sábado, maio 25, 2013

Austeridade sim, ora pois!


Rodrigo Constantino

Deu no GLOBO: Milhares de portugueses foram às ruas neste sábado, pedindo a renúncia do governo cujas políticas de austeridade na opinião deles exacerbam a recessão no país. “Fora governo” e “Contra a exploração e o empobrecimento” eram algumas das frases dos manifestantes, no ato convocado pelo principal sindical nacional, a Central Geral dos Trabalhadores de Portugal (CGTP).

- Temos de fazer o que for possível para nos livrar desse governo — disse o secretário-geral da entidade, Armênio Carlos.

Na opinião dos manifestantes, as medidas de austeridade “punem os pobres, mas beneficiam os ricos”. O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho era chamado de “ladrão” pelos manifestantes, entre eles servidores públicos, desempregados e aposentados.

   - Viemos a Lisboa dizer ‘chega’. O governo está cortando tudo, até as pensões —disse Antônio Amoreira, da cidade do Porto.

Pesquisa publicada neste sábado no jornal “Público” mostra que 57% dos portugueses desejam a dissolução do Parlamento e novas eleições.

As medidas de austeridade anunciadas no início de maio geraram revolta no país, entre elas a aposentadoria só aos 66 anos, e não aos 65 como hoje, o corte de 30 mil empregos no funcionalismo e a redução da carga horária (e dos salários) de funcionários públicos de 40 horas semanais para 35 horas.

A economia portuguesa recebe desde maio de 2011 um pacote de € 78 bilhões da União Europeia, mas em troca o governo se comprometeu a tomar medidas de austeridade. Neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) português deve encolher 2,3%. O desemprego, por sua vez, deve chegar ao recorde de 18,2%.

Comento: Entendo o sofrimento de nossos queridos patrícios, mas tomem muito cuidado com os sindicatos e com os funcionários públicos. Eles estão a manipular a opinião pública, revoltada com a situação ruim, mas sem a devida compreensão dos problemas. Não adianta culpar os ricos, tampouco é certo transformar o conceito de austeridade em palavrão. O inchaço do governo é o grande responsável pelos problemas, e não é possível ignorar isso para sempre. A escolha dura que os portugueses têm a fazer é sofrer agora e garantir um futuro melhor para os filhos e netos, ou postergar os ajustes necessários e ampliar a dor futura. Fingir que não existe tal escolha é escolher a segunda opção. Os sindicatos vão celebrar no primeiro momento, preservando suas regalias; os funcionários públicos vão continuar gozando de privilégios; o desemprego não vai aumentar no curto prazo. Mas tudo depois será muito pior, com mais desemprego ainda, mais recessão, mais sofrimento. Que os colegas de Portugal saibam tomar a decisão acertada e evitar o sensacionalismo dos políticos demagogos e dos sindicatos poderosos. 

13 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Estou em Évora/Portugal e essa crença nos sindicatos, nos socialistas e até nos comunistas é muita intensa aqui, pelo que percebo. Há muitas placas de propaganda do partido comunista espalhadas pela cidade e, diariamente, vejo carros alugados pela CGTP a fazer propaganda. Tenho medo que a esquerda entre novamente no poder! Essa é a melhor altura para eles propagarem as suas mentiras. Infelizmente, não vejo muitas vezes o PSD e o CDS, que são os partidos "de direita", responderem à altura.
    Faz muita falta, assim como faz no Brasil, um partido explicitamente liberal.

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  3. Anônimo10:53 AM

    Desculpa fugir do assunto da notícia, mas não achei outro local para falar de uma notícia que colocarei aqui.

    Olha o retrocesso que querem fazer no Brasil:

    http://oglobo.globo.com/pais/partidos-querem-criar-410-novos-municipios-no-pais-8499847

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  4. Anônimo11:44 AM

    Um povo que não tem cultura de empreendedorismo vai querer isso mesmo, privilégios pra políticos e funças. Parece uma terra que eu conheço bem.

