sexta-feira, julho 13, 2012

Quem precisa de crescimento?


Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal

Confesso que acordei um tanto sombrio hoje. Deve ser o clima, com essas nuvens carregadas. Ou talvez seja a sexta-feira 13. Sei lá. O que sei é que minha paciência, normalmente elevada, chegou ao limite e explodiu. Portanto, data venia, mas não posso ficar calado diante das novas afirmações de nossa ilustre “presidenta”.

Dilma disse: "Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para as suas crianças e adolescentes, não é o PIB". Não é lindo isso? Não obstante o mistério de o que exatamente este governo tem feito de bom para nossas crianças e adolescentes, resta descobrir como será o futuro deles se a economia ficar estagnada.

Mas eis o que realmente revira meu estômago: não era este o governo que ainda há pouco se vangloriava porque nosso PIB ultrapassara o do Reino Unido? O governo dança conforme a música. A presidente cada vez mais se parece com seu antecessor, o Zelig, o camaleão humano que sabe se adaptar para qualquer público e ocasião. Haja cara-de-pau!

O Secretário de Política Econômica do Ministério das Finanças, Márcio Holland, pede paciência. Como eu disse no começo, a minha se esgotou. Para o economista, existe crescimento acima de 7%, mas sem democracia, sem estabilidade e com má distribuição de renda. Ora, ora, temos vários casos com crescimento bem maior que o nosso, com democracia e maior estabilidade, como o Chile ou países asiáticos.

Além disso, resta descobrir onde estão a grande estabilidade e a boa distribuição de renda no Brasil. À democracia eu concedo o benefício da dúvida, mas quando se trata do PT é sempre bom estar alerta. Ela tem resistido, a duras penas, a despeito do PT, e não por causa dele.

Acordei sombrio, dizia eu. Pensei na excelente coleção dos “reis malditos”, de Maurice Druon, uma vez que a superstição com a sexta-feira 13 pode ter ligação com o extermínio dos Cavaleiros Templários a mando de Felipe O Belo, no começo do século 14.

No livro, o autor coloca no Grão-Mestre dos Templários, Jacques DeMolay, as últimas palavras que amaldiçoaram seus algozes: “Eu convoco vocês ao Tribunal dos Céus antes do término deste ano!” Não chego a tanto. Mas convoco este governo ao tribunal dos dados econômicos objetivos até o final do ano!    

6 comentários:

  1. Sonia4:00 PM

    Entendo a presidente. Ela esta certa. Nossa nacao eh medida pelo que foi feito pelas criancas e adolescentes. Acho que ela esta se referindo as criancas abandonadas que circulam pelas ruas e as que trabalham para ajudar suas familias. E os adolescentes que se prostituem e se drogam, ou que se transformam em bandidos, por falta de estudo e trabalho.
    Por isso pode-se dizer que nossa nacao eh grande, mas em atraso, em sub desenvolvimento, em imoralidade, etc...

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  2. Anônimo11:24 AM

    Tenho a curiosidade de saber o que os libertários pensam a respeito de equidade. Não vejo nenhum comentar sobre o conceito. A economia básica diz que existe um tradeoff entre eficiência e equidade e aquele blablabla todo. Os libertários pensam que a equidade deve ser totalmente ignorada? É isso mesmo? Não estou sendo de forma alguma irônico. Realmente não conheço muito as idéias libertárias. Pergunto com o objetivo de conhecer.

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  3. A equidade é muito importante para os liberais. Aquela que diz que todos são iguais PERANTE AS LEIS.

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  4. Anônimo6:53 PM

    Perante as leis e as oportunidades!

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  5. Oportunidades iguais já é algo tão utópico (e mesmo socialista) quanto resultados iguais. Explico: quem nasceu em família mais esclarecida ou rica, terá melhores oportunidades. Pode ser que não saiba usá-las bem, enquanto alguém mais humilde faz limonada do limão. Mas sem dúvida há mais oportunidade para quem pode viajar pelo mundo, criar uma ampla rede de contatos na elite, receber boa base em casa etc.

    Logo, o que liberais podem falar é MELHORES oportunidades para todos e igualdade perante as leis.

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  6. Anônimo4:58 PM

    Mas é lógico que oportunidades iguais = um mínimo de chance a todos. O problema de certos liberais é achar que todos já têm pelo menos uma bela limonada à mão qdo precisam. Isso é utopia.

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