Rodrigo Constantino
“A virtude é uma tensão real em direção ao que se concebe como perfeição ideal.” (José Ingenieros)
O ditado popular diz que cada povo tem o governo que merece. Por trás desta crença, está o fato de que os governados são sempre maioria, e os governantes são minoria. Logo, algum tipo de aprovação das massas se faz necessário, já que dificilmente a coerção sozinha seria suficiente para manter um povo inteiro servil. Em outras palavras, a cultura predominante num determinado povo é fundamental para o tipo de governo que ele terá. As instituições são cruciais, mas os pilares que sustentam um governo estarão sempre na mentalidade dominante dos governados. Os políticos acabam sendo um reflexo do povo. Quando este abraça os valores errados, não adianta sonhar com um messias salvador. Os valores é que devem mudar.
Dito isso, podemos entender melhor o lamentável contexto atual do Brasil, onde a insatisfação com a classe política é total por parte dos que ainda alimentam um ideal moral. De fato, o cerne da questão está enraizado em locais mais profundos. Trata-se de um problema estrutural, de um apodrecimento dos próprios valores da sociedade. Não adianta apenas criticar este ou aquele governo, ainda que seja um dever moral de todos os que buscam melhorias apontar qualquer empecilho para a meta. Há, é verdade, um real agravamento do quadro durante a gestão do presidente Lula, pois ocorreu uma total banalização da imoralidade, com os enormes e infindáveis desvios de conduta sendo justificados com base na desculpa esfarrapada de que sempre foi assim. Estamos completamente inseridos numa mediocracia, onde pululam os medíocres e faltam idealistas com a convicção moral de se revoltar contra o “consenso”.
É praticamente impossível ler O Homem Medíocre, de José Ingenieros, e não pensar na situação caótica do nosso país. No livro, o autor descreve as características presentes numa mediocracia, contrapondo isso à visão de um ideal de perfeição por parte de alguns poucos indivíduos de destaque. Ingenieros sustenta que é fundamental manter acesa esta chama de um ideal, uma meta visionária que não sucumbe às contingências da vida prática imediata. Esses visionários buscam alguma perfeição moral, emancipando-se do rebanho. São espíritos livres, adversários da mediocridade, são entusiastas contra a apatia. Sem ideais o progresso seria impossível. O culto ao “homem prático”, com foco apenas no presente imediato, representa a renúncia à evolução.
O idealista é um rebelde em relação ao sentimento coletivista típico dos rebanhos. Ingenieros diz: “Todo individualismo, como atitude, é uma revolta contra os dogmas e os valores falsos respeitados nas mediocracias; revela energias anelosas de expandir-se, contidas por mil obstáculos opostos pelo espírito gregário”. O caráter digno afirma seu ideal frente à mesmice comum, levanta sua voz quando os povos se domesticam e se calam. Um povo que tenta eliminar estes indivíduos independentes é um povo dominado por medíocres. A originalidade é vista como um defeito imperdoável. “Todos os inimigos da diferenciação vêm a sê-lo do progresso”, afirma Ingenieros. Os igualitários coletivistas não suportam que alguém se sobressaia. O sucesso alheio passa a ser uma agressão ao rebanho. “O sentido comum é coletivo, eminentemente retrógrado e dogmatista; o bom sentido é individual, sempre inovador e libertário”, explica o autor. Os adeptos da rotina medíocre são intolerantes com a heterogeneidade, defendem-se de qualquer centelha original como se fossem crimes as diferenças.
De um lado, temos os poucos que pensam por conta própria, que usam o próprio juízo, que buscam sinceramente a verdade. Do outro, temos os seres passivos, que deixam a “sociedade” pensar por eles. São os medíocres, que não têm voz, mas eco, e vivem como sombras. De um lado, indivíduos com convicções que entram como parafusos, gradualmente, mas com firmeza. Do outro, adeptos fanáticos de crenças que entram como pregos, num golpe só. De um lado, os que vivem a própria vida. Do outro, aquele para quem viver é ser arrastado pelas idéias alheias. O que Ayn Rand chamou de “segunda mão”, figuras inexpressivas que vivem pelos outros, ao contrário de John Galt, adepto da seguinte máxima: “Juro – por minha vida e por meu amor a ela – que jamais viverei por outro homem, nem pedirei a outro homem que viva por mim”. São poucos os que carregam dentro de si integridade e personalidade para tanto. A maioria é composta por homens sem personalidade, moldados pelo meio, seguindo um curso determinado por outros, como bóias à deriva. Os medíocres inventaram “o inconcebível plural da honra e da dignidade, por definição singulares e inflexíveis”, como lembra Ingenieros.
O homem medíocre vive em função da opinião dos outros. Enquanto poucos desfrutam de uma mente inovadora, uma imaginação criadora, o medíocre “aspira a confundir-se naqueles que o rodeiam”. O homem que resolve pensar pela própria cabeça representa uma ameaça aos medíocres, um perigo que deve ser afastado. Os medícores são animais domesticados, adaptados para viver em rebanho, sombras da sociedade. Unidos, são perigosos. A força da quantidade supre a debilidade individual. Quando esta força consegue ofuscar os idealistas, o resultado pode ser catastrófico. A mediocracia é inimiga do progresso. E quando os medíocres tomam conhecimento de seu poder, corremos o risco da vulgaridade.
“A vulgaridade é uma acentuação dos estigmas comuns a todo ser gregário; apenas floresce quando as sociedades se desequilibram em desfavor do idealismo”, diz Ingenieros. Para ele, a vulgaridade é “a renúncia ao pudor daquele que carece de nobreza”. Os seres vulgares se unem através de uma complacência servil ou uma bajulação proveitosa. São dissimulados, falsos, hipócritas e vaidosos. “A vaidade empurra o homem vulgar a perseguir um emprego respeitável na administração do Estado, indignamente, se é necessário”. O hipócrita declara as crenças mais proveitosas, ignorando qualquer aspecto moral. “O hipócrita transforma sua vida inteira em uma mentira metodicamente organizada”. Vive um culto às aparências, sem ligar para a verdade. Tudo que lhe importa é parecer virtuoso, sem nutrir qualquer admiração real pela virtude em si. São oportunistas, e entre os homens vulgares, existe cumplicidade do vício ou da intriga, mas nunca amizades verdadeiras.
