Cada geração tende a acreditar que os seus objetivos são completamente originais e sem precedentes e que representam os objetivos finais da humanidade. Esta vaidade é melhor do que a indiferença para com as necessidades corriqueiras da vida que surge da convicção de que todos os objetivos são igualmente inúteis. No entanto, em uma época como a nossa, isso vem carregado de potencialidades do fanatismo.
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Aqueles que aspiram a comandar a história parecem sonhar ou com eliminar a intervenção de acidentes, de grandes homens e encontros casuais, ou com a reconstrução da sociedade de acordo com um plano global e descartando a herança de tradições injustificáveis, ou com por fim aos conflitos que dividem a humanidade e a levam até a trágica ironia da guerra. A razão nos ensina justamente o contrário - que a política será sempre a arte da escolha irrevogável por homens falíveis em circunstâncias imprevistas e de semi-ignorância. Cada impulso para o planejamento global está fadado a acabar em tirania.
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Os revolucionários imaginaram que iriam controlar, não alguns elementos apenas, mas o todo. Essa ambição Prometeica é uma das origens intelectuais do totalitarismo.
Trechos de capítulo com o mesmo título do livro "The Opium of the Intellectuals", de Raymond Aron, em tradução livre.
Rodrigo,
ResponderExcluirComo você classificaria o pensamento de Raymond Aron? Liberal? Conservador? Ou um liberal-conservador?
É mais um autor que não tem tradução por aqui e quase ignorado no nosso meio universitário. Recomenda mais algum livro desse autor?
Abraço,
André Meira