Fruto do pensamento pós-modernista de viés marxista, postula
que não existe uma verdade objetiva, depreendida do estudo de fatos através das
ferramentas da ciência. O resultado dessa investigação científica seria apenas
uma verdade, a versão inventada pelo homem branco ocidental para ajudá-lo a
subjugar os povos subdesenvolvidos e as minorias dos países ricos. Existem,
para os pós-modernistas, “verdades”, no plural, ditadas pelas características históricas,
culturais e econômicas de cada pessoa ou grupo. A crença de um aborígene de que
um trovão é uma manifestação do descontentamento de uma deidade qualquer tem,
portanto, o mesmo grau de verdade da descoberta de que o trovão é causado pela ionização
e pelo aquecimento do ar que envolve um raio, gerando sua rápida expansão e a
consequente onda de som.
[...]
Os pós-modernistas empenham-se em destruir o edifício da
ciência. Não mostrando os erros metodológicos ou quantitativos dos estudos
científicos, porque a maioria dos adeptos da causa não tem competência técnica
para isso (“Errar é humanas”), mas simplesmente atacando a credibilidade dos “especialistas”.
E isso se faz necessário não apenas porque, sem os guardiães do conhecimento
embasado em fatos, qualquer Quixote pode descrever moinhos inexistentes que
devem ser derrubados, mas também porque as investigações mais recentes de
várias ciências, especialmente a biologia, desconstroem muitas ideias que são
caras aos pós-modernistas e marxistas em geral. Entre elas, especialmente
aquela de que o ser humano é um bicho fraterno e igualitário por natureza, e
não o ser competitivo e movido pela busca de status e hierarquia em seu grupo
social que a psicologia evolutiva não se cansa de demonstrar em estudos e
experimentos.
[...]
Para os ideólogos, toda neutralidade é uma farsa. Quem
aponta um erro de um pós-modernista não pode estar certo; necessariamente, deve
ser um tarado neoliberal. O marxismo e seus derivativos formam um sistema
fechado. Para os crentes, quem aponta seus erros o faz por algum interesse de
classe, etnia ou nação e, portanto, pode ser imediatamente descartado. Só
poderá apontar os erros quem for confrade. Mas, obviamente, quem é confrade não
percebe os erros.
[...]
A verdade existe. E até os pós-modernistas mostram saber
disso. Cada vez que tomam um remédio ou visitam um médico para tratar de uma
doença, em vez de consumir uma beberagem prescrita por um pajé, estão dando às
próprias ideias a credibilidade que merecem. Ignoramos esses dados, e os muitos
recados que nos mandam, por nossa conta e risco. Países não morrem nem vão à
falência por teimar em ignorar a realidade. Mas podem estagnar ou retroceder,
como mostra a história recente de alguns de nossos vizinhos. Se não acordarmos
para a realidade, em breve haveremos de fazer-lhes companhia.
Fantástico, esse artigo
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