Idéias de um livre pensador sem medo da polêmica ou da patrulha dos "politicamente corretos".
segunda-feira, abril 04, 2011
Fanatismo religioso x Filosofia
Rodrigo Constantino
Acabo de ver e recomendo o filme "Alexandria" (Ágora), com Rachel Weisz, que retrata a vida de Hipátia, uma filósofa que viveu no século IV, durante a consolidação de poder pelos cristãos no Império Romano em decadência. O filme mostra de forma tocante o embate entre a filosofia e o fanatismo religioso, a luz e a escuridão, a busca pelo conhecimento e a estupidez.
Em certo momento do filme, quando a pressão para que Hipátia se converta ao cristianismo fica insuportável, ainda assim ela se nega, sabendo que isso pode representar sua morte (de fato, ela foi assassinada de verdade e há indícios de que isso teve ligação com suas crenças e o fanatismo que reinava na época, sob a liderança religiosa de Cirilo).
Ela diz: "Quem acredita sem questionar, não acredita. Eu preciso questionar". E não é este o grande abismo entre aqueles que estão sempre questionando e procurando respostas, e os outros que juram saber "A Verdade" por meio de alguma revelação divina ou escritura "sagrada"? Quanto mal o fanatismo religioso trouxe ao mundo...
E não devemos esquecer que o Cristianismo não foi diferente das demais seitas religiosas. Hoje, após o Iluminismo ter colocado para escanteio os cristãos mais fanáticos, muitos ficam chocados com o atraso daqueles islâmicos bárbaros. Mas não custa lembrar que os ignorantes que pregavam o Cristianismo não eram muito diferentes no passado. O que me remete ao pensamento de John Stuart Mill sobre o assunto:
"Que os cristãos, cujos reformadores pereceram na masmorra ou na fogueira como apóstatas ou blasfemos - os cristãos, cuja religião exala em cada linha a caridade, liberdade e compaixão... que eles, depois de conquistar o poder de que eram vítimas, exerçam-no exatamente da mesma maneira, é demasiado monstruoso."
Vejam o filme. Vale a pena!
É uma pena que o cristianismo tenha se distanciado tanto de suas raízes judaicas.
ResponderExcluirBom dia Rodrigo!
ResponderExcluirO fato de uma religião ou idealismo ter praticado crimes há séculos, não impede hoje eles rejeitarem com todas as suas forças crimes cometidos por quem quer que seja no presente. O que não é aceitável um ideologo ou religioso criticar a atitude de alguem no palanque e nos bastidores fomentar a violência. abs
Que fique claro que quem recita mitos iluministas, já refutados pela historiografia moderna, é o filme.
ResponderExcluirUm artigo sobre as muitas incorreções: http://decentfilms.com/articles/agora
Um outro artigo, muito bom (e bastante longo), escrito por um ateu, desmascarando todos os erros do filme: http://armariummagnus.blogspot.com/2009/05/agora-and-hypatia-hollywood-strikes.html
Para quem se interessa por História de verdade, e não por mera torcida organizada ideológica, vale a pena ler.
"Que fique claro que quem recita mitos iluministas, já refutados pela historiografia moderna, é o filme".
ResponderExcluirComo se diz aqui na Bahia, mata a cobra e mostra o pau.
Quem seriam os tais iluministas 'desmascarados' pela historiografia moderna e PQ estariam desmascarados.
Embora existam sim os q se utilizem de pensamentos surrados(como o da tal "luta de classes") como lente para ver a história, existem fatos q comprovadamente vão de encontro ao q muitos dos q crêem pensam, por ex(e olha eu sou uma q crê, sou cristã e origens cristãs). E assim como a história de Hipatia é (infelizmente) História(com "H" maiúsculo), muitas atrocidades foram cometidas pelo cristianismo(assim como o foi o próprio islã, etc) durante a história, tudo isso com provas fartamente documentadas, a despeito da birra dos q não querem enxergar q nem sempre a igreja deles foi "santa". A frase de Stuart Mill é aterradoramente verdadeira, e deve servir para q os cristãos vejam os erros do passado, verem o qto de sangue foi derramado, qtas vidas foram destruídas, tudo em nome de uma crença, de um modo de crer q se pretendia IMPÔR para TODOS e se esforcem mais para q tais coisas abjetas sejam tão somente amargos registros do passado da igreja q se diz noiva de Cristo. Q as duras lições da história sejam apreendidas e aprendidas não apenas pelos cristãos, mas por TODA a humanidade, para q não se repitam novamente.