Quando estes dominam, temos uma mediocracia. “Nos povos domesticados chega um momento no qual a virtude parece um ultraje aos costumes”. Quem consegue ler isso e não refletir sobre a realidade brasileira? “Quando a dignidade parece absurda e é coberta de ridículo, a domesticação dos medíocres alcançou seus extremos”. No Brasil, não é visto como patética a defesa intransigente por ideais morais? O “jeitinho” não faz parte da cultura nacional? A corrupção política não passou a ser vista com naturalidade? Aquele que ousa desafiar a “opinião pública” não é execrado por todos? A população não parece acovardada, escrava da opinião alheia? O mérito individual não cedeu lugar ao conceito de “igualdade dos resultados”? As trocas de favores políticos não substituíram a responsabilidade individual de sustento próprio? “Esse afã de viver às expensas do Estado rebaixa a dignidade”. O parasitismo – viver à custa dos outros na marra – não passou a ser encarado como uma espécie de “direito civil”? O culto à inveja, tentando rebaixar aqueles que conquistam vôos mais elevados, não se transformou em bandeira política?
Na mediocracia, “todos se apinham em torno do manto oficial para alcançar alguma migalha da merenda”. E no Brasil das esmolas estatais, dos vastos subsídios para grandes empresas, das anistias milionárias para intelectuais, do financiamento estatal bilionário para ONGs, o clima predominante não é exatamente este? Não estão todos se vendendo em troca de “migalhas”? “As artes tornam-se indústrias patrocinadas pelo Estado”. E esse não é o país dos filmes bancados por verbas estatais, fazendo proselitismo para agradar a mão que os alimenta? “Tudo mente com a anuência de todos; cada homem põe preço à sua cumplicidade, um preço razoável que oscila entre um emprego e uma condecoração”. E não é este o país dos cabides de emprego nas estatais, dos milhares de cargos públicos apontados pelo governo para aparelhar a máquina com os aliados partidários? “O nível dos governantes baixa até o ponto zero; a mediocracia é uma confabulação dos zeros contra as unidades”. E não seria este o país que tem Lula como presidente, enaltecendo sua ignorância como se esta fosse motivo de orgulho? Não é este o país onde o presidente beija a mão de caudilhos e ri, enquanto avisa que se trata de uma aula sobre política?
“Os governantes não criam tal estado de coisas e de espírito: representam-nos”. Ingenieros concorda com a premissa do primeiro parágrafo: o problema está na cultura, na mentalidade, na covardia dos que fugiram da luta. “Quando as misérias morais assolam um país, culpa é de todos os que por falta de cultura e de ideal não souberam amá-lo como pátria: de todos os que viveram dela sem trabalhar por ela”. Não é esse o país onde as pessoas se consideram espertas por burlar as regras e passar os outros para trás? “A irresponsabilidade coletiva borra a cota individual do erro: ninguém enrubesce quando todas as faces podem reclamar sua parte na vergonha comum”. E o Brasil não é campeão na arte de apontar a sujeira dos outros como justificativa para a própria?
Podemos entender melhor agora porque o Brasil deve ser caracterizado como uma mediocracia. Aqui, os medíocres roubaram a cena, e foram eficazes em cortar as asas dos que pretendem um vôo solo. O coletivismo matou o individualismo meritocrático. Ingenieros condena abertamente o igualitarismo: “A natureza se opõe a toda nivelação, vendo na igualdade a morte; as sociedades humanas, para seu progresso moral e estrutural, necessitam do gênio mais do que do imbecil e do talento mais do que da mediocridade”. E continua: “Nossa espécie saiu das precedentes como resultado da seleção natural; apenas há evolução onde podem selecionar-se as variações dos indivíduos. Igualar todos os homens seria negar o progresso da espécie humana. Negar a civilização mesma”.
O antídoto contra este mal igualitário é a tolerância pelas diferenças, a admiração em vez da inveja pelo sucesso alheio. “Um regime em que o mérito individual fosse estimado por sobre todas as coisas, seria perfeito”. A sociedade inteira teria a ganhar com essa seleção natural. Este mecanismo se opõe à democracia quantitativa, “que busca a justiça na igualdade, afirmando o privilégio em favor do mérito”. Onde está a justiça quando dois lobos e uma ovelha votam o que ter para jantar? E também se opõe à aristocracia oligárquica, “que assenta o privilégio nos interesses criados”. Para Ingenieros, “a aristocracia do mérito é o regime ideal, frente às duas mediocracias que ensombram a história”. Os seres humanos não são iguais. Logo, a justiça não pode estar na igualdade dos homens, meta inclusive impossível, já que felizmente não somos cupins. A única igualdade válida – aquela sob as leis – levará inevitavelmente às desigualdades dos resultados. Somente sociedades que souberam respeitar isso prosperaram. Aquelas onde a inveja falou mais alto, onde o igualitarismo dos medíocres prevaleceu, foram apenas mediocracias decadentes.
O Brasil precisa escolher qual rumo pretende seguir. Para optar pelo progresso, será preciso abraçar os valores morais adequados, o ideal de perfeição, o respeito pelo mérito dos indivíduos que possuem luz própria e desafiam a mediocridade, alçando vôos mais elevados enquanto muitos rastejam. Ou isso, ou a tirania dos medíocres: a mediocracia, onde o lodo impede que qualquer um avance mais rápido, matando junto qualquer possibilidade de progresso.
“A virtude é uma tensão real em direção ao que se concebe como perfeição ideal.” (José Ingenieros)
O ditado popular diz que cada povo tem o governo que merece. Por trás desta crença, está o fato de que os governados são sempre maioria, e os governantes são minoria. Logo, algum tipo de aprovação das massas se faz necessário, já que dificilmente a coerção sozinha seria suficiente para manter um povo inteiro servil. Em outras palavras, a cultura predominante num determinado povo é fundamental para o tipo de governo que ele terá. As instituições são cruciais, mas os pilares que sustentam um governo estarão sempre na mentalidade dominante dos governados. Os políticos acabam sendo um reflexo do povo. Quando este abraça os valores errados, não adianta sonhar com um messias salvador. Os valores é que devem mudar.
Dito isso, podemos entender melhor o lamentável contexto atual do Brasil, onde a insatisfação com a classe política é total por parte dos que ainda alimentam um ideal moral. De fato, o cerne da questão está enraizado em locais mais profundos. Trata-se de um problema estrutural, de um apodrecimento dos próprios valores da sociedade. Não adianta apenas criticar este ou aquele governo, ainda que seja um dever moral de todos os que buscam melhorias apontar qualquer empecilho para a meta. Há, é verdade, um real agravamento do quadro durante a gestão do presidente Lula, pois ocorreu uma total banalização da imoralidade, com os enormes e infindáveis desvios de conduta sendo justificados com base na desculpa esfarrapada de que sempre foi assim. Estamos completamente inseridos numa mediocracia, onde pululam os medíocres e faltam idealistas com a convicção moral de se revoltar contra o “consenso”.
