terça-feira, julho 23, 2013

Para Safatle, EUA = Alemanha Oriental

Rodrigo Constantino

Vladimir Safatle não costuma perder a oportunidade de atacar os Estados Unidos. Hoje, em sua coluna da Folha, não foi diferente. Ele até usou no título o nome do livro de Étienne de La Boétie: Servidão Voluntária. Descobrimos, com o professor, que os Estados Unidos não são mais uma democracia, e que se assemelham muito ao regime comunista da Alemanha Oriental. Vejamos:

"Eu não tenho nada para esconder. Por isso, pouco me importa que os EUA vejam meus e-mails, desde que isso nos permita vivermos em um mundo mais seguro."

Eu encontrei tal afirmação em um "post" no qual seu autor comentava uma notícia sobre o caso Edward Snowden. A primeira coisa que me veio à mente foi a lembrança de ter ouvido essa frase antes, mas em um contexto relativamente diferente.

Décadas atrás, um conhecido que estudava na antiga Alemanha Oriental, dissera: "Pouco me importa saber que a Stasi [polícia secreta da antiga Alemanha Oriental] me espione. Esse é o preço para defender o socialismo".

[...]


Hoje, quase 25 anos depois [da queda do Muro de Berlim], impressiona perceber quão parecidos são, em sua cegueira ideológica, essas duas pessoas que julgam defender mundos diferentes. É engraçado perceber como, no fundo, eles querem a mesma coisa: sacrificar, de uma vez por todas, a liberdade no altar de seus medos e obsessões.

[...]

Em um mundo onde até mesmo um louco assassinando alguém a machadinha transformou-se em um atentado terrorista, não é difícil imaginar como viveremos em um Estado de exceção permanente. O que me intriga é por que ainda chamar de "democracia" a uma situação assim.

E eis que chegamos à conclusão, segundo Safatle, que os Estados Unidos não são uma democracia, vivem sob um regime totalitário tal como a Alemanha comunista, onde não há mais privacidade alguma ou qualquer resquício de liberdade individual. 

Com todas as críticas que o governo americano merece, especialmente sob a gestão do esquerdista Obama (não custa lembrar), tal afirmativa é um disparate, explicado somente por uma agenda de quem deseja desqualificar a nação norte-americana custe o que custar.

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