Rodrigo Constantino
O repórter Jeffrey Goldberg, da revista “The Atlantic”, contou que estava sentado à mesa de almoço com Fidel – após uma entrevista de quase três horas de duração – quando resolveu perguntar se "o modelo cubano ainda era digno de exportação". El Coma Andante teria respondido: "O modelo cubano não funciona nem mais para nós".
Não obstante a piada de mau gosto – como se alguma vez o modelo cubano tivesse funcionado para quem quer que fosse – devemos celebrar a confissão do ditador. Recentemente, após uma fase recluso tratando (com médicos estrangeiros) sua doença, Fidel Castro voltou à cena política cubana para fazer declarações interessantes. A primeira delas foi um mea culpa sobre a homofobia na ilha-presídio, que seria responsabilidade do tirano socialista. E agora Fidel afirma que o modelo cubano não funciona mais.
Só falta um gesto de nobreza final agora: abolir a mais velha e cruel ditadura da América Latina, prender seu irmão e toda a cúpula do poder, e depois tirar a própria vida num último ato. Não apagaria seu currículo sanguinário, naturalmente. Mas talvez fizesse as pessoas decentes sentirem alguma pena dele, algo que ainda está muito longe de acontecer.
No fundo, sabendo de quem vem, devemos desconfiar das reais intenções destas declarações. Seria pragmatismo para tentar flexibilizar um pouco o regime e assim permitir a manutenção de seu irmão no poder após sua morte? Pode ser que sim. Afinal, o futuro de Cuba depois que o capeta se for é bastante incerto. Até mesmo uma guerra civil não parece fora de questão. Fidel poderia estar de olho nisso, tentando fazer concessões para preservar a dinastia familiar. Os senhores feudais costumavam fazer isso.
Ainda assim, trata-se de um fato incrível: o ditador, ícone máximo do socialismo, ídolo de uma geração de perfeitos idiotas úteis, assume que o modelo faliu. Alguém precisa avisar logo aos brasileiros desta “novidade”. Aqui ainda tem muita gente que acredita justamente neste modelo cubano, que trouxe apenas miséria e escravidão. E o pior: muitos dos seguidores de Fidel estão no poder! E tentando tomar medidas que aproximem nosso modelo daquele! Será que Marco Aurélio “top top” Garcia escutou o que disse seu guru? O modelo não funciona “mais”. Mesmo assim ele vai insistir em transformar os milhões de brasileiros em cobaias de sua obsessão ideológica? Vai tratar sua patologia num divã e nos deixe em paz!
Aproveito o tema para destacar que nem toda esquerda aplaude vergonhosamente o tal modelo cubano, agora enterrado pelo próprio pai. O livro Silêncio, Cuba, da argentina Claudia Hilb, demonstra que há resquícios de honestidade na esquerda ainda. A professora lamenta o silêncio dos intelectuais de esquerda sobre o caráter “autocrático, antilibertário, antidemocrático e repressivo” do regime cubano. Ela mostra como a utopia de construir o “Homem Novo”, livre do egoísmo, da preferência por si mesmo, era indissociável do totalitarismo presente em Cuba. A busca pela igualdade dos resultados sempre levou a regimes ditatoriais. Hilb mostra como o medo despertado em todos foi parte inerente dos ideais revolucionários.
Os cubanos desenvolveram aquilo que eles batizaram de “dupla moral”. De um lado, repetiam os slogans do partido, mantinham as aparências; do outro, aderiam a uma moral subterrânea, aceitavam o roubo de bens públicos como meio de vida, o tráfico no mercado negro, os empreendimentos clandestinos. Para sobreviver no regime cubano, faz-se necessário ignorar certos valores básicos, para não ser um “dissidente”, o que é sempre muito perigoso. Fidel Castro pariu uma nação inteira vítima de dissonância cognitiva. A autora pergunta: “O que resta da liberdade quando a ação pública vê-se reduzida a orientar-se essencialmente pelo medo?”