É praticamente impossível ler O Homem Medíocre, de José Ingenieros, e não pensar na situação caótica do nosso país. No livro, o autor descreve as características presentes numa mediocracia, contrapondo isso à visão de um ideal de perfeição por parte de alguns poucos indivíduos de destaque. Ingenieros sustenta que é fundamental manter acesa esta chama de um ideal, uma meta visionária que não sucumbe às contingências da vida prática imediata. Esses visionários buscam alguma perfeição moral, emancipando-se do rebanho. São espíritos livres, adversários da mediocridade, são entusiastas contra a apatia. Sem ideais o progresso seria impossível. O culto ao “homem prático”, com foco apenas no presente imediato, representa a renúncia à evolução.
O idealista é um rebelde em relação ao sentimento coletivista típico dos rebanhos. Ingenieros diz: “Todo individualismo, como atitude, é uma revolta contra os dogmas e os valores falsos respeitados nas mediocracias; revela energias anelosas de expandir-se, contidas por mil obstáculos opostos pelo espírito gregário”. O caráter digno afirma seu ideal frente à mesmice comum, levanta sua voz quando os povos se domesticam e se calam. Um povo que tenta eliminar estes indivíduos independentes é um povo dominado por medíocres. A originalidade é vista como um defeito imperdoável. “Todos os inimigos da diferenciação vêm a sê-lo do progresso”, afirma Ingenieros. Os igualitários coletivistas não suportam que alguém se sobressaia. O sucesso alheio passa a ser uma agressão ao rebanho. “O sentido comum é coletivo, eminentemente retrógrado e dogmatista; o bom sentido é individual, sempre inovador e libertário”, explica o autor. Os adeptos da rotina medíocre são intolerantes com a heterogeneidade, defendem-se de qualquer centelha original como se fossem crimes as diferenças.
De um lado, temos os poucos que pensam por conta própria, que usam o próprio juízo, que buscam sinceramente a verdade. Do outro, temos os seres passivos, que deixam a “sociedade” pensar por eles. São os medíocres, que não têm voz, mas eco, e vivem como sombras. De um lado, indivíduos com convicções que entram como parafusos, gradualmente, mas com firmeza. Do outro, adeptos fanáticos de crenças que entram como pregos, num golpe só. De um lado, os que vivem a própria vida. Do outro, aquele para quem viver é ser arrastado pelas idéias alheias. O que Ayn Rand chamou de “segunda mão”, figuras inexpressivas que vivem pelos outros, ao contrário de John Galt, adepto da seguinte máxima: “Juro – por minha vida e por meu amor a ela – que jamais viverei por outro homem, nem pedirei a outro homem que viva por mim”. São poucos os que carregam dentro de si integridade e personalidade para tanto. A maioria é composta por homens sem personalidade, moldados pelo meio, seguindo um curso determinado por outros, como bóias à deriva. Os medíocres inventaram “o inconcebível plural da honra e da dignidade, por definição singulares e inflexíveis”, como lembra Ingenieros.
O homem medíocre vive em função da opinião dos outros. Enquanto poucos desfrutam de uma mente inovadora, uma imaginação criadora, o medíocre “aspira a confundir-se naqueles que o rodeiam”. O homem que resolve pensar pela própria cabeça representa uma ameaça aos medíocres, um perigo que deve ser afastado. Os medícores são animais domesticados, adaptados para viver em rebanho, sombras da sociedade. Unidos, são perigosos. A força da quantidade supre a debilidade individual. Quando esta força consegue ofuscar os idealistas, o resultado pode ser catastrófico. A mediocracia é inimiga do progresso. E quando os medíocres tomam conhecimento de seu poder, corremos o risco da vulgaridade.
“A vulgaridade é uma acentuação dos estigmas comuns a todo ser gregário; apenas floresce quando as sociedades se desequilibram em desfavor do idealismo”, diz Ingenieros. Para ele, a vulgaridade é “a renúncia ao pudor daquele que carece de nobreza”. Os seres vulgares se unem através de uma complacência servil ou uma bajulação proveitosa. São dissimulados, falsos, hipócritas e vaidosos. “A vaidade empurra o homem vulgar a perseguir um emprego respeitável na administração do Estado, indignamente, se é necessário”. O hipócrita declara as crenças mais proveitosas, ignorando qualquer aspecto moral. “O hipócrita transforma sua vida inteira em uma mentira metodicamente organizada”. Vive um culto às aparências, sem ligar para a verdade. Tudo que lhe importa é parecer virtuoso, sem nutrir qualquer admiração real pela virtude em si. São oportunistas, e entre os homens vulgares, existe cumplicidade do vício ou da intriga, mas nunca amizades verdadeiras.
Quando estes dominam, temos uma mediocracia. “Nos povos domesticados chega um momento no qual a virtude parece um ultraje aos costumes”. Quem consegue ler isso e não refletir sobre a realidade brasileira? “Quando a dignidade parece absurda e é coberta de ridículo, a domesticação dos medíocres alcançou seus extremos”. No Brasil, não é visto como patética a defesa intransigente por ideais morais? O “jeitinho” não faz parte da cultura nacional? A corrupção política não passou a ser vista com naturalidade? Aquele que ousa desafiar a “opinião pública” não é execrado por todos? A população não parece acovardada, escrava da opinião alheia? O mérito individual não cedeu lugar ao conceito de “igualdade dos resultados”? As trocas de favores políticos não substituíram a responsabilidade individual de sustento próprio? “Esse afã de viver às expensas do Estado rebaixa a dignidade”. O parasitismo – viver à custa dos outros na marra – não passou a ser encarado como uma espécie de “direito civil”? O culto à inveja, tentando rebaixar aqueles que conquistam vôos mais elevados, não se transformou em bandeira política?
Na mediocracia, “todos se apinham em torno do manto oficial para alcançar alguma migalha da merenda”. E no Brasil das esmolas estatais, dos vastos subsídios para grandes empresas, das anistias milionárias para intelectuais, do financiamento estatal bilionário para ONGs, o clima predominante não é exatamente este? Não estão todos se vendendo em troca de “migalhas”? “As artes tornam-se indústrias patrocinadas pelo Estado”. E esse não é o país dos filmes bancados por verbas estatais, fazendo proselitismo para agradar a mão que os alimenta? “Tudo mente com a anuência de todos; cada homem põe preço à sua cumplicidade, um preço razoável que oscila entre um emprego e uma condecoração”. E não é este o país dos cabides de emprego nas estatais, dos milhares de cargos públicos apontados pelo governo para aparelhar a máquina com os aliados partidários? “O nível dos governantes baixa até o ponto zero; a mediocracia é uma confabulação dos zeros contra as unidades”. E não seria este o país que tem Lula como presidente, enaltecendo sua ignorância como se esta fosse motivo de orgulho? Não é este o país onde o presidente beija a mão de caudilhos e ri, enquanto avisa que se trata de uma aula sobre política?
