Ricardo Noblat, O GLOBO
Imaginem a seguinte cena: em campanha eleitoral, o deputado Jair Bolsonaro está no estúdio de uma emissora de televisão na cidade de Pelotas. Enquanto espera a vez de entrar no ar, ajeita a gravata de um amigo. Eles não sabem que estão sendo filmados. Bolsonaro diz: "Pelotas é um pólo exportador, não é? Pólo exportador de veados..." E ri.
A cena existiu, mas com outros personagens. O autor da piada boçal foi Lula, e o amigo da gravata torta, Fernando Marroni, ex-prefeito de Pelotas. Agora, imaginem a gritaria dos linchadores "do bem", da patrulha dos "progressistas", da turma dos que recortam a liberdade em nome de outro mundo possível... Mas era Lula!
Então muita gente o defendeu para negar munição à direita. Assim estamos: não importa o que se pensa, o que se diz e o que se faz, mas quem pensa, quem diz e quem faz. Décadas de ditaduras e governos autoritários atrasaram o enraizamento de uma genuína cultura de liberdade e democracia entre nós.
Nosso apego à liberdade e à democracia e nosso entendimento sobre o que significam liberdade e democracia são duramente postos à prova quando nos deparamos com a intolerância. Nossa capacidade de tolerar os intolerantes é que dá a medida do nosso comprometimento para valer com a liberdade e a democracia.
Linchar Bolsonaro é fácil. Ele é um símbolo, uma síntese do mal e do feio. É um Judas para ser malhado. Difícil é, discordando radicalmente de cada palavra dele, defender seu direito de pensar e de dizer as maiores barbaridades.
A patrulha estridente do politicamente correto é opressiva, autoritária, antidemocrática. Em nome da liberdade, da igualdade e da tolerância, recorta a liberdade, afirma a desigualdade e incita a intolerância. Bolsonaro é contra cotas raciais, o projeto de lei da homofobia, a união civil de homossexuais e a adoção de crianças por casais gays.
Ora, sou a favor de tudo isso - e para defender meu direito de ser a favor é que defendo o direito dele de ser contra. Porque se o direito de ser contra for negado a Bolsonaro hoje, o direito de ser a favor pode ser negado a mim amanhã de acordo com a ideologia dos que estiverem no poder.
Se minha reação a Bolsonaro for igual e contrária à dele me torno igual a ele - eu, um intolerante "do bem"; ele, um intolerante "do mal". Dois intolerantes, no fim das contas. Quanto mais intolerante for Bolsonaro, mais tolerante devo ser, porque penso o contrário dele, mas também quero ser o contrário dele.
O mais curioso é que muitos dos líderes do "Cassa e cala Bolsonaro" se insurgiram contra a censura, a falta de liberdade e de democracia durante o regime militar. Nós que sentimos na pele a mão pesada da opressão não deveríamos ser os mais convictamente libertários? Ou processar, cassar, calar em nome do “bem” pode?
Quando Lula apontou os "louros de olhos azuis" como responsáveis pela crise econômica mundial não estava manifestando um preconceito? Sempre que se associam malfeitorias a um grupo a partir de suas características físicas, de cor ou de origem, é claro que se está disseminando preconceito, racismo, xenofobia.
Bolsonaro deve ser criticado tanto quanto qualquer um que pense e diga o contrário dele. Se alguém ou algum grupo sentir-se ofendido, que o processe por injúria, calúnia, difamação. E que peça na justiça indenização por danos morais. Foi o que fizeram contra mim o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Mas daí a querer cassar o mandato de Bolsonaro vai uma grande distância.
Se a questão for de falta de decoro, sugiro revermos nossa capacidade seletiva de tolerância. Falta de decoro maior é roubar, corromper ou dilapidar o patrimônio público. No entanto, somos um dos povos mais tolerantes com ladrões e corruptos. Preferimos exercitar nossa intolerância contra quem pensa e diz coisas execráveis.
E tudo em nome da liberdade e da democracia...
Rodrigo, o programa do CQC apresenta em sua abertura simbolos maçonicos muito bem visíveis com a PIRAMIDE QUE TUDO VÊ
ResponderExcluirQuero deixar patente isto aqui. Vivemos sob o domínio da NOM - ESTADO FASCISTA , COMUNISTA OU NAZISTA, ninguém sabe, cujo objetivo é DOMINAR O MUNDO TODO
Este prograam CQC é mais um dos programas MANIPULADOS pela corja que tenta nos dominar
Não me refiro aos maçons do BEM- mas os do mal, que em sua maioria ocuam as lojas inglesas e francesas
Excelente texto! Devemos ser a favor da defesa do indivíduo contra a violência.Mas criminalizar a opinião de quem quer que seja já é caminho para um estado totalitário e nazista!!!