Hilb derruba também o mito insistente de que há o lado bom do regime cubano, o foco na saúde e educação. Ela lembra que Cuba já desfrutava de índices melhores que a média latino-americana antes da revolução, e que após os subsídios bilionários da ex-URSS, o regime entrou em colapso até nessas áreas. A educação cubana não passa de doutrinação ideológica, e a saúde está em estado precário, com falta de remédios básicos e péssima qualidade dos estabelecimentos hospitalares. Se antes de Fidel a ilha era comparável a Costa Rica – e vencia –, hoje o critério de comparação é o Haiti.
Alguns tentam defender o modelo cubano argumentando que, ao menos, a população média está melhor do que os favelados do Brasil ou Argentina. Mas Hilb sabe que se trata de argumento enganoso. Primeiro, porque não seria justificável defender a ditadura com base nisso, da mesma forma que ninguém defenderia o regime de Pinochet porque os chilenos viviam, na época, melhor do que os favelados cariocas. Segundo, porque, como ela mesmo coloca, “se o único argumento contrário que o defensor do regime que governa Cuba de maneira absoluta há cinqüenta anos encontrasse fosse o de comparar um cubano pobre com o morador de uma favela, nosso contraditor imaginário assinaria a sua capitulação”. A promessa da revolução seria transformada na meta patética de oferecer uma vida “um pouco melhor” do que nas favelas!
Tanto sangue, tanta opressão, tanto medo, para isso? Fidel parece ter assumido que o modelo não funciona “mais”. Demorou “apenas” meio século e dezenas de milhares de vítimas inocentes para perceber isso, se é que não passa de uma tática oportunista (o que é bem mais provável). Agora restam os dinossauros tupiniquins fazerem o mesmo, e abandonarem de uma vez essa utopia assassina chamada socialismo. A verdade precisa ser dita sem rodeios: quem ainda defende o modelo cubano até hoje não tem um pingo de caráter!
O que parece é que os médicos com os quais Fidel se consulta, estão "curando" a sua psicopatia.Isso, se o médicos não forem chineses com o "socialismo de mercado"...
ResponderExcluirRodrigo, muito bom o que escreveste.
Um abraço.
Liberdade e Prosperidade!
tal qual outros ditadores levou no mínimo 30 anos para perceber sua idiotice
ResponderExcluirAgora a ilha de Cuba dará um bom "Museu de la ditadura y corrupcion de Latinoamerica"
ResponderExcluirSinceramente, ainda acho possível viver melhor numa favela que em Cuba. Estive lá e eles sequer tem acesso a água quente, precisam esquentá-la como no século 19.
ResponderExcluirMuitos passam o dia pedindo $ e oferecendo drogas e prostitutas na rua. Era abordado toda hora na rua (ainda mais que estava sozinho e tenho 23 anos). As construções parecem ter sofrido bombardeios: todas descascadas e extremamente sujas olhando pela porta adentro. Vi pessoas em maltrapilhos sentadas nas escadas de uma igreja e buscando coisas no lixo.
Ademais o fedor de esgoto e das emissões de veículos toma conta da cidade.
Entretanto, há uma parte dedicada aos turistas que está completamente renovada.
Enfim, acho que há mais dignidade em boa parte das favelas do Brasil que em Cuba.
Estamos ferrados!!!!
ResponderExcluirAGORA É QUE A NOSSA ESQUERDOFRÊNICA VAI MESMO QUERER IMPLANTAR O COMUNISMO NO BRASIL.
Que doidera. De repente El Coma Andante saiu do sarcófago e investiu contra o sistema de Cuba, Ahmadinejad. Que deu no cara... e o que diz Lula desta historia toda... Deve estar desnorteado. Afinal seu amiguinho se rende ao fracasso do sistema usado e admirado por ele e toda curriola do PT.
ResponderExcluirPor que os comunistas não gostam de pessoas patriotas, cultas e corretas? Democracia não é matar e sim resolver os problemas do povo e do país.
ResponderExcluirSó eles têm o direito de ser patriotas. Cultos? Para que cultos? Para eles cultura é ociosidade. Corretos? Só eles são corretos. O comunismo ainda vai ser considerado uma patologia. Não estou brincando.
ResponderExcluirTem favela com academia, lan house, super mercado, salão de beleza, e em cuba tem isso?
ResponderExcluirMil vezes morar nas favelas cariocas do que em Cuba!!! Eu não pensaria por um segundo para decidir.
