sexta-feira, março 04, 2011

Pede para sair, Mantega!



Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

O Brasil todo acordou para o que está acontecendo na economia, à exceção aparente de uma pessoa: justamente aquela que comanda o Ministério da Fazenda. Editoriais dos mais importantes jornais, reportagens, artigos, todos têm mostrado que a inflação é uma ameaça e que os cortes nos gastos públicos são uma necessidade urgente. O presidente do FMI falou em “superaquecimento”, o IBGE divulgou um crescimento muito acelerado da demanda doméstica no quarto trimestre de 2010, as projeções de inflação para 2011 já sinalizam ficar fora da meta do Banco Central, mas a ficha parece ainda não ter caído para Guido Mantega.

Em seu excelente artigo de hoje no GLOBO, o professor de economia da PUC, Rogério Werneck, mostra que o ministro insiste em fazer malabarismos, negando-se a aceitar que o problema inflacionário decorre dos excessos fiscais e monetários de 2010. Segundo Werneck, duas possibilidades existem para a negação do ministro: 1) sua verdadeira visão equivocada de macroeconomia, respaldada por declarações do próprio ministro, que parece acreditar que gastança pública e crédito turbinado não causam pressão inflacionária; 2) o custo político que existiria caso ele fizesse um mea culpa e reconhecesse que os problemas atuais foram plantados pela sua própria gestão durante o governo Lula.

Independente da causa, o fato é que Mantega insiste em negar o óbvio: a economia brasileira corre o risco de sair do trilho se cortes efetivos nos gastos públicos não ocorrerem. O governo Lula, com Mantega no ministério, abusou da irresponsabilidade fiscal, e os bancos públicos injetaram muita liquidez no sistema. O governo Dilma, com Mantega no ministério, anuncia “cortes” tímidos no Orçamento, que na verdade ainda representa aumento de gastos públicos no ano. E não satisfeito, o governo capitaliza o BNDES em R$ 55 bilhões para turbinar ainda mais o crédito, sem falar de outros aumentos de gastos, como o Bolsa Família e novas contratações. O governo está brincando com fogo. E, por não fazer o que deve ser feito, já fala em aumento de impostos, sobre uma das maiores cargas tributárias do mundo em desenvolvimento.

Creio que, diante das evidências, pode-se concluir, parafraseando um metalúrgico que se tornou um rico garoto-propaganda de grandes empresas: “Nunca antes na história deste País” alguém tão medíocre ocupou cargo tão poderoso.

9 comentários:

  1. Anotem aí: qualquer aumento de gasto público no Brasil não tem volta. Se um maluco aumentar a alíquota do IR para digamos 40%, o governo vai arranjar facilmente uma forma de gastar isso (sem melhorar nada) e depois vai dizer que não pode mais cortar. A CPMF foi (depois de muito protesto) eliminada, mas trataram de aumentar a arrecadação em outras frentes. E estão falando em retornar com ela. Privatizam estradas, passamos a pagar pedágios, mas não vi nenhuma redução no imposto que pagamos. O governo brasileiro é um saco sem fundo para onde vai nosso dinheiro. Roubos, ineficiência, desvio. Mas o povo tá contente com o bolsa-família-compradora-de-voto.
    Acredito que a única saída para o Brasil é educar seu povo, hoje ignorante, que acha e acredita que pior do que tá não fica.

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  2. Anônimo11:51 AM

    Perfeita a parafrase da maior invenção já inventa nesse país.

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  3. Seria interessante se na proposta de corte estivesse a eliminação do cargo de Deputado Estadual e Federal que, na minha humilde e um pouco exagerada opinão, não tem necessidade. Porque estamos falando de cortes e eles aumentam os seus salário em 60%. Eu não entendo esse país !

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  4. Anônimo3:34 PM

    A Diego Lima:

    Não diga uma coisa dessa nem em pensamento. O legislativo é uma merda, mas é melhor com ele que sem ele. Por pior que seja sua atual composição, pior seria o fechamento do Congresso para que o Executivo legislasse por decreto e com os "movimentos sociais". No fundo, esse é o sonho dos petistas e comunistas em geral.


    Cuidado com o que falas e escreves.

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  5. Anônimo4:33 PM

    Mas o PT e os movimentos sociais já fazem tudo o que querem, esses deputados são uns lambe botas,todos recebem sua parte no mensalão, não servem pra nada, são só uns parasitas a mais pro pagador de impostos otário sustentar
    ntsr

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  6. "os déficits não provêm de os governos tributarem de menos e sim de gastarem demais. O imposto cria sua própria despesa".

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  7. Anônimo11:59 PM

    A ultima frase esta' essencialmente errada. Lula e' o campeao mundial da mediocridade, e ocupou cargo mais alto do que o execravel Mantega.

    Abc.

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  8. Rodrigo, precisamos ajudar a desmascarar a farsa do PIB de 7,5%. Você e eu somos economistas e conhecemos as manhas usadas por déspotas desde os tempos do Milagre do Delfim, o truque de deflacionar o PIB por um índice manipulado (neste caso pela Ditalula)de 5,92% ao invés de 11,32%, a inflação real.
    O crescimento do PIB foi medido pela variação do valor nominal de todos os bens e serviços produzidos (e estimados) entre 31 de dezembro de 2009 e 31 de dezembro de 2010. Se descontarmos a inflação real de 11,32% (IGPM da FGV - que ainda é independente), teremos um crescimento REAL da ordem de 2,28%.
    Mas o governo do PT deflacionou essa mesma variação nominal do PIB pela inflação "oficial" de apenas 5,92% (do aparelhado IBGE), chegando ao falso, "milagroso" crescimento "recorde" de 7,5%.
    Assim como Delfim Netto usou sua varinha de condão nos tempos de "milagre" dos anos 70, o governo lulopetista está vendendo inflação como sendo crescimento econômico.
    Acorda Brasil!

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  9. TODOS privatizam. Só que alguns o fazem dizendo que não fizeram.

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