Fonte: Correio do Estado |
Eike Batista finalmente decidiu se pronunciar sobre a hecatombe que vem pulverizando seu império. Ele assume alguns erros, defende-se da acusação de ser um oportunista que surfou uma onda, ou um vendedor de ilusões por powepoint, trazendo seu histórico empreendedor à tona. Há pontos corretos, a meu ver, e outros nem tanto. Ele diz:
Muitas vezes as pessoas imaginam que surgi do nada, em meio a uma febre desenfreada de aberturas de capital, e que surfei na onda de um mercado em alta que, sem qualquer razão aparente, me ofereceu um cheque em branco com algumas dezenas de bilhões para que eu pudesse brincar de empreender. Nestes últimos anos aprendi muito, errei e acertei em diversos projetos contribuindo para geração de riqueza para terceiros, para mim e principalmente para investidores. Se algum dia mereci a confiança do mercado, foi porque havia uma trajetória de mais de 30 anos de muito trabalho, desafios superados, sucesso e uma capacidade comprovada de cumprir compromissos.
Sim, é verdade que ele já tinha um currículo de sucesso em outras empreitadas, e alguns fracassos também (quem não tem?). Mas não resta dúvida de que o patamar atingido em tão curto espaço de tempo não guarda nenhuma proporção com esse passado. A magnitude dos empreendimentos recentes desafia qualquer lógica de pura confiança na trajetória bem-sucedida de antes. Há outra razão para crescimento tão meteórico, portanto.
E, para mim, esse foi um fenômeno exógeno mais que qualquer coisa. Foi o que tentei explicar no meu artigo para o GLOBO, onde faço um paralelo de seu "sucesso" econômico com o "sucesso" político de Lula. Ambos surfaram, sim, uma forte onda que veio de fora, conscientes ou não disso.
Há também o fator BNDES que não pode ser ignorado, e eu já apontei isso em artigo para o GLOBO também. Esse "doping" inicial do BNDES garante não só recursos subsidiados, como um "selo de qualidade", uma garantia estatal que abre mais portas. Empreendedor com tanta ajuda da mão estatal não é bem um ícone do empreendedorismo. Eike não cita isso hora alguma em seu artigo. Ele diz:
Certo, Eike "ficou" multibilionário, e depois perdeu boa parte disso. Ele acreditou nas próprias ilusões, no sonho que vendeu. Eu não o vejo como um embusteiro, um charlatão feito Madoff, que engrupiu otários de forma consciente. Ele mesmo caiu na tentação de crer que tinha um toque de Midas, que era um mago dos negócios, e que seria possível construir um império de 100 bilhões de reais quase da noite para o dia. Eike foi vítima de Eike, da arrogância, da megalomania. Ele diz:
Esse foi justamente o motivo pelo qual foi duro com Eike desde o início, preocupado em dissociá-lo da imagem de símbolo do empreendedorismo capitalista. É preciso cuidado na escolha de nossos heróis. Quando vem a queda, o personalismo machuca a ideia. Eike não é exatamente o ícone do empreendedorismo liberal.
Fazer essa ressalva lá atrás foi importante justamente para poder, agora, lembrar que sua derrocada, parcial ou total, não é sinônimo do fracasso capitalista, em hipótese alguma! O capitalismo de estado e as bolhas fomentadas por crédito artificialmente barato é que merecem ser colocados no banco dos réus.
Por fim, Eike não aprendeu uma lição nisso tudo, pelo visto: não se promete aquilo que não é possível entregar. Honrar tantas dívidas, inclusive com o BNDES, ou seja, com nossos recursos, está simplesmente acima de sua capacidade, ao que tudo indica.
Esse embusteiro e toda a mídia que o endeusavam não sabe a diferença entre sucesso e mérito. Eike fez muito sucesso, simplesmente por ser herdeiro do mapa das pedras ( Vale do Rio Doce) e das minas ( Ministério das Minas e Energia) dos quais seu pai Sr. Elieser Batista foi presidente e ministro. Do mais é um embusteiro que não sabe a direfença entre água e petroleo. Infelizmente ele está mais pobre do nosso dinheiro, já que não precisará sequer pagar o BNDES, mesmo recebendo adintado e não entregando o produto. Que pena que o Brasil não tem um ministério público digno desse nome para colacar esses estelionatários legalizados pelo próprio governo na cadeia junto com seus advogados e financistas.
