Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
Não
quero falar do voto de Ricardo Lewandowksi que absolve o petista João Paulo
Cunha, nem das greves dos “servidores” públicos que assolam o país. Hoje é
sexta-feira e de sol aqui no Rio. Falemos de algo melhor. Falemos de Nelson Rodrigues,
que nessa quinta faria um século de vida.
Nada
como a morte para tornar alguém querido por todos. É no mínimo curioso ver até
gente da esquerda elogiando tanto nosso “reacionário” dramaturgo. Ah, se ele
estivesse vivo... O fato é que Nelson jamais deu trégua para seus colegas da
esquerda. Era paulada atrás de paulada, sempre com seu humor ácido. A canalha
fala bem dele só porque agora ele não está mais aqui para detonar suas
baboseiras “politicamente corretas”. Então façamos nós isso, resgatando algumas
de suas célebres tiradas:
"Repito que o socialismo é todo um
processo de desumanização."
"Daí o meu horror à medicina socializada.
Vocês entendem? A socialização cria uma responsabilidade difusa, volatilizada,
que não tem nome, nem cara, nem se individualiza nunca."
"O socialista que se diz anti-stalinista
é, na melhor das hipóteses, um cínico. Os habitantes do mundo socialista, por
maior que seja o seu malabarismo, acabarão sempre nos braços de Stalin. Admito
que, por um prodígio de boa-fé obtusa, alguém se iluda. Não importa. Ainda esse
é stalinista, sem o saber."
"Quem é a favor do mundo socialista, da
Rússia, ou da China, ou de Cuba, é também a favor do Estado Assassino."
"Se me perguntarem qual a fatalidade de nossa época, responderia que são as esquerdas."
"O nosso homem de esquerda bate papo e só. Mas não sai do Leblon, não larga a praia e, à noite, vai para o Antonino's, gozar a sua boêmia ideológica."
"Há sujeitos, no Brasil, que não estão de quatro e urrando no bosque, porque há os Estados Unidos. Xingar essa pobre nação é uma maneira de ser inteligente sem ler, sem escrever, sem pensar."
Por fim, uma de minhas preferidas:
"Por que D. Hélder não vai rezar três Aves Marias e seus Padres Nossos para os seringueiros cegos, surdos e mudos? Ah, porque sem o ódio ao americano, nenhuma miséria é promocional, e não rende primeira página, nem manchete, nem entrevista, nem televisão."
"Eu amo a juventude como tal. O que eu abomino é o jovem idiota, o jovem inepto, que escreve nas paredes "É proibido proibir" e carrega cartazes de Lenin, Mao, Guevara e Fidel, autores de proibições mais brutais."
ResponderExcluirRodrigo, o seu post me lembrou o pessimismo para com o capitalismo das grandes empresas demostrado por Weber ou Schumpeter por exemplo, quando se mostravam pessimistas por um lado, mas a favor do desenvolvimento que essas empresas promovem, a diferença é que vc coloca o problema no governo, eles colocavam o problema na burocracia (mas não necessariamente governamental). Você poderia fazer um post pra eu entender o que é que pega na relação entre Schumpeter e o liberalismo ou a escola austriaca. Sei que o mesmo era a favor do crédito para empresas promoverem o desenvolvimento, o que vai contra o pensamento liberal, mas em varios pontos eles concordam. Schumpeter mesmo era austriaco e admirava Menger, mas acho que acho que ele gostava mais de Schmoller né, que era da escola históricista ok. De qualquer forma a critica de Schumpeter contra a grande empresa é bem interessante.
ResponderExcluirFeliz lembrança Rodrigo!
ResponderExcluirMinha salva de palmas para ambos.
A frase mais famosa de Nelson Rodrigues é "toda a unanimidade é burra". Pelo conceito dele sobre a esquerda, ele mostra que sua frase está correta e que a admiração a ele, que é unânime, é burra. Grande Nelson Rodrigues.
ResponderExcluirNelson é eterno!
ResponderExcluirA tirada sobre o Arcebispo Vermelho eu não conhecia.
ResponderExcluirDe primeirissima qualidade!