Teórica Investimentos
Visão da Semana (de 27 de maio a 3 de junho).
O
potencial início da redução dos volumes mensalmente injetados na economia,
através do programa de afrouxamento quantitativo ou QE, por parte do Federal
Reserve, tem sido o foco do debate de curto prazo dos participantes de mercado.
Fundamentos mais sólidos da economia norte-americana vêm causando substancial
elevação na curva de juros, assustando os demais mercados de risco ao redor do
mundo. Pelo nosso lado, vemos com mais calma esse movimento do que os demais
agentes de mercado. Acreditamos que, apesar do susto inicial, seja um movimento
de normalização e que os fundamentos econômicos voltarão a reger os mercados.
Os dados do setor manufatureiro da Europa vêm
mostrando notável melhora, como prevíamos. O ambiente econômico e financeiro da
região dá sinais de gradual recuperação, diminuindo consideravelmente algum
tipo de evento de cauda. Nos EUA o conjunto de informações da economia também é
bastante animador. Não temos a visão de que a economia esteja extremamente
forte a ponto de uma total retirada das políticas expansionistas. Acreditamos
que a economia está cicatrizando de maneira mais saudável do que o esperado e
isso, por si só, já justificaria um início de debate sobre a diminuição dos
estímulos. Temos a visão de que esse debate é positivo e muito saudável para a
economia no médio e longo prazo. Apesar do susto causado pela elevação da curva
de juros, a melhora dos fundamentos e o debate sobre a diminuição do QE é algo
positivo. Difícil ver como negativo uma recuperação mais sólida e rápida da
economia global e, como resposta, uma natural diminuição na dose dos remédios
utilizados no passado para ajudar o paciente.
Na China, os dados continuam mostrando uma
economia com crescimento estrutural sólido, porém mais baixo, ao redor de 7%,
em linha com o planejamento do governo. No lado doméstico, houve uma
reprecificação no mercado de juros após elevação mais forte da Selic pelo Banco
Central e um movimento global de elevação dos juros. Vemos com bons olhos a
atitude do BC, mostrando comprometimento com a meta de inflação e uma boa
análise dos impactos positivos para o crescimento no longo prazo.
Nesse sentido, apesar das reações iniciais
negativas e assustadas dos agentes de mercado em função da elevação das curvas
de juros globais, acreditamos que os fundamentos da economia global são mais
sólidos e que os preços dos ativos não precificam tal cenário. O fato de o
médico diminuir a dose do remédio, do paciente sair da UTI e começar a viver um
dia-a-dia mais normal deveria ser lido como positivo pelos mercados. Entendemos
o movimento inicial negativo como sendo um medo de uma retirada prematura dos
suportes da economia e seus possíveis impactos negativos. Todavia, dado o
perfil do presidente e dos diretores do Fed, acreditamos que o risco maior seja
de erro para deixar por mais tempo os estímulos do que errar para menos tempo.
Nessa direção, acreditamos que o momento seja de grande oportunidade de
investimentos em ações para o longo prazo.
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