ResponderExcluirRodrigo, viu que mais um comunista foi pego roubando dinheiro público?
ResponderExcluirhttp://g1.globo.com/parana/noticia/2011/04/ziraldo-e-condenado-por-ma-administracao-de-dinheiro-publico.html
Criticam tanto a suposta imoralidade do enriquecimento no capitalismo mas não deixam passar uma oportunidade de se enriquecer as custas do dinheiro publico
O Bolsonaro somente disse aquilo que quase todo mundo tem vontade de dizer e não tem coragem para ficar bem na fita e ser politicamente correto.
ResponderExcluirVejam notícia abaixo:
Sorpresa en Brasil negros y mulatos son genéticamente hasta un 80% más europeos que africanos o índios
O El País publicou na edição de ontem uma reportagem intitulada: “Surpresa no Brasil: negros e mulatos são geneticamente até 80% mais europeus que africanos ou índios”. É o resultado de uma pesquisa científica feita com base em análise de DNA, totalmente comprovada.
Veja a notícia:
Sorpresa en Brasil: negros y mulatos son genéticamente hasta un 80% más europeos que africanos o índios. El estudio sobre un millar de personas demuestra también que la contribución africana es también mayor que la indígena que no supera el 10% . – JUAN ARIAS – Río de Janeiro – 19/02/2011
Un estudio científico, coordinado por Sérgio Danilo Pena, catedrático de la Universidad Federal de Minas Gerais (UFMG) ha cogido por sorpresa a los brasileños. Contra lo que se pensaba hasta ahora, negros y mestizos, cuyo porcentaje entre los 190 millones de ciudadanos ha superado ya el 52% de la población, tienen un ADN mucho más europeo que africano o indio.
El estudio, que ha analizado genéticamente a un millar de personas desde Belem a Porto Alegre, demuestra que la ascendencia europea nunca es inferior. De media es del 60% y en muchos casos alcanza un 80%. La contribución africana es, sin embargo, mayor que la indígena que no supera el 10%.
Según Pena, el estudio revela que a pesar de las enormes diferencias regionales de Brasil, casi un continente, “la ancestralidad de los brasileños acaba siendo muy uniforme entre blancos, negros y mestizos”. Según el catedrático, “la sorpresa y el mensaje del estudio es que genéticamente Brasil es mucho más homogeneo de lo que se esperaba”.
Para analizar el genoma del muestrario, los investigadores, cuyo trabajo completo aparece en la revista Plos One, se valieron de un conjunto de 40 variantes de ADN, los llamados indels, es decir, pequeños trechos de letras químicas del genoma que a veces sobran o faltan en el ADN de la persona. Dependiendo de la combinación de estos indels en el genoma de un individuo, es posible estimar la proporción de sus ancestros, llegados de cada continente.
Según los realizadores del estudio, la combinación entre emigración europea desde el siglo XVI y los matrimonios de hombres blancos con mujeres indias y negras, generó una población en la cual la apariencia física tiene poco que ver con los ancestrós de dichas personas. Lo que ocurre, y ha podido llevar al error es que los genes del color de la piel o del pelo, por ejemplo, son muy pocos, una parte casi despreciable de la herencia genética, a pesar de que su efecto sea muy visible y evidente.
Algunos comentaristas han querido enseguida- quizás de forma demasiado precipitada e imaginativa- ver en el estudio reflejos en los gustos de los brasileños, no sólo de los blancos sino tambien de los negros y de los pardos, cuyo sueño casi unánime es el de “visitar una vez Europa”, mucho más que Africa, por ejemplo.
Conclusão: Graças a Deus a ciência não olha para o cientista e sim para o resultado e por isso é a prova de fraude e com o tempo a desvenda e coloca esses macacos interesseiros nos devidos lugares. Contra comprovação científica, não há argumentos! E agora, o que vamos fazer com os cotistas que tomaram injustamente os lugares dos brancos que foram aprovados com notas maiores no vestibular para a universidade e perderam direito às suas vagas devido a uma politicagem racista chamada cota racial?
Mais informações vide link:
http://www.plosone.org/article/info%3Adoi%2F10.1371%2Fjournal.pone.0017063
e leia o artigo: “The Genomic Ancestry ...”
Obs.: Estudo científico, coordenado por Sérgio Danilo Pena, catedrático da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Interessante reportagem e pesquisa. Só achei estranho uma coisa que não foi pesquisada: quanto de africanos e índios tem os brancos do brasil. Por que não pesquisaram isso também?! Estranho né...! Por que pesquisar amostras de negros e indíos e não de brancos?! A quem interessa uma pesquisa que mostra apenas um lado da história?!
ResponderExcluirAbraços
Kelvin