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  5. Anônimo12:50 PM

    Rodrigo
    Segue a opinião de parente meu que mora em Portugal:
    O Rodrigo Constantino está a falar de uma situação que desconhece. Ele tem razão ao alertar o pessoal para o perigo representado pelas raposas dos sindicatos e dos funcionalismo público, mas erra feio ao achar que este governo está a praticar a austeridade. Os gastos continuam a subir, os impostos aumentaram e o défice continua num nível insustentável, contribuindo para aumento de uma dívida que foi a causa da crise que vivemos. Os cortes que têm sido feitos só atingem os sectores politicamente mais fracos e não compensam a subida de gastos no geral. Quanto aos contratos leoninos assinados pelos governos anteriores, feitos sob medida para agradar o empresariado que vive do erário público, nada foi feito. O problema de Portugal não se resolve dentro do quadro oferecido pelo regime. É preciso algo mais drástico e isso passará pela saída da união europeia e do euro.

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  6. Caro Rodrigo Constantino,

    Não se pode chamar de austeridade uma política que consiste no seguinte:
    1 - Aumento de impostos num quadro de opressão fiscal.
    2 – Continuação do massacre legislativo e da intervenção do estado na vida pessoal.
    3 – Cortes de gastos cosméticos, para inglês ver, que não compensam a subida dos mesmos no geral.
    4 – Manutenção dos privilégios da classe política e das corporações e bancos que vivem do erário.
    5 – Subordinação cada vez maior à socialista união europeia.
    O resultado da política seguida, que ainda por cima aumentou a razão da subida da dívida pública portuguesa (posso provar isso com fontes e números), não fosse o pacote de ajuda, não é difícil de ser imaginado. Os juros disparariam para níveis acima dos que estavam no momento da intervenção e a nação seria obrigada a declarar a moratória e renegociar a dívida.
    Dentro do quadro da intervenção, o que se pode esperar é que os juros vão se manter em níveis relativamente baixos até o momento em que o pacote seja insuficiente para esconder a realidade: o estado português gasta absurdamente mais do que pode e já não pode confiscar mais dos sectores productivos sob pena de intensificar um depressão que em verdade começou há quinze anos, o que vai levar a uma crise política muito grave.
    Os meninos do actual governo socialista (mas com discurso liberal) podem alegar que não têm força política para fazer os cortes necessários, mas isso é mentira. Os portugueses estão dispostos a aceitar qualquer sacrifício, mas desde que ele seja compartilhado por todos. Enquanto a classe política não der o exemplo, se limitando a confiscar ainda mais sem nada dar em troca, é óbvio que continuaremos a viver o cada um por si que vivemos, com cada grupo querendo pedir mais para si. O exemplo vem de cima e o exemplo desse governinho é que dá uma aura de legitimidade aos gafanhotos dos sindicatos da função privada e pública.
    Saudações do outro lado do Atlântico.

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  7. Anônimo6:18 PM

    Não conheço a realidade de Portugal, por isso não vou comentar.

    Rodrigo, vim aqui para lhe fazer uma pergunta ou um pedido: tem algum post no teu blog com bibliografia liberal recomendada? Caso não tenha, onde posso conseguir? Ou tu podes sugerir algumas leituras? é bem difícil para um curioso e novato como eu descobrir o que ler sobre Liberalismo. Claro, Marx e autores socialistas qualquer professor de ensino médio sabe indicar. Sobre Liberalismo: nada!

    Sim, posso ler teus livros, mas também quero os clássicos.

    Aguardo

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  8. Anônimo11:31 PM

    A austeridade está aprofundando a recessão e não está melhorando as contas públicas. Será a solução ?

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  9. Rody Cáceres

    Com relação a lista que pedes, o próprio Rodrigo já fez uma publicação a respeito, segue:

    http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2010/11/liberalismo-em-12-livros.html

    http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/2010/11/leituras-para-se-tornar-um-liberal.html

    Espero que lhe ajude, a mim ajudou muito !

    Fabio Nascimento

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  10. Anônimo1:23 PM

    Valeu, Fábio! Vou me interar.

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  11. Felipe11:29 AM

    Liberalismo = Individualismo.

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  12. Anônimo10:33 PM

    Rodrigo, falta em Portugal é a cobrança do imposto sobre grandes fortunas e auditoria nos bancos para saber como o dinheiro da UE foi desviado para meia dúzia de espertos banqueiros e "investidores". O resto, é conversa de liberais egoístas.

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  13. Anônimo7:18 AM

    'Rodrigo, falta em Portugal é a cobrança do imposto sobre grandes fortunas']

    Esses robin Hood nunca se cansam...por mais que a realidade mostre que essas coisas nunca funcionam
    Se for cobrar mais impostos dos ricos, eles vão procurar outro lugar pra morar, óbvio.Olhe a frança e aquele ator que virou russo...

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