ResponderExcluirExcelente texto. Só acho que a comparação com o Madoff deveria ser repensada. Afinal, será mesmo que o Aike não enganou a todos nós de forma deliberada? E todos aqueles fatos relevantes que se fosse nos EUA já teriam dado em cadeia para alguém? E a promiscuidade com o BNDES que ninguém sequer sabe como foi feito devido à caixa preta que existe por lá? E os financiamentos de campanha? Não sei se Aike é apenas um ingênuo arrogante... acho que tem mais coisa ali por baixo... Afinal de contas, ele tem a quem puxar!
ResponderExcluirExcelente texto. Só acho que a comparação com o Madoff deveria ser repensada. Afinal, será mesmo que o Aike não enganou a todos nós de forma deliberada? E todos aqueles fatos relevantes que se fosse nos EUA já teriam dado em cadeia para alguém? E a promiscuidade com o BNDES que ninguém sequer sabe como foi feito devido à caixa preta que existe por lá? E os financiamentos de campanha? Não sei se Aike é apenas um ingênuo arrogante... acho que tem mais coisa ali por baixo... Afinal de contas, ele tem a quem puxar!
ResponderExcluirExcelente texto. Só acho que a comparação com o Madoff deveria ser repensada. Afinal, será mesmo que o Aike não enganou a todos nós de forma deliberada? E todos aqueles fatos relevantes que se fosse nos EUA já teriam dado em cadeia para alguém? E a promiscuidade com o BNDES que ninguém sequer sabe como foi feito devido à caixa preta que existe por lá? E os financiamentos de campanha? Não sei se Aike é apenas um ingênuo arrogante... acho que tem mais coisa ali por baixo... Afinal de contas, ele tem a quem puxar!
ResponderExcluirExcelente texto. Só acho que a comparação com o Madoff deveria ser repensada. Afinal, será mesmo que o Aike não enganou a todos nós de forma deliberada? E todos aqueles fatos relevantes que se fosse nos EUA já teriam dado em cadeia para alguém? E a promiscuidade com o BNDES que ninguém sequer sabe como foi feito devido à caixa preta que existe por lá? E os financiamentos de campanha? Não sei se Aike é apenas um ingênuo arrogante... acho que tem mais coisa ali por baixo... Afinal de contas, ele tem a quem puxar!
ResponderExcluirExcelente texto. Só acho que a comparação com o Madoff deveria ser repensada. Afinal, será mesmo que o Aike não enganou a todos nós de forma deliberada? E todos aqueles fatos relevantes que se fosse nos EUA já teriam dado em cadeia para alguém? E a promiscuidade com o BNDES que ninguém sequer sabe como foi feito devido à caixa preta que existe por lá? E os financiamentos de campanha? Não sei se Aike é apenas um ingênuo arrogante... acho que tem mais coisa ali por baixo... Afinal de contas, ele tem a quem puxar!
ResponderExcluirExcelente texto. Só acho que a comparação com o Madoff deveria ser repensada. Afinal, será mesmo que o Aike não enganou a todos nós de forma deliberada? E todos aqueles fatos relevantes que se fosse nos EUA já teriam dado em cadeia para alguém? E a promiscuidade com o BNDES que ninguém sequer sabe como foi feito devido à caixa preta que existe por lá? E os financiamentos de campanha? Não sei se Aike é apenas um ingênuo arrogante... acho que tem mais coisa ali por baixo... Afinal de contas, ele tem a quem puxar!
ResponderExcluirEntão pra ele o problema é captar dinheiro da bolsa? Se fosse esse outro tipo de empréstimo aí, baseado também em promessas que o tempo mostraria que ele nao tem como cumprir, não ia ser igualmente irresponsável?
ResponderExcluirO erro dele não foi se cercar de gente que deu uma avaliação errada, o erro foi sair da mineração, que é o que ele sabia, e se meter a fazer de tudo.Se tivesse ficado na mineração ele teria os pés no chão e teria noção do que dá pra prometer.
"Se eu quisesse, poderia ter realizado uma venda programada de 100 milhões de dólares por semestre ao longo de 5 anos. Eu teria embolsado 5 bilhões de dólares e ainda assim permaneceria no controle da OGX."
ResponderExcluirRodrigo, eis o problema: quando se coloca um sujeito que não sabe fazer continha básica de multiplicação como um "campeão nacional" com a bênção de outro que sequer Português sabe falar... dá nisso..
Felipe Bastos Gurgel Silva
PhD Candidate
Eike e o Barão do Maua. Alguma semelhança?
ResponderExcluirO fim do Barão foi por ingerencia burocratica. No tempo dele nao existia BNDES...