Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
sexta-feira, março 04, 2011
Reféns do governo
Rodrigo Constantino
O Banco Santander demitiu seu economista-chefe, Alexandre Schwartsman, respeitado economista que já foi diretor do Banco Central. O motivo teria sido a recente discussão entre Schwartsman e Sérgio Gabrielli, o presidente da Petrossauro (Petrobras para os nacionalistas). O então economista-chefe do Santander acusou o governo de praticar "contabilidade criativa" para gerar superávit fiscal artificial, e Gabrielli reagiu, afirmando que não sabia o que era caixa, se aquela operação não fosse caixa. Schwartsman insistiu que não era, e perguntou onde estava o dinheiro, gerando mal-estar no ambiente, uma vez que, de fato, trata-se de puro malabarismo contábil.
Poucos dias depois, eis que o Banco Santander, de olho no crescimento de crédito no País e eventualmente em diversos outros negócios potenciais com o governo e suas estatais, resolveu demitir Schwartsman, para ficar bem na foto com os governantes. É uma postura típica de regimes autoritários, onde todos, especialmente as grandes empresas, são reféns do governo. Este controla tantos negócios, tantos recursos, e tantas regras burocráticas arbitrárias, que nenhuma empresa pode se dar ao luxo de atacá-lo publicamente. Mesmo que esteja falando a mais absoluta e escancarada VERDADE! É uma espécie de censura velada, em que apenas comentários "chapa-branca" são permitidos. Quem ousar desafiar os governantes e colocar os pingos nos is, expondo suas falcatruas e incoerências, terá que pagar o preço. Quem viveu sob regimes nazistas, fascistas e socialistas entende bem o que é isso.
Este blog deixa aqui registrada a mais completa INDIGNAÇÃO com a atitude do Banco Santander, ainda que compreenda os incentivos perversos do sistema que temos, com excesso de poder concentrado nos governantes. Enquanto as pessoas e empresas não reagirem, não demonstrarem CORAGEM para enfrentar esta pouca vergonha, seremos todos submissos aos poderosos do momento, simples escravos que nem sequer podem falar a verdade se esta for contra os interesses do governo.
E para Alexandre Schwartsman deixo meus parabéns por sua coragem, por sua atitude honrada, por seus artigos inteligentes e pela disposição de não se calar diante da ameaça estatal. Você não está sozinho na luta pela liberdade!
Finalizo com passagens de Roberto Saviano, escritor que ousou desafiar as máfias italianas, extraídas de seu livro "A beleza e o inferno":
"Como faço para dizer à minha terra que pare de ser esmagada entre a arrogância dos fortes e a covardia dos fracos?
[...]
Vocês querem uma vida simples, normal, feita de pequenas coisas, enquanto ao seu redor há uma guerra verdadeira, enquanto quem não tolera, denuncia e fala perde tudo. O que fizemos para ficar tão cegos? Tão subjugados e resignados, tão submissos?
[...]
O medo. O maior álibi. Faz sentir que tudo está em ordem porque é em seu nome que se protegem a família, os afetos, a própria vida inocente, o próprio direito sagrado à vivê-la e construí-la. No entanto, deixar de ter medo não seria difícil. Bastaria agir, mas não sozinhos. O medo anda de braço dado com o isolamento. Sempre que alguém recua acaba criando outro medo, que, por sua vez, cria outro, em um crescendo exponencial que imobiliza, corrói, destrói lentamente.
[...]
Pergunto à minha terra se ela ainda consegue imaginar que pode escolher. Pergunto-lhe se é capaz de realizar, pelo menos, esse primeiro gesto de liberdade que está em conseguir pensar-se diferente, pensar-se livre. Não se resignar a aceitar como um destino natural o que, ao contrário, é obra dos homens."
Estou contigo e com o AS. Foi um dia de desonra para o Banco Santander. Há de termos dias menos sombrios no país. Tudo de bom a todos nós, Tobias.
ResponderExcluirO Brasil é uma baixaria!
ResponderExcluirEu acho a ligacao dos fatos muito precipitada. Um conservador como VOCE e EU deveriamos ser mais comedidos, e deixar os ataque panfletarios para a esquerda. A reestruturacao no primeiro escalaod do banco foi substancial. Nao participemos de cortininha de fumaca, que nao ajuda nada.
ResponderExcluirAbc.
Tomei o cuidado de mandar um email para ele antes, e confirmar o motivo da sua saída.
ResponderExcluirE voce nao acha que a opiniao de uma pessoa diretamente afetada pelos fatos teria uma visao menos que isenta? Nao seria equivalente a mandar um email para Raul Castro e perguntar se a revolucao cubana deu resultados?
ResponderExcluirAbc.
Caro Rodrigo Constantino,
ResponderExcluirTambem postei sobre esta saida do competente Alexandre. Sou leitor fiel de seus textos e não é possivel que isso ocorra numa democracia. Tambem sou cliente Santander e estou decepcionado com tudo isso.
Abraco,
João Melo, direto da floresta amazônica!
Rodrigo depois quando o Banco Santander for "nacionalizado" em prol do coletivo não adianta chorar.
ResponderExcluir........
Os capitalistas ou empresários ricos, creio que estão vendendo a corda na qual serão enforcados muito em breve. Se eles não pararem, se não conseguirem frear seu desejo insaciável de lucro e continuarem a comerciar com o monstro do socialismo eles irão pra forca, muito em breve.
........