“Os governantes não criam tal estado de coisas e de espírito: representam-nos”. Ingenieros concorda com a premissa do primeiro parágrafo: o problema está na cultura, na mentalidade, na covardia dos que fugiram da luta. “Quando as misérias morais assolam um país, culpa é de todos os que por falta de cultura e de ideal não souberam amá-lo como pátria: de todos os que viveram dela sem trabalhar por ela”. Não é esse o país onde as pessoas se consideram espertas por burlar as regras e passar os outros para trás? “A irresponsabilidade coletiva borra a cota individual do erro: ninguém enrubesce quando todas as faces podem reclamar sua parte na vergonha comum”. E o Brasil não é campeão na arte de apontar a sujeira dos outros como justificativa para a própria?
Podemos entender melhor agora porque o Brasil deve ser caracterizado como uma mediocracia. Aqui, os medíocres roubaram a cena, e foram eficazes em cortar as asas dos que pretendem um vôo solo. O coletivismo matou o individualismo meritocrático. Ingenieros condena abertamente o igualitarismo: “A natureza se opõe a toda nivelação, vendo na igualdade a morte; as sociedades humanas, para seu progresso moral e estrutural, necessitam do gênio mais do que do imbecil e do talento mais do que da mediocridade”. E continua: “Nossa espécie saiu das precedentes como resultado da seleção natural; apenas há evolução onde podem selecionar-se as variações dos indivíduos. Igualar todos os homens seria negar o progresso da espécie humana. Negar a civilização mesma”.
O antídoto contra este mal igualitário é a tolerância pelas diferenças, a admiração em vez da inveja pelo sucesso alheio. “Um regime em que o mérito individual fosse estimado por sobre todas as coisas, seria perfeito”. A sociedade inteira teria a ganhar com essa seleção natural. Este mecanismo se opõe à democracia quantitativa, “que busca a justiça na igualdade, afirmando o privilégio em favor do mérito”. Onde está a justiça quando dois lobos e uma ovelha votam o que ter para jantar? E também se opõe à aristocracia oligárquica, “que assenta o privilégio nos interesses criados”. Para Ingenieros, “a aristocracia do mérito é o regime ideal, frente às duas mediocracias que ensombram a história”. Os seres humanos não são iguais. Logo, a justiça não pode estar na igualdade dos homens, meta inclusive impossível, já que felizmente não somos cupins. A única igualdade válida – aquela sob as leis – levará inevitavelmente às desigualdades dos resultados. Somente sociedades que souberam respeitar isso prosperaram. Aquelas onde a inveja falou mais alto, onde o igualitarismo dos medíocres prevaleceu, foram apenas mediocracias decadentes.
O Brasil precisa escolher qual rumo pretende seguir. Para optar pelo progresso, será preciso abraçar os valores morais adequados, o ideal de perfeição, o respeito pelo mérito dos indivíduos que possuem luz própria e desafiam a mediocridade, alçando vôos mais elevados enquanto muitos rastejam. Ou isso, ou a tirania dos medíocres: a mediocracia, onde o lodo impede que qualquer um avance mais rápido, matando junto qualquer possibilidade de progresso.
Caracoles! ...MAGNÍFICO ARTIGO, EXCEPCIONALMENTE MAGNÍFICO!
ResponderExcluirPerfeito:
"Quando este abraça os valores errados, não adianta sonhar com um messias salvador. Os valores é que devem mudar"
A grande merda está nos porcos valores da moral vigente. Devia-se optar por valores éticos (no sentido de filosofia da moral, uma busca por uma moral objetiva) em vez de arrebanhar-se nos valores morais relativos ao grupo adotado.
(Moral é relativa, estabelece valores para o consenso grupal para exercício de costumes, sem um julgamento sobre a justiça ou objetividade dos valores estabelecidos pela moral)
Estupendo artigo.
Há uns 20 anos encontrei o prof. Leme e na conversa eu apontei: "querem mesmo é acabar com a idéia de mérito" ...e o prof. espantou-se com a franqueza daquele "garoto", achou-o com uma visão feia da realidade e negou o fato. Mas infelizmente é fato.
As ambições intelectuais/psicológicas são muito mais potentes que as ambiçãoes materiais. A inveja e o ciúme não conhecem limites, bem como o desejo de Poder (o grau máximo é o de ser deus, com direito a ser cultuado com a humilação dos mortais ante o "supremo").
A igualdade material é o pretexto para justificar o desejo de arruinar os meritórios. Aliás, que sempre se destaque que a igualdade defendida por estes pulhas é a igualdade material, e só entre os que eles consideram iguais, pois os líderes se excluem de tal igualdade: é só para os outros iguais, eles são diferentes e por tal "justo étratar os iguais igualmente e os diferentes diferentemente" os canalhas afirmam o disparate quando lhes convém.
A diferença material é a mais visível, no sentido de atribuir, não corretamente, presunção de mérito "aquele que dispõe de potencia material. Daí que muitos milinários de merda, inúteis parasitas, desesperam-se ao reconecerem-se bosta. Logo, abraçam os valores pegajosos, demagogicos, em busca da valorização da massa, como se pela massa valorizados pudessem convencerem-se sde seu valor. Importam-se unicamente com os valores psicológicos/intelectuais até por abastados materialemnte não pensam na escassez materiam que nunca conheceram. Tornam-se demaogicos ansiosos por obter aceitação da massas. Afinal a porca moral igente estabelece a bondade como valor máximo, despresando mesmo a honestidade e o mérito. Assim, um bandido demagogo ante tal moral é mais "moralmente meritório" que um ricaço que não distribui sua riqueza aos pobres, por mais honesto e capaz que possa ser; o bandido ideológico o superará em "merito moral" ante os valores desta moral imunda.
Há de fato que mudar os valores, expor uma moral objetiva, fundamentada na filosófia e não na ideológica.
O que falta aos liberais - quem defende a liberdade como principio, como justça e direito individual - é estabelecer uma moral objetiva com valores bem fundamentados. Enquanto se submeterem à moral quinta coluna, populista, demagógica, piegas, pegajosa e porca serão sempre derrotados, pois tal moral ideológica visa enfraquecer o individuo, torna-lo frouxo, sem fibra, subserviente, resignado ante a injustiça, dependente, sem iniciativa e etc. ...enfim tal moral visa fazer dos indivíduos servos voluntários, visa convence-los a apreciar e valorizar a servidão ante os senhores, chegando mesmo a defender a escravidão alheia como um direito dos senhores a que se submetem voluntáriamente. São servos voluntários que defendem a escravidão dos rebeldes como um direito dos senhores, dos líderes, dos governantes que imaginam como se aqueles que "cuidam deles" , pois o servo voluntário não é mais que um animal domeéstico que tanto serve de bichimo de estimação quanto de "vigia da casa dos senhores" seja apenas para latir no quintal contra os adversários de seus domínios como para serem instados contra os tais adversários ...como ferozes pitburros estatolatras.
