Rodrigo Constantino
"Se pudermos impedir o Governo de desperdiçar o trabalho do povo, sob o pretexto de cuidar dele, este será feliz." (Thomas Jefferson)
A Polícia Federal, sob o governo Lula, adora mega-operações cinematográficas com prisões de dezenas de pessoas simultaneamente. Um espetáculo para o público acreditar na eficiência da lei – ignorando que depois quase todos acabam soltos. A última delas, chamada "Operação Persona", envolveu a multinacional Cisco, acarretando na prisão de 40 pessoas – enquanto os 40 quadrilheiros do "mensalão" petista continuam em plena liberdade. Não vem ao caso aqui debater se a prisão foi legítima ou não, nem mesmo entrar no complicado tema da sonegação fiscal, já que o cidadão brasileiro fica cada vez mais revoltado por ser obrigado a deixar quase a metade do que ganha nas mãos dos políticos corruptos. Sonegar passa a ser quase um imperativo moral para quem não deseja ser cúmplice de tanta canalhice feita em Brasília. Mas aqui o foco será outro. Vamos apenas falar da magnitude da carga tributária. Na verdade, vamos deixar que o próprio representante do governo fale.
O coordenador-geral de pesquisas e investigações da Receita Federal, Gerson Schaan, afirmou que a fraude em questão reduzia pela metade o preço dos produtos. Vejam só que coisa! Os "malvados" criminosos não são acusados de invadir propriedade privada, como os membros do MST fazem sempre, usando verba estatal e sendo apoiado por muitos do PT. Também não são culpados por fazer guerrilhas em prol de ditaduras, para serem depois agraciados com milionárias indenizações estatais. Nada disso! O grande crime deles foi ter vendido produtos demandados pelos consumidores pela metade do preço que seria vendido se os impostos fossem incluídos. Ou seja, para bancar o "mensalão" e a pensão do filho bastardo de Renan Calheiros, além dos invasores do MST, os consumidores devem pagar o dobro do preço normal. Insumos importantes para as empresas brasileiras acabam saindo pelo dobro do preço pago pelas concorrentes americanas, tudo por causa dos imorais impostos cobrados. O leitor decide quem é o maior criminoso: aquele que foge dos impostos abusivos para vender um importante produto pela metade do preço; ou aquele que, sob a ameaça do uso da força, toma a metade dos ganhos da empresa, forçando o consumidor a pagar o dobro pelo produto, para usar depois o dinheiro na compra de votos dos deputados, em obras superfaturadas e no financiamento dos bandidos do MST.
PS: O império da lei é sem dúvida importante, e uma bandeira inclusive liberal. Mas devem ser leis justas, isonômicas, que preservam a liberdade individual. Quem usa o argumento do império da lei para condenar a sonegação em questão, precisa ser coerente, e condenar então qualquer sonegação. Antes de concordar, é bom lembrar que estamos falando de todos os camelôs e empregados informais, que totalizam quase a metade da mão-de-obra no país. Trabalhar sem carteira assinada para fugir das "conquistas trabalhistas" e ganhar um pouco mais é uma atitude da mesma natureza que ter caixa dois numa grande empresa ou criar esquemas para driblar os impostos. A doméstica que pede para receber por fora e a empresa que importa milhões por fora estão fazendo a mesma coisa, apenas em magnitude diferente. Vamos prender todos? Haja prisão nesse país! Talvez seja melhor entender que o problema está no próprio governo, que torna o custo da legalidade proibitivo...
Putz! Defendendo a sonegação. Alguma empresa o patrocina, Rodrigo?
ResponderExcluirXiii... o comentarista acima não leu o seu "PS", Rodrigo.
ResponderExcluirÉ aquela mesma história da liberação das drogas. Explico. Aqui, se o sujeito é contra a sonegação, ele, por coerência, deve ser contra TODA FORMA de sonegação. Inclusive contra o trabalho informal, pagar domésticas "por fora" entre outros. Ah, também não pode comprar um "filmezinho" pirata, viu?
Com as drogas: alguns dizem quer liberar seria tirar o poder da mão dos traficantes, acabando com a violência. Mas será que dá pro Brasil LIBERAR SOZINHO? Se os outros países não fizerem o mesmo, vamos virar centro de consumo e distribuição mundial de drogas, nossa saúde pública vai explodir e os países vizinhos que não adotarem essa medida ficarão muito, muito chateados conosco, pra dizer o mínimo!
DESSES DOIS EXEMPLOS concluímos que NESTE CASO, o problema não é a sonegação em si, ou a liberação das drogas em si.
O problema é que nossa economia iria pro beleléu se a sonegação fosse ZERO de um dia pro outro, se todas as empresas pagassem TODOS os tributos SEMPRE e se o trabalho informal fosse ELIMINADO. Por causa da nossa imensa carga tributária e baixa oferta de empregos.
Assim como nossa saúde pública implodiria com a liberação das drogas, se feita só pelo Brasil. Se todos os países fizerem, cada um ficará com seus viciados. Péssimo, mas igualitário. Se só o Brasil fizer...
Rodrigo, seu artigo fez uma simplificação grosseira do problema por trás da operação persona e, tem sim, um viés pró-sonegação, porque a omissão do estado num tipo de sonegação não pode servir de justificativa para qualquer outra omissão. O que ocorre é que a Cisco, segundo se investiga, pode ter usado o expediente da sonegação fiscal para financiar a campanha do PT e em contrapartida, amealhar grandes clientes como a CEF, que sabidamente, só compra Cisco, e o faz através de um conjunto de revendas. E isso é desvio de dinheiro público para finalidade privada! Vc precisa ser mais cuidadoso ao defender as empresas sediadas fora do país. A Cisco poderia conseguir isenções fiscais similares instalando uma fábrica no país como fazem a Dell e a Positivo, por exemplo - que possuem preços extremamente competitivos e geram mais empregos no Brasil.
ResponderExcluir99.99% dos comerciantes sabem que se colocarem tudo por dentro não tem como abrir as portas.
ResponderExcluirTodo mundo sabe disso da mesma maneira que todo mundo sabe que com dinheiro é IMPOSSÍVEL ser preso no Brasil.
São coisas óbvias e banais! Viva o Brasil!