ResponderExcluirABRIGANDO CRIMINOSOS E TERRORISTAS
ResponderExcluirSegundo o governo da Repubblica Italiana, o benefício concedido pelo governo Lula a Cesare Battisti - condenado à prisão perpétua por quatro assassinatos na década de 1970, época em que militava no grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC) - tem "o indisfarçável objetivo de obstruir o seguimento do processo de extradição de Battisti, que tramita no Supremo", além de afrontar a Constituição Brasileira e os tratados internacionais. A informação é da Agência Brasil.
Olivério Medina, ex-guerrilheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a quem o Brasil deu amparo, foi beneficiado pelo instituto do asilo político.Se um monge tibetano fugindo das atrocidades chinesas, vier para o Brasil, será considerado refugiado. Medina é asilado, tem um status mais elevado do que refugiado, no Brasil. Em seu país de origem, ele foi condenado por homicídios, seqüestros, roubos etc, tudo corporificando ações terroristas. Em 1991, comandou um ataque a uma base militar, disto resultando vários mortos e feridos, além do seqüestro de 17 militares. O curioso é que, antes de entrar para a guerrilha, fora padre. Trocou a batina pela farda e a bíblia pelo fuzil.
MAS NÃO PROTEGENDO ESPORTISTAS
Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux são pugilistas cubanos. Eles integravam a delegação cubana nos jogos Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007. Nunca roubaram, nunca tiveram posições políticas. Eles se retiraram da delegação e pediram asilo ao governo brasileiro. O governo negou e passou a procurá-los. Erislandy e Ghillermo precisaram se esconder no litoral norte do Rio de Janeiro. Duas semanas depois foram encontrados, presos e imediatamente deportados.
Não se tem notícias concretas de seus paradeiros. Podem estar mortos, executados pelo regime cubano. Outra possibilidade é que tenham conseguido fugir numa segunda tentativa, desta vez para a Flórida, primeiro Erislany (em 2008) e depois Guillermo (em 2009). Da Florida teriam seguido para uma das nações da União Européia onde estariam, livres, praticando e ensinando esporte. Talvez alguma informação sobre eles possa ser conseguida, desde que pertinente, junto a representações diplomáticas da Bundesrepublik Deutschland, da République française ou do Reino de Espanha.
Em tempo, o governo Lula ainda não prestou constas das despesas dos jogos Panamericanos do Rio. Cerca de 2 bilhões de reais teriam sido roubados na organização dos jogos. Na semana passada, o presidente Lula apresentou-se, cambaleante, na cerimônia de lançamento da copa 2014 e não trouxe nenhuma informação sobre o caso.
A Teologia da Libertação apoiou o PT durante anos foi pro Lula investir dinheiro dos brasileiros em Cuba?
ResponderExcluirLula deu uma entrevista, e nela divulga os investimentos que estão sendo feitos em Cuba. Sim, aquela ilhazinha governada por outro barbudo comuna, que junto com a URSS financiou o PT durante anos.
Agora, o PT devolve a gentileza, ajudando Cuba, mas com o dinheiro do contribuinte brasileiro, que nada tem a ver com a sua "ideologia".
Estamos financiando Cuba contra a nossa vontade. Nossa infraestrutura está mais precária do que nunca, falta tudo no Brasil e o hipócrita do Lula e sua quadrilha, dão dinheiro para Cuba reestruturar portos, aeroportos, estradas, hospitais etc.
Como se não tivesse sido suficiente nosso presidente ter dado de mão-beijada para a Bolívia um patrimônio público, agora também sancionou uma lei na qual destina 25 milhões de reais para "ajudar" a Faixa de Gaza: LEI Nº 12.292, DE 20 DE JULHO DE 2010.
Divulguem esta mensagem para o máximo de dessoas que vcs puderem. Temos de agir agora, porque com a Dilma no poder, a ditadura desses energúmenos irá acabar conosco.
Escreva mais sobre Cuba, drConstantino.
Saudações
"não funciona mais"
ResponderExcluirComo assim, não funciona mais? E quando funcionou? Quando tinha apoio econômico da URSS?
Muito bem lembrado o lance dos pugilistas foi no governo do Lula, né?!
ResponderExcluirMais um para o hall: 2 pesos, 2 medidas de lula. E os amigos do rei agradecem!