Abraços
C. Mouro
Bravo! Bravíssimo Rodrigo!
ResponderExcluirFormidável, este texto espelha com fidedignidade a nossa atualidade.
Saudações orkutianas. Cléo(Cleópatra
do Egito).
Muito bom,adorei!!!
ResponderExcluir"A sociedade inteira teria a ganhar com essa seleção natural. Este mecanismo se opõe à democracia quantitativa"
ResponderExcluirRodrigo, desculpe perguntar, mas você é um democrata?
escreve alguma coisa falando do meireles...
ResponderExcluirEssas idéias do Ingenieros (engenheiro social?) parece ser inspirado pela idéia da República de Platão e claramente é anti-democrática, quando se adota o sentido mínimo de democrácia o que garante o direito a todos os cidadãos adultos de escolher um representante no governo.
ResponderExcluirCom poucas mudanças essas idéias poderiam ser usadas por revolucionários xiitas no Irã e pelo antigo Talibã no Afeganistão. Aliás, poderiam ser usadas por conservadores direitistas e radicais comunistas ("contra a decadência moral burguesa")!
"O antídoto contra este mal igualitário é a tolerância pelas diferenças, a admiração em vez da inveja pelo sucesso alheio."
"Para optar pelo progresso, será preciso abraçar os valores morais adequados, o ideal de perfeição, o respeito pelo mérito dos indivíduos que possuem luz própria e desafiam a mediocridade, alçando vôos mais elevados enquanto muitos rastejam."
É bonito Rodrigo, mas isso deve ser imposto a população? Engenharia social? Revolução cultural? Propaganda com o dinheiro de quem?
Ou o cidadão deve ser deixado livre para tomar a decisão de ser um mediocre?
Só algumas questões para gerar alguma discussão, ok?
Abraços.
Grande Rodrigo, não está na hora de você registrar um domínio próprio para o seu site não? Ajudaria na divulgação.
ResponderExcluirConstantino, a sociedade simplesmente não quer viver na sua selva darwinista utópica. A sociedade não quer ficar se matando para conseguir e manter poucos empregos em uma guerra de egos e ainda ter que gastar recursos para se proteger de milhões de desempregados. Você nunca estudou teoria do jogo? Competição nem sempre leva ao melhor resultado. Jogar cooperativamente pode levar a um resultado melhor para todos. A sociedade quer paz, qualidade de vida. O principal motivo da popularidade do Governo Lula é simplesmente o fato de que a média de qualidade de vida da população melhorou muito com relação ao que era no governo FHC. Você quer impor sua ideologia darwinista que era aplicável na época em que os antepassados dos seres humanos eram animais irracionais, com dificuldade de agir cooperativamente, a ponto de criticar a democracia. O que inclusive é uma contradição, porque as pessoas votarem em um governo que melhore suas vidas é um comportamento perfeitamente natural, as pessoas estão defendendo seus interesses. Você está certo ao dizer que os antepassados dos seres humanos evoluiram através de seleção natural pura, mas essa evolução foi lenta e penosa, a humanidade passou a evoluir muito mais rapidamente quando aprendeu a agir não só pelo instinto, e usar o raciocínio para agir cooperativamente. Eu não acho que não deva haver meritocracia, acho que os que apresentem melhor desempenho devam ser promovidos mais rapidamente e ganhar mais, mas deve haver um mínimo de segurança para que as pessoas não fiquem desempregadas com condições de vida impraticáveis, as vezes até por preconceitos e avaliações injustas. E não vem com essa propaganda hipócrita de que darwinismo econômico seria melhor para os pobres, você sabe muito bem que a seleção natural inclui disputas e conflitos em que os perdedores estão fadados a destinos terríveis como fome e morte.
ResponderExcluirTem que ter paciência com esses anônimos que chegam aqui para falar besteira...
ResponderExcluirDawrwinismo? A "sociedade" escolhe? Vc defende a tirania da maioria como critério de justiça? A mediocracia? Onde há mais conforto para os mais pobres: nos países mais capitalistas liberais ou nos mais socialistas?
Defesa hipócrita??? Hipócrita é vc, que tenta posar de nobre preocupado com os pobres enquanto defende apenas o PARASITISMO em benefício próprio. Deve ser um funça com vergonha de assinar o nome.
É dureza...
Rodrigo
Esta virando moda usar a teoria dos jogos para criticar o livre mercado. Estou observando isso em muitos blogs.
ResponderExcluirÉ uma insistencia infantil por sinal. É falta de entendimento sobre o assunto, sobre livre mercado, competição, sistema de preços, processo de mercado, de descoberta etc.
Uma boa leitura: "competição e atividade empresarial" de israel kirzner.
Acabei de ver sua palestra no Brasil +20, e passei a pensar que, pelo seu discurso apoiando propriedade privada, livre mercado, citando Friedman e Ayn Rand, você com certeza conheceria as idéias da escola austríaca de economia, pouquíssimo conhecida no Brasil, representada por Murray Rothbard, Mises, entre outros.
ResponderExcluirParticipei da Mises University em Auburn, AL,no ano passado, onde os principais pensadores dessa escola (Walter Block, Salerno, Long, Hans-Herman Hoppe, e etc) davam este curso de uma semana.
A única coisa que não gostei foi do extremo radicalismo de alguns pontos de vista, e ao apontar isso para Walter Block, ele respondeu: "O governo tomar seu dinheiro e aplicar onde quiser já não é radical demais?"
Enfim, gostei da sua palestra, e queria saber se vc já foi à Mises University ou se pretende ir.
Abraços!
Johnny, estou escrevendo um livro só sobre a Escola Austríaca. Sou um adepto dessa escola. Infelizmente, nunca estive lá. Gostaria muito!
ResponderExcluirRodrigo
Caro Rodrigo,
ResponderExcluirEste seu artigo, entre erros conceituais e citações infelizes e descontextualizadas chega a ser assustador. Não só pela qualidade ruim das idéias, mas também pela maquiagem tosca de ideologias genocidas e derrotadas pela história.
Vamos por partes:
Idiotice #1:
“Nossa espécie saiu das precedentes como resultado da seleção natural; apenas há evolução onde podem selecionar-se as variações dos indivíduos. Igualar todos os homens seria negar o progresso da espécie humana. Negar a civilização mesma”.
O darwinismo jamais pode ser usado para alegar PROGRESSO de uma espécie. Biologicamente, este conceito não tem o menor significado. Rodrigo: ESPÉCIES NÃO PROGRIDEM, APENAS ADAPTAM-SE A NOVAS CONDIÇÕES AMBIENTAIS!
Idiotice #2:
“Um regime em que o mérito individual fosse estimado por sobre todas as coisas, seria perfeito”. A sociedade inteira teria a ganhar com essa seleção natural. Este mecanismo se opõe à democracia quantitativa, “que busca a justiça na igualdade, afirmando o privilégio em favor do mérito”. Onde está a justiça quando dois lobos e uma ovelha votam o que ter para jantar?”
