segunda-feira, junho 03, 2013

Visão da Semana

Teórica Investimentos

Visão da Semana (de 27 de maio a 3 de junho).

O potencial início da redução dos volumes mensalmente injetados na economia, através do programa de afrouxamento quantitativo ou QE, por parte do Federal Reserve, tem sido o foco do debate de curto prazo dos participantes de mercado. Fundamentos mais sólidos da economia norte-americana vêm causando substancial elevação na curva de juros, assustando os demais mercados de risco ao redor do mundo. Pelo nosso lado, vemos com mais calma esse movimento do que os demais agentes de mercado. Acreditamos que, apesar do susto inicial, seja um movimento de normalização e que os fundamentos econômicos voltarão a reger os mercados.

Os dados do setor manufatureiro da Europa vêm mostrando notável melhora, como prevíamos. O ambiente econômico e financeiro da região dá sinais de gradual recuperação, diminuindo consideravelmente algum tipo de evento de cauda. Nos EUA o conjunto de informações da economia também é bastante animador. Não temos a visão de que a economia esteja extremamente forte a ponto de uma total retirada das políticas expansionistas. Acreditamos que a economia está cicatrizando de maneira mais saudável do que o esperado e isso, por si só, já justificaria um início de debate sobre a diminuição dos estímulos. Temos a visão de que esse debate é positivo e muito saudável para a economia no médio e longo prazo. Apesar do susto causado pela elevação da curva de juros, a melhora dos fundamentos e o debate sobre a diminuição do QE é algo positivo. Difícil ver como negativo uma recuperação mais sólida e rápida da economia global e, como resposta, uma natural diminuição na dose dos remédios utilizados no passado para ajudar o paciente.            

Na China, os dados continuam mostrando uma economia com crescimento estrutural sólido, porém mais baixo, ao redor de 7%, em linha com o planejamento do governo. No lado doméstico, houve uma reprecificação no mercado de juros após elevação mais forte da Selic pelo Banco Central e um movimento global de elevação dos juros. Vemos com bons olhos a atitude do BC, mostrando comprometimento com a meta de inflação e uma boa análise dos impactos positivos para o crescimento no longo prazo.


Nesse sentido, apesar das reações iniciais negativas e assustadas dos agentes de mercado em função da elevação das curvas de juros globais, acreditamos que os fundamentos da economia global são mais sólidos e que os preços dos ativos não precificam tal cenário. O fato de o médico diminuir a dose do remédio, do paciente sair da UTI e começar a viver um dia-a-dia mais normal deveria ser lido como positivo pelos mercados. Entendemos o movimento inicial negativo como sendo um medo de uma retirada prematura dos suportes da economia e seus possíveis impactos negativos. Todavia, dado o perfil do presidente e dos diretores do Fed, acreditamos que o risco maior seja de erro para deixar por mais tempo os estímulos do que errar para menos tempo. Nessa direção, acreditamos que o momento seja de grande oportunidade de investimentos em ações para o longo prazo.            

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