Rodrigo
Constantino, para o Instituto Liberal
Lady
Gaga está em um “bad romance” com a pobreza carioca. No Rio para um show, a
cantora, cercada de seguranças, foi visitar a favela de Cantagalo e jogou bola
descalça com as crianças. Ela ganha a imagem de descolada e sensível, as
crianças ganham... o que mesmo? Alguns podem dizer “autoestima”, mas há
controvérsias. O “romance” parece desigual. Na verdade, parece exploração da
miséria alheia para autopromoção.
A
esquerda caviar adora enaltecer as favelas como se fossem cool, como se a pobreza fosse charmosa. Uma elite culpada olha para
os guetos como verdadeiros “zoológicos” humanos. Os gringos fazem um “safári”
pelos morros cariocas, tiram fotos, e mostram para os amigos sua “aventura”
depois. Como ninguém é de ferro, retornam para a civilização em seguida. Não
parece hipocrisia?
Joãozinho
Trinta acertou na mosca quando disse que intelectual é que gosta de pobreza,
pois pobre gosta mesmo é de luxo. A autora Glória Perez, por exemplo, vem
pintando um quadro positivo das favelas em sua novela “Salve Jorge”, elogiando
inclusive o baile funk como um programa de família. Mães e filhos dançam
juntos, uma coisa linda! Achar aquilo vulgar e de baixo nível é coisa de gente
preconceituosa.
Eu,
que sou preconceituoso, abomino o funk e acho aquilo deprimente para crianças. Penso
também que a imensa maioria dos favelados adoraria poder se hospedar uma noite
no hotel cinco estrelas na beira do mar em Ipanema, trocando de lugar com Lady
Gaga ou Glória Perez. Mas o que seria dos intelectuais e artistas sem os
favelados? Como eles fariam para conquistar a imagem de descolados altruístas?
Em
tempo: esta valorização da periferia chegou ao Enem. Uma reportagem de O Globo mostra que várias questões abordaram,
com viés ideológico, o uso de termos coloquiais na linguagem. Para a esquerda
festiva, falar errado é o certo. Falta coragem a esta turma para chamar a
ignorância pelo nome.
"Abomino o funk"? Qual o seu problema? Ok nao gostar, nao apreciar a musica, o ritmo, a danca, as letras... mas pq abominar algo que faz parte da cultura do seu pais e mesmo voce nao gostando tem sim uma riqueza cultural, e posso dizer com propriedade, uma sofisticacao ritimica que no minimo merece o respeito. Sei que deve ser dificil pra vc, mas deixa um pouco de lado sua arrogancia, vista-se por alguns minutos com um pouco de humildade e reflita se é esse o tipo de mensagem que voce quer passar para os seus leitores.
ResponderExcluirÉ exatamente o tipo de mensagem que quero passar. Meninas de 13 anos rebolando até o chão seminuas cantando letras sobre sexo vulgar é algo bem abominável para quem não perdeu o juízo ainda e não aceita ser pautado pelo politicamente correto.
ResponderExcluirSe isso é cultura...
Acrescento ao que o Rodrigo escreveu que mesmo musicalmente esse "funk" carioca é sofrível. Nada a ver com Wilson Pickett, James Brown, The Meters, JB's e muitas outras bandas que faziam funk de verdade, com bateria, guitarras, baixo, metais e vocais inspirados. Essa merda que fazem no Rio nem música pode ser considerada.
ResponderExcluirA pobreza é linda, por isso o governo precisa empobrecer os mais ricos até que se tornem iguais aos favelados. Entretanto não basta reduzir a sua riqueza, é necessário também que esses se comportem como favelados e falem como favelados.
ResponderExcluirFunk é a apologia da ignorância e da vulgaridade. O que faz de melhor é igualar qualquer mulher a uma macaca no cio.
ResponderExcluirFala tanta abobrinha assim, só como anônimo mesmo...
ResponderExcluirEssa 'Lady' é uma gagá. E como tal, não pode deixar de ser politicamente correta, pois não é capaz de análise critica. Como um individuo gagá, é natural seguir o rebanho que a alimenta.
ResponderExcluirAbrs!
Marcia
Ah! O quanto me lembro do profeta Ortega y Gasset. A massa avassaladora se equipara às hordas tártaras. O cidadão do comentário lá de cima gostaria que Mozart tivesse estudado música para um concerto solo de berimbau.
ResponderExcluirÓbvio que a maioria dos favelados gostariam de sair de lá mas a favela também não é um lugar triste. Eu trabalho na Rocinha e as pessoas de lá vivem, cantam, se divertem. E tem muitos comerciantes da Rocinha que tem mais dinheiro que moradores do asfalto, que não querem sair da Rocinha. Favela não é só bandido, crime e miséria. Tem um outro lado também. Os favelados não ficam 24 horas se lamentando por uma vida melhor. Não vejo nada demais na novela mostrar o lado positivo das favelas cariocas. Abandone um pouco sua casa e seus livros e veja como é a realidade da vida.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO futuro da liberdade está no mar
ResponderExcluirRodrigo, tudo bem que vc não goste de funk e ache aquilo tudo vulgar. Opinião é opinião. Agora, o pessoal da favela só tem essa opção de diversão. E pergunta se eles gostam. Adoram. Pergunta se foi a Glória Perez que estimulou-os a frequentar baile funk. Claro que não. Faz parte do ambiente deles. Do dia a dia. O que a Gloria Perez faz é apenas mostrar uma realidade. Um recorte da realidade. O juízo de valor quem faz somos nós. E no mais as pessoas têm a liberdade de mudar de canal e os "funkeiros" de frequentarem outras baladas.
ResponderExcluirFora isso, belo texto.
abs
Deletei a minha mensagem acima porque estava grande. Peço desculpas. É que eu tinha copiado e colado, de qualquer jeito, um material do meu computador, e ficou enfadonho. Eu tinha mencionado o depoimento de Hélio Luz, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, que ilustra a mecânica perversa de segregação que faz gente preferir barro de favela a asfalto. Tem no Youtube e recomendo. É um problema grave que não pode ser acomodado pelo relativismo. Tem que ser provocado. O baile funk carioca é estreitamento, agenda política.
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