Quem julga o mérito? Você????????? O que haveria de natural nesta seleção?
Pra quem é ateu, seu complexo de deus anda um tanto exacerbado...
Qual a sua alternativa à democracia quantitativa?????? Estou curiosíssimo para saber, pq num momento vc alega que o conhecimento está disperso no mercado e só pode se manifestar pela interação voluntária dos indivíduos defendendo seus próprios interesses, o que é inexoravelmente, a exaltação do comportamento medíocre e seu poder de alocação ótima de recursos. No outro vc combate a mediocridade da maioria e propõe a supremacia do mérito. Aqui não se sabe mais se vc está pagando pau para Stalin e os “sábios” da Nomenclatura cujos “cálculos racionais” substituiriam o livre mercado ou babando o ovo de Hitler selecionando sua própria raça de meritocratas.
Rodrigo, menos confiança no poder racional do homem. Menos confiança no PROGRESSO da humanidade. Menos convicção no ideal platônico de beleza e justiça! MENOS! MENOS! Como economista vc é um filósofo medíocre e é impossível encontrar qualquer mérito nisto.
A democracia é um sistema falho sim, mas infelizmente, não há outro melhor. Todo gênio iluminado que apareceu propondo sistemas que suprimiam a vontade da maioria conduziu seu povo a tragédias genocidas. Assim como no mercado de bens de consumo, a alocação espontânea e voluntária de recursos tem o poder de encontrar o ponto de maximização do bem-estar, o mesmo se dá no campo das idéias. Parece, entretanto, que vc quer o monopólio deste mercado. Incoerente, não?
João, o Rodrigo não acha que seria ele que julgaria o mérito individual. O que ele quis dizer quando falou de meritocracia,de maneira resumida, é o reconhecimento do valor de cada um pela própria sociedade. Assim como em uma empresa que, focada no lucro (consequência da alocação mais eficiente de recursos do que a competição), reconhece os melhores empregados e os promove...
ResponderExcluirParece que as suas críticas estavam mais preocupadas em simplesmente criticar do que achar argumentos coerentes para tal.
"Quem julga o mérito? Você????????? O que haveria de natural nesta seleção?"
ResponderExcluirJoão Bosco, perdão pela sinceridade, mas a idiotice aqui está no seu comentário, totalmente idiota.
Em primeiro lugar, claro que há EVOLUÇÃO! Justamente essa necessidade de ir se adaptando permite um progresso.
Em segundo lugar, claro que não sou EU quem julga o mérito! É a própria sociedade. Como? Não por votos no meio político, mas por votos no plebiscito ininterrupto chamado mercado, onde CADA UM exerce suas próprias preferências. O complexo de deus é justamente de quem pretende impedir essas escolhas voluntárias e decidir de cima para baixo quem "merece" o que.
Entendeu?
Rodrigo
Rodrigo,
ResponderExcluirnão precisa se desculpar pela sinceridade. Ela é sempre bem-vinda.
Em primeiro lugar a EVOLUÇÃO das espécies não tem nada a ver com PROGRESSO. Progresso é um conceito humano aplicado dentro de uma espécie em particular e é totalmene subjetivo, não havendo qualquer consenso de que a espécie humana o tenha alcançado historicamente. Se por um lado há mais longevidade e abundância material para os indivíduos na média, por outro, nossa capacidade destrutiva se multiplicou muitas vezes através de armas e degradação ambiental. Em outras palavras, todo o poder construtivo da civilização tem também uma contrapartida destrutiva. Lembre-se que PODER não é CONTROLE. O processo civilizatório é agregador de poder para as estruturas dominantes, mas não tem a capacidade de agregar controle à estrutura global. Assim, a civilização desfruta de um sistema de alocação de recursos mais eficiente, mas paira sobre um colchão de instabilidade maior. Simples assim: maior lucro, maior risco. O saldo desta conta está longe de ser entendido como PROGRESSO.
Em segundo lugar, a meritocracia já é uma realidade na medida em que o mercado premia o lucro. Mas isso não quer dizer que a democracia quantitativa deva ser posta de lado. Ao contrário, ela é o suporte da diversidade necessária para que sistemas de mérito possam emergir livremente sem serem sufocados por consensos impostos por certezas de ocasião. Como somos seres ADAPTATIVOS e não EVOLUTIVOS, o mérito de hoje, poderá ser o fracasso de amanhã e vice-versa.
"Assim, a civilização desfruta de um sistema de alocação de recursos mais eficiente, mas paira sobre um colchão de instabilidade maior. Simples assim: maior lucro, maior risco. O saldo desta conta está longe de ser entendido como PROGRESSO. "
ResponderExcluirPois é. Deve ser mesmo totalmente subjetivo achar que os Estados Unidos são uma nação mais AVANÇADA (progresso) em relação aos hunos de Átila, por exemplo...
Rodrigo
"Ao contrário, ela é o suporte da diversidade necessária para que sistemas de mérito possam emergir livremente sem serem sufocados por consensos impostos por certezas de ocasião. Como somos seres ADAPTATIVOS e não EVOLUTIVOS, o mérito de hoje, poderá ser o fracasso de amanhã e vice-versa."
ResponderExcluir?????????????
Quanta besteira! Quanta enrolação!
A questão é simples: ou CADA UM irá exercer a própria preferência LIVREMENTE e com isso decidir os resultados materiais na sociedade (mercado); ou um grupo eleito por alguma maioria (quando muito, maioria dos que votam) vai decidir, adotando a ditadura da "maioria". Eu prefiro deixar os indivíduos escolherem livremente...
Rodrigo
Porque buscar exemplo nos hunos no passado? Vc pode comparar os EUA com Mianmar hoje! Compare mais um pouco e constate que impérios surgiram, se expandiram e desapareceram ao longo da história. Toda expansão esbarra em condições limítrofes que obrigam a retrocessos e readaptações.
ResponderExcluirSeu discurso é fácil mas completamente inconsistente. Democracia não é a ditadura da maioria. A liberdade de expressão e o direito das minorias existem para estabelecer estas diferenças, ou vc vai querer suprimir isso também quando o mundo se transformar na sua vesão tupiniquim da República de Platão?
Dizer que cada um deve escolher livremente é tão óbvio quanto desnecessário. Alguém discorda disso? O problema é lidar com a realidade. É implementar idéias viáveis num mundo viável.
A falta de conexão do seu discurso com a realidade factível faz com que vc tenha que meter o rabo entre as pernas quando os EUA adotam políticas protecionistas na agricultura ou intervêm no mercado financeiro.
Discursinho ingênuo que não serve nem pra política, como o Ciro Gomes demonstrou recentemente...