Cristo ensinou coisas maravilhosas. Se ao menos todos os cristãos tentassem praticar o amor ao próximo, já seria um bom começo. Se todos praticarem, além disso, o respeito recíproco, a lealdade, a honestidade, fideldade, honradez, etc,etc,etc, será melhor ainda.
Amauri,
ResponderExcluirpelo q entendi do texto, o q Rodrigo quis dizer é q atualmente, todos - inclusive os próprios cristãos - se sentem chocados com as atrocidades do islã e outras crenças tb "bárbaras", mas q, em outros tempos, tais atrocidades eram aceitaveis em nome da fé, por gente tão cristã qto muitos de hj - numa versão ainda mais dantesca e cruenta da famosa divisa de Machiavel.
E mesmo hj em dia, existem os mais "maluquinhos"(para dizer o mínimo!) q defendam a volta da INQUISIÇÃO. Se existe esse povo no meio dos cristãos, imagina só como não deveria ser naqueles tempos aonde a própria inquisição mandava e desmandava...
Claro q os cristãos - assim como todos em geral - tem o direito(diria q um dever) de se indignar com atrocidades alheias(o q é supernatural do ser humano), o q se constitui um ponto para os cristãos, o q é um sinal de q o próprio cristianismo se encaminha para uma humanização dos próprios ensinamentos(coisa q nunca acontecerá ao islã, por ex, se continuar do jeito q está - e do jeito q É). Mas q existe um histórico bem desfavorável ao cristianismo em geral, ah, sim, existe(torturas, mortes em massa, inquisição, censura à ciência q "ousasse" desafiar o seu poder com descobertas q desmascaram seus dogmas, censura às artes - nem a ópera escapou, os índices de livros proibidos - uma bazófia sem tamanho, massacres, massacres e mais massacres, e inúmeras outras coisas mais). E tudo pq, ao longo de séculos, se desviou dos ensinos daquele q dizia ser seu mestre, trocando-os pela ambição de poder, fazendo de tudo para se apossar e manter o poder.
É preciso admitir q atrocidades foram cometidas para q evite-se q se repitam. Negar, e tomar aquela atitude de avestruz não resolve nada. É preciso encarar a verdade, mudar o rumo das próprias atitudes(como faz qualquer pessoa sensata) corrigir tais erros - os q puderem ser corrigidos(e encarar de frente as consequências dos mesmos) e seguir em frente.
E ainda procuro entender o pq do uso do termo "torcida organizada ideológica".
ResponderExcluirÉ muito fácil jogar pedra na igreja, inclusive esse é um dos passatempos da esquerda intelectualóide comunista
ResponderExcluirEu não jogo pedras com base na facilidade, e sim com base no critério de quem acho que merece. Apenas isso.
ResponderExcluirE o fato de meu inimigo atacar um outro possível inimigo meu, não o torna meu amigo.
Respeito as religiões, desde que sejam colocadas em sua devida esfera particular. E abomino fanatismos.
Apologia da depredação: "E nós cortaremos tanta madeira no Líbano, quanta houveres mister." (2 Crônicas 2,16)? É ou não é um livro criminoso? Imagine se todo mundo leva-se alguns trechos da bíblia ao pé da letra...
ResponderExcluirCaro Rodrigo, a fé é capaz de guiar a vida de um homem. Se ele tem fé, ele expressará isto através de atitudes, se moverá segundo a sua fé. A fé cristã está baseada naquilo que Cristo disse, nas epístolas neotestamentárias, bem como em toda a Escritura interpretada à luz da Nova Aliança. O que as religiões fazem de horrendo e cruel não está baseado na pura fé Cristã. As religiões se movem segundo interesses políticos e ganâncias humanas; estas são capazes de influenciar os homens e lhes obscurecer a própria fé - ou lhes inferir uma fé contaminada - e uma vez influenciados, os homens são capazes de matar, doar os bens, maltratar pessoas e cometer atrocidades. Estas coisas aconteceram porque faltaram cristãos legítimos e iluminados pelas verdadeiras palavras de Cristo. O que não faltou na História foram sistemas religiosos contaminados e corrompidos. E sempre haverão. Até a volta de Cristo.
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