Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
sexta-feira, maio 26, 2006
Um Líder Carismático
Rodrigo Constantino
“Quem espera que o diabo ande pelo mundo com chifres será sempre sua presa.” (Schopenhauer)
Era uma vez um sujeito humilde, que resolveu entrar para o Partido dos Trabalhadores, logo no começo de sua existência. Foi praticamente um dos fundadores do partido. Tamanha era sua influência sobre os demais membros, que logo se tornou o maior líder dentro do partido. Praticamente redigiu o programa que seria defendido pelo partido. Este programa era uma mistura de socialismo com nacionalismo.
O programa defendia a “obrigação do governo de prover aos cidadãos oportunidades adequadas de emprego e vida”. Alertava que “as atividades dos indivíduos não podem se chocar com os interesses da comunidade, devendo ficar limitadas e confinadas ao objetivo do bem geral”. Demandava o “fim do poder dos interesses financeiros”, assim como a “divisão dos lucros pelas grandes empresas”. Também demandava “uma grande expansão dos cuidados aos idosos”, e alegava que “o governo deve oferecer uma educação pública muito mais abrangente e subsidiar a educação das crianças com pais pobres”. Defendia que “o governo deve assumir a melhoria da saúde pública protegendo as mães e filhos e proibindo o trabalho infantil”. Pregava uma “reforma agrária para que os pobres tivessem terra para plantar”. Combatia o “espírito materialista” e afirmava ser possível uma recuperação do povo “somente através da colocação do bem comum à frente do bem individual”. O meio defendido para tanto era o centralismo do poder.
O líder era muito carismático, e sua retórica populista conquistava milhões de seguidores. Ele contava com um brilhante “marqueteiro”, que muito ajudava na roupagem do “messias restaurador”, enfeitiçando as massas. Foi projetada a imagem de um homem simples e modesto, de personalidade mágica e hipnotizadora, um incansável batalhador pelo bem-estar do seu povo. Seus devaneios megalomaníacos eram constantes. Sua propaganda política incluía constante apelo às emoções, repetindo idéias e conceitos de forma sistemática, usando frases estereotipadas e evitando ao máximo a objetividade. O Estado seria a locomotiva do crescimento econômico, da criação de empregos e do resgate do orgulho nacional. A liberdade individual era algo totalmente sem importância neste contexto.
Seu Partido dos Trabalhadores finalmente chegou ao poder, através da mesma democracia que era vista com desdém por seus membros. Uma “farsa” para tomar o poder. O real objetivo tinha sido conquistado. As táticas de lavagem cerebral tinham surtido efeito. Uma vez no governo, o líder foi concentrando mais e mais poder para o Estado, controlando a mídia, as empresas, tudo. Claro que o resultado foi catastrófico, como não poderia deixar de ser. O povo pagou uma elevada conta pelo sonho do “messias” que iria salvar a pátria.
Caro leitor, o líder carismático descrito acima não é quem você está pensando. Ele é, na verdade, Adolf Hitler, líder do Partido dos Trabalhadores Nacional-Socialista da Alemanha, mais conhecido apenas como “nazistas”. Schopenhauer estava certo no alerta da epígrafe. O diabo costuma se vestir de nobre altruísta. Os chifres aparecem somente depois que a vítima vendeu-lhe sua alma. Aí já é tarde demais...
Um excelente contraponto ao texto que antes das eleições de 2002 comparava Lula à Abraham Lincoln.
ResponderExcluirSen-sa-cio-nal! Parabéns Rodrigo. Artigo irretocável.
ResponderExcluirObrigado, Mauad. Costumo divulgar sempre os seus artigos, pois os considero os melhores do MSM.
ResponderExcluirAbraços,
Rodrigo
Distinto Rodrigo Constantino,
ResponderExcluirFaço minhas suas palavras no irretocável texto "Um Líder Carismático" e vou repercutí-las.
Por outro lado, gostaria de sua autorização para disponibilizar o inteiro teor do texto em nosso Blogger. É possível?
Um forte abraço.
O que não dá para entender é por que associam o nazismo ao capitalismo...
ResponderExcluirO que não dá para entender é por que, no mundo todo, o nazismo é condenado por ter matado 6 milhões e o socialismo não é condenado por ter exterminado (e continua) mais de 100 milhões.
O que não dá para entender é a simpatia por essa ideologia assassina de pessoas e de moral.
Não tem nenhum sentido. De forma alguma. O que é isso? O nazismo e o socialismo foram paridos pela mesma besta: O pensamento utópico. O nazismo não pode de forma alguma ser associado com o capitalismo.
ResponderExcluirNunca é demais lembrar:
Nazismo= junção dos termos Nacional + Socialismo
Parabens
ResponderExcluirHorrível. Cheio de pegadinhas capcionas, e nem um pio sobre os projetos de "arianização" da Alemanha e de segregação racial que deram a tônica das propostas nazistas.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUsar a expressão "Partido dos Trabalhadores" para explicitamente vincular a idéia ao conhecido partido também seria um trabalho digno de Goebels. Não esqueçamos que os primeiros a serem mortos no nazismo foram os comunistas e socialistas. Também, que foram os grandes capitalistas que financiaram a ascensão dele. E, por último, quem faz uma análise rasa de um discurso panfletário pré governo e não da verdadeira práxis está longe de ser intelectualmente meritório.
ResponderExcluiracabei de perder 5 minutos da minha vida lendo esta droga!!!
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