"Seu discurso é fácil mas completamente inconsistente."
ResponderExcluirhehe
Seu discurso é vazio e sem sentido.
"Democracia não é a ditadura da maioria."
Então seus limites serão definidos POR QUEM?
"A liberdade de expressão e o direito das minorias existem para estabelecer estas diferenças, ou vc vai querer suprimir isso também quando o mundo se transformar na sua vesão tupiniquim da República de Platão?"
Quanta besteira! Os libertários abominam a idéia SOCIALISTA da República platônica! De onde vc tirou isso??? Quanta inversão! CLARO que haverá liberdade de expressão. O que quer dizer apenas que ninguém pode usar a coerção para calar outro. Na verdade, o que existe é propriedade PRIVADA. No meu blog, por exemplo, fala quem EU deixo. Isso é liberdade! Vc não pode ter a "liberdade" de invadir a MINHA propriedade, se eu não quiser. Somente um imbecil diria que é "democrático" todos poderem se expressar no meu blog. Seria a MINHA escravidão! Logo, o que vale no mundo libertário é o direito à propriedade privada.
"Discursinho ingênuo que não serve nem pra política, como o Ciro Gomes demonstrou recentemente..."
hehehe
Tudo que Ciro demonstrou é que não tem argumentos e apela para estratégias patéticas de "debate". Alguns idiotas aplaudem...
Rodrigo
"Quanta besteira! Os libertários abominam a idéia SOCIALISTA da República platônica! De onde vc tirou isso???"
ResponderExcluirDaqui:
"No livro, o autor descreve as características presentes numa mediocracia, contrapondo isso à visão de um ideal de perfeição por parte de alguns poucos indivíduos de destaque."
hehe
& daqui:
"“Um regime em que o mérito individual fosse estimado por sobre todas as coisas, seria perfeito”. A sociedade inteira teria a ganhar com essa seleção natural. Este mecanismo se opõe à democracia quantitativa, “que busca a justiça na igualdade, afirmando o privilégio em favor do mérito”."
hehehe
Isto é clara, expressa e literalmente, a apologia de uma sociedade idealizada por uns poucos ("detentores do mérito") em contraponto ao restante dos comuns.A porta aberta para todas as formas de tirania.
Acreditar em sociedade perfeita é o mesmo que acreditar em Adão e Eva e no mito do paraíso. A base do pensamento de Platão era a idealização do mundo e a formulação de uma estratégia política para conduzir o homem desde a caverna até a república perfeita. Isto é EXATAMENTE o que vc pensa que a economia de mercado vai fazer pelo homem. E isto simplesmente não é verdade. Esta estrutura messiânica chamada Livre Mercado não existe porque as premissas de concorrência perfeita e simetria de informação não são alcançáveis. Assim, o que é bom para alguns mercados, falha em outros, sobretudo quando sobrevêm externalidades e monopólios. Nestes casos, o direito de livre escolha do indivíduo é suprimido e precisa ser restituído pela intervenção de uma estrutura socialmente organizada, legítima e imbuida da necessidade de maximização do seu bem-estar.
Os exemplos práticos desse fenômeno são inúmeros, inclusive nos EUA.
Pensar um mundo ideal é apenas uma fuga. A realidade transcorre na transição de um estado para outro.
Pensar nos fins não nos exime de pensar nos meios e é aí que reside a grande dificuldade. "No longo prazo estaremos todos mortos".
A coisa vai ficando mais feia!
ResponderExcluirO sujeito entende que cada um ser livre e com isso respeitar os méritos individuais é o mesmo que um grupo poderoso de reis-filósofos DECIDIREM o que cada um merece como resultado! Ou seja, ele entende que A é igual a Não-A. São OPOSTOS, e ele nem nota...
Rodrigo
"A base do pensamento de Platão era a idealização do mundo e a formulação de uma estratégia política para conduzir o homem desde a caverna até a república perfeita. Isto é EXATAMENTE o que vc pensa que a economia de mercado vai fazer pelo homem."
ResponderExcluirNão. Isso é EXATAMENTE o que eu NÃO penso da economia de mercado. A economia de mercado é o IDEAL por ser mais JUSTA, exatamente por NÃO concentrar o poder POLÍTICO em poucos "clarividentes", e sim respeitar as escolhas INDIVIDUAIS. Se o que vai sair como resultado disso será perfeito, são outros quinhentos! Liberais não acreditam em FINS perfeitos, não vendem promessas utópicas. Pelo contrário: deixam claro que cada indivíduo deverá se sustentar, assumir a responsabilidade por sua vida, depender apenas de trocas VOLUNTÁRIAS com outros indivíduos.
João, na boa, estude um pouco antes de repetir tanta besteira aqui. É um FAVOR que te peço...
Rodrigo
"Esta estrutura messiânica chamada Livre Mercado não existe porque as premissas de concorrência perfeita e simetria de informação não são alcançáveis."
ResponderExcluirVixe! Achei que não fosse piorar...
Quem foi que te disse que livre mercado, para ser eficiente e justo, depende de simetria de informações??? Onde vc anda "aprendendo" tais coisas?
"Assim, o que é bom para alguns mercados, falha em outros, sobretudo quando sobrevêm externalidades e monopólios. Nestes casos, o direito de livre escolha do indivíduo é suprimido e precisa ser restituído pela intervenção de uma estrutura socialmente organizada, legítima e imbuida da necessidade de maximização do seu bem-estar."
ResponderExcluirPQP! Monopólios são crias ESTATAIS, vide OPEC!!! Onde há entrada LIVRE, pode existir monopólio somente por eficiência. E que diabos é "maximização de bem-estar"???? Decidida POR QUEM, se bem-estar é algo SUBJETIVO?
Depois sou EU que defendo o mundo dos reis-filósofos platônico...
Minha nossa!
"No longo prazo estaremos todos mortos".
ResponderExcluirAh, um keynesiano! Pois é, o slogan da irresponsabilidade. Com ele, DE FATO estaremos mortos, mas antes do "longo prazo"...
Rodrigo
Interessante, o tipo está dizendo que almejar a justiça equivale a almejar uma Utopia qualquer.
ResponderExcluirAssim, coloca-se contrário ao mérito, preferindo o que em seu lugar?
Obviaente a força. Pois defende que a força determine como as coisas devem ser, independente do merito. Defendendo pois que o Estado, como uma hierarquia para o comando da força então organizada, arbitre sobre a vida de toda a pupulação em nome do que ele ACHA ser o melhor, talves, pelo que escreve, defenda como o "bem comum", o que ele ACHA ser o "bem comum" segundo sua subjetividade e conveniência. Ocorre que parece sofrer de dislexia. E tal qual papagaio repete argumentos alheios de forma aleatória, sem plena compreensão.
