, minha casa minha vida e por aí vai. E o que colhemos? inflação, endividamento das famílias, bolha imobiliária, seca no Nordeste, protesto indígena, crack, crescimento da massa salarial caindo de 6% para 2% entre 2012 e 2013, pibinho, aumentos reais do mínimo decrescentes, funcionários públicos federais tendo perdas reais nos salários, prefeituras agonizando devido a perda do IPI, transporte público caótico, educação e saúde ruins, violência, pré-sal patinando e obras de mobilidade da Copa não entregues, desapropriações fascistas para os grandes eventos, safra de grãos se perdendo por falta de infraestrutura, corrupção, mensalão.
ResponderExcluirRodrigo no Brasil temos 38 milhões de benefícios frutos do assistencialismo estatal. Veja:
ResponderExcluir- 15 milhões de beneficiários do bolsa-família;
- 8 milhões de beneficiários do seguro-desemprego por ano;
- 8 milhões de beneficiários do Funrural;
- 4 milhões de beneficiários do Loas;
- 1,1 milhão de beneficiários do bolsa-estiagem;
- 1 milhões de beneficiários do garantia-safra;
- 700 mil beneficiários do pesca artesanal;
- 40 mil beneficiários do bolsa-verde.
Eu não estou falando de aposentado do setor público ou privado que contribuiu 35 anos, apenas de benefícios líquidos sem contrapartida financeira ou contrapartida financeira simbólica. Por isso as pessoas querem mais e mais, porque acham que o saco do governo não tem fundo.
Quando Você diz "...e cheia de razão para tanto – mas sem compreender as causas disso, sem saber os remédios para nossos males. Que tipo de proposta decente e viável pode resultar disso?" toca, em minha opinião, no principal ponto, que é a crise intelectual do Brasil.
ResponderExcluirO que sair desses protestos, tal como já saiu a redução da tarifa, tende a ser prejudicial, tende a ser uma medida de mais intervencionismo.
A textualização quanto ao contexto do momento é valiada, como também é valido dizer que algo tem de mudar , e é do conhecimento de todos que a politica no Brasil está podre, e se algo tem mudar que mude de baixo, de quem ainda não está corrompido os jovens deste pais.
ResponderExcluirOu a nação brasileira enfrenta os cafetões da política ou a escravidão social e política jamais findará!
ResponderExcluirApenas Maluf deu prejuízo de mais de R$ 1 bilhão de reais. No Wikileaks tem papéis referentes a mais de R$ 100 milhões de reais da família Sarney em paraísos fiscais.
Até o ano de 2010, os políticos brasileiros já tinham roubado mais de R$ 1 trilhão de reais dos cofres nacionais.
http://www.youtube.com/watch?v=lz9JRk8NhhE
O Silêncio de poucos é o sofrimento de muitos!!!
RC, excelente texto, e concordo no geral com a análise. É minha primeira vez aqui, e acho meio esquisito poder postar como 'Anonymous'. Quem emite opinião precisa assinar embaixo, não acha?
ResponderExcluirE o que você sugere, Rodrigo? Que o povo continue quieto como ovelhas enquanto os lobos seguem circundando e arrancando uma após a outra e devorando sua carne? Que nos mantenhamos silentes enquanto centenas, milhares são vítimas da violência que só faz aumentar a cada dia? Que consintamos e aplaudamos enquanto a PEC 37 é aprovada? Que nos conformemos com os absurdos 30 bilhões gastos em detrimento da Copa? Não, meu amigo, não sou nenhum revolucionário e na verdade tenho ojeriza a PSTU e companhia; também não sou a favor do PSDB, muito menos do PT. Ao mesmo tempo, não estou "brincando" de revolução. Ninguém está. Esta "massa" a que você se refere é formada em grande parte de gente pensante, que ainda mantém a esperança de ter um país melhor, um país justo, para todos. Além disso, não se trata de 'querer mais e mais', como foi dito aí nos comentários. Se trata, amigo, de coisas que vão muito além do material. Se trata de respeito à vida – à sua, à minha, às de nossos familiares.
ResponderExcluirDialogar com argumentos, você diz. Bem, acho que se já foram décadas de argumentos, e nada foi resolvido, nem pelo governo tucano, nem pelo governo petista. É hora, sim, de dar um basta. E isto não é um "vislumbre", um mero "encantamento". Quantos mais irão morrer nas ruas ou nos hospitais precários enquanto gastamos mais tempo 'dialogando', criando e digerindo argumentos infindos ao passo que nossos políticos (sejam tucanos, petistas ou quaisquer outros), ao mesmo tempo em que sorriem e nos dão um abraço amistoso e de aparente concordância com o que argumentamos, nos passam discretamente as mãos pelos bolsos e levam o fruto do nosso trabalho – e em alguns casos até mesmo nossa identidade.