Se a classe empresarial continuar apoiando este regime no que eles acham que vai dar?.
Não sei como não se dão conta disso Rodrigo.
Resposta para "Anonymous said...E voce nao acha que a opiniao de uma pessoa..."
ResponderExcluirNão se trata de um "clerk". Trata-se de um profissional de alto ranking, em contato diário com a mais alta direção do Banco, bem informado e respeitado por ela.
FRANCAMENTE SUA COMPARAÇÃO É PRIMÁRIA.
Só não consigo entender como tem gente que é cliente deste banco que sempre foi favorecido pelo pt.Sejamos honestos gente, este banco é falcatrua pura.
ResponderExcluirÉ a China chegando.
ResponderExcluirOlha que legal:http://www1.folha.uol.com.br/poder/884845-executivos-organizam-partido-que-promete-gestao-empresarial.shtml
ResponderExcluirCaro samuel. Nao importa o cargo, "clerk" ou nao "clerk". O que realmente importa e' que nao devemos fazer ilacoes sem provas um pouco alem das circunstanciais. O que estao fazendo por aqui e' o linchamento do Santander (onde alias nao tenho conta nem conheco ninguem).
ResponderExcluirSeu comentario agressivo nao acrescenta nenhum elemento novo. Alias, inclusive o proprio Rodrigo se absteve de retrucar 'a minha ultima observacao. Opinioes sem qualquer base factual estao sendo assumidas como verdades evidentes. Isso e' tipico de teoristas conspiratorios da esquerda, nao de conservadores serios. Sugiro a leitura da Epoca Negocios, site de facil acesso, para uma analise que lanca outro tipo de luz 'a questao. Que e' tao correto (ou incorreto) quanto 'a versao apresentada aqui neste blog, e tao alegremente comprada por voce.
O dia em que recorrermos 'as armas da esquerda, perderemos a forca moral.
Abc.
Veja o lema desse partido "Pense no Brasil como uma empresa".
ResponderExcluirNota-se que eles já começaram cometendo o erro básico de todo administrador: confundir país com empresa. Daqui a pouco irão falar em protecionismo como forma de "proteger" empregos brasileiros...
G.S
As duas últimas entrevistas que assisti com o presidente do Santander Brasil o sujeito falou EXCLUSIVAMENTE sobre meio-ambiente, "sustentabilidade" e temas afins, o que dá para medir o quão oportunistas e sem-vergonhas são esses pilantras. O mais inacreditável é que tem muita gente supostamente boa que se baba com esse discurso idiota, ao ponto de esquecer que este Defensor de Gaia é o mesmo que nos rouba 14% de juros no cheque especial...Deve ser o Custo Sustentabilidade.
ResponderExcluirSobre esse novo partido (partido novo):
ResponderExcluirNão creio que seja uma boa idéia levar ao setor público os modelos da administração privada. Já foi tentado na reforma administrativa de 1998 e vem sendo feito, mas os resultados são duvidosos.
O Estado tem outra natureza e estrutura, não visa lucro e exerce o jus imperi (poder de mando) sobre a sociedade, ao contrário da iniciativa privada.
Penso que deve ser "cada qual no seu cada qual", mas com um Estado enxuto e um maior campo para a atuação da livre iniciativa. Ao Estado as funções típicas de Estado e os serviços básicos de Estado; à iniciativa privada, a exploração da atividade econômica e a complementação das atividades do Estado em educação e saúde.
São perspectivas, objetivos e modus operandi (na atuação e no financiamento) totalmente diferentes.
Assim como o Estado não deve substituir a iniciativa privada, esta não deve substituir aquele.
ResponderExcluir"O Estado pode facilitar, encorajar e até mesmo impor a quase toda a população a necessidade de aprender os pontos mais essenciais da educação" (Adam Smith)
ResponderExcluir“...a educação, portanto, é uma dessas coisas que é admissível, em princípio, ao governo ter de proporcionar ao povo. Trata-se de um caso ao qual não se aplicam necessária e universalmente as razões do princípio da não-interferência [...] É pois um exercício legítimo dos poderes do governo impor aos pais a obrigação legal de dar instrução elementar aos filhos.” (John Stuart Mill)
ResponderExcluirE quem define o que é educação elementar? O próprio governo?
ResponderExcluirPor causa dessas coisas eu to quase virando anarquista
ntsr
Seu blog e muito bom, mas nesse caso voce passa bem longe dos fatos e planta algo que nao passa de fofoca.
ResponderExcluirVoce e analista de mercado... Quantos relatorios do Alex voce recebia por mes? Como eram essas analises quando compradas com outras de economistas de outros bancos? Quem realmente tocava o trabalho serio no banco? Se nao sabe essas respostas, voce e so corporativista, como os deputados e servidores públicos que tanto critica.
O Alex foi beneficiado pela gestao Lula, nao prejudicado. Muito se admitiu dele, o que nao se faria por outro, só por ele ter sido diretor do bacen no primeiro governo Lula.
Art.
"CTO" Anonimo
Tomei o cuidado de mandar um email para ele antes, e confirmar o motivo da sua saída.
ResponderExcluir9:00 AM
Pergunta se quem demitiu, ou trabalhava por ele, concorda com essa versao.
Va no blog dele... cantei o clima antes do ocorrido (debates entre o O e o Adolfo)
CTO Anonimo
Capitalismo é quando o Banco do Brasil paga 4 bilhões na caderneta de fiado de carro velho do Votorantim?
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