Afinal, se iguala o desejo pelo justo ao desejo arbitrário de uma ambição qualquer, não pode justificar a sua ambião de que a força seja o critério ideal, desde que sob o comando daqueles que com ele concordam, para assim moldarem o mundo segundo os achismos de sua subjetividade estúpida, incapaz de diferenciar um raciocinio lógico de uma fanfarronice arbitrária.
...e ainda diz que o planejamento central dos "comunistas" era um exercicio de racionalidade ...hehehe! a racionalidade irracional, com certeza. ...hehehe!
O tipo não percebe que exista algo objetivo, logo, sem verdade, tudo se iguala como farsa.
Não consegue perceber o que é lberdade e assim acredita que impedir um sujeito de estuprar uma mocinha qualquer é igualmente impedir-lhe a liberdade. Entende liberdade como positiva. daí a confusão em que se mete.
Ou seja, iguala alguém que almeja não ser oprimido, coagido, lesado, torturado e etc., com alguém que almeja oprimir, coagir, lesar, torturar e etc.
Ou seja, para o tipo que tudo entende como relativo, sem verdade objetiva, querer impedir os outros de ME atacar é um desejo idêntico ao de atacar os demais.
...A imbecildade humana não tem limite, os papagaios repetem asneiras que lhes ensinam a repetir ou mesmo, pela incontrolável força do habito, também passam a repetir aleatóriamente os argumentos que lhes são opostos. Afinal, não possuem acapacidade para discernir coisa alguma. Foram adestrados para serem papagaios ideológicos e assim o são irremediavelmente.
Abraços
C. Mouro
Tou começando a achar que vc matou as aulas de introdução a economia. Na verdade deve ser por isso que seus textos sobre religião são mais lidos. No campo da economia é uma sucessão imensa de obviedades finalizadas por conclusões ginasianas.
ResponderExcluirNa verdade vc precisa se reciclar, sair do Iluminismo e se dar ao trabalho de tentar entender o mundo contemporâneo. Sua bibliografia da década de 30 não vai te ajudar nisso...
Pra começo de conversa, e é hilário ter que te falar isso, bem-estar econômico é OBJETIVAMENTE entendido e medido como o excedente econômico de um bem. Tecnicamente, é a integral da diferença entre os valores de oferta e demanda calculada no intervalo que vai da quantidade nula até o preço de equilíbrio de mercado.
Refrescou a memória ou vou ter que mandar a cartilha em .pdf?
Acho que esta fórmula não estava no livro do Mises, daí vc pulou a lição.
Em segundo lugar, economize o grego. Não precisa falar em rei-filósofo pq é mais do que evidente que sua releitura de Platão é involuntária. No lugar do rei-filósofo, no seu modelo tosco, vc vai encontrar alguns agentes econômicos.
Terceiro: Monopólios podem ocorrer por diversas razões. Não são invenções do estado, muito embora, alguns os adorem. Mas dizer que monopólios privados são resultado da eficiência econômica só pode ser piada.
Sua próxima resenha vai ser sobre o que? Duendes, gnomos, Alice...
No maravilhoso mundo de Constantinopla não existem cartéis, conluios nem barreiras de ingresso...hauhauhauhauhau.
Só rindo mesmo.
Ahhh...Já ia me esquecendo...Mais um pedacinho da cartilha de introdução a economia: Mercados são considerados eficientes quando seus preços refletem sempre o valor real dos ativos ou quando as variações em torno destes são aleatórias. Assim, ou todos os investidores detém informação sobre os valores reais dos ativos ou se distanciam dela, aleatoriamente e sem viés, que é o que consideramos, informação simétrica.
ResponderExcluirNo caso da informação assimétrica, alguns investidores possuem a informação, outros não. Alguns possuem uma parte da informação, outros, uma outra parte.
Ficou claro? Se não, posso desenhar no próximo post...
Vixe! O coitado do Bosco foi tão humilhado com argumentos que ficou tonto, e já está se limitando a xingar... hehehe
ResponderExcluirValor REAL? Que diabos é isso??? Qual o valor REAL de uma determinada empresa? Melhor: qual o valor REAL ou JUSTO de um quadro de Picasso? hehehe
Eu poderia sugerir a leitura de um Kirzner para o coitado do Bosco, já que ele acha Mises velho demais (hehehe). Mas seria perda de tempo. Esse é caso perdido!
Rodrigo
"bem-estar econômico é OBJETIVAMENTE entendido e medido como o excedente econômico de um bem. Tecnicamente, é a integral da diferença entre os valores de oferta e demanda calculada no intervalo que vai da quantidade nula até o preço de equilíbrio de mercado."
ResponderExcluirO que andam ensinando a estas crianças????
A melhor pergunta é a seguinte:
ResponderExcluirO que é que andaram deixando de te ensinar?
O sujeito posar de guru liberal e não saber o que é bem-estar econômico e de doer...
Caro Rodrigo, passei um bom tempo pensando sobre este post. Concordo com muita coisa e scho que ele retrata em boa parte de mentalidade brasileira (outro dia, somente para dar um exemplo, conversei com isso com um professor de português revoltado com as correntes que politicamente corretamente que tentam estabelecer como padrão que qualquer coisa vale na escrita).
ResponderExcluirNo entanto, acho um bocado preocupante essa "busca pelo ideal" por três razões: primeiro que, como vi em uma frase de um filme, acho que a não-aceitação de nada que não seja ideal é o caminho mais certo para o fracasso total. segundo porque o "espírito gragário" conforme colocado, como síndrome de Maria-vai-com-as-outras é realmente péssimo, mas como pressuposto para vida em sociedade, é fundamental. O contrário é virar um ermitão. Terceiro, porque se considerar porta-voz do ideal é se fechar para o contraditório - além de sempre ter sido a maior desculpa para as maiores atrocidades e genocídios, em nome de ideiais revolucionários, de éticas religiosas, de racismos "ideais" etc.
Ótimo artigo!
ResponderExcluirÉ incrível como essa transformação tão drástica se deu em tão poucos anos, principalmente após a Era Lula.
O que eu mais queria neste momento era entrar na mente de um desses medíocres no momento em que ele estivesse lendo este artigo, para entender a casuística desses indivíduos, o arranjo de mentiras, o desvio intelectual que os leva a ler um artigo tão elucidador e não entender nada, entender de forma deturpada, ou, o que ocorre na maioria das vezes, achar que a carapuça não lhes serve.
Ficaria realizado se pudesse contemplar a sordidez humana tão de perto! Pelo menos me acostumaria mais e sofreria menos de indignação.
Sei que alguns aqui potencialmente poderiam me dar este privilégio. E aí, vamos debater?
Muito bonito esse artigo!
ResponderExcluirmas aii, vai fazer conta e estudar a atual crise econômica dos EUA, essa é sua praia!