Respeito sua opinião, entretanto. É direito seu, estamos em uma democracia (quero crer nisso). Mas não impeça que esta "massa" ao menos tente fazer algo de fato, e não apenas falar, para que as coisas mudem – para melhor, e para todos. Abraço!
Muito bom seu texto. Mas não acredito nessa revolta da turba.
ResponderExcluirAcredito que quando ocorrer a primeira morte em um desses protestos (infelizmente, acho que não estamos longe disso), os "virgens de rua" vão pensar novamente sobre as consequências... A brincadeira acaba...
Não sei se torço pela reação do governo, ou a inercia do mesmo...
ResponderExcluirRodrigo, seja nosso líder!! :)
Como disse o André, estamos no meio de uma "crise intelectual". Por isso a solução não se limita a tirar o PT do governo apenas, já que os outros partidos que ocuparia seu lugar difere do PT apenas nos detalhes e não na essência, já que todos são estatistas. A crise intelectual consiste em não perceber que o Socialismo é não só impraticável como pernicioso se perseguir em sua tentativa de realização. E preciso mudar a mentalidade reconhecendo que não há vida fora da economia de mercado, apelidado pejorativamente de Capitalismo.
ResponderExcluirO movimento vive a empolgação da juventude, de acordo com a CNN 73% dos manifestantes nunca manifestaram antes, talvez por isso mesmo eles não tenha experiencia e nem conhecimento para encontrar soluções, logo vão as ruas "por tudo" e não agregam nada. Estão romanceando e fantasiando, acham de fato que estão salvando todos os brasileiros.
ResponderExcluirExiste uma banalização politica absurda, pelas redes sociais vi dezenas de pessoas com frases no estilo " Dilma ou você tira o Renan, Sarney e Dirceu ou tiramos você" Alguém precisa explicar que a Dilma não pode fazer e não deve, justamente porque hoje temos a nossa sonhada Democracia. Os poderes são independentes e harmônicos entre si e não subjugados ao Presidente.
Estou começando a achar que estes R$0,20 ainda vão sair muito caros.
Olá Rodrigo.
ResponderExcluirAntes de tudo quero te dar os parabéns por todas as suas colocações durante esse período em que todos estão brincado de revolucionários. E parabéns também por defender um Estado Liberal e por tentar empreender uma junção dos campos de direita nesse país sejam eles da direita liberal ou da conservadora. Vc tem todo meu apoio nessa tarefa.
Sobre esses movimentos dos nossos "revolucionários sem causa" lembrei-me de um texto do filósofo alemão Peter Sloterdijk (recomendado a mim ainda na época da faculdade de filosofia pelo Pondé, que depois viria a ser meu orientador no mestrado) sobre o tema das massas, bastante interessante:
"É evidente que a massa não empreende ou faz valer diferenciações por meio das quais ela pendesse para o lado ruim - ela diferencia, tão logo imbuída dos poderes para tanto, sempre e sem titubear a ser favor. Ela anula todos os vocabulários e critérios que se prestem à manifestação de suas limitações; ela deslegitima todos os jogos de linguagem que não ganha (não são vandâlos são um "pequeno grupo" observação minha). Ela estilhaça todos os espelhos que não assegurem ser ela a mais bela em todo o país".
Trabalho hj na área tributária e seria interessante trocarmos algumas idéias sobre esse tema.
Abs,
Gilberto Cabral
Aqui so tem abestados, criam uma massa de humanos acovardados, renegados pelos recursos da sociedade enquanto porcos, ludibriaram a inocência do povo. e outro lado ferozes sagazes pelo osso dos chacais. o povo ta de saco cheio desse mimimi dos dois lados do muro: é a esquerdalha que acha que tem o monopólio do engajamento e a reaçalha que acha que o movimento está olhando pro lado errado.
ResponderExcluirDeixa eu contar pra vocês: quem tá olhando pro lado errado são os dois, que estão olhando pro próprio umbigo! Esse movimento é maior que esquerda ou direita, é maior que qualquer ideologia cansada que fede a naftalina.
Todo movimento que origina do povo é democrático e legítimo por definição. O resto é perfumaria.
As vezes eu acho que o destino do Brasil vai ser o mesmo que o destino dos EUA no romance da Ayn Rand em Revolta de Atlas:a destruição do país por tanto excesso de burocracia e esse momento ta chegando
ResponderExcluirhttp://www.sul21.com.br/jornal/2013/06/atual-modelo-de-democracia-representativa-esta-esgotado-afirma-manuel-castells/
ResponderExcluirLeia este texto. O momento é mesmo de efervescência política e intelectual.
Concordo com sua análise Rodrigo...MAS......precisa-se recuperar a DIGNIDADE da qual o povo foi roubado e submetido por anos á fio!!!!Não existe outra forma num PAÍS tão heterogêneo!!!Abçs.
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